(Foto gentilmente compartilhada pelo leitor e colecionador de fotos antigas - Orion Yataco.)
Foto histórica e rara datada de 1913 apresenta espressivos vestígios da Macapá, de outrora, quando esta ainda pertencia ao estado do Pará.
"Essa estreita via pública, atualmente denominada Av. Mário Cruz - que antes da criação do
Território Federal do Amapá em 1943, chamava-se rua Siqueira Campos -começava na Travessa Visconde de Souza Franco
e se estendia até a Rua São José. A fotografia foi tirada do meio da avenida,
no trecho que hoje corresponde a seu cruzamento com a Rua Vereador Benedito
Uchoa. Pelo lado esquerdo de quem observa a imagem merece destaque o prédio da
Intendência Municipal, onde atualmente funciona o Museu Histórico Joaquim
Caetano da Silva. O imóvel foi construído na gestão do Intendente Municipal
Coriolano Finéas Jucá e inaugurado no dia 15 de novembro de 1895. Antes dele
vê-se uma casa residencial que pertenceu ao casal Antônio Topson e Emidia
Picanço. Nela, já na fase de Macapá como capital do Território Federal do
Amapá, funcionaram duas lojas: “A Barateira”, de Hamilton Henrique da Silva (o
piloto) e a “Casa Olímpia”, de Raimundo
Pessoa Borges, o popular desportista Marituba. Pelo lado direito a referência
fica por conta da famosa “casa amarela”,
cujo primeiro proprietário foi o Tenente-Coronel Coriolano Finéas Jucá. Nela
nasceram quase todos os vinte filhos do famoso intendente, frutos de sua união
com três esposas. Após sua morte, o prédio ficou sob gestão do filho Jacy Barata Jucá que o vendeu ao senhor José Pereira Montoril, mais conhecido como
Cazuzinha. A casa amarela, que originalmente foi pintada de branco, fazia
fundos com a residência do maroquino Leão Zagury. Nenhuma das residências
possuía quintal. Na casa amarela havia um pórtico de entrada com um sótão, um
amplo pátio central, inúmeros quartos, cozinha, dispensa e poço amazônico. Os cômodos
que faziam frente para a antiga Rua Independência, também chamada Rua de Cima,
abrigaram a sede do Amapá Clube e o Elite Bar do senhor João Vieira de Assis.
Logo na entrada do prédio funcionou o “Café Aymoré”, pertencente aos
comerciantes Francisco Torquato de Araújo (meu genitor) e Francisco Aymoré
Batista (pai do cidadão que hoje mantém em funcionamento o estabelecimento de
igual nome na Avenida Iracema Carvão Nunes). O gerente do "Café Aymoré" era o
Carlos Cordeiro Gomes, o popular “Segura o Balde”(falecido) que depois enveredou pelo
jornalismo e integrou a equipe esportiva da Rádio Difusora de Macapá.
No tempo que o prédio pertenceu ao meu tio Cazuzinha Montoril (< foto), parte das
instalações foi alugada à madame Charlote para a instalação de uma pensão.
Vários jovens vindos de Belém para trabalhar no Território do Amapá residiram
nos quartos da casa amarela e compravam alimentação da madame Charlote. Quando
o casal Isnard Brandão e Walkiria Lima se mudou para Macapá, a casa amarela foi
o primeiro imóvel que o abrigou. Numa deferência especial do tio Cazuzinha,
graças à intermediação de meu pai Francisco Torquato de Araújo, um assoalho foi
colocado no sótão. Nesse local o casal Lima e o filho Isnard Brandão Filho
moraram por um relativo período de tempo. Com o passar do tempo a Rua Siqueira
Campos recebeu duas denominações: Mendonça Furtado e Mário Cruz. Essa última
ainda prevalece.
A denominação de Mendonça Furtado permanece a partir da Igreja Matriz, no sentido oeste da cidade.
A casa amarela foi vendida ao comerciante Moysés Zagury que
mandou demoli-la para erguer a oficina mecânica dos carros Ford que ele vendia.
Atualmente, naquela área demora(funciona) parte da loja 246.
No prédio
da Intendência, funcionaram também o Conselho de Intendência, a Câmara de
Vereadores e o Tribunal do Juri. Os bailes de gala também aconteciam no Salão
Nobre da Comuna Macapaense." (Nilson Montoril)
Fonte: Texto de Nilson Montoril - devidamente adaptado para o blog Porta Retrato - originalmente publicado em seu blog Arambaê, em 09 de junho de 2011, sob o título Paisagem de Macapá da Década de 1930.
(Post repaginado em Junho de 2012)
E aqueles meninos do seu Marituba eram muito bons de conta,rsrs. Ainda não existia a maquina de calcular.
ResponderExcluirJoão Lázaro,nasci e me criei em Macapá até o ano de 1968 (tenho 58 anos)e ainda cheguei a conviver por esta rua Mario Cruz antiga, muitas saudades; sou filho da ex-professora Maria Helena Amoras (lingua portuguesa), hoje com 80 anos em belém do Pará; esta foto me levou a época de moleque do bairro central, fase boa e tranquila de Macapá, meus parabéns e não deixe de inserir nossa história no seu blogger_Heraldo Amoras_hamoras@amazon.com.br_Monte Dourado-Pará
ResponderExcluirOK Heraldo, obrigado pela visita.
ResponderExcluirMe lembro da professora Maria Helena sim.
Envio a ela um forte e saudoso abraço.
Se você falar meu nome pra ela, com certeza ela vai se lembrar.
Vou passar um e-mail pra você.
grande abraço