quinta-feira, 29 de junho de 2017

Fotos Memória da Mineração no Amapá: Primeiros equipamentos e veículos da ICOMI, no Amapá

Duas Fotos Memória de hoje, relembram a área do Porto de Santana, em 1953, quando da chegada dos equipamentos e veículos para a empresa ICOMI, no Amapá.
Na primeira foto, vemos a área portuária, quando ainda não havia sido montado o parque industrial de estocagem e embarque de minério de manganês, da Indústria e Comércio de Minérios S/A – ICOMI, na localidade de Santana, no Amapá.
No segundo registro fotográfico, vemos imagens do primeiro armazém de cargas, construído em Santana, tendo ao lado equipamentos e veículos estacionados no pátio da ICOMI, para serem utilizados na ferrovia e mineração da empresa, no Amapá.

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Foto Memória do Comércio Amapaense: O Pioneiro Stephan Hout

Nossa Foto Memória de hoje, presta uma homenagem póstuma ao pioneiro STEPHAN HOUAT
STEPHAN HOUAT, nasceu em Batroun, República do Líbano, no dia 5 de dezembro de 1923, filho dos comerciantes Jorge Houat e D. Foutine Darghan Houat. Estudou o Curso Ginasial no Colégio dos Irmãos Maristas e na Escola de Belas-Artes em Beirute, Capital do Líbano, formando-se em Técnica-Mecânica. Começou trabalhando na função de subchefe da oficina mecânica da companhia de petróleo "Iraq Petroleun Company". No ano de 1940, passou a ministrar aulas na Escola de Belas-Artes onde se formou. Com a ocupação do Líbano pelas tropas inglesas e por franceses livres em 1941, a juventude começou a reagir contra as reformas tendenciosas que queriam implantar. Alguns libaneses começaram a emigrar, entre os quais o seu pai, que veio para o Brasil em 1942, se estabelecendo em Belém do Pará. Stephan decidiu vir para o Brasil em 1947, chegando ao Rio de Janeiro em companhia de seu irmão Abdallah no dia 23 de junho; prosseguindo viagem para Belém-PA, assumiu a gerência do comercio de seu pai e inaugurou uma casa de comércio em sociedade com seu irmão Abdallah em 1948, no mercado de São Brás, aí permanecendo três anos. Chegou ao Amapá, em maio de 1949, dando início a sua atividade comercial, sempre de sociedade, com seu irmão.
Primeiro com uma banca na Doca da Fortaleza e, depois, numa loja pequenina, construída de madeira e coberta de cavacos,...
...no local onde depois funcionou a loja Beiruth N'América, na qual exibia tecidos de lindas padronagens.
Começou então a odisseia da Associação Comercial do Amapá, onde assumiu diversos cargos, inclusive o de Presidente; participou da criação do Clube dos Diretores Lojistas e liderava, com seu irmão os libaneses que vieram para o Amapá. Desportista, torcedor do Trem Esporte Clube, assumiu os cargos de Diretor de Esportes, Diretor Social, Presidente e Vice-Presidente, bem como apoiou as diretorias na construção da sede social e na formação de uma equipe de futebol para competir em igualdade de condições com o Amapá, Macapá e São José; passou a se dedicar ao Bairro do Trem para onde foi morar e era muito querido. Foi um colaborador permanente dos padres da igreja de Nossa Senhora da Conceição; participou da colocação da pedra fundamental da sede dos escoteiros do mar "Marcilio Dias" chefiada pelo professor Dário Jassé; foi escolhido pelos clubes para o cargo de Presidente da Federação Amapaense de Desportos; Presidente da Federação Amapaense de Natação; Presidente da Federação de Futebol de Salão. Presidiu diversas delegações que viajaram para Belém, Rio Branco, Salvador; Fundador do Aeroclube de Macapá, Diretor do Colégio de Árbitros. Mesmo sendo torcedor do Trem, era sócio de todos os outros clubes e justificava que era uma colaboração, um incentivo. 
No ano de 1953, viajou para o Líbano para casar com a jovem Jacqueline EI Achi no dia 27 de setembro, (veja a foto acima) retomando em novembro do mesmo ano, quando a apresentou à sociedade amapaense. 
No ano de 1969, se candidata ao cargo de Vereador pelo Município de Macapá e, merecendo o apoio popular, é eleito juntamente com Humberto Dias Santos, Walter Banhos de Araújo e Lucimar Amoras DeI Castilho, diplomados no dia 2 de janeiro de 1970, assumindo a Presidência da Mesa. Membro do Rotary Clube de Macapá. Fez parte de diversos Conselhos, foi 2º Secretario, Vice-Presidente e Diretor sem pasta. Assumiu por duas vezes a Presidência da entidade, reunindo-se no Esporte Clube Macapá onde seu irmão Abdallah era Presidente. No ano de 1975, se transfere para Belém, onde funda uma firma de compensados e material de construção, fixando residência naquela cidade, passando a dedicar sua vida esportiva ao Paissandu Esporte Clube, sócio e torcedor, sendo eleito Presidente do alviazul onde teve uma atuação merecedora de elogios. Teve uma vida social intensa no clube Monte Líbano do qual foi também Presidente. De repente a morte chegou, surpreendendo a sua esposa Jacqueline, seus filhos Kátia Mara, Jorge, Fadia Luzia, Jussara Keila e José Emílio, seus irmãos, seus parentes, seus amigos e o povo amapaense, pela perda sentida daquele dinâmico companheiro, personagem importante na construção do Amapá.
Stephan Houat, faleceu em São Paulo, em 19/10/1990 de um enfarte fulminante, quando participava de um evento social.

Fonte: Livro Personagens Ilustres do Amapá Vol. II – De Coaracy Sobreira Barbosa – Imprensa Oficial, agosto de 1998.

terça-feira, 27 de junho de 2017

Foto Memória de Macapá: O Pioneiro Homero Charles Platon

Homero Charles Platon chegou ao Município de Amapá em 1942, para administrar o setor de pessoal civil da Unidade Militar da Base Aérea, quando a guerra entre aliados e a Alemanha estava em plena efervescência.
A Base Aérea servia de apoio para as aeronaves que patrulhavam a costa oceânica e além do contingente de Aeronáutica, existia uma guarnição do Exército.
Foi aí que Homero Charles Platon começou sua vida no Amapá.
Após a guerra, Homero foi para Macapá e passou a percorrer os rios da região, pesquisando minérios, com um grupo de garimpeiros.
Adquiriu um “jeep” usado e, junto com seu companheiro Gerino Porto, partiram em direção ao Rio Araguari atravessando campinas, matas, igarapés, atoleiros, chegando à margem do rio, depois de 12 dias.
Dimensionavam os lugares com seus nomes: Porto Platon, Porto do Gerino e Platon do Homero.
Homero convidou garimpeiros experientes e passou a explorar ouro, bauxita e tantalita e foi nessa ocasião que o Sr. Mário Cruz descobriu uma vasta extensão de um minério que, analisado em laboratório, verificou-se ser manganês de boa qualidade.
Com a chegada da empresa ICOMI, para explorar o manganês, Homero passou a ser o fornecedor de alimentos, principalmente carne de gado, mantendo estreito relacionamento com a Diretoria, e transformando-se numa espécie de assessor de assuntos amapaenses.
Era Delegado do SESI e Diretor Administrativo da Companhia Amapaense de Telefones – CAT, quando seus familiares e amigos foram surpreendidos com sua morte no dia 18 de agosto de 1971, com apenas, 57 anos de idade.
Homero Charles Platon, foi um grande pioneiro e Personagem Importante na história do Amapá.
Fonte: Livro Personagens Ilustres do Amapá, de Coaracy Sobreira Barbosa – Departamento de Imprensa Oficial – Agosto de 1997.

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Foto Memória de Macapá: Pioneiro Clóvis Penna Teixeira

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O Pioneiro Clóvis Penna Teixeira nasceu em Soure/Pará, em 17 de maio de 1919.
Era irmão do empresário Leopoldo Teixeira – o Teixeirinha.
Clóvis, era mais velho!!!
Foi Diretor do Serviço de Geografia e Estatística no IBGE em Macapá; trabalhou na ICOMI também em Macapá. Trabalhou com Janary Nunes, primeiro governador do então  Território Federal do Amapá – TFA;  foi Secretário Geral no Território Federal do Amapá no governo do Dr. Raul Montero Valdez;  foi representante do Amapá em Belém; foi diretor da Belauto, revendedora Volkswagen em Belém. Em sociedade com Orlando Albuquerque, seu cunhado, teve uma fazenda de criação de gado na Região dos Lagos interior do Amapá, adquirida de Vicente Antônio Pontes Sobrinho.
Casou-se com Myrtilla Teixeira, que tinha o mesmo sobrenome, mas era de outra família, com quem teve quatro filhos, Clóvis Luciano, Luís, Fernando e Carmen Laura.
Clóvis Teixeira faleceu em 23 de dezembro de 1993, aos 74 anos de idade.
Fonte: Informações da família

domingo, 25 de junho de 2017

Foto Memória do Comércio Amapaense: O Pioneiro Álvaro Guimarães Vasques

O Pioneiro Álvaro Guimarães Vasques nasceu no dia 29 de agosto de 1911 em Las Palmas, ilhas Canárias, possessão espanhola, localizada no oceano Atntico, e foi registrado como português, visto que seu pai Fernando Vasques, Diplomata de carreira, exercia o cargo de Cônsul de Portugal em naquele pais. Com a mudança para o Brasil, foi nomeado Cônsul de Portugal em Belém do Pará. Aposentado, radicou-se definitivamente na Amazônia. 
Na foto de 1952 vemos o prédio dos antigos Armazéns Macapá(hoje demolido), 
casa comercial de propriedade de Álvaro Guimarães Vasques, que se situava 
à Av. Presidente Vargas, esquina com a rua Cândido Mendes, na capital amapaense.
Álvaro Guimarães Vasques chegou a Macapá no dia 8 de outubro de 1947, estabelecendo-se com atividade comercial, fundando os Armans Macapá, constituindo-se, na época, em um dos mais importantes pela sofisticação e por ser a primeira casa a vender eletrodosticos, ferragens, brinquedos, fazendas, etc. Foi arrendatário do Macapá Hotel, de propriedade do governo do TFA. Atuou no ramo atacadista de neros alimentícios e fundou a “Casa Cabocla” na década de 50. Em 1960 juntou-se a outros emprerios e implantaram o primeiro frigorífico privado no Amapá, abastecendo a população com carne e pescado. Posteriormente se envolveu na agropecuária, fundando a fazenda "Las Palmas", na região do rio Aporema, sendo o primeiro a introduzir gado nobre na região. Possuía um espírito aventureiro demonstrando isso quando realizou um “raid” de Macapá a Amapá, de moto, quando naquela época atravessavam 10 balsas. Destacou-se na sociedade como participante e presidente do Rotary Clube, do Aeroclube e da Associação Comercial.
Faleceu no dia 4 de janeiro de 1964, com 52 anos de idade.
Fonte: Livro Personagens Ilustres do Amapá – De Coaracy Sobreira Barbosa – Imprensa Oficial – Agosto de 1997

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Fotos Memória de Macapá: Integrantes do Clube de Tiro do Amapá

Mexendo em meus alfarrábios, encontrei entre e-mails um do meu amigo Aloísio Teixeira, com 3 fotos que foram enviadas pela prima dele, a amiga Carmem Lúcia, filha do pioneiro Clóvis Teixeira. 
Aloísio é um dos filhos do saudoso Leopoldo Teixeira, o “Teixeirinha”.
Como já faz tempo que publiquei ambas, resolvi republicá-las como nossas Fotos Memória de hoje:
Nas imagens, pioneiros importantes da nossa Macapá de outrora. Todos com suas armas, por serem integrantes do clube de tiro que existiu nos primórdios do Território do Amapá. E o maior incentivador desse esporte era o ilustre militar Janary Gentil Nunes, primeiro governador da “terra do manganês”.
Na primeira vemos a partir da esquerda Alamiro Souza, Janary Gentil Nunes e Clóvis Teixeira.
Na segunda na mesma ordem: Comerciante Álvaro Guimarães Vasques, Engenheiro Homero Platon e Clóvis Penna Teixeira. Clóvis Teixeira foi Secretário Geral do Território, na administração de Janary Nunes, no Amapá. 
As relíquias históricas pertencem ao acervo da  família de Clóvis Teixeira, gentilmente cedidas ao Porta-Retrato!

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Fotos Memória de Macapá: Escolas em construção

Mais duas Fotos Memória da Macapá antiga, extraídas do Livro “Território Federal do Amapá – Perfil Histórico” de Arthur Cesar Ferreira Reis, publicadas em 1949.
A primeira retrata o edifício da Maternidade Geral de Macapá, que teve sua construção iniciada, em 1947, na Av. FAB, ao lado do antigo Hospital Geral de Macapá.
A segunda registra a construção da antiga Escola Técnica Profissional de Macapá, depois Escola Industrial de Macapá, erguida, também na Av. FAB, ao lado do Grupo Escolar Barão do Rio Branco, que foi o primeiro educandário construído em alvenaria, no recém criado Território Federal do Amapá.
Fonte: Livro "Território Federal do Amapá - Perfil Histórico", de Arthur Cedar Ferreira Reis, 1949

Foto Memória de Macapá: Pioneiro Jurandir Lavor Benigno.

Com a Foto Memória de hoje, prestamos nossa homenagem (in memoriam) ao Pioneiro Jurandir Lavor Benigno.
Jurandir, era um dos filhos do Sr. Adaucto Benigno Cavalcante, primeiro gerente das Lojas Pernambucanas, em Macapá.
Natural de Iguatu, no estado do Ceará, e foi pra Macapá com o com seu Adaucto, no início do Território do Amapá.
Trabalhou inicialmente com o pai, depois foi trabalhar na ICOMI, sendo contratado em 1º de novembro de 1954, começando como Escriturário em Porto Platon. Posteriormente, foi transferido para Serra do Navio, onde ficou por mais quatro anos, até se mudar para Santana, onde desempenhou funções de Supervisor das Operações do almoxarifado da Companhia. 
Jurandir se casou com a professora paulista Herna Emília Dobel, que foi diretora da Escola de Vila Amazonas, e com ela tiveram quatro filhos homens – Luiz Carlos, Jurandir (Jurinha), Marcio e Carlinhos. Na foto acima, Luiz Carlos tinha 2 anos de idade e Jurinha apenas 6 meses.
Quando solteiro, Jura foi destacado atleta, praticante de futebol(de campo e de salão), basquete, voleibol, natação, tênis (de mesa e de quadra), e quando estudante, em Macapá, participou, com sucesso de uma corrida rústica der Macapá, até Fazendinha, há 11 quilômetros da capital amapaense. Desde que sofreu um acidente de moto, em Serra do Navio, Jurandir ficou impossibilitado de praticar esportes.
Segundo informações do amigo Mário Miranda, ex-funcionário da ICOMI, que reside em Fortaleza, Jurandir e a esposa, que moravam com a família na capital alencarina desde a saída deles do Amapá, já são falecidos e sepultados lá. Ela faleceu primeiro! Mario encerra dizendo que os quatro filhos do casal,  continuam morando na  cidade, mas nunca mais foram vistos por ele.
Fonte: Revista ICOMI Notícias

domingo, 18 de junho de 2017

Foto Memória da Educação do Amapá: Colação de Grau dos Contabilistas da Escola Técnica de Comércio do Amapá, ano 1965

A Foto Memória de hoje, relembra a formanda Terezinha da Silva Figueiredo, que aparece à direita, no registro fotográfico acima, quando recebia seu certificado de conclusão do curso de  “Técnica em Contabilidade”, das mãos do Sr. Aristeu Loureiro Acioly Ramos, então, oficial de gabinete do governador Luiz Mendes da Silva.
Com ela se formaram mais 36 novos contabilistas, pela Escola Técnica de Comércio do Amapá-CCA, numa turma que teve como patrono o economista Carlos da Cruz Viana, professor do educandário.
A solenidade de entrega dos certificados, foi realizada no Cine-Teatro João XXIII, no dia 4 de dezembro de 1965, em Macapá.
Terezinha, à época, era funcionária da COPRAM – Companhia Progresso do Amapá, uma empresa mantida pela ICOMI – Indústria e Comércio de Minérios S/A.
Fonte: Revista ICOMI Notícias

sábado, 17 de junho de 2017

Foto Memória de Macapá: Professora Aracy Miranda de Mont'Alverne

A Foto Memória de hoje, relembra um registro fotográfico de 1964, da saudosa professora Aracy Mont’Alverne, publicado pela Revista Icomi Notícias, quando participava de uma programação cultural na sede do Manganês Esporte Clube, em Serra do Navio. 
Ela está à direita à mesa, com senhoras e professoras das escolas de Vila Amazonas, de Santana-AP.
Na oportunidade a saudosa poetiza, especialmente convidada pelo clube serrano, recitou os poemas de sua autoria: “Macapá Cinderela”, “As Duas Esposas”, “A Criança e a Escola”, “Mucama”, “Rio Amazonas” e outras.
Fonte: Revista ICOMI Notícias 

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Fotos Memória Escoteira de Macapá: 1º Jamboree Pan-Americano

As Fotos Memória de hoje, são registros fotográficos do Primeiro Jamboree Pan-Americano, realizado em 1965, na cidade do Rio de Janeiro.
O historiador Nilson Montoril, conta detalhes do evento: “Para comemorar o IV Centenário do Rio de Janeiro e os 50 anos de realização do acampamento mundial na ilha de Brownsea, a União dos Escoteiros do Brasil realizou na cidade do Rio de Janeiro, o 1º Jamboree Pan-Americano. O monumental evento, que se tornou realidade no período de 18 a 25 de julho de 1965, reuniu escoteiros de diversos países do globo."
Da esquerda para a direita da foto: Luiz Tadeu, Nelson, Biroba, Mozart Souza, Gerônimo Acácio, Fiúza, Ubaldo Medeiros(centro,de branco), Gitinho (como o Biroba chamava o menor escoteiro do acampamento,) Urivino Bandeira( mostrando o jornal "O GLOBO" que enaltece o escotismo do Amapá), Santiago (lendo o jornal), João Lázaro(agachado), Haroldo Nery  e Nilson Montoril(sentado).
"A Região Escoteira do Amapá se fez presente com uma delegação composta por 38 discípulos de Baden-Powell, que integravam os grupos Veiga Cabral, Marcílio Dias, São Jorge e João Gualberto da Silva, chefiados pelos chefes Clodoaldo Carvalho do Nascimento, Benedito Santos, Manoel Ferreira(Biroba), Expedito Cunha Ferro(91) e Hilkias Alves de Araújo. Os preparativos para a longa viagem foram intensos. Os escoteiros aprenderam o hino do Jamboree que o Trio Irakitan havia gravado, realizaram promoções diversas como cordões de pássaros, teatro, bingo, rifas, venda de artesanatos e passagem de livro de ouro para angariar recursos financeiros. Eu, Raimundo Magalhães, Manoel Ferreira (Biroba) e o lobinho Ângelo Pires da Costa, ensaiamos e apresentamos a peça “A Galinha dos Ovos de Ouro”, encenada no Barracão Pio XII (quintal dos Padres) e nos cine-teatro das vilas Amazonas e Serra do Navio. Personificando o Gigante Ferrabraz, usei um figurino recheado com travesseiros, o que levou muita gente a pensar que artista fosse o irmão Francesco Mazollene, o famoso caterpillar. O sucesso em Serra do Navio foi tão grande que fizemos várias apresentações sábado e domingo. É claro que a ICOMI foi bem generosa conosco em termos de cachê. Embarcamos para Belém ao anoitecer do dia 8 de julho de 1965. A concentração dos escoteiros ocorreu na Praça Tibúrcio Andrade, em frente ao Macapá Hotel."
"Uniformizados, com as mochilas, bandeiras e outros apetrechos próprios do escoteiro, aguardamos o momento de embarcar no rebocador Araguary. Como o Araguary puxava a alvarenga Uaçá, gastou 46 horas para cobrir o percurso entre Macapá e Belém. No alvorecer do dia 11 de julho desembarcamos na Bacia da Doca Souza Franco e em ônibus fretado rumamos para o Rio de Janeiro. Até alcançarmos a rodovia Bernardo Sayão, o ônibus trafegou sobre pista asfaltada. Após alcançar o trecho próximo a Capanema/Pará, enveredou por uma estrada sem capeamento asfáltico, fazendo-nos enfrentar poeira até Brasília. Na capital federal permanecemos algumas horas na Estação Rodoviária devido à troca de viatura. "
"Levávamos uma sucuri de 4 metros enrolada em um veado, (veja a foto acima) ambos empalhados, fato que aguçou a curiosidade das pessoas, inclusive da imprensa. Diante do espanto dos curiosos dizíamos que aquela sucuri ainda era filhote de cobra. Um ônibus novo nos transportou até o Rio de Janeiro, aonde chegamos por volta das 17h30 do dia 14 de julho. O grande acampamento ainda estava sendo montado, razão pela qual tivemos que nos alojar no prédio que abrigaria o Hospital Universitário da Ilha do Fundão. Estava anoitecendo e descemos do ônibus cantando a “Canção da Alvorada”, mais conhecida como “O Rio Soluça”. Os versos adaptados à bela canção foram concebidos pelo Coronel Luiz Ribeiro de Almeida. Por um capricho do destino, encontramos alojados no mesmo imóvel os escoteiros do Rio Grande do Sul que rapidamente foram ao nosso encontro. Estávamos com tanta fome que em pouco tempo acabamos com o estoque de bananas dos nossos irmãos de ideal. Ao amanhecer do dia 15, fomos conhecer o espaço onde permaneceríamos por 10 dias. A ilha do Fundão possuía algumas instalações da Marinha, na orla da Baia da Guanabara, mas era despovoada na área próximo ao Aeroporto do Galeão e a Avenida Brasil. As máquinas que fizeram à raspagem do terreno delimitaram os campos com a terra removida. Em uma divisória eu tive a ideia de construir um fogão de duas bocas (veja fotos abaixo) que virou atração no acampamento."
No sentido dos ponteiros do relógio: Manoel Ferreira ( Biroba -Tropa Marcilio Dias ), Nilson Montoril ( Tropa São Jorge ), Urivino Bandeira ( Tropa Veiga Cabral ), Ubaldo Medeiros ( Tropa Marcílio Dias ) e Nelson ( Tropa João Gualberto da Silva). Em 1965, apenas esses grupos existiam no Território Federal do Amapá.                  
"Também confeccionei uma mesa utilizando bambu. Essas duas pioneirias nos garantiram a bandeira de eficiência por dois dias. No campo aonde nos instalamos tivemos como vizinhos os escoteiros da Venezuela, Uruguai, Espírito Santo e Escócia. 
Escoteiro escocês, no stand do Amapá
(Foto: Reprodução de arquivo)
O Biroba só chamava os escoceses de “saiudos” porque o uniforme deles compreende o uso de saias feitas com lã, com xadrez colorido (tartan)(veja na foto menor, ao lado) chamadas kilt. Elas têm franjas decorativas e um grande alfinete de bebe. A solenidade de abertura do Jamboree ocorreu na manhã do dia 18 de julho e fazia muito frio. Alguns carros do Jornal “O Globo” distribuíram exemplares de edições antigas a fim de que pudéssemos forrar o chão, ainda úmido devido às chuvas e as baixas temperaturas. O dia-a-dia decorreu com alvorada, café, hasteamento da Bandeira, almoço, jantar, serviços de pioneirias, jantar e fogo-de-conselho. A programação comportava passeios aos pontos turísticos do Rio de Janeiro, inclusive ao Maracanã. Também passeamos na Baia da Guanabara, em embarcações da Marinha de Guerra. Dia 26 de julho, ao deixarmos a Ilha do Fundão, fomos hospedados em um casarão, em estilo colonial, no bairro da Lapa. Na manhã do dia 27, numa deferência especial da ICOMI, fomos a São Paulo, viajando pela Rodovia Presidente Eurico Dutra. Permanecemos 8 horas em São Paulo, tempo suficiente para conhecermos o Estádio Paulo Machado de Carvalho, o famoso Pacaembu. Retornamos ao Rio de Janeiro no mesmo dia, prontos para deixar a capital do então Estado da Guanabara. Saímos do Rio de Janeiro, dia 28 de julho, alcançando Belém ao anoitecer do dia 1º de agosto. Deixamos o ônibus e nos agasalhamos na Alvarenga Uaçá, que estava na Doca de Souza Franco aguardando carga. A demora foi de 12 dias, parecendo que tínhamos sido abandonados. Soubemos posteriormente que o comando da revolução militar, em Macapá, estava hostilizando o movimento escoteiro e que alguns escotistas tinham sido presos. Lamentavelmente, a Representação do Governo do Amapá, em Belém, sequer forneceu alimentação aos escoteiros. Eles se alimentaram vários dias com farofa feita com óleo. Só consegui retornar a Macapá no dia 14 de agosto, porque comprei uma passagem dos Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul. A despeito desses percalços a experiência foi extremamente válida.” (Nilson Montoril)
Nota do Editor: Sinto-me honrado de também ter feito parte da delegação de escoteiros que representou o Amapá naquele evento, sem dúvida, inesquecível. Sempre Alerta a todos! ( João Lázaro )
Fonte: Texto original escrito por Nilson Montoril, publicado em seu blog Arambaé, e especialmente adaptado para o Porta-Retrato.

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Fotos Memória do Escotismo do Amapá

As Fotos Memória de hoje, relembram os primeiros movimentos de escoteiros do Amapá. 
No primeiro registro temos o desfile oficial realizado pela Associação de Escoteiros Marcílio Dias, na localidade de Fazendinha, na área onde sempre foi instalado o Parque de Exposições.
São registros do acervo histórico do Amapá.
Nas imagens o primeiro escoteiro da coluna do centro, após a Bandeira Nacional é o chefe Dário Cordeiro Jassé.
Foto da primeira Banda Marcial dos escoteiros do Amapá que puxou o desfile das bandeirantes e escoteiros das modalidades terra e mar no Parque de Exposições, em Fazendinha. O primeiro tambor da fila do centro era tocado pelo chefe Glycério de Souza Marques, membro da diretoria da Associação de Escoteiros Veiga Cabral.
No dia 12/9/1945, ocorria em Macapá a instalação da Associação de Escoteiros Veiga Cabral. A iniciativa contou com o decisivo apoio do governador Janary Gentil Nunes que levou de Belém os chefes escoteiros Glycério de Souza Marques, Clodoaldo Carvalho do Nascimento e José Raimundo Barata.
Eles não foram apenas para fundar o escotismo no Amapá, mas também desempenharam outras atividades como servidores públicos federais. 
Quase dois anos depois, no dia 13/7/1947, surgiria a Associação Marcílio Dias, modalidade mar, por iniciativa do professor de educação física e chefe escoteiro Dário Cordeiro Jassé. 
Nascido em Belém a 18/5/1921, o chefe Jassé era filho de José Jassé e Rita Cordeiro Jassé. Enquanto permaneceu em Belém residiu na Rua dos 48, por trás da Igreja da Santíssima Trindade e na Avenida 25 de setembro, nos fundos do Bosque Rodrigues Alves. Na capital paraense ministrou aulas de educação física em diversos estabelecimentos de ensino e integrou o movimento escoteiro.
Convidado para trabalhar em Macapá, Dário Jassé lá chegou em abril de 1947, sendo lotado na então Divisão de Educação e exercendo a função de Inspetor de Ensino. Fixou residência no bairro do Trem, onde a Prefeitura de Macapá havia concedido à associação que dirigia uma ampla área delimitada pelas Avenidas Cônego Domingos Maltez/Antônio Gonçalves Tocantins e pelas Ruas General Rondon/Eliezer Levy. De imediato foi demarcado um campo de futebol e iniciada a construção de um barracão. As instruções sobre o escotismo eram ministradas no Rivelim da Fortaleza São José.
No pentágono localizado à frente da Fortaleza, o chefe Dário Cordeiro Jassé ministrava os ensinamentos sobre escotismo aos componentes do Grupo Marcílio Dias. As aulas sempre ocorriam à tarde e atraiam dezenas de curiosos, principalmente crianças.
Casou com Raimunda Morais e com ela teve os filhos Carlos Fernando, Antônio Mário, Raimundo Sérgio e as filhas Célia e Regina. 
Em 1953, doente, o chefe Dário Jassé foi internado no Hospital do IPASE, no Rio de Janeiro, onde faleceu a nove de março. Seu corpo foi enterrado no cemitério São João Batista e o governo do Amapá arcou com as despesas de seu funeral. Dário Jassé era o Comissário Regional da União dos Escoteiros do Brasil, no Amapá e Clodoaldo Nascimento o subcomissário. No dia 3/4/1953, às 10 horas, o Grupo Marcílio Dias prestou-lhe homenagens na área da entidade que fundara. Houve hasteamento da bandeira nacional e colocação de uma placa homenageando o extinto. O tenente Glycério de Souza Marques teceu breves comentários sobre a vida do Professor Jassé. Compareceram à solenidade: o Dr. Hildemar Pimentel Maia, governador em exercício; Heitor de Azevedo Picanço, presidente da União dos Escoteiros do Brasil - Regional do Amapá; Jacy Barata Jucá, presidente da Associação Marcílio Dias e Clodoaldo Carvalho do Nascimento, Comissário Regional substituto. Cantou-se a canção do silêncio e a valsa da despedida. Jacy Barata Jucá e Heitor Picanço descerraram a placa Dário Jassé com os dizeres: “Marcílio Dias, Campo Escola Dário Jassé”.
Em 1958, o chefe Clodoaldo Nascimento foi ao Rio de Janeiro para providenciar a vinda dos despojos de Dário Jassé para Macapá, fato concretizado dia 17/11/1958, em avião do Lóide Aéreo Nacional. 
A foto acima, registra o momento em que a carreta que transportava a urna mortuária do chefe Dário Cordeiro Jassé estacionava no pátio central da Fortaleza de Macapá e o chefe Raimundo Façanha direcionava a roda dianteira esquerda do pequeno veículo no sentido da capela de São José. Do lado oposto, entre os escoteiros que empurravam o carro vemos o chefe Luciano. No interior da carreta há dois lobinhos do Grupo Marcílio Dias. O lobinho que está perto do chefe Luciano é o Urivino Bandeira, ainda vivo. Dentre as pessoas que recepcionaram o chefe escoteiro falecido identificamos o senhor Belarmino Paraense de Barros, de roupa branca e o Inspetor da Guarda Territorial Ítalo Marques Picanço que faz a saudação escoteira. Observe que a urna mortuária estava na carreta e sobre ela foi postada uma flor de lis, o símbolo do escotismo. Esta urna ainda se encontra guardada no interior da Fortaleza.
A urna mortuária, contendo na parte superior uma flor de lis, símbolo do escotismo, foi trasladada para a capela de São José, na Fortaleza de Macapá. À época, ainda se falava na construção de um memorial destinado aos pioneiros da implantação do Território do Amapá e a urna contendo os restos mortais de Dário Jassé seria guardada no citado monumento juntamente com os despojos de Joaquim Caetano da Silva. Com o passar dos anos, muitos mentores da ideia deixaram o Amapá e ela foi fenecendo. Durante muito tempo as urnas de Joaquim Caetano e de Dário Jassé permaneceram na sacristia da capela da Fortaleza. Transferidas para outro edifício do velho forte, elas passaram a figurar como reserva técnica do Museu Histórico Joaquim Caetano da Silva. Atualmente, a urna do patrono do museu está guardada no prédio da antiga Intendência de Macapá.
A urna de Dário Jassé permanece como “reserva técnica” e mantida na Fortaleza.
O historiador Nilson Montoril de Araújo afirma com absoluta convicção que os restos mortais contidos na urna que está sendo mantida na Fortaleza são de Dário Cordeiro Jassé.
Ele viu a urna chegar à Macapá e acompanhou o féretro até a Fortaleza. Naquele dia 17 de novembro de 1958, Nilson estava entre os escoteiros macapaenses, pois integrava o Grupo São Jorge. Dentre os pioneiros do escotismo no Amapá, ainda está vivo o chefe Cláudio Carvalho do Nascimento que à época figurava como um dos dirigentes da Associação Veiga Cabral.
O Manoel Ferreira, o popular Biroba, que era um dos chefes dos escoteiros do mar também testemunhou o fato aqui narrado.
Nessa fotografia vemos cinco dos primeiros escoteiros do Território do Amapá. No sentido dos ponteiros do relógio destinguimos na linha de frente os chefes Luciano, Clodoaldo Nascimento e José Raimundo Barata. Na segunda fila estão Pedro Nolasco Monteiro e Expedito Cunha Ferro, o popular "91".
Texto de Nilson Montoril, adaptado para o Porta-Retrato, publicado originalmente no blog Arambaé, do próprio Nilson.

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Foto Memória da Educação do Amapá: Colação de Grau da Turma de Contabilidade da Escola Técnica de Comércio do Amapá - CCA

O amigo Carlos Alberto Miranda Gomes compartilhou com o Porta-Retrato fotos de seu acervo pessoal. 
Uma delas é da Cerimônia de Colação de Grau dele e demais concluintes, do Curso de Técnicos em Contabilidade da Escola Técnica de Comércio do Amapá, turma de 1960. 
Nas imagens, componentes da mesa a partir da esquerda: Prof. José Lourenço de Almeida; Prof. Carlos Alberto da Cruz Vianna que foi diretor da escola; o terceiro não identificado; Dr. Dário José Gonçalves Gomes que era Diretor Técnico da CEA; Prof. Domingos Vasques (de terno branco) era o secretário da escola; Prof. Alceu Paulo Ramos; e o orador Tenente Uadih Charone, então diretor da Escola.
Nosso colaborador, formando Carlos Alberto Miranda Gomes aparece na foto em pé, por trás do Prof Domingos Vasques, entre duas figuras femininas.
Fonte: Carlos Alberto Miranda Gomes

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