(Reprodução de jornal)
José Francisco de Moura Cavalcanti,
advogado, administrador, político, orador e memorialista pernambucano,
descendente de tradicional família da aristocracia açucareira da região da Mata
Norte de Pernambuco, também com grande tradição política, foi governador de então
Território Federal do Amapá, em 1961, e
do estado de Pernambuco de 1975 a 1979, indicado pelo então presidente da República,
General Ernesto Geisel.
Nasceu em 30 de outubro de 1925, no Engenho Cipó Branco, de propriedade da família, no município de Macaparana, filho do Coronel João Francisco de Moura Cavalcanti e de Dona Áurea de Moura Cavalcanti. Até os nove anos de idade foi um típico menino de engenho, quando ficou órfão de pai e mãe, passando a viver sob a tutela do avô materno.
Iniciou seus estudos em Macaparana,
porém, aos dez anos, foi estudar no Recife, interno no Colégio Nóbrega, onde
passou toda a adolescência em companhia dos padres jesuítas. Estudou Geografia
e História na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Manuel da Nóbrega.
Depois de ter atuado como advogado ad hoc, isto é, defensor só de determinado
caso, e com sua vocação natural para oratória, decidiu continuar os estudos.
Fez vestibular para Faculdade de Direito do Recife, porém trancou a matrícula
logo no começo do curso.
Aos dezoito anos, já fora do
internato e morando em pensionato, conheceu Maria Margarida, com quem começou a
namorar e, meses depois, se tornou sua esposa, fixando residência na Fazenda
Porteira da Pedra, na Paraíba.
(Foto: Reprodução/Acervo família Teixeira)
(Foto: contribuição do amigo Aluízio Teixeira)
Maria Margarida Krause Gonçalves de
Moura Cavalcanti, apelidada de Suçu, seria sua companheira durante toda a vida.
José Francisco iniciou sua carreira
política em 1946 quando, com apenas vinte anos de idade, através de eleição
democrática e vinculado ao Partido Social Democrático (PSD), tornou-se prefeito
de Macaparana para o mandato de 1946 a 1950. Quando concluiu o mandato em 1950,
deixou a política e, com o apoio de sua esposa, prestou novo vestibular
retornando à Faculdade de Direito do Recife, dividindo agora o tempo entre a
Faculdade, a Fazenda Porteira da Pedra e o Engenho Cipó Branco.
Concluiu o curso de Direito em
1954, e passou a dedicar-se às atividades jurídicas. Foi advogado de ofício e
desempenhou as funções de Promotor de Justiça Militar de Pernambuco, Assistente
Jurídico, Subprocurador e Procurador Geral do Instituto de Previdência Social
do Estado de Pernambuco (Ipsep), e Procurador Jurídico do Estado, função que
exerceu até 1974, quando se aposentou.
Em 1961, foi indicado pelo então
presidente da República, Jânio Quadros, para governador do Amapá, permanecendo
no cargo até a renúncia do presidente. De volta a Pernambuco foi Secretário
Estadual de Administração em 1964. Na gestão do governador Nilo Coelho
(1967-1971), Moura Cavalcanti foi Secretário Extraordinário do Estado de
Pernambuco. No governo do General Garrastazu Médici, foi o primeiro presidente
do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), de 1970 a 1973, quando
assumiu o Ministério da Agricultura.
Nesse cargo, entre outras medidas, criou a Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa). Nomeado pelo presidente da República Ernesto Geisel,
foi governador de Pernambuco de 1975 a 1979.
Entre suas realizações, durante o
governo do Estado, destacam-se a construção das barragens do Carpina e de
Goitá, a drenagem de todo o Rio Capibaribe, medidas para conter as grandes
enchentes do Recife; o Terminal Integrado de Passageiros (TIP); a Ferrovia
Transnordestina e o Complexo Industrial de Suape.
No final de seu mandato, já doente,
José Francisco de Moura Cavalcanti recolheu-se à vida privada em tratamento de
saúde, mas sempre acompanhou os acontecimentos políticos do Estado, do País e
do mundo. Em 28 de novembro de 1994, depois de várias complicações, morreu no
Recife.
Texto: Maria do Carmo Andrade - Bibliotecária da Fundação Joaquim
Nabuco
Fonte: ANDRADE, Maria do Carmo. Moura Cavalcanti. Pesquisa Escolar On-Line, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://www.fundaj.gov.br>.
Fonte: ANDRADE, Maria do Carmo. Moura Cavalcanti. Pesquisa Escolar On-Line, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://www.fundaj.gov.br>.
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