A Foto Memória de hoje, permite à
editoria do Porta-Retrato, fazer múltiplas homenagens juntas, a pioneiros e
pioneiras do Amapá.
O registro pertence ao acervo do
ilustre professor Antônio Munhoz Lopes, que foi publicado em sua página oficial
no Facebook.
Segundo a própria legenda, são
imagens do professor Munhoz numa das comemorações de seu aniversário, em
Macapá, com os amigos: Maurice
Ghammachi; professora Niná Barreto; professora Aracy Mont'Alverne; professora
Zaide Soledade; Toninha Bezerra e Carlos Bezerra.
Ao lado de uma recheada mesa de doces estão a partir da esquerda o empresário Maurice Ghammachi ( de bigode
branco ) que foi proprietário da sortida Casa Gisele.
Seu Maurice
Ghammachi nasceu no Líbano, em 14 de agosto de 1916. Casou em 16 de dezembro de
1951 com Leila Ragi Ghammachi. Chegou em Macapá em dezembro de 1953, juntamente
com o irmão Aziz Ghammachi, e após trabalhar em atividade comercial itinerante,
abriu, anos depois, a CASA GISELE (fevereiro de 1953), funcionando inicialmente
na Avenida Ataíde Teive. Depois a loja foi transferida para a Rua Cândido
Mendes. O nome Gisele foi em homenagem à sua filha, atual médica, Gisele
GHAMMACHI.
Seu
Maurice faleceu em 24 de janeiro de 2005.
(Fonte: Informações da médica Gisele
Gammachi, filha do biografado, repassadas ao historiador Edgar Rodrigues e
gentilmente cedidas ao Porta-Retrato)
Outra pioneira que aparece nas imagens entre seu Maurice Gammachi e a
Professora Aracy Mont’Alverne, é a artísta plástica Niná Barreto Nakanishi.
Niná Barreto Nakanishi nasceu na cidade de Barcelona, Estado
do Rio Grande do Norte, no dia 9 de julho de 1929, filha do comerciante Luiz
Gomes Barreto e Evenca Gomes Barreto.
Desde jovem
mostrou tendência para a escultura, manuseando o barro, criando seus bonecos;
participou de cursos incentivada por sua família e ficou conhecida em Natal.
Chegou à Macapá, em 1948, instalando seu "atelier"
e conseguindo alguns alunos e, logo em seguida, foi contratada pelo governo do
Amapá e passou a exercer a função de Professora de Artes. Foi convidada e participou do
2.° Salão de Artes Plásticas na Universidade de Sergipe. Expôs seus trabalhos
em Belém, Estado do Pará, em 1971; no Distrito Federal em 1976; na
"Amostra de Artes" em Fortaleza - CE; em Brasília nas comemorações do
"Ano Internacional da Mulher" em 1976, além de sete exposições em
Macapá. Suas obras estão em museus ou em poder de
colecionadores na Itália, Japão, Estados Unidos, Alemanha, Holanda, Indonésia,
Portugal e noutros países.
Niná foi casada com Tatsuo Nakanishi de quem se desquitou.
Niná Nakanishi faleceu em Macapá, em 20 de setembro de 2003.
Niná é uma das pioneiras das artes e da educação no Amapá.
Fonte: (Informações fornecidas ao blog pela família de Niná)
Ao lado de Niná aparece a Profª Aracy Mont’Alverne, uma das
pioneiras de educação do Amapá.
Professora Aracy nasceu em Colares, Estado do Pará, no dia 13
de fevereiro de 1913, filha de Werneck Barbosa de Miranda e D. Raimunda Maria
de Miranda.
Estudou nos colégios de Belém e formou-se professora
normalista em 1933.
Começou a trabalhar como professora do Ensino Primário em
Belém, no período de 1933 a 1936.
Chegou ao Amapá, em 8 de dezembro de 1942, convidada pelo
então Governador Janary Gentil Nunes, ingressando no Quadro de Funcionários do
Governo na função de Professora dos Cursos Pré-Primário e Primário nivel l no
dia 2 de fevereiro de 1949.
Em 1962, foi promovida para o cargo de Professora do Ensino
Secundário.
Exerceu entre outros cargos a função de Diretora da Divisão
de Educação e Cultura em 1962; Diretora da Biblioteca e Arquivo Público em
1965; Orientadora do Ensino de 2.° Grau; Chefe da Assessoria de Relações
Públicas do Governo do Amapá em 1965;
Professora Aracy teve brilhante atuação como poetisa,
declamadora, musicista, escritora e teatróloga.
Lançou seu primeiro livro "Luzes da Madrugada" em
1988; compôs várias músicas entre as quais o Hino do CCA; escreveu várias peças
infantis; em 1997, a Associação Amapaense de Escritores - APES, lançou seu 2°
livro em homenagem aos seus 84 anos, "Arquivo do Coração" em agosto
de 97.
Casou-se com o Sr. José Jucá de Mont'Alverne, cidadão
respeitado e de tradicional família amapaense, de cuja união nasceram os
filhos: Ana Luiza, José Sebastião, Joacy Werneck, José Jorge, Ana Lourdes, Ana
Lúcia e Ana Lídia.
Aposentou-se em 1969 quando foi passar uma temporada em
Belém.
Faleceu em 01/02/2002.
Fonte: (Livro Personagens Ilustres do Amapá, obra de Coaracy
Barbosa vol II)
Por trás, entre a Profª Aracy e o Professor Munhoz, aparece o
rosto da pioneira Zaide Soledade.
Profª Zaide Soledade trabalhou em uma das primeiras lojas de
Macapá; mesmo sem estudo, virou professora e educou centenas de amapaenses;
conseguiu se formar, assumiu cargos públicos e entidades de classe; deu nome ao
Teatro das Bacabeiras, incentivou a criação da guarda municipal, foi atriz da
primeira novela produzida no Amapá, ("Mãe do Rio" - autoria de Ângela
Nunes, Joseli Dias e Gilvan Borges); fez figurações em comerciais, nos fez rir
e chorar de emoção.
Profª Zaide Soledade, faleceu na noite de 05.08.2016.
O aniversariante Antônio Munhoz Lopes aparece em seguida, de
óculos claros:
O Pioneiro Antônio Munhoz Lopes, filho do farmacêutico José
Ayres Lopes e D. Izabel Munhoz Lopes, iniciou seus estudos com professor
particular e prestou exames no Grupo Escolar Barão do Rio Branco, em Belém, em
1943.
Começou o ginásio no Colégio Nazaré dos Irmãos Maristas em
Belém, transferiu-se depois para o Seminário Metropolitano de Nossa Senhora da
Conceição.
Em São Luís do Maranhão, iniciou o curso de Filosofia,
recebendo a batina no dia 8 de dezembro de 1950.
Fez o curso jurídico em Belérn, na velha Faculdade de Direito
do Pará, bacharelando-se em 4 de outubro de 1959.
Ao chegar ao Amapá ingressou no governo do ex-Território em 8
de dezembro de 1958, na função de Delegado de Polícia da DOPS.
Em 1960 foi enquadrado na, função de Professor do Ensino
Secundário, lotado na antiga Divisão de Educação, tendo exercido os cargos de
Diretor do Colégio Amapaense (1960); Diretor da Divisão de Educação em 1963;
Secretário da Justiça Federal de Primeira Instância; Orientador Educacional;
Diretor do Conservatório Amapaense de Música em 1980; Diretor Adjunto da Escola
de Arte Cândido Portinari em 1990.
Em 1969 é escolhido o "Mestre do Ano", recebendo
uma caneta de ouro do Governador Ivanhoé Gonçalves Martins.
A crítica de cinema Luzia M. Álvares, do jornal "O
Liberal", considerou Antônio Munhoz "um dos pioneiros da verdadeira
crítica cinematográfica no Pará" (29.12.1972), fazendo parte do livro
"A crítica do Cinema em Belém".
Na sua ânsia pela cultura e pelo conhecimento dos costumes
dos povos, visitou o Japão, China, Indonésia, Cingapura, Tailândia, Índia,
Nepal, Egito, Israel, Turquia, Rússia, África do Sul, Quênia, Marrocos, México,
Finlândia.
Além da Europa, conhece os Estados Unidos e Canadá.
O jornalista Haroldo Franco chamou-o de "cidadão do
mundo", além de "um dos melhores mestres da nova civilização que o
Brasil está implantando no Amapá".
O último poema escrito por Alcy Araújo em abril de 1989, foi
dedicado a "Antônio Munhoz, cidadão do mundo".
Munhoz é fascinado por museus e visitou os mais importantes
do mundo, como o Louvre em Paris, o Errnitage em São Petersburgo, o Prado em Madri,
o Metropolitan de Nova Iorque, o do Vaticano e do Bardo na Tunísia.
Adora ler, que é sua atividade preferencial, como gosta de
teatro, ópera e ballet.
Por vinte anos seguidos foi professor de Literatura (Brasileira
e Portuguesa), no Colégio Amapaense; Lecionou História da Arte, na Escola
Cândido Portinari; deu cursos de Literatura Portuguesa no antigo Núcleo de
Educação.
Lecionou na Universidade Língua Latina.
Além de ter os cursos de Filosofia e de Direito é formado
também em letras e com essa bagagem literária, lecionou mais de 40 anos no
Amapá.
Munhoz guardou seu diploma de advogado e carrega consigo o de
Letras.
A sua atuação em Macapá se destaca no Cenário da Educação e
da Cultura.
Fez parte do Conselho de Cultura do Amapá desde a sua criação
em 1985 até sua extinção em 1989.
Membro da Academia Amapaense de Letras, ocupante da cadeira
n. 38 que tem corno patrono o Dr. Vicente Portugal Júnior.
Estes são um resumo dos dados biográficos do professor Dr.Antônio Munhoz
Lopes, um homem que ama a poesia, a música, as cores e o Amapá.
(Reprodução/blog da Alcinéa)
O último homenageado à direita da foto, é Carlos Emanoel de
Azevedo Bezerra, o popular Carlos
Bezerra, um dos mais conhecidos e respeitados profissionais do Amapá.
Além de jornalista, era cronista, tendo publicado no jornal Diário do Amapá,
algo em torno de 1.200 crônicas, conforme informava no perfil de seu blog.
Era paraense de Portel, onde nasceu no dia 25 de julho de
1948, filho de Raquel Azevedo Bezerra e Braz Bezerra da Silva. Carlos Bezerra
aprendeu a ler desde os seus seis anos, incentivado pela mãe. Viveu em
Abaetetuba no Pará até aos onze anos.
Em 1960 chegou à Macapá. Começou a trabalhar desde os treze
anos, fez de tudo um pouco. Trabalhou em uma fábrica de cadeiras. Com 14 anos
foi selecionado pela Prefeitura de Macapá para plantar grama no hospital geral
e nos prédios públicos localizados na Avenida FAB. Foi escoteiro, datilógrafo
na Olaria do Governo, era o mais rápido chegando a datilografar mais de 250
teclas por minuto. Trabalhou como datilógrafo no escritório do Dr. Cícero
Bordallo.
Aos 19 anos passou em primeiro lugar no concurso do Banco do
Brasil para caixa bancário. Foi vendedor viajante da empresa White Martins, em
Belém do Pará, e primeiro gerente da White Martins, em Macapá. Vendedor
viajante da Sharp na rota Macapá/Belém/ Maranhão. Devido a grave instabilidade financeira,
juntamente com o filho mais velho vendeu doces e salgados para sustentar a
família.
Casou em 7 de dezembro de 1972 com Antônia Maria da Costa
Bezerra, (que aparece ao lado dele na foto acima). Era um apaixonado por
leitura, lia em média oito livros por mês desde a sua juventude.
Carlos Bezerra, além do jornal impresso, acrescentou também
no rádio o seu conhecimento, irreverência e talento com as palavras através da
sua voz marcante e inconfundível. No auge de sua carreira no jornal, Carlos
Bezerra escrevia suas crônicas na coluna “Questão de Ordem”, realizava
entrevistas, caderno de política, editoriais, além de fazer parte da bancada no
programa de rádio.
No dia 26 de dezembro de 2012 Carlos Bezerra foi para o plano
espiritual. Era um homem simples, mas de elevada cultura. Exemplar chefe de
família, viveu com a Senhora Antônia Bezerra durante 43 anos, 4 de namoro e 39
anos de casados. Teve quatro filhos, Yuri, Patrícia e Érika (filhos sanguíneos)
e um adotivo, Patrick.
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