Hoje vamos
falar de Mestre Chico, figura essencial na história do Formigueiro e do
desenvolvimento urbano de Macapá. Carpinteiro habilidoso, vizinho de outros
mestres artesãos, e colaborador de obras que hoje fazem parte do imaginário
amapaense, ele representa a força silenciosa dos trabalhadores que edificaram a
cidade muito antes de seus espaços ganharem nomes oficiais ou destaque nos
mapas.
Francisco Castro Inajosa (1911 – 1995)
Francisco
Castro Inajosa, carinhosamente conhecido como Mestre Chico, nasceu em 14 de
agosto de 1911. Ao longo de sua vida, deixou marcas profundas na história de
Macapá por meio de seu talento como carpinteiro e de sua dedicação ao trabalho
comunitário. Faleceu em 8 de agosto de 1995, mas seu legado permanece vivo nas
estruturas que ajudou a construir e nas memórias daqueles que conviveram com
ele.
Radicado
na área onde funcionou o antigo Fórum de Macapá, Mestre Chico tinha como
vizinho o respeitado “Mestre Julio”. Quando o então governador Janary Gentil
Nunes requisitou o terreno para a construção do Fórum, foi o próprio Mestre
Chico quem sugeriu um novo local de moradia. Assim, mudou-se para a Rua José
Serafim, esquina com a General Gurjão — região então conhecida como
“Formigueiro”, hoje denominada Rua Tiradentes.
A trajetória de Mestre Chico se entrelaça com a história urbana e cultural do Amapá. Seu talento contribuiu para importantes obras da cidade, entre elas a construção do Trapiche Eliezer Levy, um dos cartões-postais de Macapá, e da Igreja de Mazagão Velho. Foi durante esse período que conheceu sua esposa, Ercilia Duarte Inajosa, a Dona Ciroca, nascida em 28 de janeiro de 1921 e falecida em 20 de outubro de 2013, companheira fiel em sua caminhada.
Além
disso, Mestre Chico atuou na reforma da Igreja Matriz de São José de Macapá e
participou de diversas obras públicas, servindo como mão de obra especializada
do antigo setor de Bens de Imóveis da Secretaria de Obras. Ao longo de sua vida
profissional, trabalhou ao lado de dois outros grandes artesãos da época:
Mestre Antônio e Mestre Benedito, fortalecendo um ciclo de mestres que ajudou a
erguer parte significativa do patrimônio amapaense.
Mais do
que um carpinteiro, Mestre Chico foi um homem de visão, simplicidade e profundo
senso de comunidade. Sua história é a história de uma Macapá que cresceu pelas
mãos de trabalhadores anônimos, mas fundamentais — homens que moldaram madeira
e também identidades.
O legado de Mestre Chico permanece nos edifícios que ajudou a levantar e, sobretudo, na lembrança de sua contribuição para a construção social e cultural do Amapá.
Fontes: – Totem informativo instalado na Praça do Largo dos Inocentes - Formigueiro, projeto de revitalização da Prefeitura Municipal de Macapá, 2025.
Depoimento de Mestre Neto – Benedito João Silva
– Registro fotográfico de @paulotarsobarros.
Texto integrante do acervo histórico do blog Porta-Retrato – Macapá.

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