terça-feira, 25 de agosto de 2015

Foto Memória do esporte amapaense: “Pedro Bala” – um craque por excelência !!!

O Lendário "Pedro Bala"


Na terça-feira, 25 de agosto de 2015, publicamos aqui no Porta-Retrato, um texto reproduzido do blog Memorial Santanense, sob o título “O lendário 'Pedro Bala'."
Com a devida licença do autor da matéria, Emanoel Jordânio, republicamos o texto em nosso blog, com as devidas adaptações e atualizações que se faziam necessárias, com o título: “Pedro Bala” – um craque por excelência!!!
A propósito do assunto, recebemos dia 26/08 um simpático e-mail de Ouzitinha de Jesus Pacheco Gomes, única filha natural e legítima desse memorável craque, nascida em 21/05/1963, no Hospital da Icomi, em Santana/AP.
Tininha Gomes, como é também conhecida, conta que nasceu cinco meses após o trágico óbito do pai, pois, quando isso ocorreu, sua mãe, Raimunda Nonato Pacheco Gomes, encontrava-se grávida há quatro meses, dela.
Em seu contato, Tininha solicita que sejam retificadas algumas informações anteriormente publicadas na matéria, o que fazemos agora, com nossas desculpas à família, e aos nossos leitores.
Lembramos que "Pedro de Oliveira Gomes, foi um desportista que passou pelo Amapá, e tornou-se um sinônimo de agilidade e destreza com uma bola nos pés. Ele apareceu por lá, em meados da década de 1950, com intuito de trabalhar numa empresa que estava, inicialmente, implantando um ousado projeto de exploração e exportação de minério de manganês." 
Ao contrário do publicado, Tininha Gomes informa que seu pai nasceu na localidade de Quitéria, município de Viseu/PA, de onde saiu na adolescência para morar na capital, Belém/PA, no bairro da Cidade Velha, com sua tia paterna, D. Riquinha.  Afirma ainda, que ele nunca trabalhou com móveis, tampouco dirigiu veículos pesados.
Segundo Tininha, Pedro Bala, na época, começou a sua carreira de desportista no consagrado Clube do Remo, só se desligando do Leão Azul quando foi convidado a jogar no Santana Esporte Clube, concomitante à oferta de emprego na ICOMI. Assim, condicionado a atuar no Santana, aceitou o emprego na ICOMI e se mudou para Macapá/AP. 
Tininha assegura que desde seu início de trabalho na ICOMI, o renomado craque sempre desempenhou suas funções nos setores administrativos da mesma, sem nunca ter trabalhado no Departamento de Transporte, tampouco de Manutenção.
Sobre a vida pessoal, Tininha conta que seu pai, casou-se uma única vez, em 07/07/1962 com Raimunda Nonato Pacheco Gomes, que à época reinava como Rainha do Carnaval 1962 e Miss Amapá 1962, ambos os títulos conquistados defendendo o Santana Esporte Clube, daí porque este clube ofereceu aos nubentes majestosa festa, para mais de mil convidados, com a Igreja de São José não cabendo tantos convidados e curiosos, que, então, queriam assistir ao casamento da Rainha e Miss com o eminente craque e ídolo da torcida amapaense. Sobre sua mãe, a Miss, Tininha conta que, Raimunda Pacheco, antes de casar-se trabalhou no Lóide Aéreo Nacional e hoje, economista, aposentou-se pelo Banco do Brasil. 
Desse breve e feliz matrimônio, ela, é a única filha.
Segundo versão de Tininha Gomes, a brusca e trágica morte de seu pai, ocorreu no dia 24/12/1962, quando, por volta das 08h30min/09h00 da primeira manhã das férias dele, dirigiu-se para tomar o transporte próprio da ICOMI com destino a Macapá e enquanto aguardava, passou em uma lambreta, já com alguém na garupa, seu amigo, Sr. Alfredo. 
A pedido de Alfredo, Pedro Bala - justificando que não queria demorar a voltar pra casa, pois a Raimundinha ficara sozinha e estava grávida - trocou sua vaga no transporte conduzido pelo Sr. Pedro Conceição, pela carona na garupa da lambreta do amigo Alfredo. 
Às proximidades do lugarejo Coração, antes de 09h30minh, um veículo em ultrapassagem, atingiu os dois viajantes da lambreta, que faleceram de imediato, no local.
A versão da Polícia, publicada anteriormente, está completamente diferente da dela.
O primeiro a avistar o local do acidente foi o motorista José Rodrigues Machado (que prestava serviços de frete para o Governo Territorial), que seguia logo atrás de Pedro Bala e estranhou não ter mais lhe visto alguns metros após a frente, e somente deu conta que algo terrível havia ocorrido quando notou rastros de pneus na pista de terra úmida (na época a referida rodovia ainda não era asfaltada, e havia chovido horas antes naquela área).
Apesar do esforço dos socorristas, nada puderam fazer, pois o óbito ocorreu no local do acidente, na verdade dos dois ocupantes da lambreta (Sr. Alfredo, proprietário e Pedro Bala, carona).
O sepultamento ocorreu no mesmo dia 24, por volta das 19h00minh e toda a programação natalina que o Santana Esporte Clube organizara para aquele dia foi cancelada em luto total.
Mesmo não tendo tido tempo para deixar muitos herdeiros genéticos, (apenas Tininha como filha), Pedro Bala deixou herdeiros nos campos, e imortalizou sua genialidade como artilheiro daquele ano, sendo anualmente homenageado pela diretoria da ICOMI nos campeonatos internos da empresa.
Outro grande reconhecimento deixado pelo poder público ocorreu em 1986, quando o então prefeito de Macapá Raimundo Azevedo Costa, sancionou o Decreto Municipal 0109/86, dando o nome Pedro Bala, para uma avenida situada no bairro Nova Esperança, mantendo assim a boa lembrança do jogador nº 01 do “Canário”, do funcionário padrão da ICOMI, e de um atleta que deixaria um legado escrito na história do futebol amapaense.
Fonte: Texto originalmente publicado por Emanoel Jordânio, no blog Memorial Santanense, devidamente revisado e adaptado para o Porta-Retrato/Macapá.
Post reeditado e republicado com as retificações solicitadas por Ouzitinha de Jesus Pacheco Gomes, única filha natural e legítima de Pedro Bala.

3 comentários:

  1. Édi Prado - Parabéns, Janjão. Belo resgate histórico. Belíssimo trabalho.

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  2. Embora estudando na mesma escola e sendo vizinha da viúva, não conheci pessoalmente esse atleta. Lembro bem do fato e o relato da filha dele é exatamente o que eu conheço. Foi um dia de grande consternação para muitos.

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