quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

MEMÓRIA DA MACAPÁ ANTIGA > VIAGEM AO INTERIOR

De acordo com informações de postagens anteriores do blog Porta-Retrato-Macapá, Dom Arcângelo Cerqua, um sacerdote italiano do PIME, passou por Macapá e posteriormente se tornou o primeiro bispo da Diocese Parintins. Ele ingressou na Congregação do Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras (PIME) e foi ordenado sacerdote em 29 de junho de 1940, na Catedral de Milão, sob o comando do Cardeal Schuster.

Em 16 de março de 1948, recebeu a cruz missionária e partiu da Itália rumo à Amazônia. No dia 16 de abril, embarcou para a Bahia e depois para Macapá no dia 29 de maio. Foi nomeado vigário de Macapá no mesmo dia. Ele assumiu a função de vigário-geral desde a criação da Prelazia de Macapá.

Nesta fotografia sem data, ele (de batina branca) aparece ao lado do Coronel Janary Gentil Nunes (traje branco), que estava no comando do Território Federal do Amapá naquele período.

A raridade histórica foi extraída diretamente do acervo pessoal de Nilza Corrêa

Nilson Montoril, historiador, comentava que Dom Arcângelo Cerqua possuía uma barba semelhante à de Dom Aristides Piróvano, o primeiro bispo prelado de Macapá, e que ambos costumavam viajar juntos para o interior do território.  Certamente, essas imagens fazem referência a uma dessas viagens na década de 1950. Os demais cidadãos representados na imagem não foram identificados.

Dom Arcângelo Cerqua morreu em 16 de fevereiro de 1990, na Itália.

Via Facebook

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

MEMÓRIAS DA MACAPÁ ANTIGA > CLIENTES HABITUAIS DO GATO AZUL

Uma joia do passado resgatada do acervo da família Coutinho nos remete a recordações de alguns dos primeiros habitantes de nossa antiga Macapá

Da esquerda para a direita, identificamos: Darciman (usando óculos escuros) irmão do dono do bar,  Pedrinho (fumando – ele utilizava muletas), Alfredo La Roque e Pedro Silveira, no Bar Gato Azul. Conforme os relatos da publicação, João Silva menciona que se trata de um dos muitos encontros de clientes habituais do Gato Azul, onde se consumia bebida, petiscava-se alguma coisa e a vida da cidade era discutida com clareza.

Euclides Moraes recorda que sua entrada no mundo boêmio ocorreu no Gato Azul, estabelecimento de Amujacy Alencar, que aos sábados atraía a elite intelectual do Amapá. Além das figuras presentes na fotografia, também compareciam nomes como Alcy Araújo, Agostinho Souza, Ernani Marinho, Juarez Maués, Benedito Andrade e Isnard Lima, que se juntavam aos profissionais do rádio, especialmente os da RDM(Rádio Difusora de Macapá). Moraes também destaca que Amujacy criou uma bebida chamada MORTE LENTA, extremamente potente, que consistia em misturar diversas sobras de bebidas fortes que eram vendidas, como uísque, cachaça, vodca e gim, resultando na famosa e temida MORTE LENTA.

Via Facebook 

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

PROFESSORA MARIA LUIZA BELLO DA SILVA, UMA PIONEIRA DA EDUCAÇÃO NO AMAPÁ

O blog Porta-Retrato presta homenagem póstuma à professora Maria Luiza, uma mulher à frente de seu tempo e de grande relevância para a Educação do Amapá.

Maria Luiza Bello da Silva, nascida em 29 de outubro de 1938 no Rio Preto (terreno de Fazendinha), no município de Mazagão, filha de Ranulfo da Penha Bello e Custódia de Macedo Medina, neta de Belmiro Macêdo de Medina e Arminda Macêdo, um dos fundadores da Vila do Igarapé do Lago e encarregado de difundir a festa de Nossa Senhora da Piedade na região.

Maria Luiza Bello da Silva, ainda jovem, se muda para Macapá em busca de educação. Como uma adolescente negra e de baixa renda, ingressa no Ginásio Feminino de Macapá.

Ali, descobre seu chamado para a vida religiosa (1962) e após concluir seus estudos em Macapá, entra para a Congregação italiana de Santas Bartolomea Capitânio e Vicenza Gerosa, também conhecidas como Irmãs de Maria Menina. Estas foram convidadas pelo então Governador Janary Gentil Nunes para realizar um trabalho com meninas em situação de vulnerabilidade em Macapá.

Ao fazer seus primeiros votos, Maria Luiza Bello da Silva recebe o nome religioso de "Irmã Carmem". 

Em sua trajetória religiosa, sempre se dedicou à EDUCAÇÃO. Em 1964, trabalhou no Externato Nossa Senhora Menina em São Paulo. É transferida para Macapá no mesmo ano e realiza seu trabalho na Escola Doméstica. Permanece no Ginásio Feminino de Macapá de 1965 a 1978, agora com um novo nome, Escola Irmã Santina Rioli.

Em 18 de fevereiro de 1979, se afasta da vida religiosa, e se dedica à carreira acadêmica como docente e técnica na rede pública de ensino.  Maria Luiza Bello da Silva abandona a vida monástica, porém o amor à missão e ao Evangelho permanece em seu coração. Maria Luiza Bello da Silva, em sua trajetória religiosa, sempre se dedicou a trabalhos de evangelização e atividades sociais junto aos mais necessitados. Maria Luiza Bello da Silva adota três crianças e se une ao senhor Benedito Alves da Silva em matrimônio.

Ao longo de seu percurso acadêmico, ministrou as matérias de Educação Religiosa e Artes Domésticas. No período de 1973 a 1978, exerceu as funções de Vice-Diretora, Diretora Superior e Conselheira Provincial. Em dezembro de 1975, foi transferida para a comunidade do Colégio Santa Bartolomea Capitânio, onde exercia a função de professora.

Trabalhou como professora em diversas instituições de ensino dos municípios de Macapá, Mazagão e Laranjal do Jari. Exerceu a direção das escolas Ginásio Feminino de Macapá, Polivalente Tiradentes, Instituto de Educação do Amapá - IETA, Escola Professora Sônia Henrique Barreto, Escola Professor Irineu da Gama Paes, Pré-Escola Saci-Pererê, Colégio Gonçalves Dias e Professora Raimunda da Silva Virgolino. Atuou como Assessora na Câmara de Vereadores de Macapá e como Diretora Social da Associação dos Aposentados e Pensionistas do Amapá. Foi associada ao SINSEPEAP - Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amapá.

Em 1999, é homenageada com o Título de Cidadã do Município de Macapá, concedido pela Câmara Municipal. No começo da década de 2000, a Professora Maria Luiza Bello da Silva se aposenta. Em 2008, ela contrai uma doença e recebe o diagnóstico de um câncer nos ossos, vindo a falecer em setembro de 2009.  Em homenagem às suas batalhas, aspirações, princípios e dedicação à Educação no Amapá, seu nome é proposto como patrono da Escola de Ensino Fundamental, uma instituição vinculada à Universidade Federal do Amapá em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Macapá.

A perda da Professora Maria Luiza Bello da Silva impactou profundamente a sociedade do Amapá, especialmente a comunidade católica e a categoria dos docentes. Depois de longos meses de angústia, a notável educadora que educou diversas gerações de amapaenses deixa a vida e entra para a história da Educação no Amapá. Todos os seus pedidos foram realizados. O seu corpo foi velado no salão paroquial da Igreja Jesus de Nazaré, após uma estadia de duas horas na Assembleia Legislativa do Amapá. Depois, foi conduzido em um carro dos Bombeiros até a Igreja Nossa Senhora da Conceição, passando pelo Colégio Gonçalves Dias, Escola Irineu da Gama Paes e, finalmente, até o Cemitério São José, onde foi sepultado.

Hoje Maria Luiza é nome de escola... ESCOLA PROFESSORA MARIA LUIZA BELLO DA SILVA, localizada no bairro UNIVERSIDADE em Macapá - AP.

Texto do Pe. Paulo Roberto Mathias de Souza, adaptado ao blog Porta-Retrato-Macapá.

domingo, 2 de fevereiro de 2025

MEMÓRIA DA CIDADE DE MACAPÁ: ACHADOS ARQUEOLÓGICOS

Achados arqueológicos raros são encontrados na construção do novo "Parque Residência", em Macapá.

Ao realizar escavações para converter a antiga Casa Oficial do Governador em um "Parque Residência", peritos contratados pelo Governo do Amapá encontraram artefatos que fazem referência ao começo da ocupação do local.

Conforme a obra avança, arqueólogos conduzem estudos no local de acordo com as diretrizes de conservação do Instituto do Patrimônio Histórico e Cultural (Iphan). Os achados são raros, incluindo moedas, cachimbos e materiais que remontam a um período que não coincide com o que os livros de história indicam como o início das primeiras ocupações no Amapá, mas que antecede 1750.

"São descobertas de grande relevância que, inicialmente, remetem à época de fundação da Vila de São de Macapá, em 1750. No entanto, há evidências de ocupação indígena na área de estudo, como o antigo cemitério ameríndio escavado em 1947, durante a construção da casa do governador." O arqueólogo, professor doutor e historiador do colegiado de História da Unifap, Edinaldo Nunes Filho, explica que foram encontradas provas de práticas e costumes, como fragmentos de cachimbos usados pelos Ameríndios para consumir tabaco e outras substâncias que faziam parte do seu dia a dia.

A Secretaria de Estado da Infraestrutura executa os serviços da construção, cuidando da manutenção das estruturas externas e internas, além do paisagismo em torno da casa. A "Casa do Governador", vista como um símbolo da história do Amapá, será um local de visitação aberto ao público, oferecendo restaurante, exposição de edificações históricas e um espaço destinado à recepção de autoridades durante visitas oficiais ao estado.

Kleber Souza, arqueólogo e coordenador dos estudos em andamento no local, enfatiza que, devido à construção original da casa em um local arqueológico, foram necessárias pesquisas para a execução da obra, mantendo a preservação do patrimônio histórico, conforme solicitado pelo Governo do Amapá.

 Foto: Aog Rocha/GEA
 Foto: Aog Rocha/GEA
 Foto: Aog Rocha/GEA
Foto: Aog Rocha/GEA
 Foto: Aog Rocha/GEA
 Foto: Aog Rocha/GEA

"Neste estágio inicial, coletamos um conjunto, principalmente de provas da ocupação humana do século XVIII. Uma das provas são as moedas de 1775, de valor de bolso, e cachimbos holandeses feitos de caulim, frequentemente encontrados e que confirmam a interação comercial naquela época. Neste cenário, ainda descobrimos artefatos de ferro e cerâmicas indígenas que confirmam a ocorrência deste contato. Encontramos também utensílios europeus, tudo isso dentro de um indício de uma ocupação ligada aos séculos XVII e XVIII", explicou o pesquisador.

O material recolhido será guardado na reserva técnica do Centro de Estudos e Pesquisas Arqueológicas do Amapá (Cepap) da Unifap, onde será submetido a uma série de estudos e análises, incluindo higienização, catalogação e, por fim, a divulgação dos resultados dessas investigações.

Em agosto de 2024, começaram as obras do Parque Residência, que pretendem converter a antiga Casa Oficial do Governador do Amapá em um dos mais relevantes pontos turísticos de Macapá. A anunciada requalificação visa a conservação e atualização do patrimônio público, de acordo com o Plano de Governo da atual administração.

O Parque Residência modernizará o local que integra a história do Amapá, oferecendo oportunidades de empreendedorismo, criação de empregos e renda. A construção faz parte do plano de desenvolvimento turístico da orla do rio Amazonas, em Macapá, juntamente com o empreendedorismo, que começou na gestão em 2023, com inaugurações como o novo Trapiche do Santa Inês e o Deck do Curiaú.

Via GEA/AP

MEMÓRIA DA MACAPÁ ANTIGA > VIAGEM AO INTERIOR

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