terça-feira, 1 de novembro de 2022

MEMÓRIA ESCOTEIRA: URIVINO BANDEIRA RIBEIRO

Foto publicada pelo amigo Zé Paulo, em sua página na rede social, mostra o jovem Urivino Bandeira Ribeiro, na época com 17 anos.

A imagem é o registro fotográfico de um momento histórico, vivido por ele, quando participou com outros escoteiros do Amapá, em 1965, do 1º Jamboree Pan-Americano realizado na Ilha do Fundão, na “Cidade Maravilhosa”, para comemorar o IV Centenário do Rio de Janeiro e os 50 anos de realização do acampamento mundial na ilha de Brownsea, no Reino Unido, em 1º de agosto de 1907.

O monumental evento, que se tornou realidade no período de 18 a 25 de julho de 1965, reuniu escoteiros de diversos países do globo.

Segundo o historiador Nilson Montoril, “a Região Escoteira do Amapá se fez presente com uma delegação composta por 38 discípulos de Baden-Powell, que integravam os grupos Veiga Cabral, Marcílio Dias, São Jorge e João Gualberto da Silva, comandados pelos chefes Clodoaldo Carvalho do Nascimento, Benedito Santos, Manoel Ferreira(Biroba), Expedito Cunha Ferro(91) e Hilkias Alves de Araújo.”

--Também me senti honrado de ter feito parte da delegação de escoteiros do Grupo Veiga Cabral, que representou o Amapá naquele evento, sem dúvida, inesquecível! (Estou (agachado) na primeira foto, abaixo).

Urivino Bandeira é de Macapá, onde nasceu em 16 de março de 1948, filho do pioneiro João Barbosa Ribeiro e Dona Maria da Silva Ribeiro (ambos falecidos). Foi morador da Av. Feliciano Coelho no Bairro do Trem, estudou na capital do Amapá e trabalhou na Mineradora ICOMI.

Para ilustrar esse post trago duas outras fotos tiradas por Nilson Montoril que foram publicadas no blog Porta-Retrato.

Na primeira, escoteiros amapaenses no 1º Jamboree Pan-Americano.

Da esquerda para a direita da foto: Luiz Tadeu, Nelson, Biroba, Mozart Souza, Gerônimo Acácio, Fiúza, Ubaldo Medeiros(centro,de branco), Gitinho (como o Biroba chamava o menor escoteiro do acampamento,) Urivino Bandeira( mostrando o jornal "O GLOBO" que enaltece o escotismo do Amapá), Santiago (lendo o jornal), João Lázaro(agachado), Haroldo Nery  e Nilson Montoril (sentado).

Nesta segunda foto, escoteiros do Amapá tentam acender o fogão de barro de duas bocas (que virou atração no evento), feito pelo Chefe Escoteiro Nilson Montoril.

No sentido dos ponteiros do relógio, estão nas imagens: Manoel Ferreira ( Biroba -Tropa Marcilio Dias ), Nilson Montoril ( Tropa São Jorge ), Urivino Bandeira ( Tropa Veiga Cabral ), sobre o fogão,  Ubaldo Medeiros ( Tropa Marcilio Dias ) e Nelson ( Tropa João Gualberto da Silva). Em 1965, apenas esses grupos existiam no Território Federal do Amapá.

Hoje, aposentado, com 74 anos, Urivino Bandeira mora com a família no bairro Jesus de Nazaré, em Macapá.

Foto: José Paulo Ramos (Arquivo pessoal) e Blog Porta-Retrato – Macapá.

Via Facebook

sexta-feira, 14 de outubro de 2022

MEMÓRIA DA MACAPÁ DE OUTRORA

Foto rara de uma procissão do Círio de Nazaré, no tempo da Macapá de outrora.

Como tal registro era inédito e desconhecido para nós, buscamos informações detalhadas junto ao historiador Nilson Montoril, e o mesmo, examinando as imagens com mais cuidado, constatou "que a foto foi tirada em outubro de 1944, um ano após a criação do Território do Amapá. 

O ponto decisivo para isso, consiste no fato de que a antiga casa dos intendentes e prefeitos de Macapá estava sendo reformada no estilo taipa de mão, (que aparece em primeiro plano) para abrigar a primeira agência do Banco do Brasil, inaugurada no dia 13/9/1945. Macapá já era a capital do Território do Amapá. Os postes para a rede de eletricidade tinham começado a ser instalados.  A agência bancária ficava na esquina da Travessa Siqueira Campos com a Rua Visconde de Souza Franco (rua do  SERTTA Navegação). O aspecto das casas mudou muito. Há tempos, a Siqueira Campos passou a ser Mário Cruz."

O flagrante histórico, foi clicado quando da passagem dos fiéis católicos pela antiga Rua Siqueira Campos (atual Mário Cruz), no perímetro compreendido entre a antiga Rua da Praia e o Largo da Matriz de São José, no sentido da Matriz de São José.

Para ilustrar a postagem são mostradas também, imagens da Ag. Provisória do Banco do Brasil, em Macapá já reformada...,

... outra do dia da inauguração em 13 de setembro de 1945, como parte dos festejos da Semana da Pátria e aniversário de instalação do território do Amapá,...

... e também uma panorâmica da localização.

A agência foi instalada no prédio onde funcionou a residência de intendentes e prefeitos de Macapá de 1891 a 1944.

Foto: Acervo de Edgar Rodrigues

Com informações de Nilson Montoril

Via Facebook

domingo, 9 de outubro de 2022

FOTO MEMÓRIA DO COMÉRCIO AMAPAENSE – CASA NABIL

Graças à publicação do Pe. Paulo Roberto Matias Souza na rede social, finalmente, conseguimos encontrar uma foto da Casa Nabil que há muito procurávamos.

Os antigos moradores da Favela e dos bairros mais próximo ao centro de Macapá, lembram da Casa Nabil de Aziz Ghammachi, que tinha publicidade comercial na Rádio Difusora de Macapá.

Em dezembro de 1953 o empresário libanês Aziz Ghammachi chega em Macapá, junto com o irmão Maurice Ghammachi e, no ano seguinte, monta na Rua Leopoldo Machado 2123, ao lado do Estádio Glycério Marques, a Casa Nabil, em homenagem ao seu filho Nabil Ghammachi.

Como podemos ver numa das fotos em preto e branco, no princípio era um simples comércio de gêneros alimentícios de primeira necessidade, além de laticínios e bebidas. Posteriormente, ele montou uma loja de móveis e artigos de decoração.

Após a morte de seu Aziz, a loja foi extinta. No mesmo local, o filho Nabil, em sociedade com a esposa Elizabeth Ferreira de Oliveira Ghammachi, instalou, em 1996, a Art Brindes, empresa especialista em impressão de material para uso universitário.

Sem dúvida a Casa Nabil marcou época no Comércio da capital amapaense.

Fotos: Pe. Paulo Roberto Matias Souza (Arqiuivo pessoal)

Via Facebook

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

FOTO MEMÓRIA DE SANTANA – AP: PRIMEIROS MORADORES DA VILA MAIA

 Esta foto postada no Facebook por Fortunato Colares, é um raro registro fotográfico de alguns dos primeiros moradores de Santana, uma cidade do Estado do Amapá, localizada a 30 km da capital, Macapá.

Por tratar-se de registro histórico, publicamos no blog Porta-Retrato – Macapá, como FOTO MEMÓRIA DE SANTANA – AP.

Foto:   Silvestre Ferreira/Reprodução/SANTANA MAJESTOSA

Segundo Colares, esse é um grupo de homens e dos Marianos da Igreja Católica Nossa Senhora de Fátima. Todos foram os primeiros moradores da Vila Dr. Maia. São todos falecidos.

Segundo registros no blog MEMORIAL SANTANENSE - O Guardião da Historiografia Santanense - de Emanoel Jordânio, “no final da década de 1940, já era possível observar a existência de cerca de 15 a 20 moradias erguidas nas imediações do canteiro de obras do porto de minérios da Indústria e Minérios S/A(ICOMI), na margem esquerda do Rio Amazonas. Essas famílias, em sua maioria, eram oriundas do Estado do Pará e outras vindas de regiões ribeirinhas da Amazônia.

Com o propósito de melhorar as condições de vida familiar, dezenas de trabalhadores braçais vinham para o então Território Federal do Amapá após tomarem conhecimento da implantação da mineradora ICOMI que buscava a contratação de mão-de-obra para a construção de seu píer e do porto industrial.

Sem terem onde morar, diversas famílias de operários decidiram montar (de maneira rudimentar) casebres de madeiras que ficavam onde hoje seria a área desativada da extinta BRUMASA, enquanto que as instalações prediais da ICOMI eram construídas.

Em 26 de agosto de 1953, o Governo Federal concederia à ICOMI uma área de 129 hectares, legalizando assim a faixa de terras onde estava sendo erguido o embarcadouro da mineradora, onde grande parte dessa área já serviria para a limitação da futura vila operária da empresa (Vila Amazonas) para abrigar a família dos trabalhadores já residentes nas proximidades da mineradora. Com isso, enquanto a empresa concluía as instalações administrativas na região, não seriam mais permitidas, a partir de 1954, que novas moradias fossem erguidas na área agora demarcada pela União.

No entanto, o número de famílias continuava chegando à região conhecida como “Porto de Santana”, obrigando os novos moradores a fixarem abrigo numa área situada ao norte do km-0 da futura estação ferroviária da ICOMI. Segundo informações, essa área não tinha titularidade privada, fazendo limites com terras pertencentes ao agricultor Raimundo Gomes Bezerra, e com Marie Joseanne Lemos (estrangeira que prestou serviços ao Governo do Amapá no cargo de professora-diarista entre 1948-1957, depois se mudando para o Rio de Janeiro-RJ).

Em 1956, estima-se que cerca de 30 moradias já formavam esse núcleo urbano ao norte da ferrovia, compreendendo quase três quarteirões em duas travessas cruzadas, ficando as principais casas em paralelo com a rodovia que ligava o escritório central da ICOMI com a capital amapaense (Macapá), e respeitando os limites da faixa ferroviária, obedecendo ao Decreto Federal n° 37.906 de 16 de setembro de 1955 (limitando acima de 60 metros de distância da estrada de ferro).

Em 14 de abril de 1957, é inaugurada a primeira instituição religiosa daquele núcleo, voltada ao catolicismo romano, tendo como vigário o padre italiano Ângelo Biraghi, que esteve à frente de inúmeras decisões sociais por mais de três décadas. Ao lado desta Capela católica, seria erguida uma escola primária, batizada por seus educadores como “Grupo Escolar Porto de Macapá”, por estar situada nas proximidades do cais de minérios da ICOMI. Porém, o núcleo continuava crescendo demograficamente, assim como ainda se mantinha sem uma denominação topônima.

Até o final da década de 1950, alguns topônimos distritais ainda foram utilizados por seus moradores para identifica-la sob termos de pequeno vilarejo ou localidade interiorana. Alguns a chamavam de “Porto de Santana”, “Moradores do Porto”, “Vila Moriçoca” (por habitar uma região tropical, bastante infestada de mosquitos e pernilongos), e até “Vila Ocuúba” (por haver dezenas de árvores desse nome na região).

Mas foi uma fatalidade ocasionada pelo destino que daria um nome histórico para aquele núcleo urbano. Em 21 de janeiro de 1958, o então deputado federal pelo Território Federal do Amapá Dr.Coaracy Nunes, acompanhado de seu suplente promotor Hildemar Maia, morreriam em acidente aéreo na localidade de Carmo do Macacoari (atual distrito do município de Cutias do Araguary), assim como também ceifaria a vida do piloto da aeronave Hamilton Silva. Uma tragédia que abalaria o povo amapaense.

Como forma de homenagear esses ilustres falecidos, o Governo do Amapá realizaria – anualmente – uma programação pública para manter viva o nome daqueles que por muitos anos empenharam condições e recursos federais para o desenvolvimento do então Território Federal do Amapá.

Com isso, em novembro de 1959, o governador do Amapá Pauxy Gentil Nunes (irmão do falecido deputado Coaracy Nunes) solicitou à Divisão de Terras e Colonização (DTC) que efetuasse a demarcação urbana daquele núcleo santanense que se expandia desordenadamente, como forma de evitar possíveis acessos irregulares nas áreas já pertencentes à ICOMI.

Em meados de janeiro do ano seguinte (1960), a conclusão dessas demarcações apontou a existência de 62 moradias distribuídas em quatro (04) avenidas cruzadas em três (03) ruas parcialmente abertas por trilhas. O relatório feito pelo DTC ao Governo do Amapá não apresentava um número exato de moradores já contados, mas estima-se que existiam em torno de 300 pessoas ali residindo.

Histórico Obelisco de Santana (Foto 1995)

Vendo essa progressão habitacional na região, o governador Pauxy Nunes logo atentou para a importância de melhorar as condições sociais desse vilarejo, iniciando assim um plano urbanístico que começou no dia 21 de janeiro de 1960, quando fora entregue um monumento de concreto, com forma de obelisco triangular, considerado o marco inicial das diversas realizações governamentais que seriam feitas nos dias seguintes, como o alinhamento das ruas e avenidas da localidade, que agora ficaria popularmente conhecida como “Vila Dr.Maia”, numa justa homenagem ao 1° promotor público a se instalar no Amapá pós-Território Federal.

Agora com denominação, a localidade portuária seria mais assistida pelas autoridades municipais e territoriais, recebendo em curto tempo, inúmeros benefícios necessários para seu anseio, como a construção de duas novas escolas (em 1962), a implantação de energia elétrica (1964) e até o surgimento de opções de lazer familiar (como uma pequena praça, um clube, e cinema no final da década de 1960).

Em 22 de novembro de 1966, o prefeito de Macapá Cabo Alfredo de Oliveira sanciona o Decreto Municipal n° 174/66-PMM, instalando uma sede representativa do Executivo Municipal da capital na Vila Dr. Maia em Santana, objetivando atender e zelar pela população local, sendo este um embrião executivo para a futura independência geopolítica da atual cidade de Santana.

Contextualização histórica

De acordo com relatos encontrados em registros passados, ressaltados pelos historiadores santanenses, Santana surgiu de um agrupamento populacional na Ilha de Santana, localizada à margem do rio Amazonas, em 1753.

Sabe-se, através de fontes históricas, que os primeiros habitantes do povoado da Ilha de Santana eram portugueses e mestiços, a maioria escravos, vindos do Pará, além de índios Tucujus, comandados pelo português Francisco Portilho de Melo. Os historiadores Emanoel Jordânio e Sergio Guedes, confirmaram em pronunciamento recente, que Portilho de Melo - foragido da lei, e escravocrata - foi o primeiro desbravador da Ilha de Santana.

Na época, registros de arquivos do Pará, mostram que cerca de 250 pessoas viviam na Ilha de Santana, a maioria indígenas”, explicou Emanoel Jordânio.

Segundo o professor e historiador Sergio Guedes, Mendonça Furtado oficializou, na mesma data – 4 de fevereiro 1758 - a fundação da Vila de São José de Macapá e o povoado de Santana.  Ou seja, muito antes da fundação oficial da cidade, “já tínhamos pessoas lutando e protegendo a nossa terra”, pois, “neste espaço onde moramos (Santana), sobretudo no Igarapé da Fortaleza em 1631, já existia o primeiro Forte construído ainda pelos ingleses, o Forte Cumaú”, disse Guedes.

Em 31 de agosto de 1981, Santana é elevada à categoria de Distrito de Macapá, através da Lei nº 153/81-PMM, sendo o distrito instalado oficialmente em 1 de janeiro de 1982, tendo o pioneiro Francisco Correa Nobre como o primeiro Agente Distrital. Santana foi elevada à categoria de município através do Decreto-lei nº 7639 de 17 de dezembro de 1987. Através do Decreto (P) nº 0894 de 1 de julho de 1988, o Governador Jorge Nova da Costa nomeia o professor Heitor de Azevedo Picanço, para exercer o cargo de Prefeito Interino, que estruturou a administração pública municipal, criando condições para o futuro prefeito que seria eleito diretamente pelo povo em 15 de novembro de 1988, Rosemiro Rocha Freires.

Fontes: Prefeitura de Santana / Wikipédia / Memorial Santanense

Via Facebook

terça-feira, 13 de setembro de 2022

MEMÓRIAS DO AMAPÁ: OS DESFILES DE 13 DE SETEMBRO

 Setembro, em Macapá, é um mês de gratas memórias para o povo amapaense. Nele são realizadas as comemorações da Semana da Pátria, e da Semana de Criação do ex-Território Federal do Amapá, ocorrida em 13 de setembro de 1943, de acordo com o Decreto-lei n° 5.812, durante o governo do presidente Getúlio Vargas. O primeiro governador e desbravador da região desmembrada do Estado do Pará, foi o Coronel Janary Gentil Nunes.

E desde os primeiros anos o fato histórico tem sido comemorado nessa data, com realização de desfiles cívico-escolares. 

Segundo o historiador Nilson Montoril, ‘o primeiro da série foi realizado em 1947, quando o Governo Territorial realizou a "Primeira Feira de Animais e Produtos Econômicos". As instalações da feira ficavam à esquerda da estrada que se estendia até a prainha da Fazendinha.

Participaram do desfile a Guarda Territorial,...

...os escoteiros das Tropas Veiga Cabral (modalidade terra) e da Tropa Marcílio Dias (modalidade mar)...

...estudantes do Grupo Escolar Barão do Rio Branco, alunos do Ginásio Amapaense (CA) e Bandeirantes. Ao longo do tempo os desfiles foram sendo mais concorridos. 
Em 1967, o General Ivanhoé Gonçalves Martins, governador do Amapá, transferiu o desfile para Macapá, realizando-o na Av. Iracema Carvão Nunes, entre as duas alas da Praça Barão. Ainda em sua gestão, o desfile passou para a Av. FAB. O número de estudantes tinha crescido muito. A partir de 1995, a bela manifestação de civismo começou a declinar. Na era sambódromo já não tinha o brilho de outros tempos. Em 13/9/2022, a data foi transformada em feriado estadual, mas não tivemos desfile cívico. Este pode ser o marco inicial para que eles não ocorram mais.’

Via Facebook

MEMÓRIA DA CIDADE DE MACAPÁ - A CAPELA DO CEMITÉRIO NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO.

Por Nilson Montoril
O primeiro cemitério de Macapá foi instalado em área existente próximo ao Trem de Lapidação, que hoje corresponde à quadra delimitada pelas ruas São José e Tiradentes e as Avenidas Rio Jari e Rio Maracá. Migrantes açorianos,que morreram vitimados por "doenças de mau caráter"(malária, tifo) em dezembro de 1751. O Cemitério de Nossa Senhora da Conceição surgiu na gestão do Intendente Coronel Manuel Theodoro Mendes, em 1896. Ele era fervoroso devoto da Virgem Maria. A capela só foi erguida em 1932, quando o Intendente de Macapá era o Tenente Jacinto Boutinil. A verba usada na obra foi obtida junto ao Interventor do Estado do Pará, Coronel Magalhães Barata. A área interna do Campo Santo compreendia quatro quadras, divididas por passarelas, ainda hoje vistas, mas relativamente danificada. São raras as sepulturas antigas, como a que ilustra esta postagem. A lápide de mármore veio de Belém. Embora esteja danifica é possível lermos o seu conteúdo.

A lápide tem a seguinte inscrição:

         AQUI JAZEM OS RESTOS MORTAIS DA JOVEM ANA ERMÍNIA PEREIRA, NASCIDA EM 24 DE DEZEMBRO DE 1902.

FALECIDA EM 9 DE JULHO DE 1926.

ETERNA SAUDADE DE SEUS PAIS E IRMÃOS.

Texto e fotos: Nilson Montoril

Via Facebook

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

MEMÓRIAS DE MACAPÁ – HISTÓRIAS DE PIONEIROS - EVALDO LOPES DE FREITAS

Mais um importante registro do Jornalista João Silva, contando...

HISTÓRIAS DE PIONEIROS

Por João Silva

Evaldo Lopes de Freitas, nascido no dia 30 de setembro de 1924 na cidade de Vera Cruz-RN, chegou em Macapá no dia 21 de novembro de 1953, juntamente com a esposa Maria de Lourdes Pereira de Freitas, e cinco filhos também rio-grandenses do norte. Posteriormente nasceram mais 4 filhos amapaenses.

No registro o casal com o filho mais velho, Luiz Lopes Neto.

O casal se estabeleceu em Macapá e resolveu entrar para o comercio, o que redundou na inauguração da Casa Vera Cruz, na Cândido Mendes onde hoje funciona a agência central do Bradesco. A princípio o empreendimento teve a parceria com o senhor Miguel Pinheiro Borges, também oriundo do Rio Grande do Norte, o que foi decisivo para a implantação da Casa Vera Cruz numa época de muitas dificuldades, tempo em que a Cândido Mendes era invadida pelas águas de março.

O casal de pioneiros do comercio, Evaldo e Lourdes, morou em Macapá até o início dos anos 80, quando decidiu voltar para Vera Cruz. Dona Lourdes morreu em agosto de 2009, próximo de completar 93 anos; Evaldo faleceu em maio de 2011, com 86 anos.

Entre os filhos, o casal formou um farmacêutico-bioquímico, três médicos, um veterinário, um professor e um engenheiro, portando encaminhou a prole, deu conta do recado!

'A família deve tudo que é ao Amapá e a pessoas como Miguel Pinheiro Borges', faz questão de dizer Luiz Lopes Neto, o filho mais velho do casal.

Ele acrescenta que Dona Lourdes, 'santa mulher, além de doméstica era costureira, e trabalhou muito confeccionando e vendendo roupas para crianças no mesmo endereço da Casa Vera Cruz, onde mantinha um armarinho muito requisitado na época!'.

Evaldo Lopes de Freitas também foi marreteiro na Serra do Navio nos dias em que a ICOMI pagava vale e fazia o pagamento dos seus funcionários! Bom não esquecer também que Dona Lourdes era costureira pé quente do Juventus Esporte Clube, cujas camisas e emblemas eram fabricados nos armarinhos da Casa Vera Cruz, por suas mãos habilidosas.

Via Facebook

quinta-feira, 8 de setembro de 2022

MEMÓRIA DA CULTURA AMAPAENSE: MARABAIEIRA GERTRUDES DA SILVA GAIA

GERTRUDES SATURNINO LOUREIRO, filha de Ciriaco Manuel Saturnino e Izabel Maria de Nazareth, foi a única filha mulher de uma família de seis irmãos: Serafim, Nazário, João, José Cirilo e Bernardino. Mulher negra, aguerrida, filha de negros escravizados, nasceu em terras amapaenses, (Macapá), no dia 08 de dezembro de 1899. Em 18 de maio de 1918, contraiu seu primeiro casamento com Hyppólito da Silva Gaia, passando a ter o nome de Gertrudes da Silva Gaia. Desde criança sempre foi uma pessoa ativa, de personalidade forte, perseverante, dinâmica, extrovertida, que lutava muito pelo que queria e acreditava, isso de certa forma, contribuiu para a sua separação. Anos mais tarde, constituiu nova família com Raimundo Pereira da Silva, (Capa Branca), com quem teve cinco filhos: Mamédio, Natalina, Sebastião, Maria José e Izabel.

O espírito combativo, de coragem e de liberdade que norteava sua vida não admitia nem aceitava a submissão imposta, na época e contrariando as ideias e a vontade de seu marido, passou por uma nova separação. Assumindo o desafio de cuidar sozinha de seus filhos, exercia as mais diversas e humildes atividades: doméstica, lavadeira, cozinheira, pela sobrevivência da família. Gertrudes foi parteira, ajudando muitas mães a dar à luz seus filhos; foi benzedeira e com seu conhecimento sobre as ervas e plantas medicinais, fazia seus remédios caseiros, garrafadas, chás e outros.

Mulher, Negra e Separada, numa época em que o preconceito na sociedade era muito forte, sofreu e carregou as desvantagens de um sistema injusto, preconceituoso e racista, mas lutou muito para romper barreiras e conquistar espaços. Foi assim que quando do remanejamento das famílias da Rua da Frente da cidade onde moravam, Gertrudes se recusou em ir com a maioria para o Laguinho e decidiu integrar o grupo menor das famílias negras e ir fixar sua residência na Favela, para onde levaram na bagagem a coragem, a força, a resistência, a fé, a religiosidade.

E o Marabaixo, com o culto e louvor à Santíssima Trindade pelos inocentes foi levado e se fortaleceu naquele bairro, sustentado pela fé das famílias Gertrudes, Congó, Pedro e Raimunda Costa e outros que sempre incentivavam e apoiavam esse legado cultural. Essa separação dos negros foi triste e lamentada e foi muito cantada nos ladrões do Marabaixo, Gertrudes cantava assim:

“PELO JEITO QUE ESTOU VENDO

QUEREM ME DEIXAR SOZINHA

VOU COM UNS PARA A FAVELA

OS OUTROS VÃO PRO LAGUINHO”.

A vida e as realizações não foram fáceis para os negros de um núcleo populacional negado pelas autoridades e que nunca se configurou de direito como um bairro. Mas, mesmo com essa negação e sem o reconhecimento, o Bairro da Favela, existiu de fato, e ainda hoje é vivo na memória, na história e nas tradições culturais da cidade de Macapá persistindo no imaginário popular do amapaense, especialmente dos que ali viveram.

Gertrudes exerceu importante liderança no Bairro e uma das precursoras do Marabaixo na Favela. Foi uma grande mulher à frente de seu tempo. Cantava, dançava, tocava caixa de Marabaixo com uma maestria ímpar. Criou o quadro de sócio da “Santíssima Trindade dos Inocentes” que foi uma forma prática e criativa de garantir a realização anual da festividade no Bairro, pois quando não havia promesseiros, usavam o livro de sócios e tiravam o pilor (sorteio) dos festeiros e dos novenários que seriam os responsáveis dos festejos do ano. Incentivava e despertava nas crianças e jovens o gosto pelo Marabaixo; todas as tardes reunia seus filhos, sobrinhos, netos e filhos de amigos e conhecidos e os ensinava a tocar caixa, cantar o ladrão e dançar o marabaixo. Essa sua prática certamente contribuiu para fortalecer a cultura dessa manifestação no Bairro.

Dona Gertrudes morreu no dia 07 de setembro de 1973, aos 74 anos, vitimada por um AVC, deixando aos seus descendentes esse legado como herança a ser cultivada e perpetuada.

Biografia e foto de Edgar Rodrigues – jornalista e pesquisador amapaense.

Via Facebook

sábado, 20 de agosto de 2022

MEMÓRIAS DA MACAPÁ DE OUTRORA: QUINTAL DOS PADRES - UM CELEIRO DE TALENTOS

 No início da década de 1950, centenas de crianças e adolescentes de ambos os sexos, foram atraídos por um importante movimento, implantado pela Prelazia de Macapá, voltado para a Educação, Evangelização e Lazer.

O projeto dessa pastoral era oferecer a prática de esportes, civismo escoteiro, apresentações teatrais, Cruzada Eucarística e Filhas de Maria. As atividades, eram desenvolvidas na área conhecida como "Quintal dos Padres" compreendida por dois espaços: a ala masculina (entrada pelo Largo dos Inocentes) e a ala feminina, cujo acesso acontecia pela avenida Presidente Vargas

No centro ficava o Salão Paroquial Pio XII. Os bancos corridos postados à esquerda da entrada do salão eram reservados aos meninos. À direita ficavam as meninas. 

O Padre Vitório Galliane coordenava os homens. As mulheres agiam sob o comando do Padre Lino Simonelli. No decorrer da Santa Missa, iniciada às nove horas, aos domingos, os cantos tinham o acompanhamento do Padre Vitório, que tocava seu "harmonium", que os meninos chamavam sanfona, o que o deixava irritado. O Padre Lino era um exímio trompetista e também tocava gaita de boca(harmônica). Naquele tempo, o trompete era conhecido no Brasil como Piston, nome rejeitado pelo sacerdote. Entre os meninos, o futebol tinha preferência. Incrível como aparecia moleques de todos os cantos da cidade. 

Era tanta gente boa de bola, que o Padre Vitório Galliane, assessorado pelos Chefes Escoteiros, Humberto Santos e Expedito Cunha Ferro (91), organizava campeonatos equatorianos com bastante criatividade. Os times representados eram da Itália ( Milan, Roma, Internazionale, Fiorentina, Juventus e Nápoles), do Rio de Janeiro e de São Paulo, sempre os mais expressivos. Quase todos os sacerdotes do PIME torciam pela Juventus de Milão. Tanto é, que ao ser fundado o Juventus Esporte Clube, o desejo deles era que o clube usasse camisas com listras verticais brancas e pretas. O anseio não colou, porque o Amapá Clube era mais antigo e suas camisas eram idênticas às do time italiano em questão. Todos os moleques e rapazolas queriam jogar no Juventus. A agremiação tinha o time titular, o aspirante, o juvenil e o infantil. O movimento oratoriano gerou excelentes frutos. Deu aos jovens valiosos ensinamentos éticos e morais. Muita gente oriunda de famílias carentes aprendeu a discernir as coisas boas e as ruins. 

As aulas de catecismo, ministradas pelo Irmão Francesco Mazzolene (o Caterpillar) eram obrigatórias. Assistir missas também. Os jovens com mais idade do que a meninada não eram tão assíduos. Eles precisaram trabalhar cedo para auxiliar os pais e reforçar a renda familiar. A eficiência futebolística dos mesmos despertou o interesse dos mandatários de outros clubes de Macapá. A moeda correspondente a “compra do passe" era um emprego.

Texto original de Nilson Montoril, especialmente adaptado para o blog. Porta-Retrato – Macapá.

Via Facebook

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

FOTO MEMÓRIA DA EDUCAÇÃO DO AMAPÁ: PROFESSORES DO CCA

Nossa Foto Memória de hoje, recorda um momento importante na história da educação do Amapá. 

Importante registro postado na rede social pela prof. Regina Valente relembra” três grandes professores do Colégio Comercial do Amapá-CCA: Ariosto Paes, Heitor Picanço e Nestlerino Valente, que com certeza causaram um impacto duradouro na vida de seus alunos.”

Os ilustres mestres na imagem rodeados por alunos do tradicional educandário.

Foto: Família Valente (Arquivo Pessoal) - Reprodução

Via Facebook


quinta-feira, 18 de agosto de 2022

FOTO MEMÓRIA DA SAÚDE DO AMAPÁ - PARTEIRAS TRADICIONAIS

Antes do Amapá se tornar Território Federal, em 1943, a parteira mais famosa da Macapá de outrora, era a Sra. Francisca Luzia da Silva, a Mãe Luzia!

Segundo a jornalista, poeta e blogueira Alcinéa Cavalcante, mãe Luzia “cuidava das grávidas com rezas e ervas e dava-lhes amor e segurança como uma mãe dá para uma filha. A qualquer hora do dia largava a bacia de roupa para fazer um parto. A qualquer hora que fosse chamada à noite levantava e corria para “aparar” mais uma criança, para mostrar-lhe o mundo pela primeira vez.

Seu trabalho não terminava com o parto. Ela cuidava da criança e da mãe por vários dias, fazendo visitas diárias, dando-lhes banhos, fazendo curativos e rezas.

Pelas mãos abençoadas de Mãe Luzia inúmeros bebês vieram ao mundo.”

Já na fase territorial outras pioneiras fizeram essa função de “aparar” muitos bebês.

Nossa Foto Memória de hoje traz um registro de três parteiras tradicionais à época do Hospital Geral de Macapá, atualmente Hospital Alberto Lima, nas décadas de 60, 70 e 80.

Na imagem, a Sra. da esquerda do observador, é a enfermeira RAIMUNDA MORAES UCHÔA; ao centro a enfermeira ALCEMIRA MAGAVE e à direita está a sra. EDITE. Todas elas foram parteiras na Maternidade de Macapá e trouxeram várias gerações de amapaenses ao mundo.

Além dessas, muitas outras também sempre são lembradas pelo bom serviço que prestaram à comunidade, como por exemplo, Dona Dica; Dona Inês; Dona Maria José e muitas outras.

Foto: Helena Uchôa (Arquivo pessoal)

Pesquisa de Wanke Do Carmo, historiador e colaborador do Instituto Memorial Amapá.

Fonte: Via Facebook

domingo, 14 de agosto de 2022

HISTÓRIA E MEMÓRIA DO AMAPÁ: CONSTITUIÇÃO DO CONSELHO CONSULTIVO DA INTENTÊNCIA MUNICIPAL DE MACAPÁ

Em 12 de março de 1934, o Interventor Federal do Estado do Pará, General Magalhães Barata, baixava o Decreto nº 27.214, constituindo o Conselho Consultivo da Intendência Municipal de Macapá, composto por cinco membros, com a finalidade de assessorar o intendente em assuntos legislativos e comunitários. Os membros do Conselho Consultivo eram: Clodóvio Gomes Coelho, Manoel dasta Figueira, Leão de Melo, Joaquim Borges de Oliveira e Francisco Torquato de Araújo. 

O Conselho funcionou até o dia 20 de fevereiro de 1936, ocasião em que tomaram posse os sete vereadores eleitos em dezembro de 1935. Entre os vereadores estavam Clodóvio Gomes Coelho e Francisco Torquato de Araújo. Quando o Conselho Consultivo ou Conselho de Intendência foi nomeado, o Intendente de Macapá era o major Eliezer Levy. (Nilson Montoril de Araújo)

Via Facebook

terça-feira, 9 de agosto de 2022

O CENTENÁRIO DE DONA SARAH ALCÂNTARA (Funcionária pioneira da Firma Irmãos Zagury)

O Calendário registra nesta terça-feira, 9 de agosto de 2022, uma data importante para todos que admiram e têm um carinho especial por Dona SARAH ALCÂNTARA, que completa CEM ANOS de feliz existência!

Fotos: Arquivo da família

Sarah Moreira de Alcântara, nasceu em Cachoeira do Ariri-Marajó/PA, numa quarta-feira, 9 de agosto de 1922.

A centenária senhora, foi durante muitos anos, funcionária de confiança da Firma Irmãos Zagury.

Segundo informações de Edgleuma Alcântara Valente, filha da homenageada, Dona Sarah Alcântara, chegou a Macapá, a passeio, para ficar poucos dias.

No auge de seus vinte e poucos anos, quase ao final dos anos 40, Sarah Alcantara seguiu para Macapá a bordo da Lancha Amapá, a convite de uma amiga que morava na capital amapaense. Nessa época ela trabalhava na Perfumaria Orion, que funciona até hoje, na  Travessa Frutuoso Guimarães, 270, campina, Belém/PA.

Entretanto, a viagem constituiu-se numa perigosa aventura. A pequena embarcação foi apanhada por uma tempestade que quase ceifou a vida de todos os passageiros, que apesar do susto, chegaram sãos e salvos ao destino. Sarah Alcântara salvou a vida, mas perdeu todos os documentos que levava.

A primeira pessoa com quem Sarah Alcântara teve contato em Macapá, foi Dona Sarah Roffé Zagury, forte comerciante que tocava os negócios da família, entre eles a Sorveteria Central, que funcionava em um prédio na esquina da Rua Cândido Mendes com a Av. Siqueira Campos, atual Mário Cruz, no antigo Largo da Matriz, hoje Praça Veiga Cabral.

O encontro com a Matriarca dos Zagury se deu em um momento em que os irmãos Moisés e Meryan, que moravam com a mãe, estavam em viagem para o Rio de Janeiro. Por estar sozinha sem os filhos, Dona Sarah Roffé, viúva e com idade avançada, solicitou que a jovem Sarah lhe fizesse companhia. E assim aconteceu.

Ao retorno dos dois viajantes, Dona Sarah Roffé, que havia gostado da companhia da nova amiga, preferiu mantê-la em seu comércio e, posteriormente, a apresentou à sua nora Clemência Zagury, com quem Sarah, a partir de então, com carteira assinada, começou a trabalhar na Casa Leão do Norte. Daí pra frente as duas se deram muito bem e cultivaram por longo tempo, uma amizade de consideração, confiança e respeito mútuo. A jovem Sarah, auxiliou em muito Dona Clemência, na criação dos filhos menores. Sarah Alcântara, residia em frente à Casa Leão do Norte, na Av. Amazonas, 25, esquina da Presidente Vargas.

Dona Sarah Alcântara mudou-se para Belém do Pará em 1975, quando Dona Clemência, já viúva, havia viajado para o Rio de Janeiro.

Dona Sarah, apesar da idade avançada, está lúcida, com boa memória, bem de saúde, sem problemas de pressão alta ou diabetes; se alimenta bem, e não dispensa uma boa tigela do gostoso açaí com farinha e sem açúcar, tanto no almoço como no jantar. Apenas um problema de mobilidade lhe causa algumas restrições no deslocamento, ocasião em que faz uso de uma cadeira de rodas com tração manual.

Dona Sarah foi casada com o macapaense José Soares Valente com quem teve os filhos Edson e Edgleuma Alcântara Valente, todos macapaenses.

José Valente se separou da mãe deles, quando Edgleuma tinha 2 anos, e Edson 2 meses de idade; em seguida, se mudou para Belém e anos depois para Marabá-PA, onde viveu e prosperou no comércio de peças e faleceu há uns 8 anos.

Edgleuma, que é a mais velha, cuida da mãe em Belém do Pará e Édson continua morando em Macapá.

Testemunhos dos filhos do casal Isaac/Clemência Zagury sobre Dona Sarah Alcântara

Leão Zagury: João, lembro bem da dona Sarah. Durante muitos anos foi o braço direito da minha mãe na Casa Leão do Norte. Fazia as refeições na nossa casa, junto com vários outros funcionários. Meus pais franqueavam a mesa para seus colaboradores. Lembro com clareza de quando comecei a ler revistas em quadrinhos que comprávamos no seu Daniel que era também fotógrafo, ela me deu de presente uma revista que fez diferença na minha vida e agradeço até hoje: Ciência em quadrinhos. Nesse número tratava da solução do problema da coroa de ouro do rei e quando Arquimedes resolveu gritou heureca! Lembro também dos filhos Edson e Edi. Como já lhe disse em relação a outros funcionários dos meus pais devo muito a essa senhora adoraria poder abraçá-la. Saúde para todos!

Abraham Zagury

Encontrei a Sarah Alcântara, em uma de minhas visitas à Macapá; foi um encontro muito gratificante, em que só tive lembranças tão especiais e muito boas! É impossível, João, não recordar o quanto a Sarah esteve sempre ao lado da minha mãe na casa Leão do Norte! Foi uma colaboradora, sempre, muito dedicada, educada e sobretudo, amiga de todas as horas!

A Sarah, o Édson e a Edgleuma, seus filhos, moravam em frente à nossa loja; a nossa convivência era diária e nos sentíamos uma única família. Sempre muito próximos!

Agora João, gostaria de me dirigir especialmente à Sarah: Sara, nesse momento em que você completa anos, numa idade tão especial, gostaria de expressar meu carinho por você que sempre foi uma presença doce e afetuosa em nossa casa! Um grande beijo pra você, boas lembranças de você e dos seus filhos!

Sarah Zagury:

Lembro que a Sarah Alcântara trabalhou muito tempo na loja; morava ao lado da nossa casa; era muito cuidadosa com os filhos e com os da minha mãe.

Minha mãe gostava muito dela, era de muita confiança!

Via WhatsApp

Informações de Edgleuma Alcântara Valente, filha da homenageada.

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ATUALIZAÇÃO EM 1 DE SETEMBRO DE 2022

Transcorridos 21 dias do aniversário de Dona Sarah, neste 1º de setembro, fomos surpreendidos com a notícia do falecimento de nossa homenageada, que desde o dia 20 de agosto estava internada, enfrentando sérios problemas respiratórios. Ela faleceu nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira,1/9, em Belém/PA.

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sexta-feira, 5 de agosto de 2022

MEMÓRIA DA MACAPÁ DE OUTRORA: SEU APRÍGIO, O BARBEIRO DO MACAPÁ HOTEL.

Pegando carona na publicação do José Jair, na rede social, trago ao leitor do Porta-Retrato a foto de um dos barbeiros que trabalharam em Macapá, no início do Território do Amapá.

Seu Aprígio Marinho de Souza – pai de 11 filhos, entre eles o Jair - foi um paraibano, que reativou o salão de barbeiros do Macapá Hotel, fechado por ter sofrido um incêndio no início do ano de 1950. Seu Aprígio efetuou a reforma do mesmo e o colocou em funcionamento no ano de 1953, quando pisou pela primeira vez em Macapá. No ano seguinte trouxe o filho mais velho, para trabalhar com ele.

A sala onde funcionava a concorrida barbearia do Seu Aprígio, ficava no andar térreo, no lado esquerdo da edificação localizada às margens do Rio Amazonas. O acesso era feito por uma porta lateral do imponente prédio do Macapá Hotel, com sua fachada em estilo colonial. (Foto)

Seu Aprígio residia com a família, na av. Feliciano Coelho às proximidades da Casa Santa Maria, no Bairro do Trem, quase na curva para a antiga Rua Coronel José Serafim, atual Tiradentes.

O jornalista Ernani Marinho comentou, que o Macapá Hotel foi o segundo endereço da barbearia do seu Aprígio. Primeiro foi no prédio colado à Prefeitura de Macapá, onde funcionou a Casa Olímpia, do empresário/desportista Marituba.

(Via Facebook)

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

MEMÓRIAS DE MACAPÁ: O LEÃO AZUL DO BAENÃO É MACAPAENSE

O LEÃO AZUL QUE ESTÁ NO BAENÃO É MACAPAENSE (E “irmão” dos dois que estão nas sede da OAB/AP, em Macapá)

(Foto: Via WhatsApp)

A icônica estátua do Leão Azul no estádio Baenão, em Belém/PA, foi esculpida em Macapá, pelo português Antônio Costa, cuja oficina de trabalho foi erguida no terreno da Loja Maçônica Duque de Caxias, por trás do templo, localizado à Av. Coriolano Jucá, 451 no Centro da capital amapaense. 

Antônio Costa era maçom e fabricava ladrilhos para piso de residências e órgãos públicos de Macapá, nas cores branco e preto. Os pisos originais do Hospital Geral de Macapá, Maternidade de Macapá, Grupos Escolares, Fórum e de outros prédios eram verdadeiros tabuleiro de damas (mosáicos). 

Os dois leões existentes na frente do antigo Fórum, atual sede da OAB/AP foram esculpidos por ele, a  partir de uma forma confeccionada pelo Sr. Jorge Marceneiro (já falecido) que residia no bairro do Trem, na quadra dos Escoteiros do Mar Marcílio Dias.

O historiador Nilson Montoril cita detalhes sobre a confecção e doação do Leão Azul: “ Meu tio paterno Hermano de Araújo Jucá(mazaganense), apaixonado torcedor do Clube do Remo, encomendou ao seu Antônio Costa, um leão para ser doado ao "Clube de Periçá". Uma vez esculpida, a peça foi pintada de azul. Hermano Jucá era sobrinho de Cândido Jucá, um dos organizadores do "Grupo do Remo", que alterou sua denominação. Na época em que a doação do leão macapaense foi concretizada, integrava a diretoria azulina de Antônio Baena o médico Roberto Macedo, meu primo e sobrinho de Hermano Araújo. Para transportar o leão para Belém, tio Hermano recorreu aos préstimos do cunhado Francisco Jucá do Nascimento, que era o comandante do navio Oiapoque, pertencente ao SENAPP (Serviço de Navegação e Administração dos Portos do Pará). O navio fazia a linha Belém/Oiapoque/Belém, com escalas em Curumum, Curralinho, Breves e Macapá. Numa das viagens, ao aportar em Macapá, o Comandante Nascimento aproveitou a estada para visitar seus parentes, entre eles Hermano Jucá. Ao pedir ao tio Chiquinho Jucá, que levasse o leão para Belém, tio Hermano engoliu em seco a resposta: " levo sim, mas o bicho deve ir enjaulado e acorrentado, acomodado no porão. Não posso deixar os tripulantes e os passageiros correrem risco algum". O Comandante Jucá era torcedor do Paysandu e não iria perder a oportunidade de fazer gozação com o primo. Na volta do navio Oiapoque, o caixote com o leão já estava na cabeça do trapiche Eliezer Levy, pronto para embarcar. Uma outra gozação foi feita ao tio Hermano: " Diz ao pessoal do Remo, que vá receber o caixote na Bacia, senão mando jogá-lo no Guajará". O leão azul nascido em Macapá, continua soberano e ornando o Estádio Evandro Almeida. Ele é cópia fiel dos leões da sede da OAB/AP, em Macapá.”

O monumento permanece no lugar de sempre, no escanteio do gol que fica para a travessa 25 de setembro.

Via Facebook 

MEMÓRIA DA EDUCAÇÃO AMAPAENSE > PROFESSORA MARIA CAVALCANTE DE AZEVEDO PICANÇO (In memoriam)

A professora Maria Cavalcante , assim como outras docentes, chegou a Macapá no início do Território Federal do Amapá . Em reconhecimento ao...