Nascido em 9 de janeiro de 1868, Benedicto Antônio Tavares recebeu o nome em homenagem a São Benedito, santo de forte devoção popular na Amazônia. O sobrenome Tavares, herdado do pai, acompanharia uma trajetória marcada pelo respeito público, pela ligação com a elite local e por uma atuação comunitária que ecoa até hoje na memória de Macapá.
Casado
com Quitéria Rosa Tavares, Benedicto construiu um núcleo familiar que seria, ao
mesmo tempo, tradicional e profundamente ligado às raízes da cidade. Do
casamento, vieram os filhos Maria Rosa Tavares de Almeida e José Rosa Tavares.
Também foi pai de Norberto Tavares, ampliando uma linhagem que se entrelaça com
a história social da capital amapaense.
Reconhecido
como uma das figuras de destaque na Macapá do final do século XIX e primeiras
décadas do XX, Benedicto integrou a elite local não apenas por sua posição
social, mas pelo papel que desempenhou no serviço público. Exerceu as funções
de oficial de justiça e intendente municipal, cargos que exigiam
responsabilidade, senso de justiça e articulação com a vida política e
administrativa da época.
Entretanto,
sua contribuição mais marcante talvez tenha vindo do ambiente doméstico. Em sua
própria residência, Benedicto abria as portas para exercer uma vocação que o
aproximava diretamente da comunidade: alfabetizar crianças, jovens e adultos,
ensinando leitura, escrita e, especialmente, “a fazer conta”, expressão tão
comum no vocabulário cotidiano de então. Era um mestre informal, cuja casa se
transformava em espaço de aprendizagem para aqueles que tinham pouco ou nenhum
acesso à educação regular.
Esse
gesto simples e contínuo — ensinar — conferiu a Benedicto um lugar especial na
memória coletiva. Ele representava não apenas o homem público, mas o educador
comunitário, figura que ajudava a moldar futuros e a disseminar conhecimento em
uma Macapá ainda em formação, com poucos recursos escolares e forte dependência
da iniciativa de cidadãos comprometidos com o bem comum.
Benedicto
Antônio Tavares faleceu em 25 de setembro de 1941, deixando um legado de
serviço, respeito e educação transmitida de forma generosa. Sua história
permanece viva como parte do patrimônio humano que construiu a Macapá do
passado e alimenta a identidade da cidade atual.
Fontes: – Totem informativo instalado na Praça do Largo dos
Inocentes - Formigueiro, projeto de revitalização da Prefeitura Municipal de
Macapá, 2025.
Fonte memorial: Bisneta – Maria das Dores do Rosário Almeida – 2025
Registro fotográfico de @paulotarsobarros.

