domingo, 21 de setembro de 2025

MEMÓRIA DE NOSSA CIDADE: ANTIGA BAIXADA ALAGADA DE MACAPÁ

A fotografia publicada hoje no Porta-Retrato nos devolve um pedaço precioso da história de Macapá, e revela uma vasta área verde e alagada, situada na continuação da Avenida Feliciano Coelho, no ponto em que se encontra com a Rua Tiradentes, no bairro do Trem.

O registro chegou até nós pelas mãos do amigo José Jair, filho do senhor Aprígio Marinho de Souza, barbeiro do histórico Macapá-Hotel

Reproduzida do Facebook - Colotizada por IA

A imagem, feita entre 1959 e 1960, captada dos altos da conhecida curva da Santa Maria, retrata um tempo em que a área permanecia alagada, de terrenos encharcados e poucas casas, onde famílias simples viviam em estreita adaptação às condições do lugar. Mais do que um registro fotográfico, ela guarda a memória de um espaço em transformação, revelando a força cotidiana de quem construiu sua história em meio às adversidades do ambiente.

Antes de ser aterrada, essa região era chamada informalmente de Baixada do Adonias. Ao fundo é vista a´área o Remanso. Com o tempo, foi incorporada ao bairro Santa Inês, acompanhando o ritmo de transformação e crescimento da cidade.

Moradores antigos lembram ainda que o lugar recebeu outros nomes, como Baixada da Crisonta e Baixada do Jagunço, apelidos que guardam a memória das famílias que ali viveram e deixaram suas marcas.

Em primeiro plano, surge a casa de Dona Quiquita, mãe de José Penha — o inesquecível Zé Crioulo, músico de talento ímpar, cuja memória ainda ecoa na cultura amapaense.

Com o passar das décadas, a paisagem mudou por completo. Onde havia água e lama, vieram o aterro, o saneamento e, por fim, a urbanização. O espaço transformou-se, mas deixou para trás lembranças que hoje sobrevivem apenas em registros como este.

Agradecemos de forma especial à Familia Marinho de Souza, pelo compartilhamento dessa fotografia de arquivo. Com autorização de José Jair e, com o auxílio de recursos de inteligência artificial, as pessoas que apareciam na cena foram removidas, preservando apenas o cenário de fundo — gesto que reforça o valor histórico do registro ao destacar a memória da área retratada.

Mais do que uma fotografia, trata-se de um testemunho da memória coletiva. Uma ponte entre lugares, pessoas e histórias, que preserva as raízes da capital e nos ajuda a compreender o quanto Macapá mudou ao longo de sua trajetória.

Créditos foto: Família Marinho de Souza

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