quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

ESPECIAL: Dona Eulice de Souza Smith - "Pioneiríssima"

101 anos de integração
A vida dedicada à educação

Mais parece uma mocinha esperando a hora do passeio. Impecável o dia inteiro. Hora lendo, outras vezes conversando e às vezes lembrando as fases desses 101 anos de vida a serviço do outro. Fala mansa e vista aguçada, às vezes é traída pelo ouvido. Mas a lucidez é algo impressionante para uma centenária, às vésperas de inteirar 102 anos. Caminha sem ajuda e sabe exatamente o que vem fazer, sem perder a hora nem a noção do tempo.
* Édi Prado
Anciã, é a vovozinha - Ninguém desavisado consegue ‘adivinhar’ a idade dela. No máximo arriscam uns 70 anos. Eulice de Souza Smith nasceu no dia 02 de março de 1911, na cidade de Bragança (PA), na fazenda Fortaleza, que pertencia ao pai dela, Jorge Inácio de Souza e da mãe, Joana Ferreira de Souza. A educação dela foi rigorosa. Estudou na Escola Santa Catarina, um colégio interno de Belém, dos sete aos 18 anos. Foi neste período que ela formou o caráter, cultivou a religião e base moral, ética e espiritual.
Exercitar a mente sempre - Ela teve a vida dedicada à leitura, poesia, música e ao estudo gramatical. Ainda hoje, por questão de hábito, lê em torno de 8 a 10 h por dia. Religiosa e católica praticante, não só dos rituais litúrgicos, quanto da vida de doação e amor ao próximo, atributos desenvolvidos junto com o marido.
Homem bomD. Eulice Smith fala do marido Ricardo Smith, com muito carinho. Mesmo sendo militar e severo, tinha um coração maior que os quase dois metros de altura, narra D. Eulice Smith. “Ele trazia os moleques e mendigos para comer em casa, na Rua São José, 1124, no centro, onde moro até hoje. Mandava tomar banho e arranjava roupas. Ele teve mais de 500 afilhados, tanto em Macapá quanto nos interiores, onde trabalhou”,relembra.
Coordena as ações - Não mais com o mesmo vigor de outrora, ainda participa dos trabalhos e atividades paroquiais. Era ela, junto com o marido, que conduzia os rumos da educação dos filhos. Era matriarcal quando o marido agia como a disciplina e o rigor militar. Foi para Macapá acompanhada do marido em 1944, quando ele foi convidado a compor o quadro de pessoal do governador Janary Gentil Nunes, o 1º do então Território Federal do Amapá.
Missão sem trégua - Quando enviuvou continuou sozinha na missão de educar os filhos, netos e bisnetos. É também a mãezona dos filhos, genros, amigos e das comunidades onde participa das ações. Os cabelos brancos espelham a beleza de uma mulher que aprendeu a viver e a cultivar o amor e mantém-se vaidosa porque aprendeu a se amar. “Ninguém consegue amar o outro se não se ama”, ensina.
Os filhos - Ela e Ricardo Cardoso Smith tiveram cinco filhos: Maria Regina, Maria Ivone, Maria das Graças, Raimundo de Souza Smith e Ricardo Cardoso Smith Filho. Tem 14 netos, 15 bisnetos. É a matriarca da família Souza Smith. Temperamento dócil. Aparentemente frágil, mas forte e altiva quando necessário.
Perfil biográfico - Atuou como professora do então ensino primário, técnica em contabilidade e taquígrafa. Amiga da professora Predicanda Amorim Lopes, Dayse Nascimento e do marido dela, professor Clodoaldo, Nanci Nina da Costa, Deuzuite Sá Farias, Ernestina Neves Sozinho, José Barroso Tostes, Gabriel de Almeida Café e tantos outros pioneiros da educação no Amapá. Nesta época, relembra, não havia energia elétrica com regularidade e os professores levavam trabalho para casa e tinham que trabalhar a luz de vela ou lamparina e não havia transporte.“Tínhamos que andar a pé sob o sol escaldante ou de bicicleta” narra.
Pioneiríssima - Teve atuação marcante como a 1ª secretária da extinta Escola Normal, depois Instituto de Educação do Amapá (IETA) e da também da extinta Escola Industrial de Macapá, depois Ginásio de Macapá (GM) e atual Escola Antônio Cordeiro Pontes. Pela competência, organização, disciplina e dedicação, foi guindada a gerenciar a Secretaria de Educação do então Território Federal do Amapá, uma espécie de coringa administrativa.
Inaugurou escolas - Quando o marido, Ricardo Smith, militar do Exército foi comandar a guarnição de Clevelândia do Norte, ela teve que ir junto para também ser professora naquela localidade. “Trabalhei muito. Tempos difíceis. Mas nunca desisti de meu trabalho e jamais perdi a esperança no ser humano. E em nenhum momento deixei de agradecer a Deus por tudo que Ele vem me proporcionando”, diz com tanta convicção como que revelando os segredos da longevidade e felicidade.
Atualização: Dona Eulice faleceu dia 4 de junho de 2020, em Macapá.
(*) jornalista - Via e-mail
 Matéria publicada, originalmente, em março de 2012 na Revista Olhar Amazônico.
 Foto: Reprodução

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Amigos de Infância: Rapazes de Santana

Descobri esta relíquia no Facebook do Antônio Trevizani, que lhe foi repassada pelo Cléo Araújo. 
São amigos de infância da Vila Amazonas, em Santana, que se reuniam nos finais de semana para bater aquela bolinha.
Anos 60 - Rapazes de Santana, amigos de infância, em frente à sede do Santana Esporte Clube.

Em pé: Nelcy, Antônio Trevizani, Mário, Elói, Gilberto, Nêgo e Haroldo.
Agachados: Fiúza, Léo e Pastana(engenheiro).

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

ANTÔNIO TREVIZANI: Um Pioneiro de Santana/AP

ANTÔNIO TREVIZANI - Nasceu no dia 1º de agosto de 1925, na localidade de Rioli, Município de Colatina, no Estado do Espírito Santo.
Estudou em Colatina. Contratado pela ICOMI para abrir a estrada de ferro Santana/Serra do Navio, chegou a Macapá, no mês de março de 1954, passando a executar as seguintes atividades: encarregado de terraplanagem da área para construção da "Vila Amazonas"; montou a correia transportadora para o embarque do manganês; supervisor do Porto de Exportação, inaugurado em 1956; comandante do Corpo de Bombeiros criado pela empresa no ano de 1965, permanecendo até 1975. Casado com D. Dulce Daniel e dessa união nasceram os filhos Antônio, Mauro e Dulcinéa.
Desportista, reuniu um grupo de amigos e criou um time de futebol que passou a chamar-se Santana Esporte Clube, sendo escolhido o 1º Presidente. Com o patrocínio da ICOMI, criou a escolinha do Santana e, apoiado sempre por sua esposa Dulce Daniel, treinava os garotos, enquanto ela distribuía sorvetes. No meio dessa molecada estavam os filhos do Trevizani, o Antônio "Galo" e o Mauro "Nêgo", que mais tarde vieram a fazer parte da equipe principal do Santana, e que por diversas vezes foram titulares das seleções amapaenses formadas na época. E no Santana consagraram-se campeões amapaenses, disputando com o Amapá, Macapá, São José, Trem e Guarany. O "Nêgo" foi campeão pela seleção amapaense no campeonato juvenil Norte-Nordeste. A vida social do Trevizani era intensa. Ele e sua esposa estavam sempre arranjando programações para animar a vila. Era a charanga do clube, a escola de samba, e as tradicionais festas das flores, juninas, reveillons, carnaval e baile das debutantes no Santana Esporte Clube, onde exerceu cargos de Diretor Social, Diretor de Esportes (2 vezes), Diretor de Futebol e Presidente (2 vezes). Organizou os campeonatos internos com equipes representando os departamentos da empresa ICOMl; outro evento que gostava de realizar eram os concursos de raínha dos jogos santanenses, raínha das flores e miss simpatia da vila. Seus filhos, todos casados, Antônio e Dulcinéa, residem em Vitória/ES, e Mauro, em Belém/PA;  Trevizani, ao retomar para Vitória-ES, em 1976, montou a casa comercial "Papelaria e Armarinho Amapá", em homenagem à terra onde passou 22 anos de sua vida, mas, sentia muitas saudades dos amigos que conquistou.
Antônio Trevizani faleceu aos 77 anos de idade, vítima de derrame cerebral (AVC),  no dia 26 de agosto de 2002 em Vitoria/ES.
Seu corpo está sepultado no cemitério Jardim da Paz no município de Serra/ES. Foi um personagem importante na História do atual Município de Santana/AP.

Fonte: Livro “Personagens Ilustres do Amapá” de Coaracy Sobreira Barbosa – Volume II  - edição de 1998. 
Foto e atualizações de seu filho Antônio Trevizani.

Esportes: Craques que Brilharam no Glycerão

SANTANA ESPORTE CLUBE
ONZENA DO SANTANA ESPORTE CLUBE
Em pé a partir da esquerda: Rosa-Ademir-Bigu-Luiz-Otavio NeryJoão Ferreira.
Agachados: Barrado-Perereca-Antônio Trevizani-Batista e Pretote.    

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Do Fundo do Baú: Craques da Bola do Amapá

“Esses jovens são craques. Verdadeiros gênios do futebol e conquistaram muitos títulos para o então Território do Amapá.” Cléo Araújo
Anos 60 - Foto em frente à sede do Santana Esporte Clube, na Vila Amazonas. 
A partir da esquerda: Em pé,Nêgo e Gilberto. 
Sentados: Nelcy e Antônio Trevizani.
Fonte: Foto reproduzida do Facebook do amigo Cléo Araújo.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Mercado Central de Macapá

O Mercado Central foi construído no governo de Janary Gentil Nunes e inaugurado em 13 de setembro de 1953. Dez anos após a criação do Território. 
O prefeito do município de Macapá era o Senhor Claudomiro Moraes (pai do radialista Euclídes Moraes). Para uma cidade que estava sendo erguida, a arquitetura era suntuosa para o tempo e para a humilde população, com casas de pau a pique e barro. 
Ele encontra-se erguido em um local de importância histórica da cidade de Macapá. Bem em frente à Fortaleza de São José de Macapá.
Os detalhes da construção são um passeio na arquitetura do tempo. A estrutura que suporta o telhado e a fachada são um exemplo disso. 
Logo após a conclusão do Mercado também foi erguido, em frente, um ponto de ônibus que ficou conhecido na cidade como Clip Bar, que na verdade era um estabelecimento comercial (um bar) que servia de abrigo de passageiros para os ônibus circulares da cidade. Veja o aspecto do local na foto acima.
(Foto: Reprodução de arquivo)
A frente do Mercado Central de Macapá fica para a Cândido Mendes, a principal rua do comércio local.
A Praça onde está o Mercado é denominada de Theodoro Mendes. Em homenagem ao ex-prefeito de Macapá  no período de 1896 a 1916, juntamente com o Coronel Coriolano Jucá, que foi de Intendente a prefeito.


Na parte interna foram construídos 16 boxes para a comercialização da carne verde e as ”marrons”, salgadas e verduras em geral. Nos outros 20 boxes internos funcionavam para venda de gêneros alimentícios oriundos de hortifrutigranjeiros, rios e florestas.
                                          (Foto: Reprodução / Facebook / Mural de Aldiere Nascimento Silva)
                
(Foto extraída do Facebook, de Aldiere Nascimento Silva)
Pelo lado interno do prédio existia um box que durante longos anos foi local da Banca de Revistas Cinelândia, do conhecido Nena Leão.
Me lembro bem que, na lateral direita, pela parte interna do prédio existia um box onde funcionava a Mercearia do Chaquib. Eu sempre comprava “gêneros de primeira necessidade” lá com ele.
Além dos primeiros japoneses que vendiam verduras e legumes, lembro-me dos nomes de alguns açougueiros que tinham “talhos” (boxes) de “carne verde”: a memória ainda me permite lembrar de alguns deles: Filomeno, Navegante, Mafra, Mamão, Jucelito, Armando, Viana, Bengala e muitos outros.
Existia ainda na parte interna um boxe onde funcionava a economia popular. Havia uma balança preta, na qual a população podia conferir se o peso das mercadorias estava correto. Os policiais fiscais eram José Maria Gomes Teixeira (Manga), Pompeu, Amadeu Gama (Belisca Lua), Pereira (pai do Policial Civil Marivaldo), Tito Amanajás, Evangelista, Olavo e Pedro Sabe Tudo.
(Foto: Reprodução / Jornal "A Gazeta/Macapá)
Na parte externa, pela lateral da Avenida Antônio Coelho de Carvalho, situa-se o Bar Du Pedro.
O mais antigo em funcionamento. Começou sob a responsabilidade de um comerciante, primo do Senhor Miguel Pinheiro Borges, que resolveu trabalhar na construção de Brasília e passou para o Senhor Clóvis Dias. Foi ele quem colocou o nome de Bar de São Luiz Gonzaga. A partir da década de 60, passou para o Senhor Pedro Nery da Cruz, que adotou o nome de Bar Du Pedro, que funciona até hoje sob a coordenação do filho. Ao lado, no beco dos sapateiros funcionava a barbearia Rio Chic, cujo proprietário era o Benedito, que tinha como sócios: Maurício, Moacir, Leobino e Afuá. A Sapataria do Irmão e Sapataria Chic, de propriedade do Bira, filho do barbeiro Benedito.
No canto que faz frente para o mercado de peixe, tinha a Ervanaria Amazônia, de propriedade do casal Martiniano e Benta.
Na parte externa que dá para a Avenida Henrique Galúcio, funcionou o Salão Latino Americano, onde trabalhavam os barbeiros Manoel Brito, Alvim, Timboteua, Quincas.
Naquele box do canto também funcionou, entre outros, a Farmácia do Hernani Guedes.
A construção do Mercado Central foi um marco nas obras do Governador Janary Nunes.
Nessa época, a área comercial de Macapá, ficava restrita à Doca da Fortaleza e a Rua Candido Mendes. Com a inauguração do Mercado Central, o espaço nas laterais foi tomado por ambulantes. Isso fez com que o governo municipal iniciasse a construção de pequenas lojas, nas laterais do mercado.
Pelo lado da avenida Henrique Galúcio, funcionavam: a Farmácia Droga Norte, de propriedade do saudoso Marlindo Serrano; também a Ourivesaria Estrela de Jesus; a Relojoaria Mido, de propriedade do  Zé da Mido, e muitos outros.
Passaram pela direção do Mercado os seguintes administradores: O primeiro deles foi o Sr. Meton Jucá; os demais foram Aurino Borges de Oliveira, Raimundo Pessoa Borges (Marituba), Raimundo Nonato da Penha (Laxinha), Pai Faca(irmão do ex-prefeito Azevedo Costa) e Pedrinho.
Adaptação do texto de Edi Prado: Mercado Central: Uma Odisseia no Tempo
Leia abaixo a íntegra do texto original do jornalista Edi Prado
(Publicado no Jornal "A Gazeta-AP" em 03.agosto.2008)
(Repaginado em janeiro de 2013)

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Cultura: "O AMAPÁ DE HERMANO ARAÚJO E VERÔNICA DOS TAMBORES".

(Foto: Reprodução de vídeo / print de tela / by Pacto Audiovisual)
Verônica do Marabaixo,  cantora e compositora amapaense, de descendência africana, é popularmente conhecida como Verônica dos Tambores; Hermano Araújo, historiador de descendência cabocla, com base na etnia indígena. São casados há 16 anos.
No registro acima, dos anos 90, vemos a família – Verônica, Hermano e filhos - subindo a rampa da Fortaleza de Macapá. A foto, de um recorte de jornal, nos foi compatilhada, via e-mail, pelo escritor, professor e amigo Paulo Tarso Barros.
Aproveitando esta grata oportunidade, reproduzimos, abaixo, vídeo com um Documentário produzido pela Pacto Audiovisual, uma Produtora que desenvolve e viabiliza projetos audiovisuais nacionais e internacionais, especialmente para a televisão. Especializada em documentários, programas educativos e culturais.
Essa matéria, que pode ser acessada no blog da TAL – Rede de Televisões Culturais da América Latina, tem como título: O AMAPÁ DE HERMANO ARAÚJO E VERÔNICA DOS TAMBORES.

"O casal Hermano e Verônica apresenta o Estado do Amapá bem à mescla das etnias locais. Hermano, historiador, é caboclo, descendente de índios. Verônica, negra, traz dos ancestrais africanos a força de seus tambores. A viagem mostra peculiaridades de uma área isolada pela floresta amazônica, e que por isso ainda mantém as tradições locais bem preservadas. Interessante ver como o extinto extrativismo mineral deu lugar ao desenvolvimento sustentável, onde a industrialização da castanha surge como importante alavanca na economia amapaense. Nesse contexto, crianças ribeirinhas aprendem na escola como utilizar as plantas nativas e como é o trabalho das parteiras. O vídeo apresenta ainda particularidades pouco conhecidas da região “onde o Brasil começa”, como os índios Anhembi e o estádio de futebol Zerão, em Macapá. Dividido pela linha do Equador, cada lado do campo fica em um hemisfério."
Veja o Documentário a seguir:

Fonte: TAL/TV/Blog

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

A Tragédia de Macacoari

Coaracy Monteiro Nunes foi o primeiro deputado federal, pelo Amapá. Era irmão de Janary Gentil Nunes, primeiro governador do Amapá.
Em 21 de janeiro de 1958 morreu em um acidente aéreo, nas matas do Macacoari, juntamente com o advogado e promotor Hildemar Pimentel Maia e o piloto Hamilton Silva.
(Reprodução)
Dep. Coaracy Nunes
(Reprodução)

Dr. Hildemar Pimentel Maia
(Reprodução)
Piloto Hamilton Silva
(Reprodução/Arquivo)
Ano 1958 - Destroços do avião "Paulistinha" modelo CAP-9, no local do desastre ocorrido em 21 de janeiro de 1958 na localidade de Carmo do Macacoari, em que morreram o Dep. Coaracy Nunes, o Dr. Hildemar Maia e o piloto Hamilton Silva.
(Reprodução)
Ano 1958 - População de Macapá acompanha a chegada no Trapiche Eliezer Levy, dos corpos do Dep. Coaracy Nunes, do advogado e promotor Hildemar Maia e do piloto Hamilton Silva, vítimas do desastre aéreo de Macacoari.
(Foto: Reprodução do blog da Alcinéa)
(Foto extraída do blog da jornalista Alcinéa Cavalcante)
Ano 1958 - Depois de resgatado da fuzelagem do avião, o corpo do Dep. Coaracy Nunes, reduzido a um pedaço de carne carbonizada com 60 centímetros, foi colocado em uma mortuária hermeticamente fechada. Na manhã do dia 22 de janeiro de 1958 duas urnas foram embarcadas no avião da Cruzeiro do Sul, que se destinava ao Rio de Janeiro, com escala em Belém. Na capital do Pará, a urna com os despojos do Dr. Hildemar Maia foi desembarcada. A urna do deputado Coaracy Nunes seguiu viagem e somente à uma hora da madrugada do dia 23.01.1958, o avião da Cruzeiro do Sul pousou no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.O restos mortais do Dr. Coaracy Nunes foram inumados no túmulo número 3753-A, quadra 3, do Cemitério São João Batista, no Rio.
O piloto Hamilton Silva está enterrado em Macapá, no Cemitério N. S. da Conceição, no Centro da cidade.
(Reprodução)
Ano 1959 - Várias homenagens foram prestadas ao Dr. Coaracy Nunes. Em Belém, foi inaugurada uma praça na cidade velha, em 21 de janeiro de 1959. Na mesma data um busto foi inaugurado em frente ao abrigo de passageiros no Aeroporto Internacional de Macapá. (foto)
A TRAGÉDIA E A MORTE Para não utilizar avião do governo, coisa que certamente renderia críticas por parte da oposição, Coaracy Nunes e Maia decidiram fretar o avião “Paulistinha”, que pertencia aos senhores Eugênio Gonçalves Machado, Carlos Andrade Pontes e Hamilton Henrique da Silva. O “Paulistinha” era um avião pequeno e leve. Dentre os dez vendidos para a Amazônia, oito já haviam sofrido graves acidentes. Era um aparelho apropriado para treinamento e viagens de curta distância. Hamilton Henrique da Silva era um piloto experiente, que tirou o brevê pelo Aéro Clube de Macapá, uma entidade
idealizada pelo Dr. Hildemar Pimentel Maia. A relutância de Hamilton Silva em fazer a viagem foi imediata, visto que a região a que se destinavam, é sujeita a neblina e ventos fortes de inverno ao amanhecer. O Sr. Cláudio Lima, funcionário do SERTTA – Navegação, ponderou que a viagem fosse realizada por via fluvial a bordo do Iate Itaguary, que levaria a rebote uma voadeira e um motor de pôpa de 33 HP. O Iate ficaria na foz do rio Macacoari e o deslocamento até o local da festa seria coberto na “voadeira”. Coaracy Nunes ficou indeciso e consultou o Dr. Maia, que se manifestou contra a ideia. Estes acertos aconteceram na sede do Partido Social Democrático, um velho casarão edificado na esquina das avenidas Cândido Mendes e Presidente Vargas. A residência do Hamilton Silva era um pouco mais à frente, na mesma avenida, diante da casa Leão do Norte, que pertencia a família Zagury. Na sede do PSD corria a notícia de que Hamilton Silva sairia para o Macacoari na tarde do dia 20 de janeiro, levando encomenda para a fazenda do pecuarista Eugênio Machado, seu sócio no avião. A pedido do Dr. Maia foram chamar o Hamilton. Depois de uma breve conversa, ficou acertado que o aparelho decolaria às 16h00min. No horário aprazado, o “Paulistinha”, prefixo CAP-9, deixou o campo de pouso da Cruzeiro do Sul rumo ao Macacoari. A bordo iam o piloto Hamilton Silva, o Sr. Eulálio Soares Nery, o dr. Coaracy e o Dr. Maia. Fora umas passageiras turbulências a viagem transcorreu sem problemas. À noite, após a ladainha, haveria festa dançante homenageando os ilustres visitantes, o que de fato aconteceu. Na manhã do dia 21 de janeiro deu-se a tragédia... Três vidas preciosas foram tragadas pelas chamas. O Amapá viveu momentos de profunda tristeza e desespero. A Câmara Federal perdia um dos seus mais brilhantes parlamentares, o Dr. Coaracy Nunes, nacionalmente conhecido como o “Deputado da Amazônia”. Coaracy Nunes era casado com a senhora Carmem Rocha Nunes. Deixou como órfãos: Coaracy Nunes Filho (19 anos em 1958); Carmemcy (18 anos), casada com o Sr. Fernando Figueiredo; Cláudio (17 anos); Joaquim Ascendino Neto (16 anos); Yara (11 anos); Moema (8 anos) e Maria das Graças (2 anos). Coaracy era irmão do Coronel Janary Gentil Nunes, primeiro governador do Amapá, que à época da morte do ilustre parlamentar era o Presidente da Petrobrás. Além dele havia mais cinco irmãos: Pauxy Gentil Nunes, Secretário Geral do Governo do Amapá; Ubiracy Gentil Nunes, funcionário do Instituto dos Comerciários no Rio de Janeiro; Dr. Amaury Gentil Nunes, Chefe de Gabinete da Presidência da Petrobrás, Yacy Suarez e Miracy Gentil Nunes Raposo, casadas e residentes no Rio de Janeiro. Em 1957, entre os meses de fevereiro a dezembro, cursou a Escola Superior de Guerra. Para isso licenciou-se da Câmara Federal, sendo substituído pelo suplente Hildemar Pimentel Maia.
Depois de ser resgatado da fuselagem do avião, o corpo do Dr. Coaracy Nunes, reduzido a um pedaço de carne carbonizada com 60 centímetros, foi colocado em uma urna mortuária hermeticamente fechada. Na manhã do dia 22 de janeiro de 1958, duas urnas foram embarcadas no avião da Cruzeiro do Sul que se destinava ao Rio de Janeiro, com escala em Belém. Até a cidade de Belém, os amigos Maia e Coaracy permaneceram juntos. Na capital do Pará a urna com os despojos do Dr. Maia foi desembarcada. A urna do dr. Coaracy seguiu viagem e apenas à uma hora da madrugada do dia 23.01.1958 o avião da Cruzeiro do Sul pousou no Aeroporto Santos Dumont. A urna do dr. Coaracy Nunes seguiu para o Palácio Tiradentes, sendo velada até às 10 horas do dia 24. Falaram diversos oradores, entre eles o Ministro da Fazenda José Maria Alkmim. No Cemitério São João Batista, deputados e senadores se despediram do amigo. Os restos mortais do Dr. Coaracy foram inumados no túmulo n.º 3753 - A, Quadra 3. O Deputado Federal Lister Caldas, apresentou à Mesa da Câmara Federal, um projeto de lei que modificaria o nome do Território do Amapá, para Coaracy Nunes. Razões históricas impediram a aprovação do referido projeto. Várias homenagens foram prestadas ao Dr. Coaracy Nunes.
Em Belém, foi inaugurada uma praça, na cidade velha, a 21 de janeiro de 1959. Na mesma data, um busto foi inaugurado em frente ao abrigo de passageiros do aeroporto internacional de Macapá. Dia 7 de fevereiro de 1958, através de decreto, o Governador Amilcar Pereira da Silva criou o Grupo Escolar Coaracy Nunes, hoje Escola de 1º grau. A Prefeitura Municipal de Macapá trocou o nome da Avenida Ayres de Souza Chichorro para Coaracy Nunes. Em 1975, quando a Hidrelétrica do Paredão foi inaugurada, a Eletronorte a batizou de Usina Hidrelétrica Coaracy Nunes
.
Fonte: Edgar Rodrigues.Texto pesquisado por Roberto Mesquita.
(Post repaginado em 21/01/2013)

sábado, 19 de janeiro de 2013

Mazagão: Prédios antigos

Prédios antigos - MAZAGÃO/AP
Anos 50 - Prédios antigos na rua da frente da cidade de Mazagão/AP.
(Fotos: Reprodução - Coleção digital / IBGE)

Frente da cidade de Mazagão-AP

Anos 70 - Vista Panorâmica da frente da cidade de Mazagão-AP.
Mazagão é um município no sul do Estado do Amapá. A população estimada em 2010 era de 17 030 habitantes e a área é de 13.131 km².
Seus limites são Pedra Branca do Amapari e Porto Grande a norte, Santana a nordeste, a foz do rio Amazonas a sudeste, Vitória do Jari a sul e Laranjal do Jari a oeste.
"Mazagão é considerado, praticamente, o porto de entrada da raça negra no Amapá. Para lá foram negros originários do Norte da África, na região de Marrocos (Mauritânia), colonizados pelos portugueses que os trouxeram visando os domínios lusitanos a partir da construção de um forte na África.
Os primeiros habitantes de Mazagão foram: 136 famílias brancas e 103 escravos, que se transformaram nos primeiros agricultores daquela região. Os habitantes de Mazagão ainda procuram preservar, tanto na igreja quanto consigo (em suas próprias casas), o que restou da cultura que legaram dos negros oriundos do Norte da África nos séculos XVII e XVIII. Guardam imagens de madeira e de marfim com adornos de ouro e prata; diversos outros objetos como castiçais, cálices, crucifixos, coroas de prata etc. Por mais que tentem preservar, muitas imagens encontram-se em estado de deterioração. As poucas restauradas, foram reparadas sem a técnica e os materiais apropriados.
Por outro lado, grande parte do acervo foi perdida, porque alguns moradores que não pertenciam à comunidade e muitas vezes desinformados, trocaram imagens autênticas da Igreja por outras fabricadas em gesso. Somente em 1981 o governo do Amapá tomou providências através de decretos proibindo a venda de imagens, bem como, a retirada destas do Distrito."

Texto do historiador Edgar Rodrigues disponível em Amapá Digital.net

(Post repaginado em 2013)

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Esportes: Craques que brilharam no Glycerão

Santana Esporte Clube
Onzena do Santana Esporte Clube
Em pé, da esquerda para a direita: Lua, Zé Elson, Bigu, Haroldo Santos, Nêgo e Marco Antônio. 
Agachados: Piraca, Pretote, Cazé, Antônio Trevizani e Canhoto.
(Foto: Arquivo do Clayron Cazé via blog da Alcinéa)

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Do Baú do João Silva: Futebol na Praça da Matriz

“A foto é preciosa não apenas pelas pessoas, todas jovens, que aparecem no clic de um fotógrafo anônimo; calculo que tenha ocorrido em 1959, 1960, 1961, por aí. O cenário também é precioso, mexe com a memória, com as lembranças de algumas gerações de amapaenses; trata-se do antigo campo de futebol da Praça da Matriz, onde eram disputados os certames de futebol juvenil da Casa dos Padres, aos domingos – aqueles que nenhum jovem podia participar sem ir à missa das seis da manhã na Igreja de São José. Alguns detalhes sobressaem: ao fundo as mangueiras centenárias derrubadas depois do golpe militar de 64; à esquerda a lendária Barraca da Santa e à direita, ao fundo, o primeiro estacionamento de táxi de Macapá e o Elite Bar, do pioneiro João Assis; na foto, da esquerda para a direita, jogadores do Remo e do Paysandú se confraternizam, a saber, em pé: Pennafort (Macaco), Palitinho, Ubirajara (Birinha) e Airton; agachados: Rami Anaice, Pantaleão Oliveira, Orlando Tôrres e Geraldo Bezerra, dono da EQUIPAR. 
Desse registro faleceram, Airton, popular ‘Zé Buchinha’, Ubirajara, popular ‘Cachorro Magro’ e Rami Anaice; estão ainda entre nós: Pennafort, popular ‘Macaco’, Pantaleão Oliveira, Palitinho, Orlando Torres e Geraldo Bezerra, popular ‘Cabeça’.” (João Silva)
(Fonte: Texto e foto reproduzidos do blog do amigo João Silva)

Mazagão: Igreja de Nossa Senhora da Assunção


A Igreja de Nossa Senhora da Assunção, na cidade de Mazagão/AP, foi inaugurada em 25 de julho de 1937 pelo bispo de Santarém, D. Armando Balhmann. A fachada em alvenaria, com paredes também em alvenaria em até um metro de altura, sendo o restante em madeira, coberto com telhas tipo marselha e piso amassado.
A pedra fundamental tinha sido lançada em 22 de fevereiro de 1933 pelo padre Phillipe Blanke, MSF, e a Igreja foi levantada no lugar do antigo prédio da Intendência.
Serviu de matriz da paróquia até 1949, quando a sede da paróquia foi transferida para Mazagão Novo (atual cidade de Mazagão). Em 25 de julho de 1972 ela foi concluída pelo padre Ângelo Bubani, com paredes em alvenaria, dotada de novas janelas e recebida nova sistematização do presbitério e sacristia. Sua reinauguração foi feita por D. José Maritano, segundo Bispo Prelado de Macapá, em 1972. (Fonte: blog Coisas do Amapá – by Edgar Rodrigues)

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

O Pioneiro: Glycério de Souza Marques

(Foto:Reprodução de livro)
Clicar na foto para ampliá-la
Glycério de Souza Marques nasceu no dia 13 de maio de 1915, no Estado do Pará.

Filho do militar Raimundo Gonçalves Marques e D. Luzia de Souza Marques.
Estudou nas escolas de Belém e ingressou na Escola Militar dando baixa no ano de 1938 com a patente de 2º-tenente.
Quando jovem dedicou-se ao escotismo.
Veio para Macapá no início do ano de 1945, convidado pelo Governador Janary Gentil Nunes com a missão de implantar o escotismo no Território Federal do Amapá, juntando-se ao Chefe Escoteiro Clodoaldo Carvalho do Nascimento.
Trabalhou inicialmente como Inspetor do Ensino primário; foi também Diretor da Escola de Iniciação Agrícola da Base Aérea do Amapá; em 1953 foi nomeado Diretor da Escola Profissional Getúlio Vargas que, posteriormente, se chamou Escola Industrial; participou da criação de clubes esportivos; foi presidente da União dos Escoteiros do Brasil em Macapá; da Federação de Desportos; da Sociedade Artística de Macapá; Instrutor do Tiro de Guerra 130 do Amapá; foi postulante à construção de um estádio de futebol o qual foi construído e foi dado o seu nome Estádio Glycério de Souza Marques; foi Diretor da Rádio Difusora de Macapá.
Glycério casou-se no primeiro matrimônio com a Sra. Nely de Miranda Marques; em segundas nupciais com D. Natália dos Santos Marques com quem teve os filhos: José Glymar, Luzia e Carmem.
Glycério faleceu no dia 25 de dezembro de 1955 deixando um grande vazio no coração da juventude escoteira do Amapá e saudades a todos os desportistas.
(Fonte: Informações e foto extraídas da obra Personagens Ilustres do Amapá de Coaracy Barbosa Vol III (não impresso) - em PDF - via APES - Associação Amapaense de Escritores).

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Estádio Municipal Glycério de Souza Marques

(Reprodução)
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Data: 15 de janeiro de 1950.

Segundo o historiador Estácio Vidal Picanço, a cidade de Macapá amanheceu uma festa só.
Era o dia da inauguração do estádio, com a partida entre as seleções de Amapá e Pará.
O governador Janary Nunes hasteou a bandeira nacional no mastro de entrada do estádio (foto) e descerrou a placa comemorativa com a inscrição “Construída na Administração Territorial do Capitão Janary Nunes”.
Houve ainda discurso do engenheiro construtor do estádio, Hermógenes de Lima Filho, que em seguida leu o ato do governo do Território Federal do Amapá repassando a administração do Glycerão à prefeitura de Macapá.
Também discursaram Hildemar Pimentel Maia, representante da CBD, e os presidentes das federações do Amapá e Pará, Glycério Marques e Péricles Guedes, respectivamente
.
O primeiro juiz
Para dirigir o encontro entre as seleções de Amapá e Pará foi escolhido pela CBD o juiz paraense Alberto da Gama Malcher, que já tinha renome internacional.
Ele trilou o apito às 17h30 do dia 15 de janeiro de 1950.O estádio já tinha luminárias, e das melhores, escreveu Estácio Vidal.
O primeiro gol marcado no estádio Glycério Marques foi de autoria de Norman Percival Joseph David (apelidado de cacetão pela potência de seu chute - da seleção paraense e jogador do Paissandu).
Norman fez o gol aos 30 minutos do segundo tempo, e o Pará venceu a partida por 1x0.
Uma curiosidade: Complementando o amigo Sapiranga informa que o saudoso Zacarias Leite, Paissandu doente, homenageou o centro avante bicolor, batizando seu oitavo filho como Percival, que mais tarde se transformou num grande craque do futebol amapaense, defendendo as cores do Juventus Esporte Clube.
O Amapá começou jogando com: Lavareda, 75 e Suzete; Cabral, Roxinho e Raimundinho; Luiz de Melo, Dedeco, Alves, Adãozinho e Boró.O Pará usou: Dodô, Bereco, e Sidoca; Biroba, Nonato e Sabá; Norman, Teixeirinha, Hélio Costa, China e Juvenil.
Os jogadores do Remo não estavam na seleção, pois o clube estava em excursão pelo exterior.
A renda foi de Cr$ 31.780,00.

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Detalhe histórico - A construção do Estádio Municipal Glycério de Souza Marques foi motivada pela participação do Amapá no XX Campeonato Brasileiro de Seleções de Futebol, realizado no ano de 1950.
O Amapá tinha sete anos como Território Federal, e pela primeira vez iria participar daquela competição.
O convite foi feito por Vargas Neto, vice-presidente da então Confederação Brasileira de Desportos (CBD).
O relato é do saudoso professor e historiador Estácio Vidal Picanço, que em 1980, quando o estádio completou 30 anos, contou a história da construção e da partida inaugural.
Estácio Vidal também foi goleiro do Amapá e cronista esportivo da
Rádio Difusora de Macapá.
Estácio
diz que o estádio Glycério Marques é a praça de esportes oficial mais antiga do Brasil, inaugurado seis meses antes da inauguração do estádio do Maracanã, construído para a Copa do Mundo de 1950 que o Brasil perdeu na final para a seleção do Uruguai.
Ele conta que o governador Janary Nunes estava ausente do Amapá, tendo passado nove meses na Escola Superior de Guerra.
Janary era militar da ativa do Exército brasileiro.
Raul Montero Valdez respondia pelo governo do Território, e o prefeito de Macapá era José Serra e Silva.
Tudo isso em 1949.
Em meados de outubro daquele ano, Raul Valdez recebeu um telegrama do Rio de Janeiro, informando que a CBD estava convidando o Amapá para participar do Campeonato Brasileiro de Seleções de 1950.
Raul reuniu então os presidentes dos clubes da época: Amapá Clube, Esporte Clube Macapá, São José e Trem Desportivo Clube, informando a eles que o Território do Amapá estaria na competição.
Uma das primeiras providências foi eleger um presidente definitivo para a Federação de Desportos do Amapá (FDA), que mais tarde virou Federação Amapaense de Desportos (FAD) e hoje é Federação Amapaense de Futebol (FAF).
O presidente interino da FDA era Ariosto Cardoso Paes.
A eleição aconteceu no gabinete do governador, com os dirigentes dos clubes aclamando o nome de Glycério de Sousa Marques, tenente do Exército.
Além da patente, Glycério Marques exercia funções de inspetor geral de ensino, chefe escoteiro, professor, educador e desportista.

Foi também um dos diretores da Rádio Difusora de Macapá, na primeira faze da emissora.
Na reunião histórica, narra Estácio Vidal, o governador interino Raul Valdez convocou Hermógenes de Lima Filho, diretor da Divisão de Obras do governo, para que ele escolhesse o local onde seria construído um estádio de futebol, em tempo recorde, a fim de que o Amapá, em janeiro de 1950, tivesse condição de tomar parte no campeonato.
Como representante do governo do Território Federal do Amapá no Rio de Janeiro estava Pauxy Nunes, conhecido como “Caudilho do Norte”.
Ele também era o delegado do Amapá junto à Confederação Brasileira de Desportos, providenciando tudo o que fosse necessário para a seleção amapaense.
Dentre essas providências, Pauxy Nunes procurava encontrar o melhor material esportivo.
Duas semanas antes da estreia do Amapá no campeonato, a seleção recebeu dois jogos de camisa e o restante do material.
O primeiro uniforme da seleção amapaense, nas cores azul e vermelho, permanece até hoje.O governador Janary Nunes, embora ausente do Território, continuou dando todo o apoio à participação do Amapá no certame.
Ele e seu irmão, deputado Coaracy Nunes, conseguiram recursos financeiros para a construção do estádio em tempo recorde.
Janary retornou ao Amapá no dia 19 de dezembro de 1949.
Glycério Marques chamou Edson Veras para treinar a seleção amapaense de futebol.
Edson era irmão de Ivaldo Veras, cujo nome é imortalizado na avenida onde está construído o Sambódromo.
Foram convocados para compor a seleção os jogadores: Lavareda, 91 (Expedito da Cunha Ferro), 75, Suzete, Jucá, Raimundinho, Cabral, Deniz, Roxinho, Cláudio, Adãozinho, Boró, Turíbio, Branco, Sapo, Major, Taumaturgo, Osvaldo Padeiro, João Cançado, Dedeco, Zé Maria Chaves, Walter Nery, Álvaro Arara, Alves e Cabeça.
O treinador Edson Veras saiu logo depois, sendo substituído por Delbanor Leite Dias (irmão do saudoso chefe Humberto), que também foi um dos diretores da Rádio Difusora de Macapá.
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(Texto extraído do portal Amapá Turismo que cita como fonte o Jornal "A Gazeta", do Amapá - com informações do historiador Estácio Vidal Picanço)

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