sábado, 7 de outubro de 2017

Foto Memória de Macapá: O Pioneiro Heráclito Juarez Filho

Foto: Reprodução / Facebook
Há exatos 95 anos, nascia em Alagoas, em 7 de outubro de 1922, o pioneiro Heráclito Juarez Filho, filho de Heráclito Juarez de Araújo e Silva e Rosa Lima de Araújo e Silva; era o quarto filho de uma lista de oito, composta por 5 homens e 3 mulheres.
No início do ano de 1944, construiu um pequeno abrigo, às margens do rio Lipo-Lipo, afluente do rio Santana. Cinco anos depois, em 1949, mudou-se para um local que permitia melhor calado para ancorar embarcações do tipo regatão, comum naquela época.
No novo local, começou com a compra de borracha, na forma de bolão e pele, além de sernambi, todos comercializados em Belém do Para.
No porto próprio que construíra, em uma espécie de troca de mercadoria, embarcava castanha, abacaxi, ucuúba, entre outros, e em troca, recebia produtos de estiva como: açúcar branco, açúcar moreno, sal, aguardente, fósforo, entre outros que supriam as necessidades da família e de seus fregueses. Também tinha compra regular de madeira, tipo dormente, juntados em jangadas, para serem usados na construção, e depois manutenção da Estrada de Ferro do Amapá.
Em 1954 mudou-se para a sede do município de Afuá, para dar oportunidade ao primeiro filho, que precisava ir para a escola regular que só era oferecido, naquela época, na sede do município.
Em 1959, depois da conclusão do Curso Primário do primeiro filho mudou-se com toda a família para Macapá, tendo como principal motivação o Exame de Admissão, pré-requisito para que houvesse o ingresso ao Curso Ginasial. Chegou à cidade, na madrugada do dia 11 de dezembro de 1959, para morar no bairro do Elesbão, onde hoje é a esquina da Avenida Pedro Baião com a Rua São José, no começo do bairro Santa Inês.
Heráclito Juarez Filho sempre foi comerciante. Desde o começo, na confluência do rio Lipo-Lipo com o rio Santana, em 1944, já usava uma pequena montaria com motor de popa marca Penta, de 4 e ½ cavalos, que depois foi trocado por um motor Johnson de 8 cavalos e, mais tarde por um Penta de 12 cavalos, na poupa de uma “batelão” de madeira, com capacidade de uma tonelada, para transportar os produtos da floresta para a cidade de Afuá e de lá trazer, produtos de estivas para comercializar com os seus clientes, fornecedores dos produtos da floresta e aqueles que eram catados nos rios, como maracujá, camocim, xuru, juntamente como ucuúba, apanhado de paneirinho de cabo.
Quando chegou à sede do município de Afuá alugou uma embarcação de 12 toneladas a vela, de nome “Maria Santíssima”, com a qual começou a fazer o regatão entre Belém e Afuá, e entre Macapá e Afuá. Mais tarde comprou a referida embarcação, que foi substituída por outra maior, de 26 toneladas, na qual colocou o nome de “Iate Juarez”.
No começo de 1970, já com os três primeiros filhos matriculados em cursos superiores em Belém do Pará, comprou uma casa que servia de apoio aos filhos estudantes e à toda a família, na capital paraense.
Heráclito Juarez Filho morreu em Belém do Pará em 03 de dezembro de 1973, aos 51 anos, depois de perder a luta contra uma arteriosclerose que venceu também os médicos e paramédicos da Beneficente Portuguesa, em Belém do Pará, deixando a esposa Raimunda Pureza Juarez e 12 filhos: 9 homens e 3 mulheres.
Seu corpo foi sepultado em Macapá no dia 6 de dezembro de 1973, e descansa em Paz no Cemitério de Nossa Senhora da Conceição, no centro da cidade.
Texto de Rodolfo Juarez, adaptado ao Porta-Retrato. 
Rodolfo é primogênito do biografado.

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