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sábado, 5 de junho de 2010
Raro momento de lazer de Janary Nunes
(Reprodução de jornal)
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Ano - 1946 - Janary Gentil Nunes - Primeiro Governador do Amapá - joga xadrez no salão do antigo prédio do Macapá Hotel. (Na mesa central, todo de branco à direita)
Janary Nunes: Se vivo fosse, Janary Nunes teria completado 98 anos, em 1º de junho. Por isso, no ensejo de seu natalício, juntei fragmentos da memória e resolvi prestar esse tributo ao oficial que fez história nesta terra e deu às terras do antigo Contestado, a sua História. Ao ser nomeado governador, Janary Nunes era comandante militar da base aérea de Val-de-Cans, em Belém e em 1943, o caudilho do norte, Gal. Magalhães Barata, Intendente do Pará, seu grande amigo, o indicou para o cargo de governador ao Presidente Vargas. Reavivando a sua trajetória, Janary, ao chegar a Macapá, iniciou uma obra fundamental para o futuro, apesar dos recursos limitados. Fez muito mais do que deveria pelo profundo amor que tinha pelo território. Binga Uchôa, seu adversário político, declarou que ninguém tinha amado mais o Amapá do que Janary. Construiu a cidade e implantou o arcabouço administrativo e judiciário, trazendo a civilidade para esta região tão isolada. Implantou e deu identidade cultural à terra, com cinema, música, incentivo ao folclore, teatro, artes plásticas, as letras e ensino de qualidade – que hoje são só promessas – tudo para uma cidadezinha provinciana e cheia de doenças. Uma delas levou sua 1ª esposa. Ao escolher Macapá para ser a capital, contrariou os interesses dos pecuaristas do município de Amapá, daí a eterna oposição deles. Mas, o tempo e a História dariam razão ao governador. Como deputado federal, implantou organismos federais no Amapá, conseguiu empréstimos e financiamento do Governo Federal para funcionários públicos terem suas casas, deu amparo legal aos ex-pracinhas. Se não fez mais, foi porque seu cargo, agora, era legislativo. Em 64 posicionou-se publicamente contra o regime militar, sobretudo depois da cassação do ex-presidente Juscelino Kubitschek. Por isso, foi hostilizado pelo grupo que assumiu o governo do Território liderado pelo novo governador Gal. Luís Mendes da Silva, que com insistência pediu sua cassação. Esta foi negada pelo Comando Geral das Forças Armadas – que era quem realmente governava o país nessa época – por já ter o então deputado Janary prestado relevantes serviços ao país. Estivemos com ele no Rio de Janeiro em 1982 e pudemos sentir que sua maior alegria era quando recebia alguém do Amapá. Eu estava com meus irmãos José Luís e Evandro Luís e nesta ocasião, ele nos bombardeou de perguntas e, de mim, queria saber tudo sobre o Núcleo de Educação, hoje UNIFAP. Contou-nos um fato surpreendente: ao assumir o governo, tornou pública sua idéia de criar os cursos ginasial e normal, para formar professores leigos. O seu Secretário-Geral (espécie de vice-governador) Dr. Raul Montero (sem o i) Waldez, pronunciou-se contra a idéia, alegando falta de professores para ministrar as aulas e até mesmo falta de alunos. Os cursos foram criados com professores contratados em Belém e nos municípios paraenses. E aí estão o C.A. e o ex-IETA. Homem de moral inatacável e de vida pública impoluta punia com rigor qualquer tipo de desvio, na administração. Morreu no posto de General da reserva em 15 de outubro de 1984. Dos políticos que hoje pululam o cenário político de nossa terra, pouquíssimos são aqueles que se ombreiam ao grande Janoca, para os íntimos. O que se vê é uma malta de ambiciosos tentando conquistar o poder unicamente para se locupletarem . O exemplo de honradez de Janary Nunes tem que ser conhecido pelos jovens a quem ele tanto amava. lindovalsouza@bol.com.br
Janary Nunes: Se vivo fosse, Janary Nunes teria completado 98 anos, em 1º de junho. Por isso, no ensejo de seu natalício, juntei fragmentos da memória e resolvi prestar esse tributo ao oficial que fez história nesta terra e deu às terras do antigo Contestado, a sua História.
ResponderExcluirAo ser nomeado governador, Janary Nunes era comandante militar da base aérea de Val-de-Cans, em Belém e em 1943, o caudilho do norte, Gal. Magalhães Barata, Intendente do Pará, seu grande amigo, o indicou para o cargo de governador ao Presidente Vargas.
Reavivando a sua trajetória, Janary, ao chegar a Macapá, iniciou uma obra fundamental para o futuro, apesar dos recursos limitados. Fez muito mais do que deveria pelo profundo amor que tinha pelo território. Binga Uchôa, seu adversário político, declarou que ninguém tinha amado mais o Amapá do que Janary.
Construiu a cidade e implantou o arcabouço administrativo e judiciário, trazendo a civilidade para esta região tão isolada. Implantou e deu identidade cultural à terra, com cinema, música, incentivo ao folclore, teatro, artes plásticas, as letras e ensino de qualidade – que hoje são só promessas – tudo para uma cidadezinha provinciana e cheia de doenças. Uma delas levou sua 1ª esposa.
Ao escolher Macapá para ser a capital, contrariou os interesses dos pecuaristas do município de Amapá, daí a eterna oposição deles. Mas, o tempo e a História dariam razão ao governador.
Como deputado federal, implantou organismos federais no Amapá, conseguiu empréstimos e financiamento do Governo Federal para funcionários públicos terem suas casas, deu amparo legal aos ex-pracinhas. Se não fez mais, foi porque seu cargo, agora, era legislativo.
Em 64 posicionou-se publicamente contra o regime militar, sobretudo depois da cassação do ex-presidente Juscelino Kubitschek. Por isso, foi hostilizado pelo grupo que assumiu o governo do Território liderado pelo novo governador Gal. Luís Mendes da Silva, que com insistência pediu sua cassação. Esta foi negada pelo Comando Geral das Forças Armadas – que era quem realmente governava o país nessa época – por já ter o então deputado Janary prestado relevantes serviços ao país.
Estivemos com ele no Rio de Janeiro em 1982 e pudemos sentir que sua maior alegria era quando recebia alguém do Amapá. Eu estava com meus irmãos José Luís e Evandro Luís e nesta ocasião, ele nos bombardeou de perguntas e, de mim, queria saber tudo sobre o Núcleo de Educação, hoje UNIFAP. Contou-nos um fato surpreendente: ao assumir o governo, tornou pública sua idéia de criar os cursos ginasial e normal, para formar professores leigos. O seu Secretário-Geral (espécie de vice-governador) Dr. Raul Montero (sem o i) Waldez, pronunciou-se contra a idéia, alegando falta de professores para ministrar as aulas e até mesmo falta de alunos. Os cursos foram criados com professores contratados em Belém e nos municípios paraenses. E aí estão o C.A. e o ex-IETA.
Homem de moral inatacável e de vida pública impoluta punia com rigor qualquer tipo de desvio, na administração.
Morreu no posto de General da reserva em 15 de outubro de 1984.
Dos políticos que hoje pululam o cenário político de nossa terra, pouquíssimos são aqueles que se ombreiam ao grande Janoca, para os íntimos. O que se vê é uma malta de ambiciosos tentando conquistar o poder unicamente para se locupletarem .
O exemplo de honradez de Janary Nunes tem que ser conhecido pelos jovens a quem ele tanto amava.
lindovalsouza@bol.com.br
Olá Lindoval...
ResponderExcluirParabéns pelo seu testemunho!
Muito obrigado.
grande abraço
No segundo parágrafo, onde se lê " Intendente do Pará", leia-se Interventor do Pará, a exemplo do que ocorreu em outros Estados, após a Revol. de 30.
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