sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

MEMÓRIA DO FUTEBOL AMAPAENSE > VETERANOS DO ATLÉTICO LATITUDE ZERO EM 1968

Hoje trazemos para os leitores do blog Porta-Retrato-Macapá, uma lembrança do acervo particular do amigo Franselmo George, o magrão do esporte.

A foto memória de hoje é de 1968: um registro histórico dos Veteranos do Atlético Latitude Zero no estádio Glycério de Souza Marques.

O destaque é o último em pé, o treinador José Maria Gomes Teixeira, o Manga. Destacamos também o terceiro em pé, o saudoso Turíbio Orivaldo Guimarães, pioneiro da "Pelada Solteiros e  Casados" do bairro do Trem.

Nas imagens a partir da esquerda: Em pé: ?,  ?,  Turíbio Guimarães, Santarém, Domício, ?, Vital e Manga - Agachados: Major, Maximino, Sobral, Jurandir, Motor, Francisco Bandeira e Joel.

História

Em 1945, o clube foi fundado pelos desportistas Alzir da Silva Maia, Turíbio Guimarães e Raul Calins. A agremiação, inicialmente, era denominada Latitude Esporte Clube. 

(Imagem:Reprodução)

O desportista Pauxy Gentil Nunes sugeriu o título de Atlético Latitude Zero.

O fundador e professor Alzir da Silva Maia contribuiu para a aquisição da sede do clube e, em diversas ocasiões em que a estrutura estava em risco, retornava para reconstruí-la.

A equipe participou de algumas edições dos Campeonatos Amapaenses das Primeira e Segunda Divisões nos anos 50. Além do futebol, o Atlético Latitude Zero também teve um time de basquete, que chegou a conquistar alguns títulos, como o Torneio Relâmpago, com a participação do Amapá Clube, Esporte Clube Macapá e América Futebol Clube.

O Latitude conquistou o título e foi agraciado com o troféu chamado "Dr. Hildemar Pimentel Maia". Dois jogadores desta equipe foram posteriormente chamados para representar a Seleção Amapaense de Basquete: Paulo Farias e Uriel.

As cores predominantes da camisa do clube eram azul, amarela e vermelha.

(Imagem: Reprodução)

No final dos anos 60, o clube foi extinto, mas voltou em 2022 para disputar a Série B de 2024, com um novo escudo, nome e uniforme, sob a direção de Jason Rodrigues.

Fontes: Blog Porta-Retrato e Wikipédia

segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

MEMÓRIAS DO FUTEBOL AMAPAENSE > SETE DE SETEMBRO E TREM DESPORTIVO CLUBE

Mais lembranças do acervo do amigo Sabá Ataíde.

Sabá Ataíde enviou, para o blog Porta-Retrato-Macapá, registros de dois times amadores de futebol em que atuou, em Macapá:

Sete de Setembro

Da esquerda para direita: Zilmar, Cai N'água, ?, ?, ?, Saci, Antônio Serrão, kurru, Sabataide, ?, e Mundo. Agachados: ?, Titico, Cleyton, Cecílio, Baiaco e Castelo.

 Trem Desportivo Clube

Infelizmente, não é possível encontrar material na internet sobre a história do Sete de Setembro, o que poderia enriquecer as informações históricas dos clubes.

Fotos: Sabá Ataíde

domingo, 8 de dezembro de 2024

MEMÓRIA DA MÚSICA AMAPAENSE: GRUPO DE SAMBA DE R. PEIXE

A recordação de hoje é do acervo do Sebastião Ataíde, mais conhecido como Sabá Ataíde! Uma pessoa amiga, com diversas habilidades. Além de gráfico, Sabá é um grande admirador do futebol e da música.

Ele nos envia este registro de 1974, ano em que integrou um grupo de samba liderado pelo artista plástico R. Peixe. Ele é o primeiro agachado a partir da esquerda de quem olha. Os rapazes se apresentavam em diversos lugares, como: Boscão, Churrascaria Gaúcha, Biombo, Amapá Clube, sede do Esporte Clube Macapá e algumas das boates que existiam naquele período no bairro da Favela

Sabá conta que eles foram participar da abertura da casa noturna da Serenita, localizada no município de Pedra Branca, há 180 quilômetros da capital, Macapá. Na ocasião, o "crooner" era o Vital, popularmente conhecido como Vitaleiro.

Foto: Sabá Ataíde

sábado, 7 de dezembro de 2024

MEMÓRIA ESTUDANTIL DO AMAPÁ > GRUPO "AMIGOS DO AZEVEDO COSTA”

Ex-alunos do colégio em encontro comemorativo.

O grupo "Amigos do Azevedo Costa", formado por cerca de 40 alunos de uma turma, foi criado para estabelecer uma conexão com os estudantes que cursaram a então 5ª série na Escola Estadual General Azevedo Costa em 1974.

Há três anos, em maio de 2021, o ex-aluno Ronaldo Lima de Miranda criou o grupo e sugeriu aos colegas que realizassem encontros periódicos para manterem-se próximos e, dessa forma, permitir uma total integração com as famílias de cada um, sem esquecer os melhores momentos vividos ao longo dos seis anos de curso.

Desde então, em diversas oportunidades, o grupo tem se reunido em ambientes públicos na orla do Rio Amazonas e em outros locais, com a presença de familiares. Em 2023, organizaram uma festa junina e, na ocasião, prestaram uma homenagem a duas professoras da classe com lembranças.

Ana Rosa Del’Castillo, em conversa com os seus colegas Ronaldo Miranda e Roberto Alves Picanço, apresentou a ideia de realizar um encontro de alunos e professores para celebrar os 50 anos de formatura deles, que se completam em 2024. Após a aprovação de todos, o evento foi planejado e coordenado por uma comissão especial organizadora, encarregada de cuidar de todos os detalhes. 

Durante o evento serão homenageados com brindes e de forma solene, os seguintes professores: Edna Maria Limeira Távora, Edmar Lima Oliveira, Nóia Ferreira Rodrigues, Maria Celina Bacelar de Oliveira, Marizete Gonçalves da Silva, Maria de Lurdes Peixoto de Souza e Maria Elba dos Santos Cardoso.

O esperado encontro festivo, acontece à noite deste sábado, 7 de dezembro, no Saint Tropez Tropical Lounge, na sede campestre da AABB, na Rodovia Duca Serra/Alvorada, em Macapá.

Para a ocasião, foram confeccionadas camisas com foto e inscrições alusivas ao evento, que devem ser usadas pelos participantes e convidados especiais. Confira abaixo:

Frente
Verso

Fotos de encontros anteriores da turma, em locais e eventos distintos.

Fotos: Ronaldo Miranda (Acervo pessoal)

sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

MEMÓRIA DE MINERAÇÃO AMAPAENSE > O PIONEIRO ALBERTO PINTO GOMES

RESGATE HISTÓRICO

Este documento raro é uma Ficha Funcional usada pela Indústria e Comércio de Minérios S/A, uma mineradora que trabalhou por muitos anos na exploração de manganês no Amapá.

É o cartão de identificação do pioneiro Alberto Pinto Gomes, nascido em 06 de junho de 1914 e admitido na ICOMI em 29 de maio de 1957, como funcionário de chapa nº 5031, que desempenhava a função de Auxiliar Agente de Estação III. Aposentou-se em 29 de julho de 1980, tendo completado 23 anos e 3 meses de serviço.

Seu Alberto faleceu, aos 80 anos, em 10 de maio de 1994.

Fonte: Rede Social (Facebook)

Foto:Reprodução

quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

MEMÓRIA DA ECONOMIA DO AMAPÁ > GARIMPO DO RIO FLEXAL

RESGATE HISTÓRICO

Revista o Malho descreve um garimpo no Território Federal do Amapá em 1943

Imagem: Reprodução

Passadas mais de seis décadas, desde a descoberta do ouro no rio Flexal (1882), no sul do município de Amapá, a exploração do minério permaneceu ao longo do séc. XX, atraindo aventureiros de todas as partes do Brasil.

Essas descobertas foram atribuídas a garimpeiros (crioulos) oriundos da Guiana Francesa, que levaram seus conhecimentos em mineração de ouro para a região.

A criação do Território Federal do Amapá, em 1943, despertou o interesse do país em relação à vida nessa região mais setentrional da Amazônia, atraindo também jornalistas, contratados ou não, que se dedicam a conhecer e dar notícias da região.

É importante salientar que nem sempre os relatos que chegavam aos leitores estavam de acordo com a realidade. No entanto, apesar de serem sensacionalistas, esses relatos contêm dados interessantes, que ajudam a compreender a mentalidade e a sociedade da época.

Sem julgar se é ou não um retrato fiel da realidade, sem também entrar no mérito das consequências desastrosas advindas dos garimpos ilegais, resgatamos o interesse histórico e apresentamos uma reportagem sobre a extração de ouro no recém-criado Território Federal do Amapá.

Seu relato nos dá a oportunidade de imaginar e entrar na atmosfera. À margem do controle público, garimpeiros ávidos pelo minério se aventuravam nas matas, a explorar rios e igarapés, para recolher e disputar cada grama de ouro que pudesse ser extraída. Nesse contexto de privações e faltas, a vida nos garimpos era relativizada em detrimento da preciosidade e do valor econômico do ouro.

Imagem:Reprodução

A matéria, escrita por Mariz Filho, foi publicada na Revista O Malho (Rio de Janeiro) em setembro de 1943, e vale a pena ser compartilhada. A transcrição segue abaixo:

OURO, OURO DIFÍCIL:

“Nos garimpos do extremo Norte do Estado do Pará vamos encontrar aglomerados de homens, nacionais e estrangeiros crioulos, em vida comum na busca do ouro aluviônico da região, formando as ‘vilages’.

‘Világe’, povoado de ganância, que ganhou denominação francesa mesmo em território nacional.

Ali habitam cem ou duzentos homens. A maioria daquela gente egressa de presídios e quem não o é está para ser. O mais patife tem uma fisionomia serena de São João Batista; o melhor atirador tem somente um olho e ao mais valente falta-lhe um braço. Nuns não se vê a ponta do nariz, noutro uma orelha, noutro ainda, uns artelhos, mas essas pequenas omissões físicas não diminuem aquela união, mista de fraternidade e ódio, na busca, na gula do ouro.

Casas! – C a s a s ? – ‘Carbés’! – Uns arremedos: levanta um pau aqui, outro acolá, mais um esteirado de farripas de matamatá, à guisa de paredes, e cobertura de palmas, lonas ou latas de querosene abertas e fica pronta aquela arrumação de casa de chão batido e que se mantém em pé por milagre, aparentemente contra todos os princípios do equilíbrio. De roupa basta uma tanga ou calção, uma imitação qualquer, que facilita os movimentos no serviço de debreio e da bateia. Comida? – Bolo de tapioca, café e, para os mais afortunados, carne de caça, assada para durar três dias, e farinha, coisa parca, suposta alimentação. E bebida? – ‘Tafiá’, bebida de mentira, tomada com água.

Tudo ali é suposto. Tudo de mentira. Casas de mentira, roupas de mentira, alimento de mentira, gente mentirosa. E miséria... e desgraça, desgraça de verdade. Só isso de verdade...

Um descobre bom igarapé que dá muito: cinco gramas por dia. Divide em lotes, distribui por mais três, fica com o melhor. De repente o descobridor adoece e dá para inchar, inchar e ninguém sabe o que é.

Morre. É sepultado ali na margem mesmo, com uma forquilha no pescoço, outra no pé pra não boiar.

Morreu? – Não tem nada, amanhã já é outro que vai comer capim pela raiz...

Morte nas minas tem todo dia. Anda de braço com a morte a prostituição.

- Mulher nova na ‘világe’, gentes!...

- De onde vem? É de Macapá?

- É.

- Não faz mal! Deixa vir. É fome: garimpeiro tem ouro vamos até lá.

E as mulheres fazem câmbio com o ouro, mas este não aparece...

Morte ou mulher, sobrando ou faltando, não alteram o ritmo da ‘világe’. Seu povo não se detém naquilo que parece coisa comezinha (corriqueira). Um mata o outro. Não foi ninguém que matou... Chegou a vez do morto, foi Deus quem quis...

E a busca do ouro continua e todos são felizes com o papel que lhes cabe naquela tragédia das selvas. E o ouro vai saindo do ventre da terra, mas dinheiro não há... Ouro distante... Miríficos (admiráveis) sonhos de abastança...

Tudo ali é falso, muito falso... Tudo mentira... Nada, de concreto, ali é verdadeiro...

Verdade só a desgraça, a miséria, a desonra... só isso de verdade...

‘Világe!’ – Inferno, desolação, verde ‘paraíso perdido’ da orda (comunidade) anônima que sofre e é feliz...”

(O Malho – (RJ) Ano XLI - N. 44 - Set. 1943)

-----

SOBRE A REVISTA:

O Malho foi uma revista ilustrada que se destacava pela sátira política e pelo humor. Em 1902, surgiu no Rio de Janeiro e circulou por mais de cinquenta anos, com uma breve pausa em 1930, devido à Revolução de 1930. A revista O Malho, publicada semanalmente, começou a se tornar conhecida devido às charges e caricaturas famosas que tinham como objetivo ironizar a política do país. A revista foi criada sob a direção artística do artista pernambucano Crispim Do Amaral, sob a coordenação geral do jornalista e político Luís Bartolomeu de Souza e Silva, que também era proprietário do periódico A Tribuna (RJ)

A revista tinha esse nome, pois "malhava" instituições, políticos, pessoas e eventos que ocorriam no país. Os ataques geralmente se manifestavam na capa da publicação, em forma de charge. (Wikipédia)

-----

Fonte: Pauta sugerida por Michel Duarte Ferraz – curador do Museu de Justiça do Amapá (TJAP) e colaborador do blog Porta-Retrato-Macapá.

domingo, 24 de novembro de 2024

GENERAL JOÃO ÁLVARES DE AZEVEDO COSTA > EX-COMANDANTE DA FORTALEZA DE SÃO JOSÉ DE MACAPÁ

A ele, a homenagem póstuma do blog Porta-Retrato – Macapá, em reconhecimento ao grande nome da região e ao seu grande trabalho pelo Brasil.

João Álvares de Azevedo Costa nasceu em São José de Macapá, no dia 14 de novembro de 1871, quando a cidade ainda pertencia ao estado do Pará. Filho de pais humildes demonstra desde cedo o desejo de viajar pelo Brasil, conhecer outros lugares e pessoas novas em busca de realizar o seu sonho mais caro: servir à Pátria no então glorioso Exército de Caxias. Com este objetivo, viaja para São Sebastião do Rio de Janeiro, onde se inscreve em 1 de março de 1889, como aluno da Escola Militar. Foi testemunha ocular da Proclamação da República, que ocorreu em 15 de novembro daquele ano, um dia após ter completado 18 anos. Como Cadete-sargento do Legendário 1º Regimento de Cavalaria, Azevedo Costa participou diretamente do glorioso movimento de 15 de novembro. Ele integrou a guarda pessoal do marechal Deodoro da Fonseca, uma das figuras mais relevantes da história brasileira devido à sua participação na Proclamação da República e ao seu primeiro mandato como presidente. Sob a influência do marechal que proclamou a República do Brasil, formou-se em Ciências Físicas e Matemáticas e Engenharia na Escola Militar. Em 20 de fevereiro de 1894, é promovido a Alferes  (Oficial). Em 1903, foi designado para manter contatos com os chefes militares bolivianos a respeito dos limites com o Acre, cumprindo a missão com brilhantismo, resultando dessas negociações na assinatura do Tratado de Petrópolis. Realizou uma visita à capital boliviana La Paz como representante das Forças Armadas brasileiras que estão instaladas no Acre. Sua atuação como mediador foi tão relevante que o diplomata brasileiro José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco, o elogiou. Nomeado membro da Comissão de Limites, levantou a topografia da área fortificada do norte do Brasil, sendo designado para o comando da Fortaleza de São José de Macapá. Ao constatar o estado de abandono em que sua terra natal se encontrava, sentiu a mesma reação que o médico e jornalista macapaense Alexandre Vaz Tavares. Os jornalistas José Antônio de Cerqueira (Siqueira), Joaquim Francisco de Mendonça Júnior, major José Serafim Gomes Coelho, coronel José Coriolano Jucá e outros importantes do Amapá se juntaram para ajudar nas obras de recuperação da cidade, começando pelo apoio para a fundação do jornal Pinsônia. Após retornar ao Rio de Janeiro, acompanhou as lutas políticas dos presidentes Afonso Pena, Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca, Venceslau Brás e Delfim Moreira dentro do quartel. No governo de Epitácio Pessoa, houve um movimento chamado Tenentismo, dos oficiais das Forças Armadas, em 5 de julho de 1922, com o levante do Forte de Copacabana. Houve, posteriormente, a rebelião de 1924, sob o governo do presidente Arthur Bernardes, seguida pela Coluna Prestes. A CGT começou a discutir a influência do Partido Comunista Brasileiro, levantando os trabalhadores e criando os sindicatos, gerando a Revolução de 1930, a era Vargas, o golpe do Estado Novo e a Constituição de 1937. Ele viveu toda essa fase de mudanças para o país. Em 1943, como macapaense, elogiou a criação do Território Federal do Amapá e a nomeação do seu amigo e colega de farda Janary Gentil Nunes, e disse à imprensa: "O Amapá está bem servido pelo meu jovem Tenente". A promoção de General-de-Exército, concedida pelo presidente Getúlio Vargas, foi o ponto culminante da sua vida. Após o ato solene, declarou: “Agora poderei partir para a posteridade; recebi a recompensa que me era devida pela certeza do dever cumprido”. General Azevedo Costa, de 82 anos, faleceu no Rio de Janeiro, em 17 de janeiro de 1953. 

O governador Janary Nunes o homenageou, dando o seu nome ao Grupo Escolar General Azevedo Costa, no bairro do Laguinho, fundado em 24 de janeiro de 1955, com o objetivo de atender à clientela de 1ª a 5ª séries.

Fonte: blog do jornalista Edgar Rodrigues.

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

MEMÓRIA DA IGREJA CATÓLICA – MESTRE E SACERDOTE DOM LUIZ SOARES VIEIRA

Dom Luiz Soares Vieira é um religioso católico brasileiro. É o segundo bispo diocesano de Macapá e o quinto arcebispo metropolitano de Manaus. É membro-fundador da Academia Amapaense de Letras, da qual foi Vice-Presidente. O arcebispo emérito de Manaus reside atualmente em Santa Fé, no interior do estado do Paraná, na Diocese de Apucarana. Ele é o homenageado pelo blog Porta-Retrato de Macapá nesta data.

Dom Luiz Soares Vieira
Luiz Soares Vieira nasceu em Conchas, interior de São Paulo, em 02 de maio de 1937, filho de Luiz Carlos Vieira e Judith Soares Vieira. Iniciou os estudos no Grupo Escolar Itatinga em 1944, terminando em 1947. Ao perceber o chamado para a vida religiosa, ele frequentou o ginásio e o clássico do Seminário Diocesano de Botucatu, em São Paulo, entre 1948 e 1953.

A partir dessa data, sua vocação religiosa se tornou mais evidente e clara, tendo iniciado o estudo superior de Filosofia no Seminário Central do Ipiranga, no Estado de São Paulo, entre 1954 e 1956. Seu compromisso vocacional era grande e mais intenso, tendo sido formado em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, de 1956 a 1960.

O sacerdote D. Luiz Soares Vieira foi Vice-reitor do Seminário Diocesano de Botucatu, entre 1960 a 1962; Vigário Ecônomo de Chavantes, em São Paulo, entre 1962 a 1969; Pároco de Pirapó, no Paraná, entre 1969 a 1978; Pároco de São Benedito, em Apucarana, também no Paraná, entre 1978 a 1980; Pároco de Sabáudia, no Paraná, entre 1980 a 1982; Pároco da Santíssima Trindade, em Apucarana, de 1982 a 1984; Vigário Ecônomo de Nossa Senhora de Guadalupe, em 1982; Vigário Episcopal da Zona Pastoral de Pirapora, de 1975 a 1978; Vigário Episcopal da Zona Pastoral de Astorga, no Paraná, de 1980 a 1982; Vigário Episcopal da Região Centro-Norte, de 1982 a 1984; Juiz Oficial do Tribunal Eclesiástico da Diocese de Apucarana, entre 1970 a 1984; Vigário Capitular da Diocese de Apucarana, entre 1982 a 1983; Vigário Geral da Diocese de Apucarana, entre 1983 a 1984; Reitor do Seminário de Filosofia de Apucarana, entre 1982 a 1984; Membro Delegado do Episcopado Brasileiro, na IV Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano.

Sua ordenação episcopal foi no dia 1 de julho de 1984 em Apucarana, mas foi em Macapá que serviu como bispo de 1984 a 1991.

Em depoimento ao programa “Documentos da Amazônia”, Dom Luiz conta que chegou em Macapá no dia da posse, em um avião de pequeno porte do Governo do Amapá, em companhia de Dom Vicente Zico, Arcebispo de Belém, que era também administrador de Macapá

Dom Luiz Soares Vieira, em missão pelo interior do Amapá - Foto: Reprodução

Lembra que fez um trabalho grande, principalmente no interior, andou muito de barco e que foi uma experiencia muito boa!

O mestre D. Luiz foi professor de Português, Literatura Brasileira e Portuguesa, Língua Italiana, Filosofia, Educação Moral e Cívica, Cultura Brasileira, Estudo de Problemas Brasileiros, Ciências e Letras, Direito Canônico, Filosofia da Religião. Registra-se, ainda, que foi Diretor da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras, em Apucarana, no Paraná e Diretor da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis de Apucarana.

A Academia Amazonense de Letras o elegeu, no dia 28 de agosto de 1997, para uma de suas cadeiras. Dessa forma, mantém a tradição de um religioso em seus quadros, exaltando o nome e a tradição de quantos passaram por lá e deixaram suas valiosas contribuições literárias.

Como escritor publicou vários artigos em revistas e jornais, em todo o Brasil, como por exemplo, Filosofia e Ciências Experimentais, Oposição ou Contemplação, Síntese do Direito Processual da Igreja, Aspectos Jurídicos do Matrimônio e Problema da Liberdade.

Informações extraídas do texto de Abrahim Baze, publicado no Jornal A Notícia, seção visão, em Manaus, no sábado, 06 de setembro de 1997.

Fotos coloridas: Print de tela do Vídeo "Documentos da Amazônia".

Fotos P/B: Acervo: Pe Paulo Roberto Matias Souza

Fontes:  Portal Amazônia e Wikipédia

                                           Última atualização em 28/11/2024

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

MEMÓRIA DA CULTURA AMAPAENSE > AS DUAS 'VENINA'S" DO MARABAIXO DO AMAPÁ

Elas são as personalidades femininas que, entre outras, se firmaram na manifestação cultural e religiosa das comunidades negras do Amapá. O reconhecimento do blog Porta-Retrato neste Dia da Consciência Negra.

Tia Venina marcou a história das mulheres da família e do Quilombo do Curiaú, situado na Zona Rural de Macapá. A sua trajetória é uma inspiração para a luta pelo empoderamento feminino das mulheres negras no Amapá. 

Tia Venina, figura histórica do Quilombo do Curiaú, em um dos poucos registros fotográficos dela — Foto: Reprodução
Antônia Venina da Silva nasceu em 17 de dezembro de 1909, no Quilombo do Curiaú, e dedicou-se ao cuidado não somente dos nove filhos, mas também da comunidade à qual pertencia. Os relatos são unânimes ao afirmar que, naquele coração de mãe, havia espaço para todos. Ela viveu por 86 anos, trabalhou como agricultora, rezadeira, dançarina de batuque e marabaixo e curandeira de garganta.

Após a morte do esposo, Tia Venina, como era conhecida pela vizinhança, assumiu a responsabilidade de cuidar sozinha de toda a família.

A neta Isis Tatiane da Silva, de 43 anos, disse que sua avó "era uma mulher muito avançada para o seu tempo e realmente viveu aquela vida. Ela dançava, cantava batuque e marabaixo, e tinha a habilidade de curar a garganta. Somente ela tinha esse dom no Curiaú", recorda Isis.

A mulher sempre teve uma voz ativa e lutou com muita determinação para manter viva a memória do povo quilombola. A família relata que, durante a tarde, os jovens a procuravam para ouvir histórias dos tempos idos e conhecer a ancestralidade.

Os estudantes interessados em realizar pesquisas e trabalhos acadêmicos também se dirigiam a ela, pois sabiam que ela guardava uma memória viva e vibrante da história do Quilombo.

Para Tia Venina, a educação sempre foi o melhor caminho, por isso ela incentivava a buscar o conhecimento.

Integrantes da Associação Mulheres Mãe Venina do Curiaú — Foto: Reprodução / G1

As bandeiras de resistência levantadas pela mulher "a frente do seu tempo" produziram frutos. Em 20 de julho de 1997, dois anos após a sua morte, foi fundada a Associação Mulheres Mãe Venina do Curiaú.

O objetivo inicial era realizar manifestações e eventos culturais para a comunidade. No entanto, com o decorrer do tempo, o grupo começou a desenvolver trabalhos voltados para a educação ambiental e, sobretudo, para o empoderamento feminino.

Para Iracema da Silva, neta de 51 anos, a escolha do nome da associação foi coerente com a trajetória de vida da avó dentro da comunidade. As netas mencionam que é possível notar que as matriarcas do Curiaú orientam as próprias famílias com base no exemplo de vida de Tia Venina.

Foto: Reprodução /Facebook

Walter Jr., publicitário e presidente do Instituto Memorial Amapá, classifica a segunda Venina,  como uma das "Guardiãs do Marabaixo". O nome dela é Venina Francisca da Trindade"Venina não participou apenas do Marabaixo, mas também foi uma guardiã da nossa cultura, uma mulher que lutou para preservar as raízes culturais do nosso povo. Graça a ela e a tantos outros, o Marabaixo é hoje reconhecido como uma das manifestações mais significativas da nossa identidade cultural."

Além disso, ela era uma tacacazeira dedicada, dotada de uma alegria inconfundível e um amor pela cultura que ultrapassava o tempo e o espaço. Walter diz, em sua narrativa, a pura verdade: "Conversar com a Venina era como abrir uma janela para um mundo repleto de energia, tradição e resistência. Ela demonstrava uma disposição extraordinária para amanhecer cantando e dançando com os ladrões de Marabaixo, algo que me fascinou profundamente."

Homenagem honorífica.

Em dezembro de 2020, foram instaladas estátuas de cinco figuras relevantes da cultura e educação amapaenses em quatro pontos distintos de Macapá. A Tia Venina, do Curiaú, também foi uma das homenageadas.

Estátua da Tia Venina fica no bairro Laguinho — Foto: Rafaela Bittencourt/Rede Amazônica 

O monumento fica na esquina da Rua Eliezer Levy com a Avenida Mãe Luzia, no bairro Laguinho. Os artistas a reproduziram, com um colar, um sorriso no rosto e ainda segurando a saia rodada representativa de quem dança Marabaixo. 

Créditos: G1/PMM e Memorial Amapá

Fonte: Pe. Paulo Roberto Matias Souza (via Facebook)

Post atualizado e reeditado em 22/11/2024, por conter incorreções.

domingo, 17 de novembro de 2024

MEMÓRIA DO ESPORTE AMAPAENSE > ANTÔNIO VILELA, UM CARTOLA COMO POUCOS

Encontrei essa pauta no Bau de Lembranças do meu amigo João Silva e a transcrevo no blog Porta-Retrato como uma homenagem póstuma a uma figura singular e especial do mundo empresarial e desportivo.  Conheci Seu Antônio Vilela quando trabalhei na mineradora ICOMI, em Santana, no Amapá, nos anos 1970 até 1977.

Um audacioso desportista que ajudou a fundar o Independente Esporte Clube. Ele era magro, mediano, falava bem e andava rápido. Que tinha como sua paixão o futebol. 

Antônio Vilela - Reprodução Facebook

Antônio Vilela, carioca, foi para o Amapá instalar a lavanderia da ICOMI e lá permaneceu até sua morte. João Silva relata que a dedicação de Vilela ao Carcará da Vila Maia era tão intensa que, contra a vontade de sua esposa, vendeu um imóvel pertencente à família para ajudar na construção da sede social do IEC, clube fundado por ele e do qual foi presidente por quatro mandatos. Vilela faleceu aos 77 anos, em 1984, e foi homenageado com o nome do estádio "Vilelão", construído no centro de Santana, a segunda maior cidade do estado, e que ainda aguarda sua conclusão.

Ele fez parte de um grupo de cartolas que marcou a história do IEC, como Claudio Lucio Monteiro, Raimundo Oeiras, Malquesedec da Silveira, Rosemiro Rocha, Rubens Albuquerque, Francisco Nobre e José Muniz. Imaginem a apreensão da esposa de Vilela ao descobrir o destino de uma residência adquirida com o esforço de muitos anos de trabalho. Em tempos anteriores, o amor pelo clube era predominante e os dirigentes se dispunham a investir seus próprios recursos, inclusive deixando de lado os bens da família para beneficiar o clube que amavam.

Conta-se que, ao escolher o nome "Independente", o grupo fundador do IEC quis deixar claro o desejo de que o novo clube se distanciasse tanto de Santana quanto da ICOMI.

Fonte: João Silva/Facebook

sábado, 16 de novembro de 2024

MEMÓRIA DA EDUCAÇÃO NO AMAPÁ > LEMBRANÇA DE TRÊS PIONEIRAS DE MACAPÁ

O blog Porta-Retrato - Macapá compartilha hoje, uma lembrança de três pioneiras da Educação no Amapá, extraída do acervo pessoal do Pe. Paulo Roberto Matias Souza.

No registro da década de 1970, imagens das professoras Ofélia, Joelina e Raimunda dos Passos em frente à Escola Estadual “Alexandre Vaz Tavares”.

Fonte: Pe. Paulo Roberto Matias Souza

sábado, 9 de novembro de 2024

MEMÓRIA DO FUTEBOL AMAPAENSE > CRAQUES DO AMAPÁ CLUBE

Uma lembrança do jogador Boró, do Amapá Clube, de 1964, é reproduzida no blog Porta-Retrato-Macapá, juntamente com os seus companheiros Membeca, Suzete, Armando Pontes e Mucuim (Estácio Vidal Picanço). Ele está no meio. Era o treinador da equipe.

João Pignataro, mais conhecido como Boró, jogou pelo Amapá Clube nos anos 40 (nos campos da Matriz, hoje Praça Veiga Cabral) e 50. Ele era apaixonado pelo "Alvinegro da Presidente Vargas".

Fonte: Franselmo George

sexta-feira, 8 de novembro de 2024

MEMÓRIA DA IGREJA CATÓLICA – BISPOS DE MACAPÁ

RESGATE HISTÓRICO

Dois, dos sacerdotes que aparecem, em destaque, nesta foto dos anos 1950, foram bispos na Prelazia de Macapá. Falo de Dom Arcângelo Cerqua e Dom João Risatti.

DOM ARCÂNGELO CERQUA

Dom Arcângelo Cerqua, do PIME, nasceu em Giugliano, na Itália, no dia 2 de janeiro de 1917, filho de Antônio Cerqua e Maria Assunta Cecere. Foi o primeiro bispo da Diocese de Parintins. Arcângelo ingressou na Congregação do Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras (PIME) e foi ordenado sacerdote em 29 de junho de 1940, na Catedral de Milão, pelas mãos do Cardeal Schuster. Em 16 de março de 1948, recebeu o crucifixo missionário e partiu da Itália rumo à Amazônia. Chegou à Bahia em 16 de abril e a Macapá em 29 de maio. Nesse mesmo dia, assumiu o cargo de vigário de Macapá. Com a criação da Prelazia de Macapá, tornou-se seu vigário-geral. Dom Arcângelo Cerqua faleceu na Itália em 16 de fevereiro de 1990.

DOM JOÃO RISATTI

Dom Giovanni (João Risatti), nasceu em Trento/Itália, em 1 de dezembro de 1942. Emigrou da Itália para o Brasil em 1972, em missão na cidade de Parintins, no Amazonas. Sua consagração episcopal ocorreu em 1988. Assumiu o bispado da Diocese de Macapá do ano de 1993 até a sua Páscoa, que aconteceu em missão na Itália, no dia 9 de setembro de 2003, vítima de infarto do miocárdio. Exerceu uma Pastoral profundamente dinâmica e missionária, tendo realizado diversas obras para a Igreja Católica no Amapá, dentre elas a tão sonhada Catedral de São José.

Fontes: Pe. Paulo Roberto Matias Souza/Wikipédia e Diocese de Macapá

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

MEMÓRIA DO COMÉRCIO AMAPAENSE > PIONEIRO PEDRO NERY DA CRUZ

Na parte externa do lendário Mercado Central de Macapá, na Avenida Antônio Coelho de Carvalho, está o Bar Du Pedro. O blog porta-Retrato-Macapá traz hoje a história de Pedro Nery da Cruz, dono do Bar Du Pedro.

Pedro Nery da Cruz, nascido em Macapá, em 15 de janeiro de 1915, era filho de José e Raimunda Nery da Cruz. Com a esposa, Maria Dalva Sandim Nery, teve onze filhos, sendo quatro homens e sete mulheres, 35 netos e 27 bisnetos. Pedro Nery iniciou a sua carreira em Belém do Pará em 1940, como taifeiro no Barco São Luiz Gonzaga, propriedade da família do seu primo Clóvis Dias, que transportava cargas e passageiros no trecho Belém/Afuá/Macapá/Belém. Em 1957, Pedro se mudou com a família para Macapá, onde começou a trabalhar com bar e mercearia na doca da fortaleza e, posteriormente, no bairro do Trem, sempre acompanhado do primo Clóvis DiasNa época, o Amapá era governado pelo capitão Janary Nunes e a mineradora Icomi estava em franca expansão. O bairro do Trem era um canteiro de obras. No cruzamento da Rua Odilardo Silva com a Avenida Desidério Antônio Coelho, foi instalado o Bar e Mercearia São Luiz Gonzaga, com grande movimentação dia e noite, devido às partidas de sinuca. 

No início da década de 1960, ele administrava o Bar São Luiz Gonzaga, localizado na lateral do mercado central. Posteriormente, com o primo Clóvis Dias, conseguiu a transferência do espaço para o seu nome. A clientela, em sua maioria composta por açougueiros, peixeiros e feirantes, chamava o estabelecimento de bar do Pedro (vai comprar no Pedro). Ele escolheu o nome fantasia BAR DU PEDRO, uma vez que o DU, por erro do pintor letrista, foi bem aceito pelos frequentadores da hora, que pediram para deixar ficar. 

A marca Bar Du Pedro está eternizada. Seus apoiadores sempre foram filhos, cunhados, primos, sobrinhos e netos, assim como a esposa Dalva e as filhas, que, de casa, eram responsáveis pelas iguarias, bolos e pastéis, aumentando a renda familiar. Pedro Nery foi torcedor dos clubes do Remo, Esporte Clube Macapá e Botafogo.  Gostava de ler e ouvir a programação das emissoras de rádio, especialmente os programas "A Voz do Brasil" e "Voz da América". Pedro Nery deixou o bar em 1997, aos 82 anos. A partir daí, Antônio Modesto, genro e Nilson Nery, neto, assumiram a responsabilidade pelo estabelecimento comercial. Ele faleceu aos 90 anos, no dia 16 de dezembro de 2005, no Hospital São Camilo, vítima de parada cardíaca, e seu corpo repousa em paz no Cemitério de N.S. da Conceição, no centro da cidade.

Em 2006, o filho Luiz Gonzaga, acompanhado da esposa Maria da Conceição Lourinho, e dos filhos Cláudio e Pedro Neto, assumiram o Bar Du Pedro. Com a recente alteração do espaço mercadológico, o bar permanece aberto durante as tardes e noites.

Pedro Nery Neto é o líder do novo movimento vivido pelo Bar du Pedro, o mais antigo em funcionamento no estado.

Um boteco com ares de bar.

Nota do Editor:  Biografia elaborada com informações de Luiz Sandim Nery, filho do biografado, a quem agradecemos!

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

MEMÓRIA CULTURAL DO AMAPÁ - COMUNIDADE QUILOMBOLA DE ILHA REDONDA

 A região de Ilha Redonda, tem cerca de 170 anos de história. Aproximadamente 90 famílias residem lá, sendo que 9% dos habitantes são descendentes.

A denominação Ilha Redonda é atribuída à formação de florestas de pântano e terra firme, além de campos de terra firme. As florestas de terra firme e inundadas seguem a forma circular das ribanceiras, vastas áreas de campos (serrado), formando uma espécie de ilha no seu centro.

Em meados do século XIX, a família de origem portuguesa Siqueira Picanço Lobo, acompanhada de seus escravos de sobrenome Tacacá, aportou em Mazagão. Em decorrência da epidemia, deixou Mazagão e se estabeleceu em uma região rural afastada da vila de São José de Macapá, conhecida como São Pedro de Ilha Redonda.

A família se expandiu e ocupou uma vasta área, que se estendia do rio Amazonas até o esparica km 17, de leste a oeste, desde a extremidade do Curiaú, que na época era uma fazenda, até as margens do rio Matapí, totalizando aproximadamente 40 mil hectares de terras.

Sua produção era baseada na criação de grandes e pequenos animais, na agricultura de roças de mandioca, café, tabaco, cana de açúcar e pomares de frutas.

A cultura religiosa incluía celebrações de criador ou santo, realizadas com doações provenientes das promessas feitas pelos devotos de cada santo. Os negros mantinham os batuques separados, sobretudo quando as colheitas eram bem-sucedidas.

Ao longo do tempo, a área precisou ser dividida, uma vez que os filhos estavam crescendo e formando famílias, exigindo a ocupação de toda a área. O mesmo ocorreu com os escravos.

A área foi dividida em seis: São Pedro da Ilha Redonda, Fortaleza ou Lagoa dos Índios. O coração da Ilha Redonda, atualmente Vila Coração. Nossa Senhora da Conceição, também chamada Lagoa de Fora. Retiro São Raimundo de Ilha Redonda, antiga propriedade onde tudo começou. São Sebastião de Ilha Redonda é a vila da comunidade atualmente. A Esparica da Ilha Redonda delimita o norte das terras.

A maior frustração dos patriarcas e matriarcas dessa família foi ver os netos e bisnetos formando famílias com os descendentes e bisnetos de seus escravos. Os mesmos, expulsos, foram residir na comunidade do Curralinho.

Ao longo dos anos, a população branca de origem portuguesa foi sendo substituída por uma população de pele mais escura, devido à mistura. A cultura predominante começou a introduzir o batuque nas primeiras noites de celebração. Com uma forte presença católica.

Em 1997, a comunidade de Ilha Redonda sofreu um grande impacto ambiental, com a implantação de um lixão a céu aberto, o que quase levou a comunidade à extinção. Foram nove anos de poluição causada por gases tóxicos, odor e moscas. Na vila da comunidade, havia apenas uma residência.

Hoje em dia, a comunidade de Ilha Redonda é reconhecida em todo o país como remanescente de Quilombo, após longas batalhas contra latifundiários que, por meio de métodos ilegais, tentaram expulsar os negros de suas terras.           

Fonte BLOG QUILOMBO DO AMAPÁ – (Com informações do senhor Benedito Sobrinho Lobo um dos bisnetos da senhora Fostina Siqueira Picanço).

sábado, 19 de outubro de 2024

LUTO NA COMUNIDADE MÉDICA DO AMAPÁ - MORRE JOCY FURTADO DE OLIVEIRA - MÉDICO ANESTESISTA

Na quarta-feira, 16, morreu em Macapá aos 76 anos de idade, o médico anestesista JOCY FURTADO DE OLIVEIRA. Ele estava na UTI do Hospital São Camilo, em decorrência de um acidente vascular cerebral hemorrágico. Foi submetido a uma cirurgia, mas não resistiu.

O macapaense Jocy Furtado de Oliveira, filho de Ituassú Borges de Oliveira e Francisca Furtado de Oliveira, era o irmão mais velho de Suely e José Furtado (In memoriam). Neto legítimo de Ernestino Borges, Intendente (prefeito) de Macapá entre setembro de 1921 e março de 1922. Jocy Oliveira frequentou o grupo escolar anexo à Escola Normal, dirigido à época pela professora Esther da Silva Virgolino, e se formou no Colégio Amapaense no ginásio e no científico. 

Em 1968, foi aprovado para o curso de medicina da Universidade Federal do Pará e se formou em 1973. Fez residência médica, de 1974 a 1975, em anestesiologia, no Centro de Ensino e Treinamento Integrado da Unicamp, São Paulo

Em 1977, casou-se com Oriete Sussuarana de Oliveira, com quem teve três filhos. No mesmo ano foi nomeado médico do Território Federal do Amapá e permaneceu no estado como médico anestesista. Foi presidente do Conselho Regional de Medicina do Amapá. Fundador e presidente da Sociedade de Anestesiologia do Estado do Amapá (SAEAP) e membro da Academia de Medicina do Estado do Amapá

No dia 13 de setembro de 2021 recebeu a medalha da Academia dos Notáveis Edificadores do AmapáO notável Guilherme Jarbas Santana foi o patrono e o Desembargador Carlos Tork entregou-lhe a medalha. O evento fez parte da campanha "Orgulho de ser Amapá", desenvolvida pelo senador Randolfe Rodrigues em parceria com a Prefeitura de Macapá, Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça e o Memorial Amapá.

Jocy ocupou também o cargo de Secretário de Saúde do Amapá.

A família informou que o corpo de Jocy Furtado de Oliveira foi cremado.

Fontes: Memorial Amapá e redes sociais

Fotos: Nascimento Kitt, Ascom do Senador Randolfe e do acervo do homenageado.

LEMBRANÇA DO FUNDO DO BAÚ – RARIDADE DO ”MOLEQUE TRAVESSO”

O JUVENTUS ESPORTE CLUBE , conhecido pelo apelido de “ MOLEQUE TRAVESSO ”, era uma entidade esportiva situada em Macapá , a capital do estad...