Por Emanoel Jordânio
O Amapá ainda chora a morte do empresário Jarbas Ferreira, ocorrida
na noite da última terça-feira (11/06), em Macapá.
Jamais vamos esquecer que ainda jovem, mas com uma força de
vontade em demonstrar sua capacidade, o paraense Jarbas Gato empreendeu em
vários setores do Amapá, indo dos serviços de transporte público ao comércio de
produtos inflamáveis.
Empresa de ônibus Canário do Amapá (Foto: Reprodução do blog Santana do Amapá) |
Nesse ramo do transporte, adquiriu em 1958 um ônibus que
serviria por anos na condução de passageiros da cidade de Macapá até a pequena
comunidade da Vila Maia (hoje município de Santana).
Numa entrevista concedida ao blog Santana do Amapá, em
2012, Jarbas contou que as viagens daquela época eram bem mais difíceis.
“Como a estrada (atual Rodovia Duca Serra) era de chão, só
havia uma viagem por dia para Santana, saindo da Praça Veiga Cabral de manhã e
retornava para Macapá por volta das 6h da tarde”, relembrou o pioneiro, que ainda
acrescentou em dizer que essas viagens não eram diárias, mas sim, trissemanais.
“Era
um dia sim, e no outro dia não íamos para semana”.
No entanto, vendo que a demanda se tornava maior com o passar
do tempo, Jarbas Gato decidiu então investir no ramo de transporte de
passageiros para Santana e, em 1962, trouxe para o Amapá as quatro primeiras
kombis que passariam a prestar serviço na linha Macapá-Porto de Santana.
Essas kombis seriam diariamente usadas para levar pessoas e
até seus produtos agrícolas, já que muitos desses colonos desembarcavam
semanalmente de trem pela estação localizada no km-09.
“Nessa época era fiel deixarmos uma Kombi na estação do km-09
por que haviam muitos colonos precisando de transporte, tanto pra ir para
Macapá ou ficar próximo de algum ramal que adentrava pela rodovia”, detalhou.
Seu pioneirismo com as kombis – na qual durou quase uma
década de circulação – levou em 1973 o então prefeito de Macapá Lourival
Benvenuto a contratar a primeira empresa de ônibus a prestar serviço no
transporte coletivo entre as duas cidades.
A entrada dessa nova empresa de ônibus não impediu que o
visionário empresário Jarbas Gato continuasse a colocar novos empreendimentos
voltados em Santana. Substituiu em 1975 as kombis com cinco novos ônibus e
conseguiu a concessão da linha rodoviária para a cidade portuária, fazendo um
itinerário diário entre Macapá-Fazendinha-Porto de Santana e vice-versa.
“Se víamos que estava havendo um crescimento de população,
criávamos um jeito de colocar algum ônibus para circular naquela área. Fazíamos
coisas tão simples e lucrativas numa época difícil que hoje não entendemos os
motivos de não fazerem algo em situações fáceis”, enfatizou.
Ainda por Santana
Além de investir no transporte público – na qual ficou como
‘mentor’ e articulador empresarial da área por mais de 15 anos – Jarbas Gato
também abriu outros empreendimentos em Santana numa época considerada ‘de ouro’
para muitos.
Em janeiro de 1971, instalou o primeiro posto de combustível
que ficava no cruzamento da Avenida Santana com a Rua Cláudio Lúcio (na saída
do portão principal da ICOMI), facilitando a comercialização e abastecimento de
veículos que circulavam em Santana, demonstrando com clareza o crescimento no
fluxo de veículos na região.
Também vale ressaltar que, em 1984, quando esteve no cargo de
vereador macapaense, apresentou um projeto de lei ao Executivo, colocando nomes
das ruas e travessas dos bairros Daniel e Dos Remédios, em Santana.
Texto de Emanoel Jordânio, adaptado ao Porta-Retrato, extraído do blog Santana do Amapá
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