sábado, 18 de janeiro de 2014

Prof Maria Alves de Sá - Pioneira do Magistério Amapaense

Nossa homenageada de hoje é a professora Maria Alves de Sá.
Prof Maria Sá é natural do rio Tartaruga, pertencente ao município de Afuá, no Estado do Pará. Filha de Antônio Dias de Sá e Virgínia Dias de Sá, está no Amapá há 75 anos. Ao chegar a Macapá, passou a residir, com a família, na antiga Rua da Praia, hoje Orla de Macapá. Conta que sua diversão era subir nas mangueiras ali existentes, colher mangas e tomar banhos de praia. Todavia a família teve de retor­nar em 1942, ao outro lado do Rio Amazonas, para as Ilhas Furos dos Porcos, pois estava em alta a colheita do látex das seringueiras. Porém, sua genitora que costurava para fora, percebeu a necessidade de dar estudos aos filhos e como já tinham residência em Macapá herança ma­terna, retornaram. Naquele mesmo ano (1942), come­çou a estudar em um dos primeiros Grupos Escolares de Macapá, na casa de Dona Sofia Mendes Coutinho, (mãe da saudosa prof. Guita - Raimunda Mendes Coutinho).
Após a criação do Território Federal do Amapá, em 1943, e a instalação do Governo em 1945, o Governador Janary Gentil Nunes construiu o Grupo Escolar Barão do Rio Branco, onde, segundo ela, teve "a honra de ser da primeira turma que ali estudou e se formou".
Professora Maria Sá, relembrando sua juventude. afirma que sempre teve um objetivo na sua vida; hoje algumas pessoas lhe perguntam por que não casou? “Não casei, porque eu acho que não é a única opção para a mulher. Eu queria trabalhar queria vencer na minha profissão, e se depois viesse o casamento, que dentro dele eu tivesse minha inde­pendência econômica e depois eu me afeiçoei tanto ao meu trabalho, porque, desculpa a falta de modés­tia, minha tendência à Educação foi mais do que uma profissão, é uma vocação. Pautei-me nisso e estou muito feliz assim”.
Com o falecimento do seu genitor aos 14 anos Maria Sá teve que continu­ar seus estudos e trabalhar;  ela exerceu as funções de atendente no Hospital Geral de Macapá. “Nessa época estava no ginasial, completei meus estudos sempre trabalhando”.
Depois de concluir o Científico, Maria Sá, foi prestar vestibular na Uni­versidade Federal do Pará (UFPA) em Belém (PA) e aos 19 anos ingressou na Faculdade de Filosofia, fez o Bacha­relado em Ciências Sociais e depois a Licenciatura Plena em Pedagogia que preparava para o Magistério. “O meu retorno após a formatura foi meio difícil, pois cheguei ao início de 1964 e logo em seguida eclodiu a revolução militar e o Amapá estava recebendo o primeiro governador do novo regime General Luiz Mendes da Silva. Mas, apesar disso eu tinha conhecidos na nova administração, e fui nomeada. Minha primeira escola foi o então Instituto de Educação do Amapá (IETA), onde eram formados os professores amapaenses, das escolas publicas foi à única onde lecionei às áreas de Ciências Sociais e Pedagogia”.
Um dos alunos da mestra Maria Sá, que ela destaca como um grande nome da educação amapaense, é o prof Leonil de Aquino Pena Amanajás, hoje magnifico reitor do CEAP. Relembrando outros nomes ela conta que suas di­retoras foram grandes mestras como a Professora Wanda Jucá, Raimunda Aciné Garcia Lopes de Souza, Blandina, Annie Viana da Costa, que também foi Secretaria de Educação, representante do MEC no Amapá. Mesmo atuando numa época de turbilhões sociais e lecionando matérias que mexiam com esse segmento, ela declara que sempre trilhou o caminho da moderação e na expressão de suas ideais. “Eu não era omissa, mas sempre procurava não me exceder, tanto que não tive nenhum problema com todos os governadores militares até o governador Anníbal Barcellos”.
Nossa biografada iniciou o exercício do magistério no IETA. “Nessa época foi criada em Macapá uma extensão da UFPA(Universidade Federal do Pará), já preparando professores para refor­ma do ensino com a implantação da Lei Federal 5692/76 que mudava a estrutura.  A pessoa que era res­ponsável pela implantação desse programa - Antônio Gomes Moreira Junior que tinha sido meu professor e sabia que eu morava Macapá - sugeriu meu nome para coordenar a formação dos professores a nível de 1º e 2º Graus; fiquei 20 anos no campus, até quando foi criada a nossa uni­versidade, a UNIFAP, onde assumi a reitoria pro tempore por dois anos”.
Depois que saiu da UNIFAP, a professora Maria Sá foi convidada a atuar no Centro de Ensino Superior do Amapá (CEAP) como Assistente Técni­ca durante cinco anos; em seguida foi atuar no Tribunal de Contas do Estado como Chefe de Gabinete da Presidên­cia, na época Conselheira Margareth Salomão de Santana, durante sete anos; atuou nas Faculdades SEAMA como Coordenadora Acadêmica, co­ordenadora Pedagógica e terminou como Ouvidora Geral da Faculdade. Além desses cargos foi membro e presidente do Conselho Territorial de Educação e do Conselho de Cultura do Estado, até 2011. “Aposentei-me com 30 anos de serviço(1992), porém continuei a atuar nas escolas privadas (CEAP, SEAMA). Hoje estou somente me dedicando à leituras”.
Fonte: Jornal Tribuna Amapaense
Matéria e foto maior de Reinaldo Coelho (Tribuna Amapaense).
Foto em P/B - Reprodução do blog  da Amapatec)

Um comentário:

  1. preciso muito falar com a professor Maria Alves de Sá se alguém pude me informar o endereço dela ou telefone eu agradeço muito é para um trabalho de tcc (tema: Pioneiros da Educação no Amapá)
    meu email antoniodiasfil@gmail.com

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