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segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Foto Memória de Macapá: Inspetor Waldelor da Silva Ribeiro

Hoje o blog presta justa homenagem “in memoriam” ao pioneiro Waldelor de Silva Ribeiro, que era inspetor da Guarda Territorial do então Território Federal do Amapá, e pai do jornalista Édi Prado.
A pedido do blog, nosso ilustre parceiro aqui do Porta-Retrato nos enviou a biografia que você vai ler agora:
Waldelor de Silva Ribeiro nasceu no dia 24 de junho de 1928, na localidade de São Miguel dos Macacos, Afuá, município do Pará. Filho de Joaquina da Silva Ribeiro e Abel José Ribeiro. Era uma espécie de faz tudo. Na época os meninos eram iniciados desde cedo a aprender várias funções e ofícios, entre elas a de desenhista e pintor de barcos.
Chegou ao Amapá no dia 23 de novembro de 1949. O Território estava começando a se erguer. O primeiro trabalho de Waldelor foi como pintor na Fortaleza de São José, enquanto preparavam a documentação para entrar na Guarda Territorial, no tempo de Janary Nunes, primeiro governador e desbravador. Morava lá mesmo na Fortaleza, enquanto aprontava um barraco no Beco da Mucura, ao lado do centenário monumento.
Ele prometera que no máximo em um ano, levaria a mulher, Maria de Nazaré Prado Ribeiro, a mãe, já viúva e mais dois irmãos para Macapá.  E nas horas vagas “abria letras” para pintar os nomes das embarcações.
Além de pintor e desenhista, Waldelor possuía várias habilidades como carpinteiro, eletricista, barbeiro e por ter uma caligrafia invejável, era chamado para redigir documentos oficiais, cartazes, avisos e outros serviços burocráticos.
Em pouco tempo ingressou nas fileiras da Guarda Territorial. E com o dinheiro ganho com os “biscates”, cumpriu a promessa de levar bem antes a família para Macapá em 05 de março de 1950.
Com o desenvolvimento e a chegada de veículos foi criada a Divisão de Trânsito (Ditran) e ele foi indicado para fazer parte deste seleto grupo, responsável pela emissão da Carteira de Motorista, fiscalização do trânsito na cidade e nos interiores dos então cinco municípios: Macapá, Mazagão, Amapá, Calçoene e Oiapoque.
Ser aprovado para tirar a carteira nessa época, precisava ter domínio de dirigir nas vias, estradas e ter amplo conhecimento de mecânica e das leis de trânsito”, relembram os motoristas pioneiros.
 “Os inspetores Waldelor,  Queiroga, Dário Silva, o Peixeiro e outros pioneiros, eram osso duro de roer e nessa época não havia corrupção e ai daquele que tentasse. Era preso e ficava mais de ano sem o direito de fazer o teste para tirar a habilitação”, contam os antigos motoristas.
Aposentou-se em 1984 e faleceu, vítima de erro médico em 28 de novembro de 1989. O nome de Waldelor da Silva Ribeiro está numa extensa lista de ex-Guardas Territoriais à espera para serem homenageados com nome de uma via na cidade ou outro monumento.  “Um homem íntegro. Nunca se envolveu em escândalo. Viveu para a família e criou nove dos 10 filhos, porque um deles morreu prematuramente, com menos de um ano de idade. Chegou a concluir o então 2º grau e formou quatro filhos com curso superior. O Edevaldo de Jesus Prado Ribeiro, bacharel em direito e delegado de polícia; Elisabeth Maria Prado, professora; Édi Prado, jornalista e Elinete das Dores Prado Ribeiro, secretária executiva”, relembra a esposa, Maria de Nazaré Prado Ribeiro.
A primeira casa ficava na baixada da Mucura” (apelido de uma mulher, que mandava no pedaço, bem ao lado da Fortaleza, que depois ficou conhecida como Elesbão. Era onde se abrigavam os primeiros moradores vindos das Ilhas do Pará) “Lá funcionava um matadouro de porco, mas eram também abatidos gado, caça e funcionava como atracadouro de pescado”, relembra.
“Depois o prefeito mandou ajeitar a área e nós tivemos que mudar para o Laguinho, que estava começando com a chegada dos negros, que moravam na Favela e nas Praças Barão do Rio Branco e Veiga Cabral. Por isso chamado de bairro moreno da cidade”, narra D. Nazaré.
O Delô (como era chamado carinhosamente pela esposa), construiu ele mesmo a própria casa e mudamos para a Rua Gal Rondon, 618, em 1955, onde moro até hoje. Eu já tinha o Edilson José, Edvaldo de Jesus, Elisabete Maria e o Edevonildo  Nazaré Prado Ribeiro, (o Édi  Prado), ainda no colo. Depois vieram o Ednelson (falecido), Edival, Elinete, Waldelor Filho, o Luizinho (também falecido), Edna e Edinaldo Prado Ribeiro. O salário não era tanto, mas dava para manter a família. A vida dos meninos se resumia à escola, igreja, brincadeiras. Mas era tudo controlado. Não havia drogas, miseráveis, bandidagem e a Guarda Territorial era respeitada. Havia hora para sair e chegar em casa. Os filhos obedeciam aos pais. ”
 Como era e como está - com 90 anos - católica fervorosa, D. Nazaré acompanhou a construção da primeira capela de São Benedito e lembra da paz que reinava na cidade. “Meus meninos, com outros da vizinhança, jogavam bola na frente de casa. Carro quase não havia. O movimento começou com a construção da hidrelétrica do Paredão. Eram tratores, máquinas pesadas e caminhões que passavam diariamente levando equipamentos”, relata.
A cidade cresceu de forma desordenada. Não levaram a sério o planejamento. Cada prefeito, embora nomeado pelo governador, fazia o que dava na telha. E hoje vivemos o drama em decorrência disso,” vem recordando D. Nazaré Prado Ribeiro. Lembra ainda quea educação e a saúde eram prioridades do governo. Todo menino tinha que estar em sala de aula e o governo dava uniforme, bota, material didático e os professores eram exigentes,”.
“Lembro bem que quando construíram o hospital por volta de 1947, o pessoal comentava: para que um hospital tão grande para tão pouca gente? E é esse mesmo hospital que temos até hoje para atender não só a capital, mas todo o Estado. ”
Waldelor era um dos inspetores responsáveis para habilitar os motoristas e conceder Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Um produtor de hortaliças, gado, porco, galinhas e patos, além de fornecedor de frutas para atender ao Mercado Central, passava diariamente em frente a casa dele como trajeto de ida e volta. Um dia o dito cidadão, se envolveu num acidente e foi constatado que não tinha a CNH. Ficou impedido de dirigir enquanto não tirasse a carteira. E faltando uma semana para realizar os testes, ele parou em frente à casa do inspetor e deixou uma carrada contendo frutas, legumes, galinha, pato, porco. Um abastecimento para mais de mês. Foi colocando tudo no pátio da casa e buzinou para anunciar o grande presente. Como Waldelor não atendia ao chamado pela buzina, decidiu bater palmas. E com um sorriso maior que o caminhão, disse que era um presente. Desconfiado, Waldelor lembrou que aquele homem passava todos os dias pela frente da casa dele e nunca havia se dado ao trabalho de um "bom dia" e agora trazia presentes, às vésperas do teste para motorista?
E deu o prazo de cinco minutos para o mesmo colocar tudo de volta no caminhão sob pena de receber ordem de prisão. O vendedor tentou argumentar e Waldelor disse que agora só tinha quatro minutos. Numa ação relâmpago, o citado senhor limpou o pátio.
De quebra foi advertido que ficaria suspenso para realizar os testes durante um ano.
Era assim que funcionava o serviço público. E Waldelor da Silva Ribeiro dizia que um homem sem moral e sem caráter não honrava as calças que vestia.
Texto do jornalista Édi Prado – filho do biografado – com depoimentos de antigos motoristas da cidade e da viúva de Waldelor, professora Maria de Nazaré Prado Ribeiro, que, com idade avançada, ainda mora em Macapá. Como já foi escrito há algum tempo, o mesmo foi atualizado e adaptado ao blog, com a devida anuência do autor.

terça-feira, 18 de maio de 2021

MEMÓRIAS DA CIDADE DE MACAPÁ: HISTÓRIAS E CAUSOS CONTADOS POR UM LAGUINENSE DA GEMA

LAGUINHO, 76 ANOS – DE HISTÓRIAS E TRADIÇÕES

Por Édi Prado. Maio 2021

Foto rara dos anos 60. Imagens do inspetor Waldelor da Silva Ribeiro, em pé, à esquerda. Ao centro de camisa escura, Sr. Queiroga, aponta sinais de trânsito para um candidato à motorista e à direita, sentado, o agente Murilo, que antes de ser guarda territorial trabalhou no Elite Bar do Sr. João Assis, na esquina da Praça Veiga Cabral.

Meu pai, o inspetor Waldelor da Silva Ribeiro, veio do Afuá em 1948, junto com minha mãe, Maria de Nazaré Prado Ribeiro. Foram morar nas palafitas, no remanso. Nas mediações da Fortaleza São José de Macapá, comum no começo do Território Federal do Amapá. Lá nasceram Edilson José Prado Ribeiro, o Canhoto, que foi vítima do incêndio em 1972, no cais em Santana, quando o Rio Amazonas pegou fogo. Edvaldo de Jesus Prado Ribeiro, delegado da Polícia Civil e Elisabeth Maria Ribeiro Corrêa, professora.

Em 1954, o então governador Janary Nunes, que estava transferindo os negros das mediações da Igreja São José, para o Laguinho, ofereceu ao meu pai, um lote na Rua General Rondon, 618, quase esquina com a então Nações Unidas. 

Lá ele ergueu a casa de madeira e foi onde nasci. Laguinense legítimo.

Cerca de 98% era de família negra. Nossos vizinhos, eram o Seu Ramiro e D. Zefinha e a família do Seu Balô, branco, casado com uma negra. Vó Isabel, avó do José Cardoso Neto, Cutica e os primos Wanderlei e Genésio. Em frente de casa morava o Seu Pedro Monteiro, ou Pedro da Lina, fundador do América Futebol Clube e nos fundos, na Av. Nações Unidas, o irmão dele, o Seu Zé da Lina, acendedor das lâmpadas no centro da cidade.

Tem muitas histórias. Muitos causos. Mas o espaço é curto. Vou escrever umas boas histórias depois. Hoje vamos enumerar alguns nomes de pessoas que nasceram ou vieram para o Laguinho, formar este grande timaço.

Eis alguns nomes lembrados, muitos serão adicionados, mas por segurança, vamos registrando os que vieram a mente.

Eu era conhecido como Lia. Não sei a origem. Nem a mamãe lembrava. Meu nome é Edevonildo Nazaré Prado Ribeiro. Quando fui para o Rio de Janeiro, estudar jornalismo, meu nome foi abreviado para facilitar. Passaram a me chamar de Édi Prado. Convenhamos, melhor que Edevonildo. O Laguinho faz 76 anos. Em 1954, quando nasci, já estavam as famílias da Vó Bel, João e Joana Pil, família do Dedé, Manhabuco, Raimunda Rodrigues Carvalho, conhecida como Raimunda Zefa, mãe do Vedete, Seu Totonho, carroceiro e o filho Zé Maria Pires, Família Quipilino, Seu  Ramiro e D. Zefinha, donos da amassadeira de açaí. Sabá Ataíde, Boquinha, Henrique, D. Joaquina Bruno, João de Paula, Abdon Lima, Odilardo, Pedro Uriel, Rui Lima, Oneide Lima, que casou com o Manoel Bispo, professor e artista plástico, poeta e laguinense.

O Antônio Rodrigues Carvalho, o Vedete, quando consultado para rever lembranças, foi citando os nomes completos: José Maria do Espírito Santos ( Quipilino ), José Cardoso Neto ( Cutica ) , Joaquim da Silva Ramos ( munjoca ), Raimundo Nonato Ataíde de Lima ( boquinha ), Sebastião Ataíde de Lima  ( Sabá );  os filhos do seu Pedro da Lina com D. Astrogilda, Pedrinho, Zeca, Bernardo, Ediberto (Dida) também a D.Dulce, irmã da D. Astrogilda com o Seu Álvaro, com os filhos Alvanéia, Aldomaro, Agostinho e Kátia .

Cada família tem uma boa e memorável história. Tem a Tia Zefa, mãe de Aureliano Da Silva Ramos ( Neck) José Isaías da Silva Ramos (Bomba d’água) Pedro da Silva Ramos ( Pedro ).   Os filhos do Manhabuco, temos que lembrar os nomes. Perguntei para a Graça, filha do Vagalume. Na hora:  Manhabuco e D.  Joaquina, Pedro, João, Graça, se lembrar de mais mando, disse ela. Tem tempo para resgatar.

A Graça lembrou do Seu Ladislau e D. Joaquina José, Maria, Joaquina, Joana, a Maria que eles criaram casou com o Domingos que o Seu Biluca criou. Citou o Libório. O cheio de breque que bebia umas? Esse. Tinha o Perigoso, o pai do Nonato, que morava onde é o Waldir, que tem o Bar Calçadão.

Seu Arinho. D. Ondina, tiveram o Marinho, Zé Buchinha, Zezé  e a filharada. Seu Ramiro e dona Zefinha Joaquina, Maria, Antonina, Ramirinho, José, Deco. Dona Onória, mãe do José Querozene, Raimundinha, Sené e outros. Lembra do  Seu José Perigoso e Suza, Paulinho,Dudeca, Budeco , Teotônio e Dona Nenê, filhos Geralda e Zé Maria. Dona Joaquina Bruno, Bruno, Fatima, Raimundinha, Sebastião, Silvia, Aroldo, Raimundinho, Nazaré. D Biló e a  filha a Lurdes. D Aurora e família.  D. Serena, Gorete, Vasquinho.

Vamos lembrar do Seu Herculano e D Otília os pais do Budeco, José,  Joāo, Graça e outros.  João Falconere e D Raimunda Diquita, Joãozinho, Braziléa. Seu Guitinho e Dona Maria, Filomena, Graça, Raimundo, José, Izabel.  Piedade, Felízia a Fefé,  Genésio,  Wanderlei, José Cutiquinha.

D Josefa mãe do Sené, D Agda mãe da Deuza, D Ondina do Dedé, José e Deuzarina.. /2021] Graça. Laguinho: Família Bispo, Manoel Neldon, Ana Laura Neucinda. Família Bacessar, Sebastiana, Ana Lúcia, Graça.  João de Paula e D Maria, Joana, Joãozinho, Mozart, Meire, Manoel, Graça. D Biló, Munjoca, Maria, Raimundo, Bilozinha,  Socorro  e Josefa. Tia Filipa Ramos e Graça Ramos.  Raimunda Ramos, Graça, José Raimundo, Joaquina, Jovem, Márcia Eyd.

D. Dolores e Raimundo Ardasse,  Deuzuite,  Raimundo,  José, Rosália, Aroldo, Adolfo,  Joana irmā do Folconere,  esposo e filhos. Seu Manelão e a Marcina Clotilde e o Bira.  Seu Manelão e D Marcina tiveram três filhas quando lembrar o nome delas te mando.  Mestre Bené e D Luzia fil ,Nicinha,  Luzia .  Os pais do Adolfo Valente. José Valente e não lembro do nome da esposa dele. Família Canto: Fernando, Juvenal, Zé Eduardo. Walmir Cabeludo, Augusto Bazuca e Macaco, Carlito Cachorro de Roça, Joca, Naza, Carlos Moreno, Milton Corrêa, Mário Corrêa, Miltinho.

Por hoje, são só esses...

Édi Prado – jornalista amapaense, fundador e parceiro do blog Porta-Retrato-Macapá.

Imagem pequena de arquivo.

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