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José Júlio Ferreira, mais conhecido como Alemão, filho de José Ferreira das Chagas e Maria Felina Lopes, nasceu em Itapagé, Ceara, em 23/04/1921. Filho de agricultor, exerceu a profissão de vaqueiro, ajudando seu pai a plantar, colher e criar gados de donos de fazendas na época. Na década de 1940, insatisfeito com a rotina de vaqueiro e para ter uma vida mais digna, decidiu abandonar a profissão de vaqueiro e se mudar para o norte do país, mais especificamente para Belém–PA. Lá foi para o garimpo, para ganhar uma grana e montar seu próprio negócio. Desiludido com a atividade de mineração, retornou à cidade de Belém, e começou a trabalhar como motorista de ônibus. Trabalhou por algum tempo nessa profissão e, por intermédio de seu cobrador, de nome Adriano, conheceu Elza Ludovina Tavares, em uma esquina onde ela e a mãe vendiam merendas diversificadas, local onde faziam paradas em cada trajeto percorrido. No dia 24/09/1949, casou-se com ela, e foram residir no bairro do Telégrafo. A partir de então, ela passou a chamar-se Elza Ludovina Tavares Ferreira. No início dos anos 1950 foram para o Amapá e ele para a ICOMI, em Serra do Navio, onde trabalhou como motorista. Dois anos depois, pediu demissão da companhia e foi para Macapá tentar a sorte. Como seus planos não deram certo, voltou para a ICOMI, em Serra do Navio, onde permaneceu por mais dois anos, como operador de muck (caminhão).
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Não satisfeito, pediu demissão e foi para Macapá. Lá alugou o ponto do Urca Bar do Sr. Durval Melo. Na época o imóvel era de madeira, mas somente algum tempo depois ele adquiriu o terreno do Seu Durval, e realizou uma grande reforma, que o transformou num estabelecimento de alvenaria conhecido como Urca Bar, Sorveteria e Mercearia. O prédio foi construído sob a supervisão técnica de Júlio Batista de Araújo – mestre de obras da Divisão de Obras do Governo Janary Nunes. Durante os anos de 78 a 80 José Júlio desenvolveu um novo empreendimento ao lado da Sede do Trem denominado Casa Estrela. Em 1980 enfrentou uma doença grave que o obrigou a vender o Urca Bar para seu sobrinho Edimar, antecipar sua aposentadoria e retornar à cidade de Belém do Pará. Em Belém, o estabelecimento de comércio URCA foi adquirido por seu genro de nome Fernando, em 1982. José Júlio voltou ao Ceará, em janeiro de 1983, mais precisamente para a cidade de Itapagé, onde montou novamente um negócio, desta feita, uma churrascaria de nome URCA. Devido ao falecimento de Seu Antônio, irmão mais velho dele, Zé Júlio voltou à Fortaleza, em 1984, e lá comprou uma casa que, na frente, montou um estabelecimento comercial de nome URCA BAR E MERCEARIA, que funcionou até seu falecimento. José Júlio Ferreira – o Alemão, faleceu em 26 de agosto de 1992, aos 71 anos, às 9h, em sua residência na Av. Abelardo Ferreira, em Fortaleza–CE, vítima de insuficiência cardiorrespiratória, trombose, cirrose hepática (diagnosticada quando ainda morava em Macapá). Seu sepultamento ocorreu dia 27, às 10h no Cemitério Jardim Metropolitano, em Fortaleza–CE. José Júlio Ferreira teve 13 filhos, sendo um fora do casamento e dois de criação. Três já são falecidos. Os outros moram em vários estados do Brasil: Macapá (02), Belém (02), João Pessoa (01), Fortaleza (03), Tianguá–CE (01) e Curitiba (01). Desses, sete nasceram em Belém, dois em Serra do Navio e quatro em Macapá.
Descendentes: Netos: 29, bisnetos: 32 e tataranetos 02.
Uma curiosidade: por que o nome URCA?
Segundo Seu Alemão, o nome URCA, utilizado em seus empreendimentos, fazia referência a uma embarcação muito utilizada pelos portugueses em jornadas pelo oceano, típica do século XVII. E também, por seu sogro, João Marques Tavares, ser descendente de portugueses, para ele, representava uma coisa grande. Outro detalhe, não menos importante, é que esse nome “URCA”, sempre deu muita sorte ao senhor Alemão.
Segundo o dicionário Aurélio, Urca: Embarcação do século XVII, de dois ou três mastros, de velas redondas ou latinas, com um grande porão para transporte de carga, e que passou, com o tempo, a chamar-se charrua. “Trazia-os a seu bordo a urca flamenga que dava pelo nome romanesco de ‘Grifo Dourado’, e teve o mau gosto de naufragar junto do porto de chegada.” (Afonso Arinos, Lendas e Tradições Brasileiras, p. 74.)
Nota do Editor: Agradecimentos ao Sr. Adriano Tavares, filho do biografado, por nos fornecer informações e fotos para montagem e ilustração desta biografia! (João Lázaro)
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