domingo, 5 de janeiro de 2014

Morre em Macapá, o Professor Santacruz Barbosa Chagas - Pioneiro da Educação

Faleceu na madrugada deste sábado 04 de janeiro de 2014, em Macapá, o professor Santacruz Barbosa Chagas.
Santacruz Chagas nasceu no Arquipélago do Bailique, interior do Amapá, no dia 3 de maio de 1937. Filho de Francisco Chagas Farias e Filonise Barbosa Chagas.
Seu pai era fazendeiro e, quando Santacruz não estava estudando, ia para o campo cuidar do gado.
Santacruz sentia a necessidade de adquirir conhecimento e por isso, decidiu se mudar para a capital do Território Federal, Macapá, e morar na casa de parentes. Quando estava terminando o ginásio na Escola Industrial de Macapá, resolveu parar de estudar ao visualizar uma oportunidade em sua vida: a Secretaria de Educação estava precisando de professor. Fez o teste e foi aprovado para lecionar. Trabalhou na primeira escola em 1957, no Alto Oiapoque, que fica na área fronteiriça do Rio Oiapoque.
A Secretaria de Educação tinha um critério que antes de trabalhar na capital, os professores tinham que acumular pontos em escolas do interior. A avaliação da pontuação era estabelecida de acordo com a distância, o isolamento e a dificuldade do local apresentado. A última escola no interior que Santacruz trabalhou foi em Ferreira Gomes, em 1962.
Quando voltou a Macapá, Santacruz completou seus estudos no Instituto de Educação e também fez o curso pedagógico. Mesmo trabalhando, ele não parou de se especializar e realizou o Curso de Alta Direção em Gestão de Sistemas de Informação (CADSI) em História e Letras, ofertado pela Universidade Federal do Pará (UFPA) através da faculdade de Filosofia; e estudou Administração Escolar na Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), que naquele período funcionava como um núcleo de educação vinculado à UFPA.
Foi professor das disciplinas Educação Moral e Cívica, Organização Social e Política do Brasil, História e Geografia. Trabalhou em diversas escolas como o Alexandre Vaz Tavares, Instituto de Educação, Zolito Nunes, Padre Dário e se aposentou em 1983, como diretor do Colégio Castelo Branco. Também exerceu a função de presidente da Comissão Territorial de Bolsa de Estudos, que verificava se os alunos de Belém (PA) tinham condição de pagar os seus estudos.
Santacruz Barbosa Chagas foi casado, por 50 anos, com a professora Maria Vitória da Costa Chagas, com quem teve oito filhos, mais de 20 netos e cinco bisnetos. Vitória, também pioneira da educação amapaense, foi professora de matemática e ciências, diretora, presidente da Associação dos Professores, Secretária de Educação e Presidente do Conselho de Educação.
Santacruz recebeu a oportunidade de seu amigo Júlio Pereira (falecido), para fundar o Partido Democrata Trabalhista (PDT) no Amapá. No partido, foi presidente do Diretório Municipal e Chefe de Gabinete do Vereador Júlio Pereira. Continuava filiado, mas não desempenhava nenhuma atividade, apenas votava e em período de eleição, visitava os seus conhecidos.
Santacruz ajudou na fundação do Jornal do Dia, no dia 4 de fevereiro de 1987. Júlio Pereira foi o primeiro Presidente e Santacruz Chagas, o diretor administrativo e financeiro do jornal. Depois Santacruz recebeu o convite de Júlio Pereira para chefiar o  Setor Pessoal e Financeiro  da  Betral. Seu último trabalho foi na Faculdade Seama, em 2002, quando foi secretário-geral na formação da instituição e teve que sair para fazer tratamento dentário, e, desde então, resolveu parar de trabalhar. (por Babi Cantuária - Jornal Tribuna Amapaense)
Santacruz Barbosa Chagas - que vinha sofrendo problemas respiratórios - veio a faleceu no sábado 04 de janeiro de 2014, aos 76 anos de idade. Seu corpo foi velado por todo o dia, na residência da família no bairro do Laguinho, e sepultado às 17 horas no Cemitério de N.S. da Conceição, no Centro da cidade.
Fonte: Jornal Tribuna Amapaense
Texto original de Babi Cantuária, adaptado e atualizado especialmente para o blog Porta-Retrato.
Foto; Arquivo da família (reprodução do Facebook)
(Última atualização em 7 de janeiro de 2014)

3 comentários:

  1. Deus o tena. Foi um grande exemplo. Lutou até o fim e nos ensinou muito.

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  2. Foi um homem sensacional em vida. Cumpriu seu papel, educou e mostrou a todos como é ser um homem honesto e bom. Fique em paz.

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  3. Não desfrutei da amizade do prof. Santa Cruz, porém sempre ouvi boas referências dele, tanto como profissional da Educação, como ser humano. Que ele descanse sob a proteção Divina.
    Genezio Cardoso do Nascimento

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