sábado, 30 de abril de 2011

Pioneira do Magistério Amapaense: Profª Raimunda Mendes Coutinho (Guíta)

(Foto: Reprodução de arquivo)
A pioneira Raimunda Mendes Coutinho ou Professora G u í t a, como foi conhecida, era natural de Macapá, onde nasceu no dia 17 de fevereiro de 1912. Filha de João de Azevedo Coutinho e D. Sophia Mendes Coutinho.
Estudou o primário no colégio das Freiras e o curso normal na Escola Normal de Macapá, nos anos de 1950 a 1954. Participou de 11 Cursos de Férias para professores primários, recebendo o diploma de Especialização durante o 13º Curso a 25 de janeiro de 1955.
Fez cursos de Secretariado Escolar; Atualização de Professores em 1966; Treinamento de Secretárias, 1974; participou, ainda, de Encontros e Seminários promovidos pelo Governo do Amapá. Exerceu a atividade de professora no Grupo Escolar de Macapá, no período de 1944/1949 e 1980, respondendo pela titular; Secretária Grupo Escolar Barão do Rio Branco em 1967 e 1974. Exerceu o cargo de Diretora do Grupo Escolar Getúlio Vargas, que funcionava no anexo do Colégio Amapaense e do Grupo Escolar Alexandre Vaz Tavares.
Recebeu várias portarias de elogios e Diplomas de Honra ao Mérito dados pela Câmara de Vereadores de Macapá, pelo Rotary Clube de Macapá, pela Associação dos Professores e dos festejos dos 25 anos do Grupo Escolar Alexandre Vaz Tavares.
Ela mesmo comentava, que professora “Guíta”, foi um apelido carinhoso que seus familiares, amigos e alunos lhe deram;  que teve inúmeros momentos felizes e um deles foi ter alcançado 100% de alunos aprovados durante 3 anos.
Professora Guita sentia-se honrada de fazer parte do grupo de pioneiras, entre as quais as professoras Acinê Garcia Lopes de Souza, Maria Lúcia Brasil, Oneide Medeiros, Julieta Borges, Graziela Reis de Souza, Aracy de Mont'Alverne, Esther Virgolino, Predicanda Amorim Lopes, Annie Viana, Risalva Amaral e muitas outras que contribuiram com o progresso do Amapá.

Professora Guita, faleceu no Hospital Geral de Macapá, às 15h do dia 4 de novembro de 1998.
(Fonte: Livro Personagens Ilustres do Amapá Vol. 1, de Coaracy Barbosa - edição 1997).

sexta-feira, 29 de abril de 2011

O Pioneiro Isaac Menahem Alcolumbre

(Foto: Reprodução de livro)
Isaac Menahem Alcolumbre - grande pioneiro do Amapá - nasceu na cidade de Belém-PA, no dia 23 de maio de 1913. Filho de Alberto Alcolumbre e de Sarah Brigite Alcolumbre naturais da cidade de Tânger, no Marrocos.
Emigraram para o Brasil no ano de 1905, fugidos da guerra, estabelecendo-se em Belém do Pará. Isaac tinha estudado nas escolas de Belém e com a idade de 12 anos começou a trabalhar de auxiliar no Serviço Especial de Saúde Pública - SESP como "mata mosquitos", sendo mais tarde transferido para Porto Velho na mesma função. No ano de 1939, conheceu a jovem Alegria Peres com quem se casou no dia 11 de junho de 1941 e lhe deu os filhos Sarah, Alberto, Salomão, Ana, Menahem, Nissim, José, Sime, Julia, Sonia e Pierry. Em 1941 foram para Macapá e se estabeleceram no comércio de troca de gêneros alimentícios por ouro, pele de animais, óleos vegetais e látex de seringueira. O comércio foi crescendo e deram o nome de "Casa Fé em Deus".
Com o advento do Território do Amapá, Isaac Alcolumbre passou a ser o fornecedor do governo e a atender os funcionários, anotando as compras nas cadernetas. Por diversas vezes o Governo Federal atrasou a remessa de recursos, e Isaac cedia ao Capitão Janary as importâncias de que necessitava para fazer o pagamento de pessoal com um simples bilhete ou um pedido verbal.
Gostava de jogar futebol e fez parte da equipe do Panair Esporte Clube, formada pelos funcionários da empresa de aviação Panair do Brasil S/A. Quando estourou a guerra entre os países aliados contra a Alemanha, a empresa foi extinta e os jogadores se reuniram sob a presidência do Sr. Emanuel Tarcillo Duarte de Moraes no dia 18 de julho de 1942 e, mudaram o nome para Esporte Clube Macapá, cujo time de futebol era composto dos seguintes atletas: Isaac Alcolumbre, Brasil e Lacinho; Humberto Dias Santos, Edilson Olvieira e José Maria Chaves; Cláudio Jucá, Ubiracy Picanço, Pintor, Herundino dos Espírito Santo e Manoel Oliveira.
Isaac era um homem simples, apesar de ter sido manchete da revista "O Cruzeiro" com a reportagem intitulada "O Rei do Ouro".
Gostava de andar de chinelos, camisa aberta ao peito, cumprimentando sorridente quem passava por perto. Adorava jogar bilharito no ''Café Continental", deixando D. Alegria comandando o comércio.
Seu falecimento ocorreu em Belém, em 1971, durante uma intervenção cirúrgica, para tristeza da família enlutada e do grande número de amigos que conquistou.
(Fonte: Livro Personagens Ilustres do Amapá Vol. 1, de Coaracy Barbosa - edição 1997).

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Pioneiro da Saúde do Amapá: Dr. Antônio Tancredi

Filho de emigrantes italianos, o pioneiro Antônio Tancredi nasceu em Belém do Pará no dia 15 de maio de 1923.
(Foto: Reprodução de livro)
Formou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina do Pará em 1947. A convite do Governo do Território, assumiu a Chefia do Posto de Saúde do Município de Oiapoque em 1948. Também trabalhou no Posto Médico do Município de Amapá. Em 1951 integrou o corpo clínico do Hospital Geral de Macapá onde se destacou nas especialidades de radiologia, clínica geral e cirurgia. Foi Secretário de Saúde de 1967 a 1972. Além de exímio médico, Antônio Tancredi fez da medicina um verdadeiro sacerdócio, revelando em todos os seus atos um paternal espírito conciliador, altruístico (dedicado aos outros - solidário) e ético. Era casado com D. Delfina Gomes Correa, filha do pecuarisra Cel. Arlindo Eduardo Correa, com quem teve os filhos José (físico), Tânia médica), Arlindo (administrador) e Leda (arquiteta).
Após sofrer um infarto do miocárdio em 1972, aposentou-se precocemente e voltou a residir em Belém-PA, onde veio a falecer em 19 de setembro de 1996.
(Fonte: Livro Personagens Ilustres do Amapá Vol. 1, de Coaracy Barbosa - edição 1997).

terça-feira, 26 de abril de 2011

O Pioneiro Amilcar da Silva Pereira

(Foto: Reprodução de livro)
O Pioneiro Amilcar da Silva Pereira nasceu no Município de Bragança, Estado do Pará, em 16 de fevereiro de 1919, filho de Antônio Manoel Pereira e D. Argentina Pinheiro da Silva.
Desde cedo mostrou-se interessado pelas causas voltadas à saúde do ser humano. Após os estudos primário e ginasial, ingressou na Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará, diplomando-se em 1945.
Enquanto se adaptava à profissão, foi professor de Ciências Físicas e Naturais no Colégio Progresso Paraense em Belém e, no dia 15 de fevereiro de 1946, foi contratado pelo governo do Amapá, assumindo o cargo de Diretor do Posto Médico do Município de Oiapoque. Com o pedido de exoneração do Prefeito Dr. Sérgio Olindense Ferreira, foi nomeado para o cargo no dia 16 de novembro do mesmo ano.
Em fins de 1947 casou-se com a jovem professora Oneide Cruz da Silva Pereira. Transferiu-se para Macapá, passando a exercer a Medicina nas diversas áreas da antiga Divisão de Saúde, destacando-se como: Chefe de Serviço de Pediatria do Hospital Geral de Macapá; Diretor do Posto de Puericultura Iracema Carvão Nunes; Professor no Colégio Amapaense, exercendo posteriormente o cargo de Diretor do Colégio; participou da fundação do Centro de Estudos Dr. Lélio Silva, órgão oficial da Sociedade Médica do Território do Amapá; integrou a Comissão Científica, na condição de Presidente, tendo como membros os doutores Mário Medeiros Barbosa e Carlos Alclepíades de Lima. Em 16 de maio de 1954, foi designado por ato do governo, para responder pelo cargo de Secretário Geral, ratificado em 10 de julho do mesmo ano. Assumiu o cargo de Governador do Território em 2 de fevereiro de 1956, substituindo o Capitão Janary Gentil Nunes, nomeado para a Presidência da Petrobrás, tendo como Secretário o Sr. Pauxy Gentil Nunes. Durante seu governo, destacaram-se a implantação da Companhia de Eletricidade do Amapá em 3 de setembro de 1955; a criação do Município de Calçoene e a posse do primeiro Prefeito Coaracy Barbosa em 25 de janeiro de 1957; a inauguração do Porto de Santana. De repente ocorreu o desastre aéreo na localidade de Carmo do Macacoari que ceifou as vidas do Deputado Coaracy Nunes, do Suplente Hildemar Maia e do piloto Hamilton Silva, enlutando o povo amapaense. O Amapá não podia ficar sem representante na Câmara Federal, e o Partido Social Democrático - PSD apresentou o nome do Dr. Amílcar da Silva Pereira para completar o mandato, tendo como suplente o Dr. Aurélio Távora Buarque. Em 3 de outubro de 1958, candidatou-se e foi eleito, derrotando a oposição liderada pelos candidatos Dr. Dalton Lima e Amaury Farias.
Representou o Amapá de 1958 a 1962 e, ao término de seu mandato, solicitou sua remoção para o Ministério da Saúde, não mais retornando ao Amapá. Mas o povo tem gratas lembranças daquele cidadão calmo, sorridente, leal e amigo dos seus subordinados.
Dr. Amilcar da Silva Pereira faleceu no dia 27 de fevereiro de 2012, às 11h50min, na cidade do Rio de Janeiro.
(Fonte: Livro Personagens Ilustres do Amapá Vol. 1, de Coaracy Barbosa - edição 1997).

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Pioneiro da Medicina no Amapá: Dr. Alberto da Silva Lima

(Foto: Reprodução de Arquivo)
O Pioneiro Alberto da Silva Lima é natural do Município de Bragança, Estado do Pará, onde nasceu no dia 2 de julho de 1927.
Estudioso, ingressou na Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará no ano de 1935, ao mesmo tempo em que começou a trabalhar no Centro de Saúde nº 2, em Belém, na função de Auxiliar de Microscopista.
Formou-se no ano de 1940, passando a clinicar no Posto Médico do Município de Barcarena e, posteriormente, chefe do Posto Médico de Viseu; Diretor do Hospital de Belterra; Diretor do Hospital de Fordlândia.
Retornando a Belém, exerceu a Chefia do setor de saúde da Legião Brasileira de Assistência; foi médico credenciado junto ao SESI, IAPTC, INPS, IBGE e Banco do Brasil.
Fez curso de especialização em lepra, exercendo a Chefia da Colônia de Marituba; participou dos cursos de radiologia, cirurgia gastroentereológica cérvica; cirurgia de varizes e mais 2 cursos de radiologia.
Chegou à Macapá no dia 15 de janeiro de 1955, designado pelo Serviço Nacional de Lepra com a missão de instalar o dispensário de hanseníase e, ao terminar o prazo de 10 meses que lhe foi dado, recebeu convite do governo do Amapá e ingressou no quadro de funcionários, recebendo designação para prestar serviços nos Postos Médicos de Amapá e Calçoene.
Exerceu funções de Chefe do Serviço de Radiologia da Unidade Sanitária Mista de Macapá; Chefe do Serviço Médico da Capital; Chefe do Serviço Médico do Interior; Chefe do Serviço de Clínica Cirúrgica do Hospital Geral; Chefe do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia; Chefe do Pronto Socorro; Diretor da Maternidade; Diretor do Hospital Geral; Diretor do Banco de Sangue e Diretor da Divisão de Saúde.
Representou o Amapá na Jornada Gaúcha de Ginecologia e participou, com sucesso, da segunda operação cesariana realizada no Hospital Geral de Macapá em companhia dos médicos Cláudio Lobato, Demétrio Lobato, Joaquina Pacheco e da enfermeira Zuleica Reis.
Conseguiu junto ao Ministério da Saúde a vinda dos médicos Honorato Nunes, Hélio Prado Freire, Joel Leão Costa e o etiologista João Barreto Gomes para investigar os fatores da frequência de malária no Amapá.
Casou-se no dia 02 de setembro de 1957 com a jovem Maria Stellita dos Santos, de tradicional família do Município de Amapa, fato esse que encheu de orgulho a população.
Além de profissional competente participava da diretoria do Esporte Clube Macapá, do qual foi presidente; da fundação do Lion's Clube de Macapá; assumiu a presidência do Conselho Regional de Desportos por nomeação do governador; foi presidente da Junta Médica Federal do Amapá, do Centro de Estudos "Lelio Silva"; da Associação Médica do Amapá e do Conselho Regional de Medicina.
Era sócio fundador da ''World Association Concre Prevention"; sócio fundador do Capítulo Paraense da Sociedade Brasileira de Patologia Cervical e sócio da Sociedade Brasileira de Radiologia.
Outro grande destaque foi a sua participação na fundação da Companhia Amapaense de Telefones, (ex-TELEAMAPÁ - hoje OI), instalando os 300 primeiros telefones em Macapá.
O Dr. Alberto Lima faleceu de um colapso cardíaco no dia 18 de abril de 1986, deixando enlutada a sua família e o povo amapaense.
(Fonte: Livro Personagens Ilustres do Amapá Vol. 1, de Coaracy Barbosa - edição 1997).
(Correção e a atualização em 18/09/2016)

sábado, 23 de abril de 2011

Prédio dos Correios, em construção, na Macapá de outrora

(Foto: Reprodução/Arquivo)
Neste registro fotográfico, raro,  dos anos 40 – logo após a criação do Território Federal do Amapá -  podemos ver, um pouco mais à direita de quem olha, o prédio dos Correios em construção, ainda com os andaimes de madeira.
As casas ao lado da construção, são as primeiras residências para os Diretores que trabalharam para a administração territorial, no primeiro Governo do Amapá.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Dr. Joaquim Nunes Diniz: O idealizador da Canção do Amapá

(Foto: Reprodução)
(Foto: Contribuição do amigo Paulo de Tarso Barros, via Facebook)
Amazonense da cidade de Coari, Joaquim Gomes Diniz nasceu no dia 19 de Janeiro de 1893. Cursou as primeiras letras na sua cidade natal e transferiu-se para Belém, onde fez o ginásio e concluiu o curso de Ciências Jurídicas em 16 de março de 1918. Iniciou sua vida profissional como juiz substituto de Avelino, então segundo Distrito da Comarca de Alenquer, permanecendo de 1918 a 1927. Em 1929 passou a exercer o  cargo de Advogado da Prefeitura de Macapá, nomeado pelo major Moisés Eliezer Levy, permanecendo no cargo até 1945, quando foi nomeado Promotor Público Substituto da Seção Judiciária do Território Federal do Amapá. Era um homem culto, meditativo e com aparências de um lord inglês, circunspecto (atento, cauteloso, prudente), pontual. Usava roupa estilo safari, chapéu e um cachimbo. Prestativo, jamais recusou de participar de comissões ou grupos de trabalho. Foi casado com D. Francisca Diniz e não teve filhos. Devotado às letras, costumava compor poemas e foi autor da "Canção do Amapá" junto com o músico maestro Oscar Santos, egresso de Abaetetuba que musicou o poema que se tornou o hino do Amapá pelo Decreto do Governador em abril de 1944. O Dr. Joaquim Gomes Diniz faleceu no dia 24 de junho de 1949, com 56 anos de idade, e foi sepultado na cidade de Amapá, onde exercia o cargo de Promotor Público.
(Fonte: Livro Personagens Ilustres do Amapá Vol. 1, de Coaracy Barbosa. Edição 1997)

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Ele também passou pelo Amapá: Nunes Pereira

Manoel Nunes Pereira, também conhecido como Nunes Pereira - autodidata, indianista e escritor maranhense,  nasceu em São Luis do Maranhão em 26 de junho de 1893.
Como indianista, percorreu, em seus 40 anos de técnico do Ministério da Agricultura, toda a Amazônia, estudando, pesquisando.
(Reprodução de livro)
Foi um antropólogo e ictiólogo que viveu grande parte de sua vida em Manaus, e, posteriormente, na cidade do Rio de Janeiro, tendo viajado seguidamente ao interior da Amazônia
Foi, ao lado de escritores como José Chevalier,Péricles de Moraes e Benjamin Lima, um dos fundadores da Academia Amazonense de Letras.
(Reprodução de livro)
Nunes Pereira foi veterinário do Ministério da Agricultura até a sua aposentadoria e teve alguns de seus opúsculos científicos editados pela Div. de Caça e Pesca do M.A. (O pirarucu, A tartaruga verdadeira do Amazonas e O peixe-boi da Amazônia, tendo sido este último artigo científico publicado, em 1944, no Boletim do Ministério da Agricultura).
Escreveu diversos livros, sendo a sua obra mais conhecida Moronguetá - um decameron indígena, conjunto monumental de pesquisas, apresentado por Thiago de Mello (dois tomos), onde constam reproduções de páginas de cartas a Nunes Pereira emanadas de cientistas sociais como Roger Bastide e Claude Lévi-Strauss. Com esses estudiosos o antropólogo maranhense-amazonense travou contato pessoal, quando da passagem deles pelo Brasil.
(Reprodução de livro)
Carlos Drummond de Andrade escreveu, no Jornal do Brasil, uma crônica sobre o autor de Os índios maués, um dos primeiros pesquisadores mestiços brasileiros - era cafuzo, descendente de índios, negros e brancos - a obter reconhecimento científico internacional.
Foi casado com a Sra. Maria Nunes Pereira, de quem enviuvou quando estava com mais de 80 anos de idade, tendo o casal deixado numerosa prole, entre filhos, netos e bisnetos.
Faleceu em 26 de fevereiro de 1985, aos 92 anos.
Um dos amigos - Ulysses Bittencourt (foto menor) - com quem conviveu, escreveu o artigo do qual transcrevemos alguns trechos abaixo, por ocasião da morte de Nunes Pereira:
(Foto: Reprodução)
Com seu jeitão boêmio, bom bebedor que foi até findar-se aos 92 anos, Manoel Nunes Pereira, na realidade, era um estudioso metódico, um pesquisador obstinado e pertinaz. Tendo abandonado o curso de Direito, a partir daí tornou-se autodidata. Além do português, do tupi-guarani, nheengatu, dominava o inglês, o francês, o alemão e o italiano. Mantinha intercâmbio verbal ou por correspondência com os mais importantes nomes da cultura brasileira e estrangeira. Foi a síntese perfeita do homem brasileiro: branco, preto e índio. Ele mesmo dizia ter “os cabelos do português, as feições do índio e o tom de pele mulato herdado de minha mãe”. Daí ser recebido em todos os ambientes com alegria. ... De vez em quando, Nunes Pereira era tema de extensas reportagens em jornais, revistas e entrevistas na televisão. Guardo três dessas reportagens de O Globo, uma de 1974 e duas outras de 1975 e 1977. Em artigo do Jornal do Brasil, disse dele Carlos Drummond de Andrade: ”Homem de ciência agudamente provido de sensibilidade e visão humanística, eis o que é o caboclo maranhense Nunes Pereira. Daí seu livro soar um som claro, alegre, sadio, jamais instalando tédio pela informação indigesta”. ... Um sábio que era, morreu pobre, despojado e simples como sempre viveu, respeitado pela grandeza de sua obra e pelas cintilações de sua presença em qualquer meio.(por Ulysses Bittencourt (1916-1993) em “A partida do velho amigo” (7 de março de 1985)).
Fontes: Wikipédia
Com colaboração e contribuição do amigo e historiador Edgar Rodrigues.
Fotos: monstrando o trabalho de Nunes Pereira nas tribos da Amazônia - contribuição do amigo e escritor Paulo de Tarso Barros.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Um Pioneiro da Saúde do Amapá: Farmacêutico Rubim Aronovitch

(Foto: Reprodução de livro)
Pioneiro da Saúde do Amapá – Rubim Brito Aronovitch era natural de Belém, Estado do Pará, onde nasceu no dia 9 de dezembro de 1905, filho de Salomão Randu Aronovitch e D. Lurença Brito Aronovitch.
Farmacêutico, formado pela Faculdade de Farmácia da Universidade do Pará no ano de 1948 e inscrito no Conselho Regional de Farmácia sob o nº 265.
Logo após a formatura viajou para o ex-Território do Federal do Amapá e no dia 14 de fevereiro de 1949 ingressou no quadro de funcionários do governo na carreira de farmacêutico.
Assumiu a função de chefe de Farmácia da Unidade Sanitária Mista de Macapá. Foi professor de Farmacologia do 1º e 2º curso de Auxiliares de Enfermagem do Hospital Geral de Macapá, nos anos de 1949 a 1951. Assumiu a função de professor da Escola Normal de Macapá, lecionando nas cadeiras de Higiene, Ciências Naturais, Física, Química e Biologia nos anos de 1955 a 1962. Professor de Farmacologia do 1º curso de Atendentes do Hospital Geral de Macapá. Foi secretário da Comissão Territorial de Entorpecentes e da Subcomissão de Alcoolismo em 1959. Fundador do Centro de Estudos Dr. Lélio Silva, do Hospital Geral em 1949. Representou o Secretário de Saúde do Amapá no Seminário promovido pela ONU em 1957 e participou de quatro congressos e convenções no período de 1954 a 1959. Era de uma dedicação total à função que exercia e não parava de estudar e aprimorar seus conhecimentos. Participou dos cursos de Radioquímica em 1970; Doenças Tropicais em 1971; Pneumologia em 1972; Controle de Estabilidade de Medicamentos em 1972; Medicina, Higiene e Sexologia Forense em 1973; Medicina Legal em 1973; Toxicologia em 1974 e Saneamento de Água em 1974. Foi um dos fundadores da Associação de Farmácia e Bioquímica do Amapá no ano de 1959 e teve uma participação ativa como sócio da Associação Brasileira de Farmácia e na Associação de Farmacêuticos e Bioquímicos do Pará.
Nomeado em 1972 delegado regional de Farmácia de Macapá demorando 8 anos nesse cargo. Rubem Brito Aronovitch, descendente de russo, fez do Amapá sua morada, participando dos eventos sociais, esportivos e políticos. Casou-se com D. Odacy que lhe deu a filha Lúcia. Era um ― gozador inveterado com aqueles com quem tinham uma ligação íntima e em troca seus amigos faziam piadas a respeito da velocidade com que andava em seu carro, que nunca ultrapassava de 30 km.
Depois de aposentado transferiu-se para Belém.
Após sua morte o farmacêutico Rubim Aronovitch - em homenagem póstuma à sua memória - teve seu nome perpetuado na Unidade Básica de Saúde do bairro Santa Inês, na orla do rio Amazonas, em Macapá.
(Fonte: Texto e foto extraídos do livro Personagens Ilustres do Amapá Vol.III, de Coaracy Barbosa - não impresso - via APES)
Nota do editar:
Detalhe histórico - Particularmente, ainda tenho em mente a figura desse grande homem que foi "Seu" Rubim Aronovith.
Durante mais de 20 anos em que morei na casa 52 da Av. Presidente Vargas, no centro de Macapá tive o privilégio e a felicidade de ser vizinho de rua de "seu" Rubim e de sua esposa Odacy (Dona Dadá)(ambos falecidos).
Nas poucas vezes em que pude conversar com ele, deu pra conhecer seu caráter e sua dedicação por tudo aquilo que fazia.
Apesar de seu espírito gozador - como descrito em sua biografia - não deixava de ser um homem sério e bastante responsável. Era um cidadão de palavra.
Um outro detalhe que testemunhei, muitas vezes, foi sua atuação como motorista de seu carro que assemelhava-se a um "fusquinha" mas que era veículo de 2ª mão importado, que ele havia comprado de seu grande amigo Sr. Ubirajara Coutinho, que morava na Vivenda Izabel - uma residência diferente das outras por ter o  estilo de telhado em forma de pirâmide (como os das casas das regiões que têm neve), na antiga rua José Serafim hoje Tiradentes entre as avenidas Presidente Vargas e Cel. Coriolano Jucá, ao lado da extinta Padaria São José do Sr. Sandoval (Sandó) e quase em frente à Assembleia de Deus. Acredito que ainda hoje essa casa possa ser vista no local, conservando sua arquitetura original.
Para dar uma ideia do veículo que ele tinha, encontrei na internet um modelo semelhante ao carro que ele usava (veja a foto abaixo).
(Foto: Reprodução da internet)
O que seus amigos contavam era realmente verdade ele não desenvolvia, nas ruas da cidade, mais do que 20 quilômetros em seu veículo, e só o usava para ir ao trabalho ou à casa de amigos mais chegados.
Tinha mais um detalhe folclórico: ele não sabia sair de marcha à ré com o veículo da garagem.
Quando não podia contar com a ajuda de algum vizinho habilitado, ele olhava na rua e se não viesse nenhum carro, colocava o veículo em ponto "morto" e o empurrava do interior da garagem para a rua sem ninguém dentro.
Ele realmente era super metódico.
Uma figura inesquecível! (João Lázaro)
Se alguém se lembrar dele, por favor deixe seu comentário abaixo.

sábado, 16 de abril de 2011

Um Pioneiro da Saúde do Amapá: Professor Reinaldo Damasceno

(Foto: Reprodução de livro)
O professor e pesquisador Reinaldo Maurício Goubert Damasceno – um dos Pioneiros da Saúde do Amapá – é natural da cidade paraense de Igarapé-Açu, onde nasceu no dia 24 de julho de 1916.  Era filho de Manoel Nina Damasceno e Dona Maria Luzia Golbert Damasceno. Era casado com Dona Natalícia Menezes Damasceno. Fez os seus primeiros estudos em sua terra natal. Com 20 anos de idade alistou—se no 22º Batalhão de Caçadores e Recrutamento de Igarapé-Açu, sendo sorteado pelo município de Belém, foi considerado reservista de 3ª categoria, por não ter sido convocado para o serviço do Exército e relacionado no 26º Batalhão de Caçadores da Capital Paraense. Mudou-se mais tarde para Macapá, onde prosseguiu seus estudos, concluindo o antigo curso secundário e realizando curso preparatório à carreira superior, tendo conseguido apenas estudar Biologia em Belém PA, e não completou a sua formação universitária nessa ciência. Na cidade do Rio de Janeiro, participou com grande destaque dos seguintes cursos: Formação Superior em Biologia, pelo Instituto Oswaldo Cruz; Entomologia pela Fundação ROCKFELLIR em São Paulo, foi agraciado com o certificado do curso livre de Entomologia Médica, pela Faculdade de Higiene e Saúde Pública da Universidade do Estado de São Paulo, onde foi classificado em 12º lugar, conseguindo na média geral 98 pontos dos 100 possíveis.  Foi agradecido com a Medalha Cultural Gaspar Viana, que foi oficializada por Portaria do Ministério de Estado da Saúde do Brasil, do Estado de São Paulo, datada de 24 de abril de 1962, instituída para comemorar o Cinquentenário da descoberta da cura da LEISHMANIOSE, mediante o emprego das antimanioses pela sua grande contribuição aos estudos relativos àquela PROTOZOOSE.  O professor Reinaldo Damasceno chegou em Macapá, em 1953, e passou a exercer as funções de entomologista de campo e zoólogo na circunscrição do Serviço Nacional da Malária e, durante o período de 1961 a 1967, foi Diretor desta Autarquia do Ministério da Saúde, em Macapá. Paralelamente com essa função, continuou com seu sonho de pesquisa em Zoologia, cujo cargo de Diretor ocupou até 29 de outubro de 1970. Aposentou-se pela SUCAM-AP, de acordo com que foi publicado no Diário Oficial da União, de 25 de Janeiro daquele ano.  Em 1967, entrou para o magistério secundário como contratado pelo governo do ex-Território Federal do Amapá, lecionando em vários estabelecimentos, entre os quais o Colégio Amapaense e Instituto de Educação do Amapá Embora já aposentado do Serviço Nacional da Malária continuou prestando os seus serviços em pesquisas pelo interior do ex-Território. Foi acometido de mal súbito, retornando urgentemente à Macapá, onde se internou no Hospital Escola São Camilo e São Luís. Não resistindo, veio a falecer no dia 14 de agosto de 1976, 20 dias depois de ter completado 60 anos de idade. Durante sua vida de pesquisador e estudioso de Insetologia, de 1938 a 1968, publicou vários trabalhos nestes 30 anos de pesquisas científicas descrevendo 39 espécies de novos dípteros.
(Fonte: Texto e foto extraídos do livro Personagens Ilustres do Amapá Vol.III, de Coaracy Barbosa - não impresso - via APES)

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Professora Pioneira: Predicanda Amorim Lopes

(Foto: Reprodução de livro)
A Professora Predicanda Carneiro de Amorim Lopes - Pioneira da Educação no Amapá - nasceu na cidade de Belém, Estado do Pará no dia 20 de agosto de 1908, filha de Olinto José Gonçalves de Amorim e de Julieta Carneiro de Amorim. Formou-se normalista em 1928 e casou-se com o senhor Lourenço Monteiro Lopes com o qual teve os filhos Nazaré, José Maria, Ana Lúcia e Benedito José. Foi nomeada em 19 de fevereiro de 1929 para substituir a professora adjunta na primeira escola elementar feminina do grupo escolar de Soure-PA; serviu na escola complementar feminina do grupo escolar Barão do Rio Branco em Soure; transferida para a escola elementar masculina do grupo escolar José Veríssimo; serviu como professora adjunta no grupo escolar Arthur Bernardes e foi nomeada para o cargo em comissão de professora do grupo escolar de Igarapé Mirim; nomeada para exercer o cargo em comissão de diretora do referido estabelecimento onde serviu até 30 de dezembro de 1940, quando voltou a sua antiga função no grupo escolar José Veríssimo; designado seu retorno para o Igarapé Mirim em 25 de maio de 1941 e por ato do Diretor da Educação do Pará foi designada para exercer o cargo de Diretora do Grupo escolar do interior. Por despacho do interventor do Estado do Pará de 2 de dezembro de 1946 foi removida para o Território Federal do Amapá, atendendo solicitaçào do governador do Amapá Janary Gentil Nunes e nomeada professora primária e Pré-Primária da Divisão de Educação com atuação no Instituto de Educação. Predicanda recebeu a missão de viajar a Belém, Estado do Pará para acompanhar as professoras normalistas contratadas pelo governo do Amapá; participou de toda a programação didática da escola normal; assessorou o Diretor de Educação na execução do programa de merenda escolar; exerceu os cargos de Secretária e Diretora da Escola Normal. Predicanda era uma professora competente, educada, inteligente e disciplinadora. Exigia perfeição em tudo que fazia. Mesmo com essas características, ela era dócil e tratava suas colegas com respeito e amizade. Aposentou-se no ano de 1961 e veio a falecer no dia 9 de agosto de 1982, com 74 anos de idade. O governador Arthur de Azevedo Henning determinou a construção da Escola Predicanda Amorim Lopes em sua homenagem, inaugurada no dia 9 de agosto de 1976 através do Decreto nº 7 034/76-TFA e reconhecida pelo Conselho Estadual de Educação pela resolução nº 099/2000-CEE de 18 de setembro de 2000. A data comemorativa da Escola é 20 de agosto, dia do aniversário natalício da homenageada.
(Fonte: Texto e foto extraídos do livro Personagens Ilustres do Amapá Vol.III, de Coaracy Barbosa - não impresso - via APES)

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Professora Pioneira: Lucimar Brabo Alves

(Foto: Reprodução de livro)

A professora Lucimar Brabo Alves - Pioneira da Educação no Amapá - nasceu na cidade de vigia, Estado do Pará, no dia 19 de julho de 1930. Seus pais, o comerciante Ricardo Macedo e a Sra. Raimunda Bastos Brabo eram pessoas bem conceituadas na cidade e isso facilitou para que sua filha Lucimar fizesse o terceiro grau, formando-se Administradora. Chegou ao Amapá em agosto de 1951, envolvida pelas informações do trabalho desenvolvido pelo Governador Janary Nunes e de imediato se integrou ao seu programa, ingressando no quadro de professores do governo do Amapá. Nessa função, lecionou nas escolas de Campina Grande, Porto do Céu, Fazendinha II, Grupo Escolar Alexandre Vaz Tavares, Instituto de Educação Santa Bartoloméa Capitaneo, Coaracy Nunes e Ginásio Feminino, hoje E.Estadual Santina Rioli, conquistando a admiração das comunidades onde serviu e se destacando entre as grandes mestras do Amapá. Foi nomeada para o cargo de Diretora do Pessoal da Secretaria de Administração e, em 1972, foi indicada e mereceu a aprovação para o cargo de Pró-Reitora de Administração da UNIFAP. Sua vida social foi sempre ligada aos programas escolares da juventude e a de seu esposo Domingos de Nazaré Alves com quem casou no dia 27 de abril de 1957 e com quem teve os filhos: Raimundo Nonato, Alda Lúcia, Domingos Sérgio, Carmem Lúcia, Paulo Sérgio, Mauro Henrique, José Maria e Maria José. Na vida esportiva, acompanhou o esposo, destacado jogador de futebol do Amapá Clube conhecido por ― "Caboco" Alves.
Professora Lucimar Brabo Alves aposentou-se no ano de 1983, depois de uma trajetória brilhante de 32 anos dedicados à educação de uma geração que fez o Amapá se destacar no cenário nacional.
A ilustre mestra faleceu, aos 81 anos, em Belém do Pará, no dia 13 de setembro de 2011. (atualizado em 14.09.2011)
(Fonte: Texto e foto extraídos do livro Personagens Ilustres do Amapá Vol.III, de Coaracy Barbosa - não impresso - via APES)

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Professora Pioneira: Maria Carmelita do Carmo

(Reprodução de livro)
Clique a foto para ampliá-la
A professora Maria Carmelita do Carmo é uma das Pioneiras da Educação no Amapá.
Natural da cidade de Anizadá, no Estado do Ceará, onde nasceu em 22 de junho de 1915, filha de Luiz do Carmo Filho e de D. Olintha Tavares do Carmo.
Carmelita estudou o antigo curso primário e o 1º grau normal no Instituto Nossa Senhora de Lourdes, na vila de Icoaraci no Estado do Pará, diplomando-se professora, em 1943.
Ingressou no quadro de funcionários do Governo do Amapá, no dia 14 de janeiro de 1944, designada para a Escola Rural de Monte Alegre. Fez cursos de Direção de Escolas Primárias; de Psicopedagogia; de Noções de Nutrição; de Matemática Moderna e de Educação Rural. Assumiu vários cargos: foi a primeira Diretora do antigo Grupo Escolar Alexandre Vaz Tavares; do Grupo Escolar Barão do Rio Branco; do Grupo Escolar São José; chefe da equipe técnica de visita às escolas do interior, atuando no Oiapoque, Serra do Navio, Amapá e Mazagão.
Carmelita recebeu o título de cidadã de Macapá e dezenas de elogios por sua atuação na educação do Amapá.
Não casou e, ao se aposentar, retornou para Icoaraci no Pará.
Hoje – falecida – a professora Maria Carmelita do Carmo, continua na memória de todos os seus ex-alunos e antigos moradores do Amapá.
(Fonte: Texto e foto extraídos do livro Personagens Ilustres do Amapá Vol.III, de Coaracy Barbosa - não impresso - via APES)

terça-feira, 12 de abril de 2011

Sr. Jacy Barata Jucá: Personagem Ilustre do Amapá

(Foto: Reprodução/Arquivo)
Personagem dos mais ilustres de Macapá, Jacy Barata Jucá nasceu no dia 11 de novembro de 1904, terceiro filho do casal Coronel Coriolano Filnéas Jucá e D. Euthália Barata Jucá e o décimo terceiro dos 20 filhos que o Coronel teve com 4 esposas.
Jacy foi criado no regime de uma disciplina severa, estudando nas escolas de Macapá e posteriormente foi cursar odontologia em Belém. Foi convocado para o Exército no dia 30 de setembro de 1929.
Participou da Revolução de 1930 e foi ferido em combate por um estilhaço de granada que o fez perder o polegar da mão direita. O acidente provocou sua transferência para a reserva no posto de primeiro tenente. Casou-se com D. Alice Araújo Jucá em 16 de julho de 1935 e, após a lua-de-mel retornou à Macapá. Jacy resolveu entrar na área de comércio e foi se estabelecer no "Riozinho", Município de Afuá, abrindo as portas da "Casa Niterói". Convidado pelo Major Moisés Eliezer Levy, vendeu o comércio e assumiu o cargo de secretário da Prefeitura de Macapá em maio de 1942, acumulando o cargo de Prefeito pelas constantes viagens do titular para Belém, licenciado para tratamento de saúde. Com a transformação do Amapá em Território Federal, Eliezer Levy chegou à Macapá com o Governador do Pará e comitiva para receber o capitão Janary Gentil Nunes e assistir à solenidade de posse no dia 25 de janeiro de 1944. O capitão Janary devotou uma grande afeição a Jacy Jucá, nomeando-o chefe do gabinete; prefeito de Macapá em 26.09.19-1-5; indicou seu nome para o cargo vitalício de tabelião de notas da Comarca de Macapá, nomeado pelo Ministro da Justiça, mas essa nomeação foi contestada pelo fato de Jacy ser militar reformado. O Governador acatou o recurso, cientificando a justiça, sugerindo o nome da esposa de Jacy, D. Alice de Araújo Jucá, aceita e nomeada pelo Ministro da Justiça. Jacy teve uma atuação marcante nos principais eventos de Macapá, destacando-se: primeiro Vice-Presidente do Esporte Clube Macapá em 1944, presidente do conselho Deliberativo 1946 e presidente do clube em 1948; membro fundador do Rotary Clube de Macapá no ano de 1944 e presidente em 1952; membro fundador do Aero Clube de Macapá, membro da sociedade religiosa dos vicentinos; Prefeito de Macapá nos períodos de 21.09.45 a 14.06.1948 e de 12.12.1962 a 07.02.1963.
Presidente da Companhia de Eletricidade do Amapá, Presidente do Conselho Deliberativo. Membro de destaque na política, fundou o PSD, sendo eleito presidente do Diretório por diversas vezes. Apoiou firmemente o Deputado Coaracy Nunes e Hildemar Maia nas eleições para Deputado Federal e Suplente. Foi amigo e conselheiro dos governadore Janary Nunes, Teodoro Arthou, Raul Montero Valdez, Amílcar da Silva Pereira, Mário Luiz Barbosa, Pauxy Gentil Nunes e Terêncio Furtado de Mendonça Porto, merecendo o respeito e a admiração dessas autoridades. Jacy Barata Jucá transferiu-se para a cidade de Belém, no final da
década de 80, e assistiu pesaroso ao falecimento de sua esposa no dia 29 de abril de 1990, depois de mais de 65 anos de casados.
(Fonte: Livro Personagens Ilustres do Amapá Vol. I, de Coaracy Sobreira Barbosa - 1997)

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Coronel Coriolano Jucá - Primeiro Intendente de Macapá

(Reprodução/Acervo do leitor Aloisio Cantuária)
Clique na imagem para ampliá-la(Contribuição do amigo Aloisio Cantuária)

Coronel Coriolano Filnéas Jucá - primeiro intendente de Macapá.
A foto foi tirada em frente ao Prédio da Intendência Municipal de Macapá, de onde era titular. Os policiais posicionados atrás das autoridades sentadas eram integrantes da Polícia Militar do Estado do Pará. A cidade de Macapá era a sede do município paraense de igual denominação. Os senhores que ladeavam o Intendente Coriolano, à sua esquerda, o Dr. Nery e à direita, Dr. Maurício, exerciam os cargos de Prefeito de Segurança(Polícia) e Juiz de Direito da Comarca de Macapá. (Nilson Montoril)
Na foto, Coriolano Jucá, é o Sr de barbas brancas, sentado ao centro.
Detalhe histórico: O Coronel Coriolano Jucá foi intendente de Macapá, de fevereiro de 1895 a novembro de 1896.
Em sua administração ocorreu a chamada Revolução Macapaense, em que as tropas do alferes Pompeu Aureliano de Moura, aquarteladas na Fortaleza de Macapá, acostumadas a fazer o policiamento da cidade, não aceitaram que esse serviço fosse procedido por civis.
O delegado Aprígio Perez Nunes, após inúmeras e sucessivas disputas, conseguiu fazer com que Moura fosse desligado da guarnição de Macapá, e conduzido preso, por um almirante da Marinha do Brasil, para Belém.
Coriolano Jucá foi quem iniciou a construção do prédio da Intendência, localizado na Av. Mário Cruz, hoje ocupado pelo Museu Joaquim Caetano da Silva. (Texto extraído do Amapá Net)
Segundo o historiador Edgar Rodrigues, como intendente Coriolano Jucá contratou Francisca Luzia da Silva, a Mãe Luzia, como parteira remunerada da Intendência, recebendo um salário por mês.
O título Mãe Luzia foi dado pelo próprio Coriolano, conforme o pesquisador.
No Brasil, a figura do intendente existiu até 1930, quando surgiu a figura do prefeito como hoje a conhecemos. (Leia mais no Wikipédia)
(Foto: Reprodução/Arquivo)
Biografia - Coriolano Jucá - Coronel da Guarda Nacional, Intendente de Macapá, comerciante na região das ilhas do Pará,  nasceu em Baturité, Estado do Ceará, a 14 de abril de 1856. Atraído pelas notícias sobre a exploração da borracha na Amazônia, deixou sua terra natal, emigrando para Belém. Fez a viagem entre Fortaleza e a capital do Pará a bordo de um navio do Loyde. Fazendo-lhe companhia veio outro jovem esperançoso e idealista, José Serafim Gomes Coelho. Estabeleceu-se em terras do município de Afuá, montando um porto que fornecia lenha para os navios a vapor que navegavam nos rios da região. Ao local onde fixou residência deu o nome de Baturité, lembrando sua cidade de origem. Em pouco tempo a usina Baturité fabricava cachaça, açúcar moreno e rapadura. Também vendia generos de alimentação, utensílios domésticos e ferragens. Sua patente de Coronel da Guarda Nacional foi obtida mediante compra, sendo-lhe reservada a competência de manter com seus próprios recursos a lei e a ordem nas terras que possuía.
Criou a Empresa de Navegação Baturité, fazendo linha para Belém, com escalas em Macapá e Mazagão, transportando cargas e passageiros. Comprava e revendia peles de animais, sementes de murumuru, pracaxi, ucuuba, andiroba, borracha, carne de caça salgada e peixe. Seus navios eram gaiolas e suas canoas a vela. Sua ligação com Macapá era muito grande.
A residência do Coronel era um casario amarelo onde hoje funciona uma loja de importados em frente ao Museu Joaquim Caetano da Silva, antiga Intendência de Macapá. O prédio da Intendência, o único da velha Macapá a ser preservado, foí construído em sua gestão como Intendente e concluído em 1895. Casou-se 4 (quatro) vezes e teve 20 (vinte filhos, entre eles Jacy Barata Jucá, oficial do Exército, Presidente da CEA, Chefe de Gabinete de Janary Nunes, etc...
Era líder nato. Media cerca de 1,78m, forte, altivo, usando longa barba branca que lhe dava um tom patriarcal. Além da Usina e Serraria Baturité, o Coronel tinha uma propriedade no rio Maracujá, onde residiu até sua morte a 7 de .setembro de 1938, aos 82 anos de idade. Era filiado à Maçonaria do Pará e devotou-se às causas humanitárias. 
(Fonte: Livro Personagens Ilustres do Amapá Vol. I, de Coaracy Barbosa - 1997)
(Atualizado em 15/07/2020)

sábado, 9 de abril de 2011

O Pioneiro Mair Naftaly Bemerguy

(Foto: Reprodução de livro)
Filho de um dos mais antigos comerciantes de Belém do Pará, Sr. Naftali Mair Bermeguy e Sra. Ester Zagury Bemerguy, nascido em 19 de maio de 1926.
Estudou no Colégio Amapaense e fez parte da primeira turma de alunos concluintes do curso ginasial em 1950 e formou-se Técnico em Contabilidade pela Escola Técnica de Comércio do Amapá em 1954.
Participou da fundação do Grêmio Cívico e Literário "Rui Barbosa", do Colégio Amapaense, com os colegas José Ramos Conceição, Ieda Alcântara, Ubiracy Picanço, Ivone Oliveira, José Ribamar Cavalcante, Antônio Nelson Abrãao, Alceu Paulo Ramos, Raimundo Barata, Mário Quirino da Silva, Kleber Santiago e Hamilton Silva; sócio fundador do Esporte Clube Macapá, teve uma atuação destacada durante a escolha das cores e símbolos. apresentando sua proposta que saiu vencedora.
Foi presidente,  diretor e conselheiro do clube durante mais de 35 anos.
Na vida profissional exerceu funções estacadas, entre elas a de Chefe de Gabinete do Governador Amílcar Pereira; Chefe da Divisão de Geografia e Estatística; Assessor do Deputado Amílcar Pereira e outras chefias de setores no governo do Território.
Passou em concurso público para o quadro de técnicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, chegando ao cargo de Delegado.
Casouse com D. Helena Aben-Athar Bemerguy e dessa união nasceram Esther, Ruben, Marcelo e Amélia; após sua aposentadoria, conseguiu a representação da Loteria Esportiva, transferindo-a posteriormente a terceiros.
Mair Bemerguy faleceu no dia 19 de julho de 1989, deixando pesarosos seus familiares e um grande número de amigos.
(Dados biográficos e foto extraídos do livro Personagens Ilustres do Amapá, vol. I - edição de 1997 do jornalista e historiador Coaracy Barbosa)

sexta-feira, 8 de abril de 2011

A saga dos Pioneiros: Jesus Nunez Perez e Maria Cassiana


"Na década de 60, o pioneiro Jesus Nunez Perez, nascido em 06 de maio de 1925, em Salceda de Caselas, Espanha, chegou ao Território Federal do Amapá, trazendo na bagagem muitas pinturas, desenhos, fotografias e imagens sacras."
(Foto: Reprodução/album da  família Nunez)
"Ele não conhecia bem a região mas acreditava na potencialidade da mesma e estava disposto a enfrentar todos os desafios, juntamente com a sua esposa e filhos.
A empresa Nunez & Nunez Ltda., fundada em sociedade com a dona Maria Cassiana - sua esposa - que tinha por nome fantasia Real Artes e Pinturas, passou a comercializar também utilidades para o lar, pelo antigo mas eficiente método porta à porta."
(Foto: Reprodução/album da família Nunez)
"O pagamento era dividido em suaves prestações mensais e o controle, através do velho e tradicional caderno de notas.
Em maio de 1979 o Sr. Jesus faleceu e Dona Maria Cassiana e seus filhos passaram a administrar a empresa com o apoio do tio, Alexandre Nunez Perez, dando assim continuidade aos negócios da família.
Em 1980, a matriarca também veio a falecer deixando aos filhos a tarefa de gerir os negócios da família.
O primeiro propósito, dos irmãos Nunez, Jaime, Higínio e Líter era saldar as dívidas e honrar os compromissos da família com fornecedores e bancos, só depois encerrariam a firma.
Em 18 de fevereiro de 1981, Jaime Nunes fundou a J. D. Nunes, cujo nome fantasia é “A Domestilar”. Seu objetivo era a venda de utilidades para o lar, eletrodomésticos e móveis.
A empresa ocupava duas salas alugadas na Av. Coaracy Nunes, esquina com a rua São José e contava com a colaboração de seis funcionários. E a palavra de ordem era trabalhar para quitar todo o débito ainda existente.
O trabalho intenso e produtivo resultou na quitação dos débitos junto aos fornecedores e bancos, além da preservação do patrimônio.
Mas a empresa queria crescer e buscava novos objetivos. Em 1984 foi inaugurada a primeira loja, no mesmo prédio onde também funcionava seu escritório.
Em 1988 o Amapá passou de território a estado, o que ocasionou uma grande mudança no quadro econômico e social, surgindo melhores perspectivas de crescimento.
Em consequência dessas modificações a Domestilar ampliou suas instalações.
Ao final de 1989 foi construído o primeiro depósito no bairro do Buritizal; a empresa contava então com 18 colaboradores e a única loja já não conseguia atender mais a demanda de consumidores, sendo necessário que se dividisse o prédio do depósito para abrigar a primeira filial: A Domestilar – Filial Buritizal.
Em 1990, com 23 colaboradores a Domestilar abriu a sua segunda filial, na esquina da rua São José com a Av. Antônio Coelho de Carvalho, a Filial Centro.
No ano seguinte eram mais de 60 colaboradores trabalhando nas três lojas.
Isso exigiu ainda mais modernização nas instalações da empresa, além da informatização, do treinamento e contínuo aperfeiçoamento de pessoal.
Modernos sistemas administrativos foram implantados, passando a ser os principais instrumentos para agilizar o atendimento, garantindo assim a satisfação do cliente.
Com esses investimentos a empresa conquistou uma clientela ainda maior, não só da capital como também do município de Santana.
Para atender esses consumidores, a Domestilar inaugurou a sua quarta filial naquele município. Na mesma época foram adquiridos novos veículos para que o processo de entrega de mercadorias passasse a ser ainda mais ágil.
Já com quatro lojas e dois depósitos era necessária a criação de uma estrutura de porte para nela dispor os diversos setores da administração.
Para isso foi reformado o andar superior do prédio onde funciona a loja matriz e a Domestilar ganhou o seu centro administrativo.
Essas ações serviram para estabelecer um novo rítmo na empresa, onde os seus colaboradores sempre foram considerados como peça importantíssima desse processo.
Para melhor aproveitar e adequar suas potencialidades a empresa criou o Setor de Recursos Humanos, que passou a cuidar da seleção, ambientação, treinamento, reciclagens,
avaliação de desempenho e acompanhamento funcional.
Em 1994 foi a vez de investir na criação do Setor de Marketing, para dar apoio à área comercial.
A negociação de verbas promocionais junto a fornecedores, campanhas e promoções ficaram a cargo desse setor, que conta com o apoio de Higínio Nunez, sediado em Belém.
A boa receptividade encontrada pela empresa no mercado local, estimulou os diretores a investirem no construção da 5° filial da Domestllar, um prédio de 4 andares, totalmente climatizado e com muito conforto.
Ao mesmo tempo foram implantados o SAC - Serviço de Assistência ao Cliente, que visa dar suporte a problemas técnicos e à instalação dos produtos comercializados pela empresa e um moderno sistema de rádiotransmissão, para
facilitar a comunicação entre lojas, depósitos e veículos.
Em 1995 foi iniciado um processo de mudanças visando a adequação ao mercado em franca expansão. Foi criada uma nova empresa, a Nunes & Cia. Ltda. uma sociedade integrada pelos irmãos Jaime, Líter e Adelino, com o mesmo nome fantasia – A Domestilar.
Na visão da jovem diretoria, competência funcional, seriedade, promoções conjuntas com fornecedores e campanhas de venda, aliadas ao senso de criatividade e crença no futuro do Amapá, se transformaram em resultados benéficos para a empresa e para seus clientes. Esse foi e é o segredo do sucesso e do crescimento contínuo que fêz com que, ao final de 96 a  Domestilar inaugurasse a 6° filial (Super Lojão), uma loja com localização estratégica, dentro dos mais modernos conceitos de venda no ramo de eletro-domésticos, móveis e eletroeletrônicos, com uma equipe de profissionais treinados para melhor atender à clientela, e grande variedade de produtos nacionais e importados.
Em 1997 foi concluída a reforma na loja Matriz e em 98, a loja de Santana foi reformada passando a obedecer um único lay-out, totalmente climatizada, para propiciar maior conforto e bem-estar aos clientes."
(Foto: Reprodução/album da família Nunez)
"Os sonhos e objetivos de Jesus Nunez Perez e de Maria Cassiana continuam vivos ainda hoje, dentro de toda a rede Domestilar, que acredita ser possível crescer com o Amapá, com a sua gente."
(Matéria reproduzida do Boletim Domestilar nº 26 edição de julho-agosto e setembro de 2000 - Publicação especial produzida pelo Setor de Marketing da rede Domestilar-Macapá-AP)
( Apoio e contribuição da amiga Rosângela Rabelo Cruz )

MEMÓRIA DA MACAPÁ ANTIGA – TEÓFILO MOREIRA DE SOUZA - UM PIONEIRO DE RAIZ

Nosso biografado de hoje é pioneiro de raiz de Macapá. Cidadão simples, pobre, humilde, mas com valores que o faziam um homem correto, respe...