domingo, 29 de novembro de 2020

LEMBRANÇAS: AMIGOS DE MACAPÁ

Amiga e colega de faculdade, Carmem Maia, aniversaria neste domingo (29) e recebe os parabéns de parentes, amigos e familiares!

Prof. Carmem, curte sua merecida aposentadoria, depois de muitos anos dedicados ao magistério amapaense.

Foi Secretária de Educação e Cultura do Município de Macapá, entre outros cargos.

Nossa Foto Memória de hoje tem nas imagens os amigos Rosa Costa, Júlio Barriga e Carmem Maia, num carnaval na década de 1960, na antiga sede do Aeroclube, em Macapá.

Boas lembranças!

Foto: Arquivo pessoal de Carmem Maia

Fonte: Facebook

sábado, 28 de novembro de 2020

FOTO MEMÓRIA: ROBERT LIVI, EM MACAPÁ

Registro fotográfico histórico, de 1965, com imagens do cantor Robert Livi no palco da Piscina Territorial, acompanhado pelo Conjunto musical “Os Cometas”, em um evento do Country Clube Equatorial, patrocinado pelo Lyons Clube de Macapá.

Ramón Roberto de Círia, conhecido artisticamente como Roberto Livi, foi um cantor, compositor e produtor argentino, que apareceu no Brasil, no tempo da Jovem Guarda.

Roberto Livi faleceu no dia 25 de janeiro de 2019, aos 76 anos.

Foto: Cortesia de Roberval Cavalcante (baterista de “Os Cometas”)

Entre outros sucessos Robert Livi lançou Tereza e Célia, que tocaram muito em Macapá.

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

FOTO MEMÓRIA DA CIDADE DE MACAPÁ - EQUIPE DA DIVISÃO DE OBRAS

Essa era a equipe de medição para abertura de ruas de Macapá

Nesse registro histórico raro e inédito, vemos três pioneiros da Divisão de Obras, que faziam parte da equipe de Governo que tinha a incumbência de projetar as ruas e avenidas, bem como, construir os primeiros imóveis que iriam ser erguidos na cidade, para montar a estrutura administrativa e urbana  de Macapá, capital do recém-criado Território Federal do Amapá.

A partir da esquerda temos o Eng. Douglas Lobato Lopes, Diretor da Divisão de Obras, um auxiliar que não conseguimos identificar e à direita, o carioca Júlio Batistade Araújo - o Mestre Júlio.

Junto a eles, no tripé, o teodolito: “um instrumento de precisão óptico que mede ângulos verticais e horizontais, aplicado em diversos setores como na navegação, na construção civil, na agricultura e na meteorologia.” (Wikipédia)

Contribuição ao blog: Eloísa Elena Cavalcante.

Foto: Arquivo pessoal da Família Lobato Lopes.

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

FOTOS MEMÓRIA DE MACAPÁ: Praça Barão do Rio Branco

As Fotos Memória de hoje, são cópias inéditas da Praça Barão do Rio Branco, em Macapá, enviadas ao blog pela amiga Eloísa Elena Cavalcante, filha do pioneiro Douglas Lobato Lopes. São registros fotográficos históricos, encontrados no acervo documental do pai dela.

A Praça Barão do Rio Branco está localizada na Avenida Fab, entre as ruas São José, Cândido Mendes e Coriolano Jucá. Nas imagens  casas de diretores do Governo Janary Nunes, situadas na Rua São José, fotografadas dos autos do prédio do Grupo Escolar Barão do Rio Branco.

A Praça do Barão, como é conhecida em Macapá, é um dos lugares mais significativos e tradicionais do centro da cidade. Sua inauguração ocorreu no dia primeiro de dezembro de 1950 em comemoração aos 50 anos da assinatura do Laudo Suíço. Por esse ângulo, as imagens foram clicadas  dos altos da agência dos Correios e Telégrafos.

A Praça Barão do Rio Branco já foi um espaço de reivindicações e de festas ligadas ao mundo musical.

Era dotada de vários aparelhos de educação física, campo de futebol de areia e quadras para prática de vôlei e basquetebol.

Fotos: Arquivo pessoal da Família Lobato Lopes.


domingo, 22 de novembro de 2020

HISTÓRIAS E MEMÓRIAS DE MACAPÁ

Mais um momento da história e da memória da cidade de Macapá, sob a ótica do historiador Nilson Montoril de Araujo:

EM JANEIRO DE 1944:

Por Nilson Montoril

Ao instalar o governo do Território Federal do Amapá, Janary Nunes recorreu ao Petromax para poder trabalhar à noite. 

(Fotos: Reprodução/Google imagens)

Macapá não tinha energia elétrica e a população se valia da lamparina e estearina, para não ficar no escuro em sua residência. A cidade não dispunha sequer de uma casa para abrigar o governador, sua família e os primeiros diretores da administração territorial. 

O gabinete de trabalho do governador funcionou no prédio da prefeitura. No mesmo imóvel, os diretores, sem as famílias, ali ficaram hospedados. 

Também alguns quartos da famosa Casa Amarela, em frente a PMM, foram ocupados. Após a instalação do governo e a liberação inicial de dez milhões de cruzeiros, a situação mudou drasticamente. Perto da velha Intendência foi erguida, em madeira, a casa do governador. Prédios antigos, em taipa, foram reformados e diversas casas erguidas. O Petromax continuou reinando entre os mais aquinhoados financeiramente.

(Fotos: Reprodução/Google imagens)

Depois dele, e em maior número despontaram os lampiões, os candieiros e os aladins. Um motor de luz foi instalado na área da intendência, suprindo a carência do governador. 

Somente em 1945, a Usina de Força e Luz foi inaugurada. Porém, os velhos apetrechos para anular a escuridão não desapareceram. Em nossa casa tínhamos estearinas, lamparinas, candeeiros e geladeira a querosene. Enganam-se os que pensam não existirem mais as coisas mencionadas. Quem quiser comprá-los, busque-os na internet.

Fonte: Facebook

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

FOTO MEMÓRIA DE MACAPÁ: Pe. Jorge Basile e Rosemary Benigno

Amiga Eloísa Elena Cavalcante nos envia foto de seu álbum de lembranças. Registro de meados dos anos 60 (+/-1966), do Pe. Jorge Basile e da professora Rosemary Cavalcante (cunhada dela), nos jardins da Escola Paroquial São José, no centro da cidade.

Rosemary Cavalcante era filha do casal Adaucto Benigno Cavalcante e sua esposa Belizarina, mais conhecida como Dona Netinha. Ele foi gerente da filial em Macapá, das Casas Pernambucanas.

Rosemary, amiga dos Padres da Prelazia de Macapá, frequentava muito a Igreja de São José e era professora do IETA, inclusive foi professora de Educação Física de Eloísa.

Pe. Jorge, Rosemary e os pais dela, são falecidos.

Foto: Eloísa Cavalcante > Arquivo Pessoal


segunda-feira, 16 de novembro de 2020

MEMÓRIA DA MINERAÇÃO DO AMAPÁ

Na edição de número 681, datada de 8 de maio de 1965, a Revista Manchete, publicou uma reportagem de Gervásio Batista, Aleixo Anselmo e Erich Mess, sob o título “O TESOURO DO AMAPÁ”, sobre a exploração de manganês, pela Industria e Comércio de Minérios S/A – ICOMI.

MANCHETE, foi uma revista semanal de grande circulação, lançada no Rio de Janeiro (RJ) em 26 de abril de 1952, tendo circulado regularmente até 29 de julho de 2000. Criada pelo imigrante ucraniano Adolpho Bloch, fugido da Revolução Russa, a publicação se estabeleceu como principal concorrente da então extremamente bem-sucedida revista O Cruzeiro, dos Diários Associados, de Assis Chateaubriand, a qual viria a superar. (Fonte)

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

FOTO MEMÓRIA DE MACAPÁ: DOIS REGISTROS COM DR. MARCELO CÂNDIDA E DOM ARISTIDES PIRÓVANO

Encontramos na WEB, esses dois registros históricos com Dom Aristides Piróvano e Dr. Marcelo Cândia, e não conseguimos identificar de que evento se tratava.

Consultamos várias fontes, sem sucesso e por último, recorremos ao historiador Nilson Montoril que nos respondeu o seguinte:

“Creio, que se trata de uma solenidade realizada na Itália, onde a instituição "CROCE GIGLIATA", que significa "CRUZ GIGANTE", doou ao Hospital São Camilo e São Luis, a Kombi que aparece numa das fotos. Pelo símbolo pintado na lataria do veículo, expondo uma flor-de-lis, deduz-se que se trata de uma organização que tem identidade com o movimento escoteiro. Daí vermos escoteiros usando uniformes antigos, com a calça curta na cor azul. São escoteiros italianos. Como Dom Aristides era o Bispo Pelado de Macapá e também ostentava o título de Bispo de Adriani, se fez presente à solenidade ao lado do Dr. Marcelo Cândia. Consequentemente, os dois padres que observamos próximos a eles eram italianos e integrantes da CROCE GIGLIATA."

Fotos: Google imagens 

quarta-feira, 11 de novembro de 2020

FOTO MEMÓRIA DE MACAPÁ: Pioneiro PEDRO RODRIGUES DA SILVA – “Seu Pedro da Estrela”

Amiga Vera Pinheiro envia foto dos pais dela e lembra que hoje – 11 de novembro – é a data de nascimento do Sr. PEDRO RODRIGUES DA COSTA, o “Seu Pedro” lá dos Armazéns Estrela.

Se vivo fosse, ele estaria completando em 2020, 106 anos de idade, pois nasceu na Fazenda Tapera, no município de Soure-Pará-Amazônia-Brasil, no dia 11 de novembro de 1914.

Apesar de ter nascido no ano do início da I Guerra Mundial, era um ser de paz que amava a vida e as coisas sublimes que a tornam digna de ser vivida.

Pedro Costa foi um jovem bem animado. Gostava de música e festas. Tocava trompa na Banda Marcial de Soure e organizou também uma bandinha chamada “Tenentes do Amor”, que participava dos animados bailes de Carnaval no Clube Social Reação de Soure.

Gostava muito de futebol. Torcedor fanático do Payssandu, do Flamengo e da Seleção Brasileira, assistia a todos os jogos e ficava muito mal-humorado quando seus times perdiam.

Em 1946, se casou com Leonildes Tavares Pinheiro, D. Biduca, filha de comerciante Celestino Tavares Pinheiro. Essa união gerou os filhos: Antônia Maria, Demétrio Celestino, Ana Fátima, Luciete Maria (falecida), Pedro Gabriel, Otávio Roberto, Maria do Céu (natimorta) e a Vera Lúcia.

Segundo relatos de sua irmã Nair, Pedro Costa foi uma criança esperta, inteligente, engenhosa, curiosa, alegre, arteira... Não teve oportunidade de fazer grandes estudos, mas, isso não limitou seus horizontes. Gostava de ler, o que provavelmente lhe deu uma ampla visão de mundo. Via a Educação como forma de romper barreiras e por conta disso, junto com a esposa Leonildes, empenhou-se profundamente em tornar seus filhos “doutores” como ele se referia a quem cursava a Universidade. Dentre eles, uma médica, Dra. Luciete que realizou para ele um grande sonho.

Católico, era devoto de São Raimundo, de quem era afilhado. Também homenageava São Pedro, seu xará. Desde os 18 anos, ainda em Soure, no dia 29 de junho acendia uma imensa fogueira com uma animada festa, com muitos fogos e comilança. A família mantém a tradição até hoje. Neste ano, de 2020, por conta da Pandemia, foi feita uma pequena fogueira artificial e os convidados de sempre, passaram, em drive thru, para pegar suas guloseimas.

Pedro Costa também foi um grande alfaiate ainda em Soure e Belém. O corte bem feito trouxe-lhe o apelido de “Tesoura de Ouro”. Genro de comerciantes, acabou mudando de ramo e foi para o comércio. Primeiro, com uma Casa São Raimundo, depois com a Casa Estrela, as duas ainda em Soure. Em 1961, mudou-se para Macapá, onde a família Pinheiro já estava estabelecida e abriu a Casa Estrela do Trem. Quando ela fechou, ele se tornou gerente dos Armazéns Estrela que pertencia ao tio Pinheirinho e ficou lá até a aposentadoria. Lá, ficou conhecido como o “Seu Pedro da Estrela” e fez história. Com sua competência, bom humor e célebres “tiradas”, cativava a todos. Orgulhava-se de “fazer contas de cabeça” não importando o número de parcelas.

Seu Pedro Rodrigues da Costa, faleceu em 18 de fevereiro de 1995, vítima de um câncer que o levou, aos 80 anos.

Informações de Vera Lúcia Pinheiro, filha do biografado.

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

MEMÓRIAS DA CIDADE DE MACAPÁ > PRAÇA DA MATRIZ

Publicamos hoje mais um artigo do historiador Nilson Montoril, sobre as Memórias de Macapá, com ilustrações de fotos históricas de nossos arquivos:

Recordações da minha infância – Praça da Matriz

Por Nilson Montoril

Em fevereiro de 1758, ao ser feito o delineamento da área onde seria implantada a Vila de Macapá, dois amplos espaços retangulares foram traçados e identificados como Largo de São Sebastião e Largo de São João. 

Devido à edificação da Igreja Matriz de São José, com o passar do tempo, o Largo de São Sebastião ficou conhecido como Largo da Matriz e assim permaneceu até 1924, ocasião em que recebeu como patrono o Capitão do Exército, Augusto Assis de Vasconcelos. 

Em torno do Largo da Matriz despontou o centro histórico de Macapá compreendendo prédios públicos da administração municipal e residências diversas.


Entre os primeiros figuraram a sede do Senado da Câmara, a Cadeia Pública, a Escola São José, a Casa Paroquial e o templo religioso cujo patrono é o santo carpinteiro. Os imóveis em questão ocuparam terrenos à Rua São José, a única via pública de Macapá, que manteve sua designação original. Casas de comércio, oficinas e portas de prestadores de serviços contornaram o referido largo. Os principais acontecimentos ocorriam no centro da vila e depois cidade de Macapá. Em 1943, quando foi criado o Território Federal do Amapá, a decadência de Macapá era preocupante. A contar de janeiro de 1944, mudanças expressivas começaram a mudar o panorama desolador do burgo. 

Velhos casarões passaram por reformas bem interessantes. As chamadas casas de taipa, feitas de barro foram reparadas com o mesmo material e apresentaram ótimo aspecto. Elas serviram para abrigar órgãos da administração territorial.

No antigo casarão do Senado da Câmara foi instalada a Unidade Mista de Saúde e esse uso se estendeu até a Inauguração do Hospital Geral de Macapá. Posteriormente serviu pra o funcionamento do Palácio do Governo. Em 1970, o prédio estava seriamente avariado e sem condições de ser reformado ou adaptado. 

Na área despontou a Biblioteca Pública de Macapá, cujo aspecto era mais modesto do que vemos atualmente. 

Na Travessa Floriano Peixoto, onde o Padre Júlio Maria de Lombarde fez funcionar o Colégio das Irmãs do Sagrado Coração de Maria passou a funcionar a Divisão de Segurança e Guarda.

Mais adiante, na esquina da travessa em epigrafe, com a Rua Barão do Rio Branco (Cândido Mendes), o Fórum foi revitalizado. 

Entre a Travessa Siqueira Campos (Av. Mário Cruz e o Beco do Sambariri (Passagem Abraham Peres), o governo montou o Serviço de Geografia e Estatística.

Os demais órgãos dividiram espaço com a Prefeitura de Macapá, onde hoje está funcionando o Museu Joaquim Caetano da Silva. Pequenas casas comerciais e residenciais prontificavam nas demais áreas. 

O Largo de São Sebastião foi o ponto vital da Vila de Macapá, que tinha no Senado da Câmara o órgão encarregado da gestão administrativa, da Justiça e de Polícia. 

Pelourinho
O pelourinho, símbolo das franquias municipais ficava próximo ao próprio Senado da Câmara. Em frente ao pelourinho eram lidas as proclamações e alvarás da edilidade macapaense e as oriundas do Grão-Pará e de Lisboa. As correções disciplinares principalmente as que se destinavam aos escravos também ali aconteciam. O Largo da Matriz não era dividido por caminho ou passarela. Por ocasião das festas de devoção, notadamente as consagradas a São José, competições comuns em Portugal eram levadas a efeito.

A mais empolgante era o “Jogo das Argolinhas” disputado por exímios cavaleiros que integravam a guarnição da Fortaleza. Cavalgando bons cavalos, e postando lanças, os competidores deveriam introduzi-las em pequenas argolas dependuradas em linha reta, que ficavam balançando como o pêndulo de um relógio. Os arraiais, com barracas bem ornamentadas e brincadeiras populares encantavam aos participes ao longo do tempo, a área da atual Praça Veiga Cabral foi a mais utilizada por ser plana. A outra ala tinha um declive no sentido da Avenida General Gurjão. 

Em síntese, a Praça da Matriz serviu de pasto para animais, campo de futebol, armação de barracas de arraial, carrossel, barquinhas, roda gigante, circos, desfiles escolares, missa campal, comício político, show de artistas, etc.

Fonte: Diário do Amapá

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

MEMÓRIAS DA CIDADE DE MACAPÁ

 O Historiador Nilson Montoril, tem publicado no Jornal Diário do Amapá, uma série de artigos em que ele conta suas Recordações de Infância, em Macapá.

Por terem uma enorme importância histórica, resolvemos transcreve-las no Blog Porta-Retrato, ilustrando com fotos históricas de nossos arquivos:

Recordações de minha infância (I)

Por Nilson Montoril

Há momentos em minha vida, que fico lembrando da minha infância e do meu convívio com moradores da Avenida General Gurjão, no centro de Macapá. Gerado na cidade de Mazaganópolis, onde meu pai Francisco Torquato de Araújo era prefeito, ali vivi de maio de 1944 a abril de 1946, ocasião em que meu genitor decidiu solicitar exoneração do cargo e foi cuidar dos seus empreendimentos comerciais na região das Ilhas do Pará. Fixamos morada no “Reduto do Rio Furo Seco, cuja foz fica na margem esquerda do canal norte do rio Amazonas em frente a entrada do rio Mutuacá, mais conhecido como Mazagão Velho. Em dezembro de 1948, eu estava caminhando para completar 4 anos de idade, quando meu pai comprou um imóvel bem construído pelo empreiteiro João Pernambuco e decidiu transferir a família para Macapá. Ainda hoje tenho duas irmãs que residem na via pública acima mencionada, nº 171, entre as Ruas São José e a Tiradentes.

O cenário era muito diferente dos dias atuais. Quase todas as casas eram erigidas em taipa de mão, posicionadas nas duas laterais da General Gurjão. Umas ocupavam terrenos longos. Outras quase não tinham quintal. 

No trecho citado diversos imóveis estavam abandonados, quase em ruínas. Quando comecei a ter noção das coisas da vida, ainda entrei em alguns deles, sem pensar o quanto deve ter sido penoso seus ocupantes baterem em retirada. Nem todos os residentes da Avenida General Gurjão eram de Macapá, mas estavam bem confortáveis no seio da comunidade macapaense. 

A partir da Rua Cândido Mendes, no sentido do Cemitério Nossa Senhora da Conceição, relembro da casa do senhor Luiz Pires da Costa, proprietário da “Casa das Cordas”, cidadão português egresso de Manaus, que casou em Macapá com Lina de Matos, integrante de tradicionalíssima família local.

O casal havia morado bem perto da margem direita do rio Amazonas, ocupando área que o governo territorial do Amapá desapropriou para melhorar o aspecto da frente da cidade e construir o Macapá Hotel. 


Depois da Casa das Cordas existiam quatro residências geminadas feitas em taipa. 

Uma delas abrigou por muito tempo a Escola Municipal de Macapá. Onde estão eretos os prédios da Embratel e uma residência pertencente à Companhia de Eletricidade do Amapá, existiu uma espécie de pracinha, sendo possível trafegar por ela, entre as avenidas General Gurjão e Cora de Carvalho. Isso, antes da criação do Território Federal do Amapá. Com a implantação da nova unidade federada, o governo utilizou o amplo espaço para edificar a Garagem Territorial e a Usina de Força e Luz. 

A partir da usina recordo o aspecto da humilde habitação do casal Adão e Eva, vizinhos dos macapaenses Emanuel Serra e Silva e Antônia Picanço e Silva, conhecidos como Duca Serra ou Minduca e Antonica. Minduca era pequeno comerciante e já havia trabalhado no Serviço Especial de Saúde Pública-SESP, como “mata mosquito”. Vinha a seguir o “Café Moeda”, local preferido pelos funcionários da Garagem Territorial e da Usina de Força e Luz. Seu proprietário era o senhor Antônio Pinheiro Sampaio, rotulado como “Seu Moeda” e casado com Antônia Silva Sampaio. Passando um terreno sem construção alguma vinha a “Pensão Sempre Viva”, gerenciada pela Madame Nenem Veríssimo e por sua filha Maria do Carmo.

A pensão integrava um bloco de casas geminadas composto por três unidades, às duas últimas pertencentes à Dona América Tavares e ao casal Herádito de Azevedo Coutinho (Ditinho) e Raimunda Coutinho (Dica). A Rua São José separava esse conjunto de uma edificação muito antiga, feita em taipa de pilão, com paredes bem grossas. Ali tinha funcionado a Cadeia Pública da Vila e da Cidade paraense de Macapá. Sua ocupante era Dona Mariinha tendo como coabitantes o barbeiro Jorge Modesto e sua esposa Nilza, seu Jayme e dona Benedita (Biló). Diziam que o local era mal assombrado e que as almas dos que morreram no poço seco escavado em uma das celas gemiam e arrastavam correntes. Tudo fantasia. Rente a Cadeia morava João Barca e Raimunda Coutinho (Dica) compadres de meus pais Francisco Torquato e Olga Montoril.

Fonte: Jornal Diário do Amapá

Leia também:

Recordações de minha infância (II)

domingo, 1 de novembro de 2020

Foto Memória de Macapá: Um Pic-Nic na Fazendinha

Amigo Paulo Sérgio, mexendo em seu álbum de lembranças, encontrou essa preciosidade histórica da Família Picanço e Silva, e agora compartilha, gentilmente, com o blog Porta-Retrato – Macapá.

Para os mais novos é importante explicar que a Família Picanço e Silva, sempre morou na antiga praça da Matriz na rua General Gurjão, bem do lado onde hoje está edificado o Teatro das Bacabeiras.

No tempo do Território Federal do Amapá, ficavam nesse quarteirão a Garagem Territorial, a Usina de Força e Luz e, junto, era a residência e comércio do Sr. Emanuel Serra e Silva e Dona Antônia Picanço e Silva, conhecidos como Duca Serra e Antonica. Depois vinha o “Café Moeda”, de propriedade do senhor Antônio Pinheiro Sampaio, conhecido como “Seu Moeda”.

“Seu Moeda” tinha um caminhão que durante a semana fazia fretes, e nos dias de folga, levava a turma pra tomar banho na praia de Fazendinha, há pouco mais de 70 quilômetros da capital do Amapá.

E a foto é o registro de um desses passeios:

Nas imagens desse pic-nic em família, a partir da esquerda, sentados em uns troncos vemos: a irmã (recentemente falecida) Eurídice Silveira; a prima Tereza e Amiraldo Varela(esposo dela) e, na mesma direção à direita em pé (com a mão na cintura) o mano Ubiratan Silva (Bira).

Sentados à frente o garoto (coçando a cabeça), é o primo Herivelto; Maria (filha da prima Nazica); a moça de branco era a professora Celeste (in memoriam), que estava de férias na cidade; João Silva (Balalão) e, ao lado dele, o Edson Moeda, filho do dono do caminhão.

Sentado na areia (em frente), o cunhado Melquesedec da Silveira (viúvo de Eurídice); e o garoto (em pé) é o Orlando Picanço e Silva(irmão).

Família Picanço e Silva

A Família Picanço e Silva tem como patriarca o amapaense Emanuel Serra e Silva, cunhado de Eugênio Machado (in memoriam), o maior pecuarista do Território do Amapá na década de 50 e irmão de José Serra e Silva, que foi Prefeito de Macapá, de fevereiro de 1947 a janeiro de 1950, além de poeta e compositor.

A união matrimonial de Duca Serra, com Antônia Picanço e Silva, companheira de mais de 60 anos, gerou nove filhos, oito naturais e mais uma filha adotiva; os três primeiros, Edna Maria, Euridice (in memoriam) e José Ney aparados por Mãe Luzia. Eládio Roberto (morreu de tétano em agosto de 1957).

Dona Antônia faleceu em 1997, e virou nome de Rua no Bairro Jardim Felicidade.

Duca Serra, falecido em 15 de outubro de 2008, com 96 anos de idade, tem seu nome perpetuado na Rodovia Macapá-Santana.

Seu corpo descansa em paz no Cemitério Nossa Senhora da Conceição, o mais antigo de Macapá.

Fonte: Foto e informações do Dr. Paulo Sérgio Picanço e Silva.