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sexta-feira, 30 de abril de 2021

FOTO MEMÓRIA DA COMUNICAÇÃO DO AMAPÁ: “CAST” DA RÁDIO EDUCADORA SÃO JOSÉ DE MACAPÁ – R.E.

Foto rara, extraída do livro “Entrevista ao Leitor”, do Jornalista Hélio Pennafort.

Imagem dos anos 80, mostra o “cast” da Rádio Educadora São José de Macapá, reunido no jardim da emissora.

Estão na foto: Edinete Moraes, Osmar Melo, J. Ney, José Moacyr Banhos de Araújo, Nilson Montoril, Luzia Gurjão, Hélio Pennafort, João Silva, Joaquim Neto, Claúdio Coutinho e outros que não conseguimos identificar.

Fonte: Livro “Entrevista ao Leitor“ de Hélio Pennafort - 1982

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

PIONEIRO DA COMUNICAÇÃO EM MACAPÁ: BENEDITO RODRIGUES DA SILVA

BENEDITO RODRIGUES DA SILVA – UMA DAS MAIS BELAS VOZES DO RÁDIO AMAPAENSE.

Texto: José Machado (*)

Natural de Macapá, teve seu primeiro contato com o microfone aos 17 anos de idade, no serviço de alto-falantes “Boa Vista” do Pelaes - início da atual avenida Diógenes Silva, no bairro do Trem.

Voz grave e a boa dicção foram referenciais para o seu ingresso no Rádio, em 21 de abril de 1966, iniciando suas atividades no prefixo ZYE-2 Rádio Difusora de Macapá como locutor comercial, apresentador do Grande Jornal Falado E-2 e apresentador de vários programas musicais.

Era o início de uma trajetória bem sucedida, com passagens por várias emissoras. Construiu uma sólida carreira e se tornou a "voz-padrão" de chamadas e vinhetas, pelas emissoras que passou.

Em 1975, a convite de Zaire Filho, locutor esportivo da Rádio Clube do Pará, foi contratado por essa emissora através do seu presidente, Edir Proença, como locutor comercial e apresentador de jornal falado da PRC-5 Rádio Clube do Pará. Após um ano retornou à cidade de Macapá.

Com o arrendamento da Rádio Guajará por um grande grupo de produção de celulose, se iniciou um processo de seleção de novos profissionais para seu elenco.

Dentre esses recursos humanos recrutados, estava   o veterano Advaldo Castro, que assumiu a direção geral da emissora, chamando dentre tantos radialistas - Antunes de Carvalho e Luiz Anaice, detentores de grandes audiências em seus respectivos programas.

Anaice, sugeriu o nome do Silva, que foi aceito e se transferiu imediatamente para a nova emissora, substituindo Douglas Marques num programa de linha musical jovem que ia ao ar de 16h as 18h.

Ao ouvi-lo ao vivo AD, com sua audição apurada, foi enfático em afirmar “esse rapaz tem talento para trabalhar em qualquer emissora do Brasil”.

Colocou outro locutor no programa da tarde e Rodrigues da Silva, como ficou conhecido junto aos ouvintes paraenses, passou a compartilhar à apresentação do informativo relâmpago com Antunes de Carvalho.

Mas o AD, tinha um propósito maior que foi realizado. Colocar a emissora entre as mais ouvidas. A nova proposta foi um programa de saudade, com músicas dos anos 40/50 para um público sênior.

Rodrigues da Silva se encaixava no perfil. O programa iniciava as 21h - mesmo horário em que o Eloy Santos começava um congênere na Marajoara.

O quantitativo de cartas e telefonemas comprovou o(target) à pesquisa de opinião pública. O programa tinha alcance em audiência considerável; boa cobertura diária por zonas geográficas, e o tempo médio de audiência estável.

O radialista deputado, que liderou por quase uma década a audiência, passou a dividi-la com Rodrigues da Silva, que tratava o ouvinte de forma compreensível e saudável.

Aliás, uma das funções do radialista é espalhar magia, formas de apreensão do real que os ouvintes vão internalizando e difundindo; que instituem uma percepção que beira o surreal.

O locutor não tem cara, tem voz, e isso ajuda a povoar o imaginário dos ouvintes. A melodia verbal flui a emoção, que completa a fantasia.

Uma nova emissora na grande Belém estava em fase de ajustes de equipamentos. Fernando Arthur, responsável técnico da Guajará, foi quem montou todo o sistema irradiante da Rauland FM e quem apresentou Rodrigues da Silva à direção artística da nova emissora.

Quando a Rádio entrou no ar em caráter definitivo, dividia seu tempo em ambas emissoras. Alguns meses depois, deixou a Guajará vinculando-se à Rauland FM, onde permaneceu por um curto período na divulgação de comerciais para a emissora.


Problemas pessoais fizeram-no retornar à Macapá em julho de 1980, retomando suas atividades na Rádio Difusora de Macapá e, posteriormente, na extinta Rádio Educadora São José de Macapá.

Com a inauguração da Rádio Cidade FM 101,9 – do Jornalista Eraldo Trindade, foi convidado por José Machado – diretor à época a fazer parte do cast da emissora para a apresentação oficial do Jornal da Amazônia FM.

Em 1981 foi concursado como funcionário do CEAG Amapá. Em 1992, já como funcionário público federal, retornou à Rádio Difusora de Macapá, assumindo o cargo de Diretor de Rádio e Jornalismo, onde permaneceu até o ano de 1993, quando assumiu o cargo de técnico em contabilidade na Secretaria da Fazenda-SEFAZ.

A opção por uma atividade que lhe permitisse melhor padrão de vida, o levou ao magistério. Graduou-se em Letras/Francês pela Universidade Federal do Amapá - UNIFAP e Pós graduou-se em Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa e Literaturas Brasileira e Portuguesa pelo IBPEX.

Preserva sua privacidade e, por isso, está fora das redes sociais, qualquer contato só através das redes sociais da esposa e dos filhos.

Não é vanguarda nem tradição, convive com esse paradoxo e, tem consciência disso, tenta na sua travessia diária, seguir na contramão desse sistema.

Segue o curso da vida discretamente, gozando da merecida aposentadoria, dedicando-se a escrever poesia uma de suas grandes paixões desde a juventude. Quem sabe um dia possa publicá-las.

Afastado do rádio há alguns anos, mas ao contrário de muita gente que passa em brancas nuvens, ele deixou um belo legado para o público.


Era dele a gravação da primeira vinheta de encerramento das atividades da Difusora (1966), voz firme, densa, com ressonância de locução adequada para o horário. Calma, tranquila como se estivesse declamando um poema.

Muitos ouvintes RDMistas nunca chegaram a conhecê-lo, mas ainda é lembrado pela série de comerciais e vinhetas gravadas; vários programas apresentados, com especificidade “Nos Braços da Saudade”, “Canet Social” e o “Grande Jornal Falado E-2”.

Conquistou uma legião de fãs pelas emissoras que passou, mesmo não sendo em horários nobres.

Leontiev, psicólogo soviético, em seu texto "O Homem e a Cultura" diz que o pensamento do adolescente é engendrado pelas relações, condições sociais e culturais do momento.

Na falta de definição e referências claras de futuro 'do que ser', concentra seus pensamentos e modo de vida no presente, sente necessidade de fantasiar.

Certa vez, ambos adolescentes: o perfilado e o articulista “num papo cabeça” disse, que amava fazer locução. E não é que o homem tinha razão?

(...) quando eu soltar a minha voz, por favor entenda é apenas o meu jeito de dizer o que é amar (Gonzaguinha)

(*) radialista e jornalista amapaense 

(especial para o blog Porta-Retrato-Macapá)

sábado, 27 de agosto de 2016

Foto Memória do Rádio Amapaense: O advento da antiga Rádio Equatorial de Macapá

Em 1962, surgiu em Macapá a ZYD 11 - Rádio Equatorial de Macapá - "o melhor som da cidade".
Em 23 de dezembro de 1962, num domingo, entrava no ar a segunda estação de Rádio AM (Amplitude Modulada) lançada em Macapá, a ZYD-11 – RÁDIO EQUATORIAL DE MACAPÁ – que, por ser clandestina, teve vida efêmera.
( Foto: Reprodução /Acervo Mário Chagas )
Ano 1962 - Técnico Mário Chagas ao lado do transmissor Philips de 250w, da extinta ZYD-11-Rádio Equatorial de Macapá, que após o seu fechamento, e confisco dos bens pelo Governo do Amapá, foi utilizado, por algum tempo, pela Rádio Difusora de Macapá.
( Contribuição do amigo Cícero Melo )
Pertencia a um grupo de pioneiros, que através da SATRA - Sociedade Anônima Técnica de Rádio do Amapá - conseguiu colocar no ar uma emissora de ondas médias que, na época, irradiava em HI-FI (termo técnico que em inglês significa Alta Fidelidade), na frequência de 1.490 kilociclos, utilizando um transmissor “Philips” de 250 W (um quarto de kilowatt), cobrindo um raio de pouco mais de 30 quilômetros.
( Foto: Reprodução /Acervo Mário Chagas )
Ano 1962 - Mesa de som da extinta Rádio Equatorial que, após o seu fechamento, e confisco dos bens pelo Governo do Amapá, foi também utilizada por algum tempo pela Rádio Difusora de Macapá, bem como todo o seu acervo.
( Contribuição do amigo Cícero Melo )
Tinha um som espetacular, considerado na época, “o melhor som da cidade”.
Era uma sociedade formada por técnicos do serviço de telecomunicações do Governo, jornalistas e outros servidores do ex-Território do Amapá, que, nas horas de folga iam para lá.
Faziam parte da SATRA, os jornalistas Alcy Araújo Cavalcante e José Maria de Barros (diretor artístico da nova emissora); os radiotecnicos Remy do Rego Barros, Arinaldo Gomes Barreto, (pai do Dep. Lucas Barreto) e Sr. Raimundo Rodrigues ( “seu” Pépe); os radiotelegrafistas Agenor Rodrigues de Melo (trabalhava na Radional), Manoel Joaquim Esteves Rodrigues (irmão do delegado Teobaldo Souza); o empresário José de Matos Costa - “Zelito”(proprietário da Rádio Equatorial, atual), além dos técnicos em eletrônica Mário Chagas da Costa e Ivaldo Alves Veras.
A emissora tornou-se clandestina porque, um dos sócios da SATRA - também radiotelegrafista - valendo-se da fiscalização precária na região, redigiu um telegrama, simulando assim, ser um documento oficial autorizativo de seu funcionamento, e que tivesse sido emitido pelo Órgão competente do Governo Federal.
( Foto: Reprodução /Acervo Mário Chagas )
( Clique na foto para ampliá-la )
Ano 1962 - Estúdios da extinta Rádio Equatorial de Macapá, instalados inicialmente, na Av. Pe. Júlio Maria Lombaerd, esquina com a Rua Marcelo Cândia, no Bairro Santa Rita.
( Foto: Reprodução /Acervo Mário Chagas )
( Clique na foto para ampliá-la )
 ( Contribuição do amigo Cícero Melo )
No Detalhe: Ano 1962 - Funcionários da extinta Rádio Equatorial de Macapá, em frente ao prédio da emissora, no bairro Santa Rita em Macapá.
Da esquerda para direita: Antônio (Motorista); (?)(Servente);Mário Chagas (Técnico e acionista); Jurandy, Janduí, Jorge Gonçalves (Locutor); Carlos Lins Corte (Baião Caçula - agachado - operador de áudio); Fernando Dias(Locutor); Edvar Mota(Locutor); Remy do Rego Barros(Técnico); Emanuel Cruz (Acionista);José Rodrigues (Seu Pépe - acionista/Técnico); Agenor Rodrigues de Melo (Presidente/acionista);
A nova emissora entrou em operação em 23 de dezembro de 1962, e cumpriu um período experimental, até final de janeiro de 1963, no horário de 12h às 14h e de 20h às 23h.
Devido à boa qualidade do som HI FI, e pela diversificação de sua programação, conseguiu conquistar boa parte da audiência, até então monopolizada pela Rádio Difusora de Macapá, que, por ser a única, reinava absoluta nesse campo desde sua fundação em 1946.
(Reprodução de arquivo)
Para ampliar clique na foto
(Foto extraída do blog da jornalista Alcinéa Cavalcante)
Suas instalações foram montadas, inicialmente, em um terreno na Av. Pe. Júlio Maria Lombaerd esquina com a rua Marcello Cândia, onde hoje está erguida a Escola Estadual Profº Lucimar Amoras Del’Castilo.
A localização dos estúdios debaixo da antena radiante, provocava indução devido ao retorno da radiofrequência sobre os equipamentos, e causava uma interferência muito forte nas transmissões prejudicando, sobremaneira, a qualidade do som.
Como solução para o problema, o estúdio da emissora, onde ficavam situados os equipamentos de áudio, teria de ser todo revestido com telas de arame.
Por essa razão, seus estúdios foram transferidos para longe da torre irradiante, isto é, para o centro da cidade, mais precisamente, para a rua Coronel José Serafim Gomes Coelho, hoje Tiradentes, entre as avenidas Coronel Coriolano Jucá e Presidente Vargas, em frente à Panificadora S. José (hoje desativada), dos irmãos Aurino (Tenente) e Sandoval (Sandó) Borges de Oliveira, no Centro da cidade.
Para evitar despesas com pagamento de aluguel, a SATRA conseguiu, com a Administração Territorial da época, a cessão de uma residência pertencente ao acervo patrimonial do Governo do Amapá, localizada na mesma rua Coronel José Serafim, só que esquina da Av. Iracema Carvão Nunes onde instalou seus equipamentos de estúdio.
A responsável pela discoteca da emissora era a locutora Osvaldina Fiqueira que depois foi também discotecária e locutora da Rádio Difusora de Macapá.
A música que servia de prefixo e sufixo musical da Rádio Equatorial era o clássico “Exodus” com a orquestra de Ferrante & Teicher.
Ouça, e relembre aqui a música que era usada como PREFIXO e SUFIXO musical  da programação da Rádio Equatorial de Macapá:
A Rádio Equatorial funcionou durante todo o ano de 1963 em ondas médias, com o beneplácito do Governo do Território, até a chegada do 1º Governador do período revolucionário - General Luiz Mendes da Silva - em meados de maio de 1964, quando foi, literalmente, confiscada pelo Comando Revolucionário que se instalou no Brasil em 31 de março.
Com o fechamento da emissora, todo o seu acervo – técnico, artístico e patrimonial – foi encampado pelo Governo do Território do Amapá e incorporado ao patrimônio da Rádio Difusora de Macapá, por ser esta, a emissora oficial.
A Difusora, então passando por um momento de dificuldade, vinha operando, já há algum tempo, somente com a onda tropical de 4.915 kilociclos em 61 metros, pois o seu transmissor de ondas médias, havia seguido para revisão na fábrica, em S. Paulo e de lá nunca mais voltou.
Com a medida a RDM voltou a operar em ondas médias, na mesma frequência que vinha sendo utilizada pela Rádio Equatorial, ou seja, de 1490 kilocíclos.
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Pesquisa iniciada (e atualizada) pelo radialista João Lázaro, em outubro do ano 2000.
Colaborou: o historiador Nilson Montoril de Araújo.
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(Última atualização/agosto de 2016)
NOTA DO EDITOR
Um detalhe histórico: Embora eu tenha tido meu primeiro contato com um microfone, amadoristicamente, aos 12 ou 13 anos, através da PRH-3 - um Serviço interno de Auto Falantes, do Centro Educacional do Laguinho em 1960/61 - foi na Rádio Equatorial que tive a oportunidade de falar para a comunidade através de uma emissora de radiodifusão.
Em 1963, eu fazia o Curso Ginasial, na Escola Normal de Macapá, e naquele tempo existiam nas escolas os Grêmios estudantis, que eram entidades autônomas representativas dos interesses dos estudantes secundaristas, com finalidades educacionais, culturais, cívicas, desportivas e sociais.
O Grêmio Literário e Cívico “Barão do Rio Branco” era o da Escola Normal, comandado pelo Getúlio Albuquerque, um dos líderes do movimento estudantil da época.
E atendendo ao convite do Getúlio, aceitei apresentar em dupla, o programa radiofônico do Grêmio - "A Voz Estudantil da Escola Normal" - que ia ao ar nas manhãs dos sábados, pela ZYD-11, sempre no horário de 10:30 às 11:00h.
A apresentação era toda escrita como se fosse um Jornal Falado. Nós apenas líamos as notícias.
Não me lembro mais quem fazia dupla comigo, nem até quando o programa ficou no ar. Salvo engano era a Maria Emília Jucá.
Se alguém se lembrar pode ajudar nos comentários.(João Lázaro)
 (Repaginado em agosto de 2016)

MEMÓRIA DO MOVIMENTO ESCOTEIRO DO AMAPÁ

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