sábado, 27 de agosto de 2016

Foto Memória do Rádio Amapaense: O advento da antiga Rádio Equatorial de Macapá

Em 1962, surgiu em Macapá a ZYD 11 - Rádio Equatorial de Macapá - "o melhor som da cidade".
Em 23 de dezembro de 1962, num domingo, entrava no ar a segunda estação de Rádio AM (Amplitude Modulada) lançada em Macapá, a ZYD-11 – RÁDIO EQUATORIAL DE MACAPÁ – que, por ser clandestina, teve vida efêmera.
( Foto: Reprodução /Acervo Mário Chagas )
Ano 1962 - Técnico Mário Chagas ao lado do transmissor Philips de 250w, da extinta ZYD-11-Rádio Equatorial de Macapá, que após o seu fechamento, e confisco dos bens pelo Governo do Amapá, foi utilizado, por algum tempo, pela Rádio Difusora de Macapá.
( Contribuição do amigo Cícero Melo )
Pertencia a um grupo de pioneiros, que através da SATRA - Sociedade Anônima Técnica de Rádio do Amapá - conseguiu colocar no ar uma emissora de ondas médias que, na época, irradiava em HI-FI (termo técnico que em inglês significa Alta Fidelidade), na frequência de 1.490 kilociclos, utilizando um transmissor “Philips” de 250 W (um quarto de kilowatt), cobrindo um raio de pouco mais de 30 quilômetros.
( Foto: Reprodução /Acervo Mário Chagas )
Ano 1962 - Mesa de som da extinta Rádio Equatorial que, após o seu fechamento, e confisco dos bens pelo Governo do Amapá, foi também utilizada por algum tempo pela Rádio Difusora de Macapá, bem como todo o seu acervo.
( Contribuição do amigo Cícero Melo )
Tinha um som espetacular, considerado na época, “o melhor som da cidade”.
Era uma sociedade formada por técnicos do serviço de telecomunicações do Governo, jornalistas e outros servidores do ex-Território do Amapá, que, nas horas de folga iam para lá.
Faziam parte da SATRA, os jornalistas Alcy Araújo Cavalcante e José Maria de Barros (diretor artístico da nova emissora); os radiotecnicos Remy do Rego Barros, Arinaldo Gomes Barreto, (pai do Dep. Lucas Barreto) e Sr. Raimundo Rodrigues ( “seu” Pépe); os radiotelegrafistas Agenor Rodrigues de Melo (trabalhava na Radional), Manoel Joaquim Esteves Rodrigues (irmão do delegado Teobaldo Souza); o empresário José de Matos Costa - “Zelito”(proprietário da Rádio Equatorial, atual), além dos técnicos em eletrônica Mário Chagas da Costa e Ivaldo Alves Veras.
A emissora tornou-se clandestina porque, um dos sócios da SATRA - também radiotelegrafista - valendo-se da fiscalização precária na região, redigiu um telegrama, simulando assim, ser um documento oficial autorizativo de seu funcionamento, e que tivesse sido emitido pelo Órgão competente do Governo Federal.
( Foto: Reprodução /Acervo Mário Chagas )
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Ano 1962 - Estúdios da extinta Rádio Equatorial de Macapá, instalados inicialmente, na Av. Pe. Júlio Maria Lombaerd, esquina com a Rua Marcelo Cândia, no Bairro Santa Rita.
( Foto: Reprodução /Acervo Mário Chagas )
( Clique na foto para ampliá-la )
 ( Contribuição do amigo Cícero Melo )
No Detalhe: Ano 1962 - Funcionários da extinta Rádio Equatorial de Macapá, em frente ao prédio da emissora, no bairro Santa Rita em Macapá.
Da esquerda para direita: Antônio (Motorista); (?)(Servente);Mário Chagas (Técnico e acionista); Jurandy, Janduí, Jorge Gonçalves (Locutor); Carlos Lins Corte (Baião Caçula - agachado - operador de áudio); Fernando Dias(Locutor); Edvar Mota(Locutor); Remy do Rego Barros(Técnico); Emanuel Cruz (Acionista);José Rodrigues (Seu Pépe - acionista/Técnico); Agenor Rodrigues de Melo (Presidente/acionista);
A nova emissora entrou em operação em 23 de dezembro de 1962, e cumpriu um período experimental, até final de janeiro de 1963, no horário de 12h às 14h e de 20h às 23h.
Devido à boa qualidade do som HI FI, e pela diversificação de sua programação, conseguiu conquistar boa parte da audiência, até então monopolizada pela Rádio Difusora de Macapá, que, por ser a única, reinava absoluta nesse campo desde sua fundação em 1946.
(Reprodução de arquivo)
Para ampliar clique na foto
(Foto extraída do blog da jornalista Alcinéa Cavalcante)
Suas instalações foram montadas, inicialmente, em um terreno na Av. Pe. Júlio Maria Lombaerd esquina com a rua Marcello Cândia, onde hoje está erguida a Escola Estadual Profº Lucimar Amoras Del’Castilo.
A localização dos estúdios debaixo da antena radiante, provocava indução devido ao retorno da radiofrequência sobre os equipamentos, e causava uma interferência muito forte nas transmissões prejudicando, sobremaneira, a qualidade do som.
Como solução para o problema, o estúdio da emissora, onde ficavam situados os equipamentos de áudio, teria de ser todo revestido com telas de arame.
Por essa razão, seus estúdios foram transferidos para longe da torre irradiante, isto é, para o centro da cidade, mais precisamente, para a rua Coronel José Serafim Gomes Coelho, hoje Tiradentes, entre as avenidas Coronel Coriolano Jucá e Presidente Vargas, em frente à Panificadora S. José (hoje desativada), dos irmãos Aurino (Tenente) e Sandoval (Sandó) Borges de Oliveira, no Centro da cidade.
Para evitar despesas com pagamento de aluguel, a SATRA conseguiu, com a Administração Territorial da época, a cessão de uma residência pertencente ao acervo patrimonial do Governo do Amapá, localizada na mesma rua Coronel José Serafim, só que esquina da Av. Iracema Carvão Nunes onde instalou seus equipamentos de estúdio.
A responsável pela discoteca da emissora era a locutora Osvaldina Fiqueira que depois foi também discotecária e locutora da Rádio Difusora de Macapá.
A música que servia de prefixo e sufixo musical da Rádio Equatorial era o clássico “Exodus” com a orquestra de Ferrante & Teicher.
Ouça, e relembre aqui a música que era usada como PREFIXO e SUFIXO musical  da programação da Rádio Equatorial de Macapá:
A Rádio Equatorial funcionou durante todo o ano de 1963 em ondas médias, com o beneplácito do Governo do Território, até a chegada do 1º Governador do período revolucionário - General Luiz Mendes da Silva - em meados de maio de 1964, quando foi, literalmente, confiscada pelo Comando Revolucionário que se instalou no Brasil em 31 de março.
Com o fechamento da emissora, todo o seu acervo – técnico, artístico e patrimonial – foi encampado pelo Governo do Território do Amapá e incorporado ao patrimônio da Rádio Difusora de Macapá, por ser esta, a emissora oficial.
A Difusora, então passando por um momento de dificuldade, vinha operando, já há algum tempo, somente com a onda tropical de 4.915 kilociclos em 61 metros, pois o seu transmissor de ondas médias, havia seguido para revisão na fábrica, em S. Paulo e de lá nunca mais voltou.
Com a medida a RDM voltou a operar em ondas médias, na mesma frequência que vinha sendo utilizada pela Rádio Equatorial, ou seja, de 1490 kilocíclos.
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Pesquisa iniciada (e atualizada) pelo radialista João Lázaro, em outubro do ano 2000.
Colaborou: o historiador Nilson Montoril de Araújo.
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(Última atualização/agosto de 2016)
NOTA DO EDITOR
Um detalhe histórico: Embora eu tenha tido meu primeiro contato com um microfone, amadoristicamente, aos 12 ou 13 anos, através da PRH-3 - um Serviço interno de Auto Falantes, do Centro Educacional do Laguinho em 1960/61 - foi na Rádio Equatorial que tive a oportunidade de falar para a comunidade através de uma emissora de radiodifusão.
Em 1963, eu fazia o Curso Ginasial, na Escola Normal de Macapá, e naquele tempo existiam nas escolas os Grêmios estudantis, que eram entidades autônomas representativas dos interesses dos estudantes secundaristas, com finalidades educacionais, culturais, cívicas, desportivas e sociais.
O Grêmio Literário e Cívico “Barão do Rio Branco” era o da Escola Normal, comandado pelo Getúlio Albuquerque, um dos líderes do movimento estudantil da época.
E atendendo ao convite do Getúlio, aceitei apresentar em dupla, o programa radiofônico do Grêmio - "A Voz Estudantil da Escola Normal" - que ia ao ar nas manhãs dos sábados, pela ZYD-11, sempre no horário de 10:30 às 11:00h.
A apresentação era toda escrita como se fosse um Jornal Falado. Nós apenas líamos as notícias.
Não me lembro mais quem fazia dupla comigo, nem até quando o programa ficou no ar. Salvo engano era a Maria Emília Jucá.
Se alguém se lembrar pode ajudar nos comentários.(João Lázaro)
 (Repaginado em agosto de 2016)

6 comentários:

  1. Prezado Lázaro

    Fiquei muito feliz em ler o post sobre a Rádio Equatorial, que faz referência ao meu pai, Arinaldo Barreto, um dos fundadores da SATRA. Parabéns pelo blog.

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  2. Amigo. eu sou radioescuta há alguns anos e fico muito feliz em saber que a história de uma rádio de um lugar onde pouco se saber que existia (para os não informados) seja preservada....vou indicar seu blog... sucesso

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  3. Olá amigo. Lázaro. Cultura é isso aí. Meus parabéns
    Poucas pessoas no mundo preservam e cultivam relíquias como esta que você postou.
    Isso é que deixa o radioescuta feliz.
    Valeu...
    Luiz Carlos Horta

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  4. Nossa que maravilha esta história heim ! Fiquei curioso em tudo isto ,muito boa a reportagem ,para nós radio escuta que praticamos o DX isto só nos traz mais conhecimento e experiencia com este pessoal que procura divulgar e não fazem como muitos radioamadores e radio escuta e procura não passar seus conhecimentos e sempre dificultando resposta para os novatos . Amigos parabens continue assim um forte 73s à todos são votos de: qsldobrasil.blogspot.com/

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  5. LEGAL, MUITO BOM conhecer um pouco mais da história de macapá, parabéns!
    Querido, vc tem algo a nos contar sobre a história de Arinaldo Gomes Barreto!
    Estou precisando de informações sobre o parque Municipal, Obrigada!
    Adhalia@r7.com

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