quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Prédio Comercial Pioneiro: "A PERNAMBUCANA"

(Foto: Reprodução/recorte de jornal)
Esta foto dos anos 50, foi extraída das páginas do Jornal "Amapá", e compartilhada com o blog pelo amigo Paulo Tarso Barros.
O registro histórico na imagem - com a qualidade muito comprometida - nos apresenta a fachada de uma loja pioneira do comércio de Macapá - A Pernambucana - que por mais de 40 anos esteve atendendo ao público macapaense e que deixou boas lembranças por lá.
Localizava-se na Av. Presidente Vargas - Praça Veiga Cabral, no centro de Macapá.
Era comandada pelo Gerente Adaucto Benigno Cavalcante e contava entre os seus colaboradores, mais antigos,  com a figura simpática do "Seu" Medeiros, entre outros que integravam o quadro de vendedores da sortida Loja.
Entre os tecidos que eram oferecidos ao público destacavam-se os produtos da marca OLHO, que eram exclusividade da casa.

Leia a seguir, o artigo do historiador Nilson Montoril, publicado no Jornal Diário do Amapá...

Casas Pernambucanas em Macapá:

"No dia 28/10/1950, a cidade de Macapá ganhava uma loja famosa que tinha filiais em quase todas as capitais brasileiras. Naquela tarde de sábado, populares e autoridades concentraram-se na Avenida Presidente Vargas, trecho compreendido entre as Ruas São José e Cândido Mendes de Almeida para ver a inauguração do empreendimento denominado “Casas Pernambucanas”. Em outros tempos, mormente antes da criação do Território Federal do Amapá, a área correspondia a um largo corredor que ligava a Praça Capitão Augusto Assis de Vasconcelos e o velho Largo de São João, logradouros que depois tiveram seus primitivos nomes mudados para Veiga Cabral e Barão do Rio Branco respectivamente. Ali ficava o campo de futebol do Cumau Esporte Clube, a agremiação alviverde da cidade. O terreno já abrigava as obras da Agência dos Correios e Telégrafos. 

Às 15 horas, o governador interino do Amapá, Dr. Raul Montero Valdez chegou ao local para participar do expressivo acontecimento. Fazia-se acompanhar do Sr. Henrique Pehtelsohn, diretor da LUNDGREN TECIDOS S. A, importante firma têxtil e comercial brasileira, cuja matriz estava sediada em Paulista, pequena cidade pernambucana que integrava o distrito de Olinda. Henrique Pehtelsohn fez um breve relato sobre a construção da loja que tinha fábricas próprias. Destacou a colaboração do governo do Amapá e agradeceu o carinho dos macapaenses, alguns acostumados a comprar produtos da firma, principalmente fazendas, quando iam a Belém ou a outras cidades do Brasil. Apresentou ao público e às autoridades os senhores Adaucto Benigno Cavalcante, gerente da filial e Armando Drummond, fiscal da aludida firma. O Dr. Valdez também fez uso da palavra e declarou As Casas Pernambucanas como inaugurada. Após a inauguração foram servidos “frios, gelados e doces”. O senhor Adaucto Benigno Cavalcante dirigiu o empreendimento por um longo período e participou de inúmeras atividades de cunho beneficente na cidade de Macapá. Era natural do Estado do Ceará e trouxe sua família. Seus filhos e filhas foram meus contemporâneos dos tempos de estudante e esportista. Com ele atuaram dedicados funcionários, merecendo destaque os senhores Nelson Medeiros e Aquino. No inicio a loja só vendia tecidos e roupas. O logotipo da firma era bem interessante e compreendia dois losangos que tinham em seu interior um olho grande. Por isso, as fazendas que a Lundgren Tecidos fabricava eram rotuladas como tecidos da “Marca Olho”.

As donas de casa de Macapá e de outras localidades adjacentes a capital amapaense compravam tecidos, toalhas de banho e de mesa, lençóis, fronhas, colchas, travesseiros e outros produtos na filial de Macapá. Os homens preferiam as camisas da marca Lunfor. Depois, a linha de produtos diversificou-se com a venda de tapetes, cortinas, pano para copa, eletrodomésticos, informática e similares. Em 1970, com o lançamento do “Crediário Tentação” o volume de vendas aumentou assustadoramente. O cliente podia dispor do carnê e do cartão de crédito, A firma “Casas Pernambucanas” surgiu em Pernambuco, no dia 25/9/1906, fundada pelo sueco Herman Theodor Lundgren, que havia chegado a Recife em 1885. Inicialmente atuou como corretor e agente de navios estrangeiros. Como falava fluentemente inglês e alemão, servia de interprete a passageiros e tripulantes de embarcações que faziam linha entre a Europa e Pernambuco. Antes da fundação da loja de tecidos, Herman Lundgren montou uma revenda de pólvora e fertilizantes. Também exportava cera de carnaúba, sal e pele de animais. No inicio de 1904, Herman comprou a Companhia de Tecidos Paulista e ingressou no ramo da indústria têxtil. Em 1908, instalou na Praça da Sé, em São Paulo a primeira loja fora de Pernambuco. Entre os anos de 1970 e 1990, começaram as disputas dos herdeiros de Herman Lundgren e o empreendimento sofreu drástica regressão. Apenas o grupo capitaneado por Arthur Lundgren Tecidos, que operava em São Paulo, prosperou e ainda ocupa lugar de destaque no comércio brasileiro. A loja de Macapá foi à falência."
(Nilson Montoril)

Artigo publicado no Jornal Diário do Amapá


Referência Histórica - Quando Herman Theodor Lundgren, o sueco radicado no Recife, adquiriu uma fábrica de tecidos localizada em um pequeno povoado no litoral do Estado de Pernambuco, no início do século 20, talvez não imaginasse que, anos depois, esse empreendimento prioritariamente atacadista se transformaria na principal referência do comércio de varejo de todo o país.
Um século após a inauguração da primeira Casa Pernambucanas, em 1908, a Empresa gradativamente tornou-se para o público brasileiro um sinônimo de qualidade, versatilidade e tradição - esta última forjada principalmente pela inovação e pelo pioneirismo que sempre marcaram a sua história.
 Exemplos disso não faltam. A Pernambucanas sempre buscou estar um passo à frente da concorrência por meio de uma política empresarial empreendedora, que proporcionou grandes inovações em várias fases da sua trajetória. 
Ideias que hoje parecem corriqueiras foram consideradas ousadas em suas respectivas épocas, devido ao seu pioneirismo. Pode-se citar as versatilidades dos vários segmentos de produtos (Lar Têxtil, Vestuário e Eletro), a criação do carnê de pagamento (crediário) e do cartão de financiamento próprio, a implementação da automação comercial (código de barras), a aceitação dos mais diversos cartões de crédito do mercado, além da inclusão da área de serviços financeiros dentro de seu escopo de atuação (seguros e garantias estendidas).
Outras ações da Pernambucanas também fizeram história. A força de trabalho feminino sempre esteve presente em nossa empresa. Mesmo antes da formalização do trabalho feminino, a Pernambucanas já apoiava essa mudança, que foi assegurada pela Constituição de 32, garantindo direitos exclusivos às mulheres e igualando salários e jornadas de trabalho.Inicialmente as mulheres realizavam trabalhos relacionados administração, contabilidade e caixa. Foi no começo da década de 70, que essa história começou a mudar.
 Após lançar a venda de confecções, as mulheres passaram a atuar como vendedoras, exercendo um papel determinante nessa nova fase. Essa relação de trabalho também proporcionou, já nos anos 80, a inauguração de um berçário para as colaboradoras-mães que atuavam na sede em São Paulo.
Diante dessas oportunidades de crescimento e trabalho, os anos 2000 foram marcados por mulheres qualificadas, que chegaram a cargos de destaque e gerência em várias lojas.Esse compromisso entre a Empresa e funcionário se fortaleceu ainda mais quando, em 2005, foi inaugurada a Universidade Corporativa Comendadeira Helena Lundgren, um centro de qualificação profissional que oferece treinamentos e capacitação para os mais de 15 mil colaboradores da rede.
Além do Memorial Pernambucanas, com 60 mil fotos, 10 folders, boletins e cartazes, livros de registros e jingles comerciais.Muitas décadas antes do conceito de marketing agressivo e do advento da tecnologia e suas novas mídias, a Pernambucanas decidiu acompanhar de perto a expansão industrial do país e a formação de novas cidades, na primeira metade do século passado. Interior do Brasil adentro, a empresa utilizou porteiras de fazendas, cercas, troncos de árvores, grandes pedras, morros e lonas de circo, entre outros pontos, para divulgar a sua chegada.O impacto desta forma inusitada de publicidade foi tão grande que consolidou o nome da empresa e, logo, a Pernambucanas se tornou um símbolo de prestígio e modernidade, inclusive sendo convidada por prefeitos a abrir filiais em novos municípios. "Para ser um município tinha que ter uma igreja, um banco e uma Pernambucanas".
Os anos foram passando, o Brasil passou por várias transformações e Pernambucanas continuou a imprimir sua marca por onde passou, com ações administrativas e comerciais inovadoras, marketing atuante com o surgimento de novas mídias, ousadia na inclusão de novos negócios e inauguração de dezenas de lojas. Hoje, pode-se dizer com toda certeza que, desde a sua fundação, a Pernambucanas anda de mãos dadas com o desenvolvimento econômico nacional e faz parte da história recente do país.  Fonte: www.pernambucanas.com.br 
(Post repaginado e atualizado dia 07/11/2013)

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