O ano bissexto de 2020, marca os 100 anos de nascimento de uma
mulher de garra e muita determinação. Estou falando de Dona Diva, a Matriarca
da Família Façanha, de Macapá.
Diva Dias Façanha foi uma mulher à frente do seu tempo.
Natural de Bragança no Pará, onde nasceu em 04 de fevereiro
de 1920, gerou, educou e formou quatro filhos: Maria de Lourdes Dias Façanha
(professora e bibliotecária), José Dias Façanha (engenheiro-agrônomo), Antônio
Celso Dias Façanha (engenheiro de minas) e Luís Guilherme (engenheiro
florestal), este radicado há muitos anos em Recife.
Dona Diva ajudou a criar os filhos trabalhando como cozinheira, doceira e, a partir do ano de 1954, funcionária pública.
Dona Diva ajudou a criar os filhos trabalhando como cozinheira, doceira e, a partir do ano de 1954, funcionária pública.
Exerceu os
cargos de Assessora e Chefe do Gabinete do Governador e Tesoureira da Superintendência
de Navegação do Amapá – SENAVA. Chegou ao Amapá em 1939, quando ainda era Pará,
acompanhada do marido, outro pioneiro do Amapá, Lourenço Borges Façanha (in
memoriam).
Exerceu diversos cargos ao longo do período da carreira
profissional. Foi governanta da residência governamental. E logo depois,
ascendeu ao importantíssimo cargo de Chefe de Gabinete de Janary Gentil Nunes,
primeiro governador do então Território do Amapá, sendo a primeira mulher na
história desse rincão, a assumir posto de relevância estratégica na
administração pública. Permaneceu como pessoa de extrema confiança de vários
governadores do ex-território, até a gestão do governador Amílcar Pereira.
Como responsável pelas demandas do gabinete governamental,
Diva Façanha às vezes dava duro até no governador à época, Janary Nunes que,
reclamava da Dama de ferro por sua excessiva intransigência para liberar verbas
para os grandes eventos do governo, como os desfiles cívicos de 7 e 13 de
setembro.
Para se chegar até Janary Nunes, primeiramente tinha que ter
a anuência da chefe de gabinete e conselheira do governador. Extremamente
zelosa na função, Diva Façanha tornava-se afável quando se conquistava a confiança
dela.
Era ela quem articulava e coordenava todo o cerimonial do
palácio do governo. Um olhar atravessado de Diva para os mordomos que serviam aos
convidados em datas festivas, era sinal que não estavam se comportando
adequadamente, logo se punham de acordo com as etiquetas estabelecidas pela
poderosa chefe de gabinete de Janary Nunes. Mas não antes de Diva Façanha
soltar o seu conhecido bordão: "vê se tu acertas o teu passo!"
A convite do Governador Terêncio Porto, assumiu o cargo de
Tesoureira no SERTA - Serviço de Transportes do Território do Amapá. Dizem os
antigos contemporâneos de Diva Façanha que, era preciso muitas explicações
convincentes para ela liberar o dinheiro solicitado para as despesas da
instituição. Na sua gestão o SERTA conheceu sempre o superávit financeiro o que
a tornou um ícone e exemplo para as mulheres de sua época. Diva Façanha, a Dama
de ferro aposentou-se com reconhecimento e relevantes serviços prestados ao
então Território do Amapá, nessa instituição.
Atualização: Dona Diva Façanha faleceu em Macapá, dia 23 de abril de 2020, com 100 anos completos.
Atualização: Dona Diva Façanha faleceu em Macapá, dia 23 de abril de 2020, com 100 anos completos.
Fonte: Facebook – Texto de Wank do Carmo, historiador e
colaborador do Instituto Memorial Amapá, adaptado para o blog Porta-Retrato Macapá,
com a devida anuência do autor.
( Atualizado em 23/04/2020 às 18h )
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