terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Foto Memória do Carnaval Amapaense: Munhoz, inveterado folião momesco

O professor Antônio Munhoz, é um dos foliões mais animados nessa época momesca.  Desde cedo sempre gostou de Carnaval.
A memória do Carnaval de Macapá, tem inúmeros registros do ilustre mestre – hoje (2017) aos 85 anos – aproveitando os folguedos carnavalescos.
Encontramos este, publicado por Sarina Santos, em sua página no Facebook, que diz ser a primeira foto de Antônio Munhoz tirada no primeiro Carnaval dele, em Macapá, em 1960, pois lá chegou em outubro de 1959.
A foto, que tem 57 anos, foi tirada no antigo Aeroclube de Macapá, ele com Lígia Cruz, na época famosa rádio atriz e sua grande amiga até hoje.
Lígia, lúcida e com idade bastante avançada, mora com a família, no Rio de Janeiro.
Fonte: Facebook

Foto Memória do Carnaval Amapaense: A mutante boneca da BANDA

Nosso registro fotográfico de hoje, vem do acervo histórico do amigo historiador Nilson Montoril de Araújo. 
O post original foi publicado em sua página no Facebook.
Segundo Nilson, desde o surgimento da boneca criada pelo Cutião, na terça-feira gorda do Carnaval de 1967, em Macapá, sua estrutura e semblante variaram bastante.
A primeira boneca foi confeccionada na quadra da Escola Coaracy Nunes e nada tinha a ver com o Bloco do Amapá Clube. O encontro entre os brincantes do bloco “A Banda” com a turma do Cutião se deu por acaso, na confluência da Avenida Mendonça Júnior e a Rua Leopoldo Machado. Ao ver a boneca, o Savino gritou: "Olha a Chicona". Desde estão, o nome da boneca corresponde ao tratamento que minha prima Francisca Monteiro recebeu de amigos, entre eles o Savino.
A foto desta postagem é da década de 1970, e mostra duas figuras conhecidas: Professor Antônio Munhoz à frente da boneca e o saudoso Paulo Silva (Paulão, do atabaque vestido de árabe) um pouco atrás.
Fonte: Facebook

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Foto Memória de Macapá: Macapá teve uma igreja católica, antes da Matriz de São José

Segundo o historiador Nilson Montoril de Araújo, embora a igreja de São José, seja o mais antigo monumento patrimonial da sua história, não foi a primeira a ser erguida na “Província dos Tucujú”.
O primeiro templo era bem humilde, tendo um altar de madeira, sobre o qual ficava a imagem de São José, pai putativo de Jesus Cristo.
Deve ter sido construída ainda no final do ano de 1751, na área onde está erguida a Fortaleza. Pouco tempo depois, ainda no mesmo local, foi erigido um novo templo, em taipa, e coberto de palha.
A Paróquia de São José de Macapá foi criada em 1752, sendo nomeado como Vigário o Pe. Miguel Ângelo de Moraes, presente no povoado desde novembro de 1751. No dia 4 de fevereiro de 1758, ocasião em que o povoado de Macapá foi elevado à categoria de vila, se deu o lançamento da pedra fundamental de uma nova igreja, no Largo de São Sebastião.
A 6 de março de 1761, o templo foi inaugurado.
As plantas foram elaboradas pelo Sargento Mor da vila e aprovadas pelo arquiteto italiano Antônio Landi, especialista em cartografia e construções.
O aspecto do templo era bem singular (foto acima).
Nas laterais havia uma porta e uma janela alta. A frente do prédio tinha uma porta central de uma só folha. Ao alto, figuravam duas janelas gradeadas com ferro. Ao lado esquerdo do templo se levanta um campanário com uns 15 metros de altura. Em cada face do campanário há um sino.
O acesso ao campanário era feito por uma porta posterior à fachada, cujo acesso era feito através da “Passagem Espírito Santo”, existente à esquerda do templo, entre o ele e a Casa Paroquial.
A escada que leva ao piso onde são puxadas as cordas dos sinos é de madeira.
À direita da Igreja de São José havia a “Passagem Santo Antônio”, separando a casa de orações do prédio do Senado da Câmara.
Conforme a planta da Vila de São José de Macapá, traçada em 1761, pelo Capitão Engenheiro João Geraldo Gronsfeld, a igreja tem a frente para a Rua São José. O fundo demanda para o “Largo dos Inocentes”, cortado por uma estreita via denominada “Rua dos Inocentes”. Os moradores do Largo dos Inocentes usavam as passagens Espírito Santo e Santo Antônio para terem acesso ao Largo de São Sebastião, posteriormente Largo da Matriz, e a outros logradouros do burgo
Até o início da década de 1980, carros e outras viaturas trafegavam pelas duas passagens. 
(Foto: Reprodução/Google Earth)
Para evitar danos à igreja, o poder público autorizou a então Prelazia de Macapá a fechar, com grades de ferro, a "Passagem Espírito Santo" , permitindo que os padres se movimentassem com tranquilidade entre a Sacristia e o imóvel onde residiam. 
Por ocasião da ampla reforma pela qual passou a Biblioteca Elcy Rodrigues Lacerda, erguida na área do velho Senado da Câmara, a largura da Passagem Santo Antônio foi drasticamente reduzida.
As alterações feitas no contorno da igreja foram amplamente aprovadas pela população, haja vista que o barulho produzido por veículos automotores e indivíduos contrários ao catolicismo perturbavam as orações, as missas, as novenas, as celebrações de casamentos e a ministração do batismo e crisma. 
A coberta da igreja sempre foi de telha de barro, com um considerável beiral que protegia as paredes. Há informes de que suas características do estilo arquitetônico inaciano foram sendo modificadas com as reformas introduzidas. 
A reforma mais expressiva, feita antes da chegada dos padres italianos, é mérito do sacerdote francês François Rellier, no início do século dezenove. 
O registro descritivo mais rico em detalhes é obra do Padre Júlio Maria Lombaerd, que desembarcou em Macapá a 27 de fevereiro de 1913, egresso de Belém. Além de descrever aspectos da cidade, Padre Júlio fala da igreja: “Da cidade baixa, fomos para a cidade alta, construída na planície. Primeiramente chegamos a uma grande praça, de mais de dois hectares de superfície. É a Praça da Matriz. E, realmente, na nossa frente, do lado oposto da praça, ergue-se solene, quase majestosa, uma grande igreja de pedra. Destaca-se no meio de tudo que a cerca. De construção regular, coberta de telhas francesas, com uma torre ao lado, como todas as igrejas brasileiras, tem um tríplice pórtico, encimado de três belas janelas com vidro. Uma escultura simples, mas de bom gosto. Termina com o pinhão que serve de base para uma cruz branca, dando ao conjunto um toque de esperança e de futuro. Um pavimento ladrilhado, à maneira europeia, forma diante do pórtico, uma bela plataforma que termina de cada lado, com uma coluna de madeira com lâmpadas para iluminação”.
Observa-se que, nos termos da narrativa do Padre Júlio Maria Lombaerd, na fachada da igreja já existiam três portas, três janelas com vidros e pinhões no frontispício. São detalhes arquitetônicos que passaram a figurar após as reformas feitas por iniciativa do Padre Rellier. A iluminação das ruas e travessas de Macapá era a querosene, havendo um servidor municipal que acendia e apagava as luminárias. Voltemos às narrações do Padre Júlio Maria Lombaerd: “Entrando no Santuário, onde não pude conter uma exclamação – Que igreja bonita! E de fato, é uma das mais belas que encontrei, até agora, nesta terra brasileira. É simples e muito e muito simples mesmo e, por conseguinte, sem pormenores arquitetônicos; mas esta simplicidade lhe comunica algo de majestoso, quase misterioso. Tendo apenas uma nave central, sem as laterais, permite-nos vê-la, no conjunto, com o primeiro relance de olhos e avaliar suas dimensões. A nave, da porta de entrada até a mesa de comunhão, mede 22 metros de comprimento por 11 de largura. A estrutura é regular e sem saliências. As paredes são brancas; o piso é de ladrilhos de cimento, com desenhos variados e três divisões com imitação mosaica, marcando a linha média da nave. O altar-mor está bem acima do piso, com seis grandes degraus. De cada lado do altar estão dois outros altares, do mesmo modelo, porém menores. Um tem, na última banqueta, a imagem do Sagrado Coração de Jesus; o outro a de Santo Antônio, mas, na banqueta principal está a imagem de São José, o padroeiro da igreja. O coro é separado do corpo da igreja por uma magnífica mesa de comunhão de ferro fundido. Nesta parte, o corpo da igreja se estreita de maneira a deixar bastante espaço, a cada lado da mesa de comunhão, para dois altares; um consagrado a São Benedito, e outro, a Nossa Senhora, ou antes, a um grupo de Santas Virgens. Há umas três ou quatro imagens destas Virgens, todas bem estragadas; umas mais do que as outras – carcomidas, quebradas. A uma falta mão; a outra braços. São todas pintadas de cores berrantes, quase ridículas.
Do lado do Evangelho está um lindo púlpito esculpido em cedro. No meio da igreja há dois altares laterais, um em frente ao outro. Um consagrado não sei a qual santo, porque há as imagens de São Miguel, São Vicente de Paulo, São Raimundo Nonato, São José e São Tomé, etc. Uma coleção de antiguidades. O do outro lado é consagrado à Sagrada Família. Ao entrar na igreja, o fiel podia ver dois altares separados por uma linda grade de ferro fundido. Um é o altar – túmulo (à direita), com a imagem do Salvador no sepulcro. É encimado pela imagem de Jesus carregando a cruz. Do outro lado está o batistério”.
A partir do segundo semestre de 1948, outras modificações aconteceriam. Presentes nas terras do Amapá desde 1911, os Padres da Congregação da Sagrada Família a deixaram em junho de 1948, repassando ao Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras a missão evangelizadora que haviam recebido em 1911. Os sacramentinos foram substituídos pelos sacerdotes italianos. Os dois primeiros, Aristides Piróvano e Arcângelo Cerqua, chegaram dia 29/5/1948. No dia 25 de junho de 1948, chegavam a Macapá, por via fluvial, os padres Luiz Viganó, Mário Limonta, Lino Simonelli, Carlos Bassanini e Vitório Galliani. Mestre em restaurações, o Padre Mário Limonta ficou encarregado de reformar a igreja e a casa paroquial.
No fundo do templo, foi modificado o altar central, permanecendo nele a imagem de São José. 
Nos altares ao lado, as imagens do Sagrado Coração de Jesus e a de Santo Antônio de Lisboa cederam espaço para dois belos painéis pintado pelo Pe. Lino Simonelli.
(Foto  de Paulo Tarso)
À esquerda, cena da Sagrada Família fugindo para o Egito. 
(Foto de Paulo Tarso Barros)
À direita, a Sagrada Família foi retratada trabalhando na oficina de carpintaria de São José. 
A Imagem do Sagrado Coração passou a ocupar o altar onde ficava a imagem de São Benedito, à esquerda da mesa de Comunhão.
 À direita, saíram as Santas Virgens, colocando-se na banqueta a Imagem de Nossa Senhora do Rosário. Os altares laterais da nave principal foram eliminados. O púlpito permaneceu recebendo melhoramentos. A mesa de comunhão de ferro fundido foi retirada e substituída por outra de alvenaria. A igreja foi pintada por dentro e por fora.
Nas laterais foram abertas três portas de cada lado e fechadas as janelas. Posteriormente, em decorrência das decisões do Concílio Vaticano II, a mesa de comunhão deixou de existir, retirou-se o púlpito, o batistério e os bancos próximos ao altar principal. Os padres passaram a celebrar a missa em português e de frente para os fiéis. Com o advento da nova catedral, surgiu a ideia de transformar a velha igreja no Santuário de São José, com a reinstalação dos pormenores de outras épocas.
(Fotos de Paulo Tarso Barros)
Observa-se no interior da igreja que há várias pedras tumulares indicando o local onde teriam sido sepultadas pessoas gradas da comunidade macapaense(fotos acima). Essas lápides estão assentadas no piso e nas paredes, mas acredita-se que nenhum sepultamento foi realizado no interior do templo. A colocação de uma lápide dependia da atuação do morto no dia a dia da religião que professava, do status que o falecido e sua família ostentavam na cidade. O poder aquisitivo dos familiares também era vital para a obtenção da licença para a colocação das chamadas “lápides de penitência” ou “lápides de lembrança”. Os corpos das pessoas mencionadas nas lápides da igreja teriam sido sepultados no Cemitério Nossa Senhora da Conceição.
Texto do historiador Nilson Montoril, publicado originalmente no blog do autor: Arambaé.
Fonte consultada: A Fortaleza de Macapá como monumento e a cidade como documento histórico (Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional por Jaqueline Ferreira de Lima Brito, como pré-requisito para obtenção do título de Mestre em Preservação do Patrimônio Cultural.)
Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Jaqueline%20Brito.pdf, consultado em 5 de fevereiro de 2017.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Foto Memória da Natação do Amapá: O Mestre e seus pupilos

Nossa Foto Memória de hoje, foi compartilhada pelo amigo Heraldo Amoras.
Heraldo foi aluno do Ginásio de Macapá; foi escoteiro e participou da turma de natação treinada pelo Capitão Euclides Rodrigues.
Entre as fotos que eles nos enviou tem uma dos anos 60, do Capitão Euclides, entre dois de seus pupilos: Furtadão e Furtadinho, atletas da natação amapaense.
HERALDO AMORAS – é amapaense, filho dos pioneiros Marcos Farias do Santos (in memoriam) e da Professora Maria Helena Amoras, (aposentada reside em Belém/PA).
Heraldo, que completará 65 anos dia 11 de março de 2017, é técnico especializado da Jari Celulose S.A.; tem como especialidades a Construção Civil, a topografia, projetos, fiscalizações, administração e supervisão
Fotógrafo nas horas de lazer, tem como hobby estudar a arte fotográfica.
Reside em Monte Dourado-Almeirim-Pará-PA, Brasil.
Quanto aos dois atletas, somente o Furtadinho, continua na ativa treinando na Piscina Olímpica de Macapá,  e vencendo provas de natação de que tem participado. 
Atualizações:
O amigo Heraldo Amoras envia ao Porta-Retrato fotos do amigo Furtadinho – LOURIVAL FURTADO DE SOUZA - tiradas no supermercado Fortaleza em Macapá, onde tiveram oportunidade de conversar sobre a natação amapaense e das dezenas de anos que não se falavam.
Lourival Furtado de Souza, participou nos dias 03 e 04-set-2016 do XXIII CAMPEONATO NORTE NORDESTE CENTO-OESTE MASTERS DE NATAÇÃO, troféu Umbelino Lobato (que também participou), no centro didático capitão Euclides Rodrigues.
A pedido do blog, o nadador Valdeci Barbosa, fez o seguinte comentário sobre os irmãos Furtado:
“ Amigo, os irmãos Furtado, Antônio e Lourival Furtado eram nadadores fundistas especializados em 1500 metros e travessia. Nas travessias da baia de Guajará sempre subiam o podium dos 5 primeiros colocados. 
O mais velho Antônio foi integrante da Guarda Territorial e já é falecido
O Lourival Furtado vive em Macapá e foi medalha de ouro várias vezes em torneios brasileiros de master.
No Amapá os irmãos Furtado foram campeões imbatíveis em suas especialidades e pertenciam a segunda geração que sucedeu os campeões de 1956/57 sob comando do Cap. Euclides. ”
Visite os trabalhos de Heraldo Amoras nos sites abaixo:
http://www.panoramio.com/user/2363390 
https://www.flickr.com/photos/128066722@N08/
(Última atualização às 01h do dia 13/02/2017)