segunda-feira, 11 de março de 2013

BORÓ - Uma "lenda viva" do Futebol Amapaense

(Foto: Reprodução / arquivo particular  do Boró)
Seu nome de batismo é João Pignataro. No mundo do futebol, é o conhecidíssimo  Boró. 
       
       Com esse apelido tornou-se conhecido no mundo do futebol amapaense e no norte do país. Ele é primo legítimo de outro Boró, um dos maiores pontas esquerdas do futebol do Pará, que vestiu a camisa azul-marinho do clube do Remo. Portanto, Boró é marca de família.
            João Pignataro, nasceu em Belém do Pará, no dia 16 de Abril de 1928. Este ano completará 85 anos de vida. Seu pai era João Pignataro e a mãe Joana Chaves Pignataro, ambos genuínos italianos. Boró cresceu no entorno do bairro Batista Campos, em Belém, comendo macarrão produzido em casa mesmo e aprendendo palavras em italiano. Nas proximidades de sua residência existia o Liberto, clube de futebol suburbano onde deu seus primeiros chutes na bola.
        Em 1948, chegou então ao Território Federal do Amapá, levado por Cabeça, excelente jogador do Amapá Clube, morador de Batista Campos que fora ao bairro, de férias. Foi convencido na conversa e pediu um emprego para ir ao Amapá. E naquela época já trabalhava em farmácias em Belém.
           Pedido feito, mudou-se para Macapá a bordo de um barco a motor juntamente com Caju, goleiro libertino. Começava assim a trajetória de Boró no futebol amapaense. Chegando em Macapá, foi empregado imediatamente pelo Governo do Território na área da saúde, passando a trabalhar na farmácia do Hospital Geral. Seu chefe imediato era o Farmacêutico Rubim Aronovith. No Hospital produzia Iodo, Mercúrio Cromo e a famosa Fórmula 26, eficiente contra micoses.
No Amapá Clube encontrou 91, Aristeu, Raimundinho, José Maria Chaves, Assis, Major, Cabral, Azamor, Luiz Melo, Wilson Sena, Marituba, Genésio, Adãozinho e, claro, Cabeça, além de outros jogadores menos conhecidos.
  Detalhes: os jogos do campeonato amapaense eram disputados no campo da Praça da Matriz de São José. Existiam Amapá Clube, Esporte Clube Macapá e São José.
     Em 1950, dois acontecimentos agitaram o mundo do futebol amapaense: inauguração do Estádio Glycério de Sousa Marques e a realização do campeonato brasileiro de seleções estaduais. O Governador da época, Janary Nunes, trabalhou para inaugurar o estádio no jogo entre o selecionado amapaense e a seleção paraense.
    Pelos amapaenses Lavareda (Goleiro), Raimundinho, Dedeco, Major Cabral, 75, Suzete, Luiz Melo, José Maria Chaves, Adãozinho e Boró, mais Aristeu (Goleiro), Alves, Wilson Sena.
   Do lado paraense, Cassetão, Muniz, Dodó Goleiro), Sabá, Bereco, Biroba. O jogo ficou 1 X 0 para os paraenses. Partida de volta em Belém no Estádio Evandro Almeida. Pará 2 X 1 Amapá.
 Ainda em 1950, Boró foi campeão pelo Amapá Clube, único time que defendeu durante toda a sua jornada pelos gramados. Além do Amapá Clube, vestiu somente a camisa da seleção amapaense em jogos interestaduais.
 As principais características do jogador Boró eram; a velocidade, o bom domínio de bola e o chute forte da perna esquerda. Ele lembra do jogo contra o Sampaio Corrêa do Maranhão, quando a certa altura tabelou com Adãozinho e recebeu a bola enfiada na meia-esquerda. Chutou forte no ângulo superior do goleiro maranhense, marcando o terceiro gol da vitória do time zebrado da Presidente Vargas.
 Boró jogou contra o Clube do Remo e Paissandu de Belém do Pará. Da partida contra o Alvi-Azul, lembra um lance no segundo tempo, em que o goleiro adversário Dodó, disputou a bola no alto com o atacante Dezesseis, sobrando para ele Boró, na meia-esquerda. Veio o chute forte de canhota, mais o goleiro do Papão conseguiu desviar a bola para a linha de fundo, salvando um gol certo.
 Outro jogo marcante na carreira de Boró foi contra o Clube de Regatas Flamengo do Rio de Janeiro. Placar 9 X 2 para os cariocas. Os gols amapaenses foram marcados por José Maria Chaves e Boró.
 Devido a uma lesão no joelho esquerdo, o atleta Boró parou de jogar cedo. Seus maiores momentos foram atuando contra o selecionado paraense e contra o Flamengo. Em sua opinião, o melhor jogador daquela época foi Adãozinho, meia-armador que chutava bem com as duas pernas.
Mas, apesar de ter parado cedo de jogar, continuou ativo atuando como Técnico do Clube do qual vestia a camisa, o Amapá Clube, onde hoje é Sócio- Proprietário.
João Pignataro, casou-se em 15 de maio de 1957, com a jovem Maria de Souza, com quem  teve, mais tarde, duas filhas: Marly e Margareth.
Até  hoje, aos 84 anos, Boró vive e respira futebol!

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