A relíquia histórica que trazemos
hoje, é uma deferência especialíssima da protagonista desse evento, Dona Alice
Déa Carvão Nunes, que com sua lucidez, nos brinda com essas imagens de seu enlace matrimonial.
Temos a honra de ter Dona Alice, em
nosso roll de amigos do Amapá, testemunhas vivos de nossa história e nossa
memória urbana.
Dona Alice Déa Carvão Nunes, 87 anos, segunda esposa e viúva do Governador Janary Gentil Nunes - mãe dos amigos
Guairacá e Rudá Nunes - vive no Rio de Janeiro, com a família, e nos honra de
tê-la como amiga virtual, no Facebook, e leitora do blog Porta-Retrato.
Ela, gentilmente, nos enviou fotos de
suas núpcias com Janary Nunes, para compartilharmos com nossos milhares de
leitores.
Após as cerimônias civil e religiosa, o casal de nubentes Janary e Alice Déa, faz o corte do bolo de casamento com a espada de capitão do renomado militar.
A história de Dona Alice Déa,
inicia com o comerciante e contabilista
Joaquim Carvão e sua esposa Auta Rodrigues
Carvão, que geraram as irmãs Iracema e Alice Déa Carvão Nunes e mais seis
filhos: Alfredo, Mário, Silvio, Aluízio, Paulo, e Irauta.
Agora Janary e Alice Déa fazem o tradicional brinde de casamento, como forma de atraír bons fluidos para o futuro de suas vidas, em comunhão familiar.
Em busca de melhores
condições de vida a família Carvão mudou-se do Acre para Belém, onde faleceu a
senhora Auta Rodrigues. Na condição de filha mais velha, Iracema auxiliou o pai
na criação de seus irmãos.
Em 23 de julho de 1937, contraiu
núpcias com o jovem oficial do Exército Brasileiro, o então Capitão, Janary
Gentil Nunes. A jovem Iracema tinha apenas 24 anos de idade.
Quando Janary Nunes foi nomeado por
Getúlio Vargas para governar o Território Federal do Amapá, criado no dia 13 de
setembro de 1943, eles já tinham uma menina ( Iracema Carvão Nunes) e um
menino, (Janary Carvão Nunes), nascidos respectivamente em 1940 e 1943,
tratados por parentes e amigos como Ceminha e Janarizinho.
O Capitão Janary Nunes chegou a
Macapá na manhã do dia 25 de janeiro de 1944, para instalar o governo do
Território do Amapá. Ela, os filhos e a irmã mais nova, Alice Déa, permaneceram
em Belém.
Como em Macapá não existia sequer
uma casa condiga disponível para abrigá-los, o governador precisou mandar construir
uma casa de madeira próximo à Intendência Municipal, para só então promover a ida
de sua família. O terreno onde o imóvel foi erguido pertencia ao casal Otávio
Acioli Ramos e Paula Loureiro Acioli Ramos, pais dos jovens Aristeu e Avertino
Ramos, atletas que defenderam brilhantemente as cores do Esporte Clube Macapá e
da Seleção Amapaense de Futebol.
No dia 1º de maio de 1944, viajando
no Iate Itaguary, Dona Iracema, os filhos e a irmã, Alice Déa, desembarcaram no
Trapiche major Eliezer Levy, em Macapá.
Dona Iracema Carvão Nunes viveu
apenas 1 ano e 53 dias em solo macapaense, e 8 anos de casada com Janary Nunes.
Ela faleceu em 23 de julho de 1945 e está sepultada no
Cemitério Nossa Senhora da Conceição, no centro de Macapá.
Dona Alice criou os filhos da irmã,
Janary Filho e Iracema.
D. Alice Déa, além de cunhada de
Janary, foi "cria" e "aflilhada" do casal Janary-Iracema, e
que, para unirem-se tiveram que pedir permissão para a Igreja.
Agradecemos também o empenho
especial do amigo Guairacá Nunes, que facilitou nosso contado com sua mãe.
Fonte: Nilson Montoril