segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Foto Memória de Macapá: Os 45 anos do Banco da Amizade, no Laguinho

Banco da Amizade
No tradicional bairro Laguinho, na Zona Norte de Macapá, existe o Banco da Amizade, localizado na Rua General Rondon, entre as avenidas Padre Manoel da Nóbrega e José Antônio Siqueira.
O Banco da Amizade foi montado com estrutura em madeira, ao lado direito da via, em 1971. 
Cinco anos depois, ele foi mudado para o lado esquerdo da rua, e construído em alvenaria, na calçada da Escola Estadual General Azevedo Costa.
A iniciativa de usar um banco para ponto de encontro e conversação entre amigos do Bairro do Laguinho, surgiu com os moradores Renato Matos (“rato”/ de boné, na foto acima) e Raimundo Souza (“Sacaca”), ambos falecidos.
Por um ato administrativo, o “Banco da Amizade” foi reconhecido como um verdadeiro símbolo de tradição entre as famílias e amigos do bairro do Laguinho.
Uma nova Lei Estadual, de nº 2053/16, o transformou em Patrimônio Cultural e Imaterial do Amapá, e instituiu o dia 26 de dezembro como ”Dia do Banco da Amizade”
O ”Banco da Amizade” já testemunhou muitas conversas e causos dos moradores que cresceram participando das animadas reuniões entre amigos.
Fonte: Tica Lemos (Banco da Amizade)

domingo, 18 de dezembro de 2016

Foto Memória da Comunicação no Amapá: A importância de Phelippe Daou para o Amapá

Um visionário chamado Phelippe Daou
Por Emanoel Jordânio (*)
No dia 10 de setembro de 1974, o jornalista Phelippe Daou desembarcou pela 1ª vez em Macapá, depois de tomar conhecimento de que o governo amapaense buscava uma forma de colocar uma emissora de TV para funcionar no então Território Federal do Amapá.
Naquele ano o governador do Amapá Arthur Henning experimentou a ideia de desenvolvimento de um canal de TV na região a partir da transmissão dos jogos da Copa do Mundo de 1974. Uma novidade agradou os amapaenses na época, tanto que uma loja chegou a vender cerca de 100 aparelhos de TV em apenas um dia.
Mas, passados os 30 dias da transmissão da Copa do Mundo, houve uma pergunta pública a ser respondida: o que fazer agora com os equipamentos transmissores de TV?
Como a licença para o funcionamento de uma estação de TV no Amapá tinha um prazo provisório (de apenas 45 dias), Henning correu contra o tempo para buscar uma alternativa de aproveitar os equipamentos adquiridos pelo governo amapaense, já que um dos maiores interesses era atender o desejo e a ansiedade do povo local que prestigiou com gratidão os dias emotivos de transmissão da TV na capital amapaense.
Sabendo desses propósitos de cativar a população com a continuidade dessa ideia, que o jornalista Daou viu a publicação de um Edital de Serviço emitido no Diário Oficial da União no início do mês de setembro de 1974 e logo marcou um encontro direto com o governador amapaense.
No mesmo dia que desceu em Macapá, foi convidado para um jantar receptivo na Residência Governamental, onde tratou sobre seu interesse de assumir os equipamentos de TV obtidos pelo Governo do Amapá e trabalhar o quanto antes na reativação do canal de TV para a população. Daou até propôs expandir a transmissão, saindo dos limites da capital para os municipais e localidades adjacentes, deixando o governador Henning bastante curioso com a ousadia do jornalista.
Mas isso é praticamente impossível, nós nos esforçamos para passar de 20km de distância nas transmissões dos jogos da Copa”, disse o governador Henning, que logo foi surpreendido pela resposta rebatedora do jornalista amazonense.
Para vocês isso foi impossível, por não terem acreditado, mas para quem quer ver uma Amazônia mais conhecida e respeitada, a vontade de expandir a informação e o conhecimento pode chegar muito mais longe”, disse Daou ao governador Henning.
O otimismo e a capacidade de trabalhar por um Norte Brasileiro mais desenvolvido e harmonioso foram uma das grandes motivações que o jornalista Phelippe Daou sempre carregou por onde quer que fosse.
Tanto que a pequena estação de TV que ele implantou em Macapá se tornou, não apenas a pioneira no Amapá, como também a primeira a estadualizar o sinal de TV para os 16 municípios existentes nesse Estado e a 1ª com sinal em HD.
A sua determinação foi tanta que o saudoso colega de profissão, o jornalista carioca Roberto Marinho, fundador das Organizações Globo, reconheceu em uma entrevista para os arquivos Memorial da Televisão Brasileira (em 1995) o trabalho empenhado por Phelippe Daou para a região amazônica.
Depois que criei a TV Globo em 1965, recebi várias sugestões para abrir filiais e repetidoras do canal por todo o Brasil, mas bem poucos se interessavam de levar o sinal da Globo para o Norte, tanto que o 1º Estado dessa região que acreditou em assumir o sinal da Globo foi o Pará (isso somente em 1978), por que eu achava que os demais Estados da Região Norte ainda não teriam condições financeiras de manter um canal de TV. Estava totalmente errado, tanto que Phelippe Daou me visitou (por volta de 1980) apresentando uma proposta de expandirmos essa ideia de transmitirmos o sinal da TV quando todos os Estados já tinham suas estações de TV há mais de uma década”, relatou Roberto Marinho.
Ou seja, o maior empresário do ramo das comunicações da América Latina achava que causaria um “choque cultural” se implantasse um canal de TV na Região Norte, enquanto que um colega de profissão já vinha desenvolvendo a ideia há quase 10 anos antes dele.
Um verdadeiro visionário. Uma prova clara de que nós, caboclos da Amazônia, somos apressados, somos seres determinados, somos teimosos nos objetivos que queremos alcançar.
Assim como sempre foi Phelippe Daou, um homem pacato, mas estratégico, articulador e ousado. Um ser humano que não apenas acompanhou o surgimento da TV no Norte do Brasil, mas também contribuiu na sua implantação, construindo uma família que encaixou dentro uma das maiores florestas tropicais mais preservadas do mundo, assim chamada “Rede Amazônica de Rádio e Televisão”.
Da 1ª visita ao Amapá ao último aparecimento em público – ocorrido há pouco mais de dois meses, em Manaus (AM), Phelippe Daou deixou para as atuais e futuras gerações um exemplo firme de homem que pode desbravar novos horizontes, independente das barreiras que podem aparecer e lutar por um mundo melhor.
Muito obrigado, ao cidadão que acreditou e construiu um sonho chamado Rede Amazônica!
(*) Emanoel Jordânio – Editor do blog “Santana do Amapá

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Morre jornalista Phelippe Daou, fundador da Rede Amazônica de Rádio e Televisão

Morreu na tarde desta quarta-feira (14), aos 87 anos, o jornalista e presidente da Rede Amazônica de Rádio e Televisão, Phelippe Daou. O jornalista estava internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, para uma cirurgia. Ele morreu de falência múltipla dos órgãos.
O jornalista e empresário nasceu em Manaus, no dia 15 de dezembro de 1928. Viúvo de Magdalena Arce Daou, é pai de dois filhos Phelippe Daou Jr., e Cláudia Daou Paixão e Silva.
Filho do comerciante José Nagib Daou e de Nazira Chamma Daou, fez seus primeiros estudos na Escola Progresso de Manaus. Em seguida, ingressou no Colégio Estadual do Amazonas, onde concluiu o secundário e científico.
Prestou vestibular para a Faculdade de Direito do Amazonas, onde formou-se. Muito cedo ainda, iniciou no jornalismo, como repórter do Jornal do Comércio, mas a ascensão na carreira começaria um ano depois, com sua transferência para a empresa Archer Pinto, proprietária, na época, de "O Jornal e Diário da Tarde", onde exerceu diversas funções redacionais. Atuou ainda como redator da Rádio Rio Mar.
Em 1968, junto com Milton Cordeiro e Joaquim Margarido, fundou a Amazonas Publicidade, embrião que deu origem à Amazonas Distribuidora Ltda e Rádio TV do Amazonas S.A., que abrange, entre outras emissoras, a Rede Amazônica de Televisão.
Phelippe Daou destacou-se como defensor da Zona Franca de Manaus. Foi membro do Conselho Deliberativo dessa instituição que por consenso representava toda a classe empresarial – a Associação Amazonense de Imprensa e a Associação Comercial do Amazonas.
Em seu último discurso, o empresário falou a funcionários durante missa de aniversário de 44 anos da Rede Amazônica, em Manaus. O tom foi de despedida.
"Verdade, justiça e liberdade. Isso não é negociável nunca. Nunca passe pela cabeça de vocês que serão os nossos sucessores, pessoas que vão dar vida, e quem sabe dar maior dimensão à Rede Amazônica, porque a Amazônia sem a Rede Amazônica, ela não será a grande região que todos nós desejamos. Vocês veem as dificuldades que são opostas. Vocês veem o combate que a gente faz diariamente em defesa da região. E é quase que, verdadeiramente, a lágrimas de sangue, que a gente dá um passo à frente, mas quando a gente consegue, é tão grande a nossa alegria, tão grande é o resultado do esforço que a gente diz: valeu a pena", disse.
As condolências do blog aos familiares, amigos, e integrantes da Rede Amazônica.
Fonte: G1 AM

MEMÓRIA DA MACAPÁ ANTIGA – TEÓFILO MOREIRA DE SOUZA - UM PIONEIRO DE RAIZ

Nosso biografado de hoje é pioneiro de raiz de Macapá. Cidadão simples, pobre, humilde, mas com valores que o faziam um homem correto, respe...