João Wilson Santos Carvalho,
nasceu em Belém do Pará, em 11 de março de 1919, foi para Macapá no fim da
Guerra, após baixa no exército, e logo se tornou uma figura muito popular, não
apenas pelo vozeirão que usava para abafar seus opositores quando discutia
futebol ou política, mas também pelo seu permanente bom humor, capaz de alegrar
qualquer ambiente em que se encontrasse.
No futebol torcia pelo Paissandu e
pelo Esporte Clube Macapá, do qual foi atleta, e na política ficou conhecido
pela honestidade intransigente, pela ideologia trabalhista e por ser sempre de
oposição. Quando Janary Nunes (que foi seu padrinho de casamento) e o PSD
detinham o poder absoluto no Amapá, Wilson Carvalho lutava pelo PTB. Quando o
regime militarista implantou o bipartidarismo, e a ARENA representava a
situação, Wilson era do MDB (onde ficou conhecido pelo bordão “O MDB é do povo
e o povo é do MDB”), e quando o PDS (depois o PFL) sucedeu a Arena, ficou no
PMDB de Ulisses Guimarães.
Wilson Carvalho sempre procurou
manter uma independência em relação ao governo. Era guarda-livros formado pelo
Grêmio Comercial Português do Pará, vivia de um escritório de contabilidade e
corretagens que funcionou muito tempo na esquina da Av. Presidente Vargas com a
Rua São José, até que o prédio foi demolido para o alargamento das duas ruas,
mas mesmo com sua atitude independente, participou intensamente da vida de
Macapá, e esteve presente na criação de várias instituições importantes para o
Amapá, como a Associação Comercial, a União dos Motoristas, o Colégio Comercial
e a Loja Maçônica Duque de Caxias, entre outras. Foi jornalista da “Folha do
Povo”, corretor de seguros, corretor de imóveis, motorista de “carro de praça”,
representante do SDDA no Amapá, Conselheiro do Banco da Borracha e
Superintendente da SUNAB, sem deixar de lado sua atividade política.
Casou-se em 1948 com Maria José (D.
Yolanda) Savino Carvalho e teve quatro filhos: Wilma (funcionária aposentada da
Auditoria do TFA), Wilibaldo (advogado e servidor aposentado do TRE/AC), Wilson
(professor da UNIFAP) e Antônio de Urucânia (auxiliar de perito na Polícia
Técnica/AP), e ainda viveu para ver o nascimento de doze de seus treze netos:
Sabrina (advogada e professora), Fábio (advogado público), André (policial),
Alexandre (administrador), Wilson (advogado), Wiliane (enfermeira), Gabriela
(estudante), Soraia Carvalho (jornalista), Wilson Jr (servidor da RFB), Felipe
(advogado), Enzo (autônomo), Rafaela (biomédica), Marco (estudante) e Vitor
(estudante). Bisnetos: Davi, Andrezza, Sara Yolanda, e Amanda.
Construiu e morou a maior parte da
sua vida em um sobrado na Av. Ernestino Borges, construção que resiste até hoje
na esquina com a Rua São José, onde Wilson Carvalho foi, até sua morte em 1992,
personagem principal da sombra de uma mangueira onde se jogava dominó,
discutia-se política e futebol e, principalmente, ria-se muito. Após sua morte,
acabou também esse espaço de lazer, mas ele é lembrado do lado oposto da
cidade, onde deu nome à Av. Wilson Carvalho, no bairro do Zerão. (Wilson Jr.)
Fonte: Dados
do livro Personagens Ilustres do Amapá, Vol. I, de Coaracy Barbosa, 1997, com
atualizações do professor Wilson Jr., filho do homenageado.