domingo, 2 de fevereiro de 2025

MEMÓRIA DA CIDADE DE MACAPÁ: ACHADOS ARQUEOLÓGICOS

Achados arqueológicos raros são encontrados na construção do novo "Parque Residência", em Macapá.

Ao realizar escavações para converter a antiga Casa Oficial do Governador em um "Parque Residência", peritos contratados pelo Governo do Amapá encontraram artefatos que fazem referência ao começo da ocupação do local.

Conforme a obra avança, arqueólogos conduzem estudos no local de acordo com as diretrizes de conservação do Instituto do Patrimônio Histórico e Cultural (Iphan). Os achados são raros, incluindo moedas, cachimbos e materiais que remontam a um período que não coincide com o que os livros de história indicam como o início das primeiras ocupações no Amapá, mas que antecede 1750.

"São descobertas de grande relevância que, inicialmente, remetem à época de fundação da Vila de São de Macapá, em 1750. No entanto, há evidências de ocupação indígena na área de estudo, como o antigo cemitério ameríndio escavado em 1947, durante a construção da casa do governador." O arqueólogo, professor doutor e historiador do colegiado de História da Unifap, Edinaldo Nunes Filho, explica que foram encontradas provas de práticas e costumes, como fragmentos de cachimbos usados pelos Ameríndios para consumir tabaco e outras substâncias que faziam parte do seu dia a dia.

A Secretaria de Estado da Infraestrutura executa os serviços da construção, cuidando da manutenção das estruturas externas e internas, além do paisagismo em torno da casa. A "Casa do Governador", vista como um símbolo da história do Amapá, será um local de visitação aberto ao público, oferecendo restaurante, exposição de edificações históricas e um espaço destinado à recepção de autoridades durante visitas oficiais ao estado.

Kleber Souza, arqueólogo e coordenador dos estudos em andamento no local, enfatiza que, devido à construção original da casa em um local arqueológico, foram necessárias pesquisas para a execução da obra, mantendo a preservação do patrimônio histórico, conforme solicitado pelo Governo do Amapá.

 Foto: Aog Rocha/GEA
 Foto: Aog Rocha/GEA
 Foto: Aog Rocha/GEA
Foto: Aog Rocha/GEA
 Foto: Aog Rocha/GEA
 Foto: Aog Rocha/GEA

"Neste estágio inicial, coletamos um conjunto, principalmente de provas da ocupação humana do século XVIII. Uma das provas são as moedas de 1775, de valor de bolso, e cachimbos holandeses feitos de caulim, frequentemente encontrados e que confirmam a interação comercial naquela época. Neste cenário, ainda descobrimos artefatos de ferro e cerâmicas indígenas que confirmam a ocorrência deste contato. Encontramos também utensílios europeus, tudo isso dentro de um indício de uma ocupação ligada aos séculos XVII e XVIII", explicou o pesquisador.

O material recolhido será guardado na reserva técnica do Centro de Estudos e Pesquisas Arqueológicas do Amapá (Cepap) da Unifap, onde será submetido a uma série de estudos e análises, incluindo higienização, catalogação e, por fim, a divulgação dos resultados dessas investigações.

Em agosto de 2024, começaram as obras do Parque Residência, que pretendem converter a antiga Casa Oficial do Governador do Amapá em um dos mais relevantes pontos turísticos de Macapá. A anunciada requalificação visa a conservação e atualização do patrimônio público, de acordo com o Plano de Governo da atual administração.

O Parque Residência modernizará o local que integra a história do Amapá, oferecendo oportunidades de empreendedorismo, criação de empregos e renda. A construção faz parte do plano de desenvolvimento turístico da orla do rio Amazonas, em Macapá, juntamente com o empreendedorismo, que começou na gestão em 2023, com inaugurações como o novo Trapiche do Santa Inês e o Deck do Curiaú.

Via GEA/AP

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