Estêvão Ferreira da Silva, artista plástico, autodidata e carnavalesco amapaense, nascido em 26 de dezembro de 1951.
Filho de Joaquina Rodrigues de Jesus, mulher negra marabaixeira e lavadeira conhecida como Tia Joaquina, no marabaixo.Estêvão viveu uma união estável de 25 anos com Eulina Picanço Camilo, com quem teve 4 filhos: Gioconda Camilo da Silva, Eliane Camilo da Silva, Helene Camilo da Silva e Antônio VanGogh Camilo da Silva. Eulina é filha de Maria José Picanço Camilo, prima de Raimundo Azevedo Costa, (primeiro prefeito eleito de Macapá) neta de Joaquim Mariano, o primeiro fazendeiro de gado bovino de Macapá.
Estêvão e sua mãe D. Joaquina eram amigos de Sacaca, o grande mestre da medicina da floresta. e de Alice gorda a Rainha Momo do Carnaval Amapaense, entre muitos outros.
A história
de vida de Estêvão Silva, faz-se uma obra literária. Ele tinha o dom da
escrita perfeita, gostava muito de ler, deixou um acervo rico de artes
plásticas.
Iniciou sua carreira artística aos 18 anos, e desde então fez história na cidade, estado e país. Possui obras em vários lugares do mundo inclusive Paris.
Seu mestre das
artes plásticas foi R. Peixe, que sempre o tratou como filho. R. Peixe, aparece `à direita dessa foto histórica, tendo ao centro, outro artista plástico Franck Asley. Todos falecidos,
Durante sua
vida Estêvão fez muitos amigos, pois além do dom da arte tinha o dom de fazer amizades
com facilidade.
Sempre foi
uma pessoa simples, de coração grande; sua casa era aberta a todos que buscavam
trabalho no mundo das artes, sempre foi visto como um mestre por aqueles que
estavam iniciando nesse ramo.
Como
carnavalesco, começou sua história no carnaval da Avenida Fab. Deu títulos
de campeãs à várias Escolas de Samba de Macapá. Estêvão idealizava com
primor os carros alegóricos escutando o samba enredo das Escolas e dando
vida a esses trabalhos artísticos.
O carnaval
do Amapá começava a deslanchar com a inauguração do Sambódromo;
foi então que Estêvão não mediu esforços para fazer mais uma vez, a Piratas
da Batucada, campeã! No primeiro desfile no Sambódromo ele deu vida
aos carros alegóricos do Piratão, fato que até hoje, é lembrado por
todos os admiradores dessa Escola. Tinha por título: O corpo de
Mani dádiva de Tupã.
Estevão foi reconhecido por seu belo
trabalho quando o renomado carnavalesco carioca, Joaozinho 30, conheceu esse
grande mestre da Cultura e da Arte, amapaenses.
A Escola
de Samba Boêmio do Laguinho que foi campeã pelas mãos de Estêvão Silva,
em 1999, com o enredo: Despertar de Uma Nação, Intérpretes: Macunaima
e Carlos Peru. Em uma das alegorias deu vida à cobra grande que vinha girando
e fumando no Sambódromo. Neste ano Boêmios saiu do segundo grupo.
A Galeria
dos Prefeitos exposta na Prefeitura Municipal de Macapá foi produzida por
ele de 1987 até 2002.
Estêvão foi professor de artes na Escola Cândido
Portinari; seus alunos lhe fizeram uma homenagem com sua caricatura.
Em 2004
antes de sua morte, ele ainda fez um projeto chamado festa do Mairi
Cunani para o Sesc Araxá; na época sua visão era fixar a cultura
folclórica e indígena, para o povo amapaense começar a aderir esse costume. Em
frente ao Sesc foi colocada uma Urna funerária indiana Maracá Cunani.
Estêvão idealizou junto com a Fecomércio
a decoração natalina da Rua Cândido Mendes, a principal do comércio
amapaense; a decoração natalina das praças também foi feita por ele, em 2004.
Estêvão estava decorando o complexo do
Araxá. Na madrugada do dia 19 de dezembro
de 2004, ele caiu acidentalmente no Rio Amazonas e acabou morrendo
afogado.
Na semana desse
trágico acidente Estêvão Silva e, alguns amigos, estavam com uma
exposição de obras plásticas, montada no salão do monumento Marco Zero. As
obras lá expostas eram: Os quadros da Fortaleza
de São José de Macapá, da Índia nua, da Onça,
do Índio na floresta e de uma Arara em mosaico.
Essas foram as obras lembradas por sua família, pois seus filhos não souberam informar
quem realmente as comprou, pois eram as únicas que Estevão havia deixado
de legado.
Em 2005 o bloco
do Laguinho “Filhos da Mãe Luzia” fez uma homenagem para ele no
desfile dos blocos, com o enredo: Mãe Luzia de mãos dadas com Estêvão
Silva com mãos de Ouro colorindo toda a vida. Intérprete Adail
Júnior.
Fonte: Facebook
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