Pernambucanas em Macapá: A Loja da Marca Olho que Vestiu Gerações
A Chegada das Pernambucanas a Macapá (1949)
A loja Pernambucanas foi um verdadeiro marco no comércio local de Macapá, tornando-se referência para gerações de consumidores.
Em 1949, registros históricos mostram sua primeira instalação provisória na descida da Rua Cândido Mendes, próxima à tradicional Farmácia Serrano.
Mesmo antes de sua sede definitiva, a loja já atraía os moradores pela variedade de tecidos e produtos do lar, enquanto se construía, nas proximidades, o novo prédio de alvenaria na Praça Veiga Cabral.
O Novo Endereço e a Transformação Urbana
Antes da criação do Território Federal do Amapá, em 1943, essa área era um largo corredor que ligava a Praça Capitão Augusto Assis de Vasconcelos (atual Praça Veiga Cabral) ao antigo Largo de São João (hoje Praça Barão do Rio Branco). O local também abrigava o campo do Cumau Esporte Clube, um espaço esportivo muito frequentado, além de sediar as futuras instalações da Agência dos Correios e Telégrafos.
A Solenidade de Inauguração (1950)
Segundo artigo do historiador Nilson Montoril, publicado no Diário do Amapá, às 15 horas daquele dia memorável, o governador interino do Amapá, Dr. Raul Montero Valdez, participou da solenidade de inauguração, acompanhado pelo Sr. Henrique Pehtelsohn, diretor da Lundgren Tecidos S.A. — empresa pernambucana com matriz na cidade de Paulista.
Pehtelsohn fez um breve relato sobre a construção da loja, exaltando a colaboração do governo local e agradecendo ao povo de Macapá, que já conhecia os produtos da marca em viagens a outras cidades, como Belém.
Foram apresentados ao público o gerente da filial, Adaucto Benigno Cavalcante, e o fiscal Armando Drummond. Após as falas, o Dr. Valdez declarou oficialmente inaugurada a loja, e os presentes foram recepcionados com frios, gelados e doces, em um clima de celebração e entusiasmo.
Personagens que Fizeram História
O gerente Adaucto Benigno Cavalcante, natural do Ceará, tornou-se uma figura importante na cidade, participando ativamente de ações beneficentes e sociais.
Ao seu lado, atuaram funcionários dedicados como Nelson Medeiros e Aquino, reconhecidos por sua atenção ao público.
A “Marca Olho” e os Produtos Queridos
Inicialmente, a loja vendia apenas tecidos e roupas, com destaque para as fazendas da famosa “Marca Olho”, cujo logotipo trazia dois losangos com um grande olho ao centro — símbolo de qualidade da Lundgren Tecidos.
As donas de casa de Macapá e das redondezas compravam ali toalhas de banho e mesa, lençóis, colchas, travesseiros, entre outros. Os homens buscavam as elegantes camisas da marca Lunfor.
💳 O Crediário Tentação e o Auge da Loja
Nos anos 1970, a loja passou a vender também tapetes, cortinas, eletrodomésticos, artigos de informática e muito mais.
Com o lançamento do famoso “Crediário Tentação”, os consumidores passaram a utilizar carnês e cartões de crédito, o que aumentou consideravelmente o volume de vendas.
Das Origens Pernambucanas ao Declínio
As Casas Pernambucanas nasceram em 25 de setembro de 1906, fundadas pelo sueco Herman Theodor Lundgren, que chegou ao Brasil em 1885. Inicialmente comerciante de pólvora e fertilizantes, Herman se destacou por sua fluência em línguas e, em 1904, comprou a Companhia de Tecidos Paulista, iniciando sua trajetória no setor têxtil. A primeira loja fora de Pernambuco foi aberta em São Paulo, em 1908.
Entre os anos de 1970 e 1990, porém, disputas entre os herdeiros de Herman afetaram o grupo. Somente o braço paulista, liderado por Arthur Lundgren Tecidos, manteve-se forte e continua até hoje no cenário do varejo nacional.
O Encerramento e o Legado em Macapá
A filial de Macapá, infelizmente, acabou encerrando suas atividades, decretando falência após décadas de atuação. Ainda assim, seu legado permanece vivo nas memórias dos que frequentaram seus corredores, compraram tecidos para costurar roupas de festa ou enxovais e vivenciaram uma era de transformação no comércio local.
A imagem acima, datada de 1997, compartilhada pelo nosso colaborador Rogério Castelo, mostra a fachada da filial das Lojas Pernambucanas em Macapá em seus últimos anos de funcionamento, pouco antes do fechamento definitivo da unidade na capital amapaense. O registro é um raro e valioso documento visual que ajuda a preservar a lembrança de um dos marcos do comércio varejista da cidade. Grato, amigo!
Muito legal e importante os resgates históricos em nosso Amapá 👏👏👏👏
ResponderExcluirtrabalhei nas casas pernanbucana de 1970 a 1990. foram anos de muito aprendizado.passei por vários gerentes. meu primeiro gerente foi o sr. luiz Gonzaga. pessoa de um coração muito generoso. tinha também o seu Aquino que era gerente auxiliar. tínhamos também o seu Gaia gente muito carismática. meu último gerente sr. edesio coutinho. pessoa muito ligado ao desenvolvimento, lazer e ao esporte.
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