terça-feira, 29 de abril de 2025

MEMÓRIA DA EDUCAÇÃO NO AMAPÁ > INSTITUTO DE EDUCAÇÃO - IETA

A Escola Normal de Macapá tornou-se um Instituto de Educação em 1965, sob a gestão do Governador Luis Mendes da Silva, com um projeto que foi desenvolvido pelo professor e sociólogo Alberto de Andrade Uchôa.

Por conta disso, Uchôa detém em seu acervo particular várias imagens que documentam as atividades do IETA

Hoje, destacamos fotos do Governador Luis Mendes da Silva, junto ao professor Uchôa, enquanto observa grupos formados por alunos do IETA, tanto do sexo masculino quanto feminino, organizados em um evento cívico que não foi identificado.

Via Facebook

segunda-feira, 28 de abril de 2025

LEMBRANÇA DOS PIONEIROS DE MACAPÁ > SEU RUBIM ARONOVITCH E DONA DADÁ

Hoje, trago ao Porta-Retrato, um momento de um dos pioneiros de Macapá.

Refiro-me ao Pioneiro da Saúde no Amapá – Dr. Rubim Brito Aronovitch, nascido em Belém do Pará, no dia 9 de dezembro de 1905.

O Dr. Rubim, conhecido como “Seu” Rubim por aqueles próximos, era um farmacêutico formado pela Faculdade de Farmácia da Universidade do Pará em 1948.

Logo após concluir seus estudos, mudou-se para o antigo Território Federal do Amapá e, em 14 de fevereiro de 1949, começou a trabalhar para o governo como farmacêutico.

Ele foi o responsável pela Farmácia da Unidade Sanitária Mista de Macapá. Além disso, exerceu o cargo de professor na Escola Normal de Macapá, onde ensinou Higiene, Ciências Naturais, Física, Química e Biologia entre 1955 e 1962.

Era totalmente devotado ao seu trabalho e continuava se aperfeiçoando e estudando. Em 1959, foi um dos criadores da Associação de Farmácia e Bioquímica do Amapá.

Descendente de imigrantes russos, Rubim Brito Aronovitch fez do Amapá seu lar, participando de atividades sociais, esportivas e políticas. 

Casou-se com a Sra. Odacy, carinhosamente chamada  Dadá, que aparece ao seu lado em um evento social em Macapá.

Ao se aposentar, mudou-se de volta para Belém.

Após seu falecimento, o farmacêutico Rubim Aronovitch teve seu nome homenageado na Unidade Básica de Saúde do bairro Santa Inês, à beira do rio Amazonas, na capital do Amapá.

domingo, 27 de abril de 2025

MEMÓRIA DO FUTEBOL AMAPAENSE > BONS DIRIGENTES

Amigo João Silva, nos brinda com uma imagem especial de seu Baú de Lembranças, retratando quatro destacados dirigentes de times de futebol da época áurea do esporte no Amapá.

No registro histórico, começando pela esquerda, encontramos PEDRO ASSIS DE AZEVEDO, que exerceu a função de Vice-presidente da FAD (Federação Amapaense de Desporto) na década de 1970; HERMENEGILDO GOMES DE LIMA, que esteve ligado ao pedestrianismo e ao “Latitude Zero”; o engenheiro MANOEL ANTÔNIO DIAS, que presidiu a FAD durante a realização do primeiro Copão da Amazônia, um marco importante na história do futebol no Amapá; e, por fim, ALBERTINO MELO, um dirigente do Ypiranga Clube.

Via Facebook

sábado, 26 de abril de 2025

MEMÓRIA RADIOFÔNICA DE MACAPÁ: O ‘LOURINHO RE”

Muito antes da apresentadora Ana Maria Braga introduzir o Louro José em seus programas de culinária na TV, nós, em Macapá - especificamente na Rádio Educadora São José - já tínhamos desenvolvido um personagem que também fazia intervenções em nossas transmissões naquela emissora.

Imagem meramente ilustrativa

A distinção é que o Louro José é um tipo visual, enquanto o nosso “Lourinho RE” era de natureza sonora. Permita-me esclarecer: os ouvintes escutavam um áudio que tentava reproduzir o som de uma “Amazona aestiva”, ave nativa da região leste do Brasil, popularmente conhecida como papagaio-verdadeiro, ajuruetê, papagaio-grego, ajurujurá, curau, papagaio-comum, papagaio-curau, papagaio-de-fronte-azul, papagaio-boiadeiro, trombeteiro e, finalmente, louro.

Na RE, nós criamos - em colaboração com o amigo Remy Barros, do Departamento Técnico - uma gravação de voz que era inicialmente reproduzida em velocidade normal e depois acelerada, resultando em uma atração interessante e inovadora.

Isso gerou a curiosidade dos ouvintes sobre como realizávamos essa gravação? 

"LOURINHO" - Há muita gente por aí, querendo conhecer o "Lourinho" da RE...Só que o pessoal da emissora o mantém preso numa gaiola, trancada a sete chaves...
"Este 'Lourinho' vai longe"; diz sempre o João Lázaro, vaidoso da inteligência do papagaio...
(Texto do saudoso e inesquecível amigo, José Maria de Barros)
A propósito, encontrei um trecho do Jornal “A Voz Católica”, na coluna NOTICIÁRIO RE, que foi publicado na edição de 12 de outubro de 1968, e que documentava exatamente essa ideia que se tornou um grande sucesso na “caçulinha”.

sexta-feira, 25 de abril de 2025

MEMÓRIA DO ESPORTE AMAPAENSE > GRATAS LEMBRANÇAS DO SEBINHO

Hoje, trago duas lembranças marcantes do querido amigo FRANCISCO DIAS MACEDO, nosso inesquecível SEBINHO, uma verdadeira lenda do Ciclismo no Amapá.

Na primeira imagem, vemos SEBINHO ao lado de dois colegas ciclistas de Macapá. O mais alto é o SERÁPIO HYACINTH, um renomado campeão das corridas de bicicleta. O segundo ciclista não foi identificado.

Na segunda foto, Sebinho está com companheiros da Indústria e Comércio de Minérios S/A – ICOMI:

Eric Lucien, Bacaba e Rui Miranda.

Créditos das imagens: Arquivo pessoal da família de Sebinho.

quinta-feira, 24 de abril de 2025

MEMÓRIA RADIOFÔNICA DE MACAPÁ

MEMÓRIAS DO RÁDIO
(*) José Machado 
Meados dos anos 70 quando selecionávamos algumas músicas semi clássicas para o programa “AS GRANDES ORQUESTRAS” , que apresentávamos diariamente a partir das 18h05, logo após a prece do Ângelus, por uma feliz coincidência, desses casos incidentais da vida, descobrimos uma música, num Lp que o nosso querido Humberto Moreira trouxe de sua casa e deixado esquecido na discoteca.]
Soubemos de imediato pelo estilo ritmado, que não se coadunava com o programa, que exigia um gênero musical mais suave. Chamamos o Benedito Andrade – Diretor de Jornalismo à época e pedimos a ele que a ouvisse. Também ocupavamos a função de Diretor de programação. Em comum acordo decidimos que seria a vinheta de abertura dos noticiários relâmpagos como chamávamos.
No dia seguinte, as 9h foi tocada na abertura da primeira audição diária do Informativo E-2, presentado pelo seu Bené como o tratávamos intimamente. Foi bem recebida pelos ouvintes, tendo alguns telefonado para a emissora elogiando a escolha.
A partir daquele dia que não chego a lembrá-lo, por quase uma década, seu arpejo era tocado seis vezes diariamente: 09h/ 10h/ 11h/ 13h/ 15h e 17h (horários dos informativos). Além das audições extraordinárias, quando um fato novo exigia a entrada do noticiarista de plantão.
A Difusora tinha uma das melhores equipes do rádio amapaense e do Norte do Brasil. Uma época em que o locutor era eclético fazia todo estilo de locução. E nós, tivemos o privilégio de trabalhar ao lado de figuras exponenciais do rádio.
Quem chegou a ouvir a Difusora dos anos 60 e 70 - Quem já passou dos 50 há de lembrar…. A RDM foi uma emissora referência em questão de qualidade, tanto de programação, quanto música e recursos humanos.
Ainda hoje, ecoa em meus tímpanos o prefixo musical, que fez história, em uma fase áurea da RÁDIO DIFUSORA DE MACAPÁ.
(*) Radialista e jornalista do Amapá
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Nota do EditorTexto publicado na rede social em 12 de setembro de 2020, em celebração ao 74º aniversário da Rádio Difusora de Macapá. Uma recordação da “Marcha dos Violinos”, título da famosa introdução musical, com a magnífica interpretação do renomado maestro francês Franck Pourcel.
Ouça:
(You Tube)

quarta-feira, 23 de abril de 2025

MEMÓRIA DA TV AMAPÁ - CANAL 6

Registro em preto branco da década de 1970, com imagens de pioneiros da Tv Amapá – Canal 6, em Macapá.

Da esquerda para direita: Bira Matias, Corrêa Neto e Júlio Duarte. 

Bira Matias atuou como assistente administrativo e Júlio Duarte como cinegrafista. O jornalista Antônio Corrêa Neto, que faleceu em 21 de abril de 2013, dirigiu o setor de jornalismo da emissora.

Via Facebook

terça-feira, 22 de abril de 2025

MEMÓRIA FARMACÊUTICA DE MACAPÁ > PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM E FARMÁCIA

Nos anos 60, ou até um pouco mais, o farmacêutico era considerado o "médico da família". Ele era a pessoa encarregada de cuidar da saúde da comunidade. A farmácia funcionava como o "consultório", o "ambulatório" e o "pronto-socorro" da região.

Recordo que, no início do Território do Amapá, os farmacêuticos mais conhecidos em Macapá eram os senhores Francisco Serrano, Seu Bruno (pai de Hernani Guedes) e o Sr. Amorim. Também havia o Seu Juraci e o Seu Piríco. Após o falecimento dos pais, Marlindo Serrano e Hernani Guedes, que eram filhos dos primeiros, continuaram prestando serviços à comunidade, especialmente para os mais necessitados. Devido à proximidade da Doca da Fortaleza e do Igarapé das Mulheres, os ribeirinhos e embarcadiços eram os frequentadores mais comuns buscando esse tipo de ajuda. Além disso, era mais simples e rápido resolver os problemas que os afetavam, e o custo se resumia apenas à compra do medicamento prescrito na farmácia, sem gastos extras com serviços farmacêuticos.

Imagem ilustrativa

Sem dúvida, as aplicações de injeções eram os serviços mais procurados. Com um atendimento que sempre incluía palavras de conforto e carinho, esses farmacêuticos conquistaram a afeição do povo.

Imagem ilustrativa

É relevante notar também que naquela época não havia materiais descartáveis como hoje, o que exigia cuidados maiores na limpeza dos instrumentais cirúrgicos, no manuseio e na conservação do ambiente.

Imagem ilustrativa
A esterilização nesses tempos era realizada de forma bastante simples: todos os materiais eram colocados dentro de um estojo, era necessário montar um suporte para segurar a seringa e a agulha, adicionar álcool na tampa e deixar o líquido ferver até que estivesse pronto para uso de forma segura.

Recebemos muitas injeções com seringas de vidro que vinham nessas embalagens, aplicadas pelo Seu Bandeira e pela Dona Marina, que eram enfermeiros que atendiam em domicílio.

Não podemos esquecer de outros dedicados profissionais da saúde, como o enfermeiro que deu nome à Unidade Básica de Saúde Raimundo Hozanan, localizada no bairro do Muca, e do farmacêutico Rubin Aronovitch, que nomeou a Unidade Básica de Saúde no Bairro Santa Inês. 

Créditos:  Imagens da Internet

segunda-feira, 21 de abril de 2025

MEMÓRIAS DA MACAPÁ DE OUTRORA > ANTIGA ENTRADA DO IGARAPÉ DA FORTALEZA

Imagens da entrada do antigo Igarapé da Fortaleza, apresentando barcos pequenos ancorados ao lado da Fortaleza de São José de Macapá.

Atualmente, toda essa área foi completamente pavimentada.

domingo, 20 de abril de 2025

MEMÓRIA DE MACAPÁ > VELHA RAMPA DO BAIRRO SANTA INÊS

Uma fotografia antiga com 38 anos, pertencente ao amigo Franselmo George, exibe uma cena de 1987 da antiga Rampa do Santa Inês, situada em Macapá. Nesse local, eram realizados serviços de lavagem de autos, mas hoje (2025) deu lugar à Rampa do Açaí.

Créditos: Franselmo George (Cortesia)

sexta-feira, 18 de abril de 2025

MEMÓRIA FOTOGRÁFICA DO AMAPÁ > ISAAC DA COSTA UCHÔA

Hoje prestamos nossa homenagem a ISAAC UCHÔA, o fotógrafo que contribuiu para a trajetória do Amapá.

Foto:Arquivo pessoal
ISAAC DA COSTA UCHÔA nasceu em Anajás, no estado do Pará, no dia 20 de julho de 1940. Mudou-se para Macapá aos 4 anos, onde passou a viver com seu tio, Benedito Uchôa, o Binga Uchôa, após a morte de sua mãe. 

Foto: Arquivo

Isaac escolheu a fotografia como sua carreira, exercendo a função de fotógrafo na Imprensa Oficial do Território do Amapá, na Sucursal da Folha do Norte e também na Imprensa Oficial do Estado do Amapá. Casou-se com Valdeci de Moura Uchôa, com quem teve dois filhos, Doriana e Isaac Júnior

Foto:Arquivo pessoal

Em 1972, foi eleito vereador de Macapá, conquistando 543 votos, uma marca significativa para aquele período.

A partir dos anos 1980, passou a atuar como repórter fotográfico para o Jornal do Amapá, sob a direção do jornalista Silas de Assis. Além disso, contribuiu para o Foto Lumière, que pertencia a seu primo-irmão.

Isaac Uchôa, aos 85 anos, desfruta de uma aposentadoria tranquila e, com uma memória excepcional, compartilha com orgulho sua jornada no mundo da fotografia.

Nota do Editor: Agradecemos a Bertoni Uchoa, sobrinho do biografado, por nos fornecer informações e fotos para montagem e ilustração desta biografia! (João Lázaro)  

terça-feira, 15 de abril de 2025

MEMÓRIAS DE UMA MACAPÁ DE OUTRORA: HISTÓRIAS DO LAGUINHO

PSIL                          X                      MANELÃO

A Briga do Século no Laguinho: Psil vs. Miguelão

(*) João Ataíde Santana

No coração do bairro do Laguinho, entre tambores, causos e cervejas geladas, aconteceu o que muitos chamam até hoje de a briga do século. Os protagonistas? Dois ícones da malandragem e da resenha local: Psil e Miguelão.

Miguelão era conhecido pela boca afiada e pelas piadas de duplo sentido, sempre com uma tirada pronta na ponta da língua. Já Psil era o típico preto malandro, no melhor sentido da palavra – daqueles que sabem sair de qualquer situação com elegância (ou quase).

Certa tarde, Miguelão chegou ao famoso bar do Tio Duca, sentou-se de costas para o bar e de frente para a rua. Pediu uma cerveja e, sem perder a oportunidade, soltou mais uma das suas piadas, zoando o Psil que estava por ali. Mal sabia ele o que o esperava.

Psil, ferido no orgulho e sempre pronto pra uma boa travessura, esperou a distração do rival. Aproveitou o momento, veio por trás e pá! – um tapão pelas costas que fez Miguelão cair da cadeira sem saber de onde tinha vindo a pancada. Atordoado, olhou para os lados tentando entender o que tinha acontecido. A galera do bar, claro, caiu na gargalhada.

Enquanto isso, Psil já tinha sumido. Pegou um táxi, deu a volta no quarteirão e, no momento em que Miguelão começava a juntar as peças e alguém soprou o nome do autor da proeza, eis que o carro para bem na frente do bar. Psil baixa o vidro calmamente e solta a pérola:

— “Deite e dartiei de novo!”

E sumiu como fumaça, deixando o bar em estado de euforia.

Dizem por aí que o Miguelão, tempos depois, teve sua revanche. Pegou o Psil em uma roda de samba, num momento de descuido, e fez dele ventríloquo — mas essa parte da história ninguém confirma com muita certeza. No Laguinho, a verdade sempre vem temperada com um pouco de exagero e muito bom humor.

Publicada no Facebook

(*) João Ataíde Santana, de Macapá e filho de pais quilombolas, é graduado em História. Professor, militante do movimento negro e Hip Hop, foi conselheiro estadual de educação e publicou um livro sobre Hip Hop.

segunda-feira, 14 de abril de 2025

HISTÓRIAS E MEMÓRIAS DO CAMISA DEZ

GIGANTES DA COMUNICAÇÃO TUCUJU

Contador: Humberto Moreira

A gente se esbarrou pela primeira vez no IETA, logo depois que aquele educandário mudou de nomenclatura. Quando eu estava começando o ginasial ainda era Escola Normal, atuando na formação de professores.
João Lázaro
Foi nos corredores do Instituto que vi aquele jovem negro, de compleição física avantajada, que estudava em outra turma. Logo depois entrei para o escotismo e fui encontra-lo no Centro Educacional do Laguinho. Ficamos nos conhecendo porque, havia na Sede dos Escoteiros da Tropa Veiga Cabral um alto falante, tipo “Buca de Ferro” como se costumava chamar na época. O alto-falante estava sob o comando do saudoso José Roberto Santos, chefe da Alcatéia de Lobinhos e goleiro no São José dos melhores tempos. A gente tinha interesse em fazer parte da comunicação do Centro e começamos ali nossa relação de amizade que perdura até hoje. Participamos de vários acampamentos comandados pelo Chefe Humberto Santos, em lugares como Abacate da Pedreira, Ilha de Santana e Aporema. A única diferença foi que ele gostava de fazer programas musicais e eu estava mais interessado na transmissão de jogos de futebol. Essa nossa paixão pela comunicação nos levou às duas emissoras de rádio que existiam na época. João Lázaro foi para a Rádio Educadora e eu desembarquei na Difusora.

Por conta do meu fanatismo pelos Beatles eu estava sempre ligado nos programas comandados pelo Janjão na emissora da Prelazia. Músicas como Let it be ou The fool on the hill eu ouvi pela primeira vez na Educadora. A rádio dos padres era um pouco mais moderna que a nossa RDM. Naquela época produzia-se programas com cortinas musicais características e o Janjão era exímio em escolher os BJs dos seus horários. Além da seleção musical que refletia o gosto apurado do Disk Jokey.
Ainda na Educadora o meu amigo comandou um programa denominado ANRÊ, que eu confesso que nunca fiquei sabendo do que tratava o título. Mas era um programaço.
Para a minha surpresa, certo dia anunciaram que o João Lázaro estava mudando para a RDM. No primeiro momento pensei com os meus botões que a programação musical da Pioneira, principalmente nos fins de semana, ia dar um salto de qualidade. E foi o que aconteceu. Lázaro virou funcionário da mineradora ICOMI e eu já estava integrando aos “Milionários” que era o grupo musical do Santana Esporte Clube. Assim a gente também se via na sede do Canário Milionário. Foi lá que fiquei sabendo que ele fez amizade com pessoas dos navios estrangeiros que aportavam em Santana, para transportar Manganês para a Europa ou Estados Unidos. E era assim que ele conseguia as novidades musicais de grupos como Beatles e Rolling Stones.
Quando deixou a ICOMI o nosso colega desembarcou de vez na Difusora. De sorte que, quando a Radiobrás encampou a emissora do governo do então Território, Lázaro foi escolhido primeiro diretor. A essa altura ele já era funcionário da Prefeitura Municipal de Macapá. Quando ele assumiu a direção da Rádio eu e Milton Barbosa estávamos em Boa Vista, na cobertura do Copão da Amazônia e recebemos um Fax, dando conta que a partir daquele dia a RDM passaria a ser Rádio Nacional de Macapá. Voltamos da nossa missão receosos de não fazer parte da nova emissora. Mas logo assinamos contrato e ficamos quase 10 anos na empresa. João Lázaro exerceu a direção da emissora por mais algum tempo e depois integrou-se de vez à Prefeitura onde permaneceu até se aposentar.
Hoje ele vive em São José dos Campos, Estado de São Paulo, de onde comanda um blog muito considerado por seus leitores e seus colegas de rádio. O Porta Retratos se mantém fiel à Memória do Estado do Amapá. Há pouco mais de um ano encontrei o João Lázaro na Tiradentes, saindo de um Super Mercado. Ele esteve aqui cuidando de seus interesses e coincidentemente a gente se encontrou na rua. E foi uma festa. Não tenho a menor dúvida em reconhecer que João Lázaro da Conceição e Silva é um dos Gigantes da Comunicação Tucuju.

Nota do Editor : Agradeço ao amigo e confrade Humberto Moreira a deferência de ter colocado meu nome na pauta de suas Histórias e Memórias de Macapá. Trilhamos juntos essa jornada na área da Comunicação Tucuju, graças ao aprendizado que tivemos de grandes ícones do Rádio Amapaense, nossos mestres, nessa fascinante profissão! A recíproca é verdadeira, Humberto. Grande abraço!

quinta-feira, 10 de abril de 2025

BOAS LEMBRANÇAS > ENCONTRO ENTRE AMIGOS DO AMAPÁ

Uma imagem dos anos 60 nos apresenta três amigos de Macapá, jovens, em uma pose especial para eternizar esse encontro memorável.

Na ordem da esquerda para a direita, encontramos Laercio de Sousa Monteiro, líder estudantil e ex-aluno do Colégio Amapaense, ao centro o Comandante João Batista de Oliveira Costa, destacado profissional da aviação no Amapá e também ex-aluno do Colégio Amapaense, e à direita o professor Alberto de Andrade Uchôa, sobre sua bicicleta.

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Crédito da imagem: Arquivo da Família Uchôa

domingo, 6 de abril de 2025

MEMÓRIA DE MACAPÁ > ENCONTRO DE PIONEIROS DO AMAPÁ

O dia 2 de abril, que passou, foi significativo para familiares e amigos do professor Alberto de Andrade Uchôa, destacado sociólogo de Macapá, pois ele celebrou seu 92º aniversário.

Durante sua atuação como servidor público, Alberto Uchôa passou por diversas administrações, onde desempenhou um papel importante como assessor em funções significativas. Um dos momentos mais marcantes de sua carreira foi atender ao pedido do Governador Luiz Mendes da Silva, elaborando um projeto que transformou a Escola Normal de Macapá em um Instituto de Educação, dando origem ao IETA, onde se tornou o primeiro diretor e, mais tarde, professor. 

Para celebrar essa ocasião, seu filho, o fotógrafo Paulo Uchôa, compartilhou várias imagens de seu pai nas redes sociais. Dentre essas fotos, destacamos um encontro do professor Uchôa com alguns dos primeiros integrantes da história de Macapá em um evento social.

Nas imagens, da esquerda para a direita, em pé ao redor da mesa com as bebidas, estão: o Professor Alberto Uchôa, os advogados Pedro Peticov e Edir Macedo, além do amigo Clóvis Maia, irmão do Dr. Clemenceau Pedrosa Maia, ex-Juiz de Direito na Comarca de Macapá.

As senhoras Milnéia e Graça, esposas dos doutores Edir e Peticov, estavam sentadas.

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sábado, 5 de abril de 2025

HISTÓRIAS E MEMÓRIAS DO CAMISA DEZ

GIGANTES DA COMUNICAÇÃO TUCUJU

Contador: Humberto Moreira

O Galo de Ouro

Quando escolhi o rádio para ser minha forma de sustento, dei de cara com um monte de gente de quem eu já era admirador desde a minha época no Clube do Guri. Assim foi que, conheci de perto, gente como Pedro Silveira, Edvar Mota, Edna Luz, Benedito Andrade, Luciano Amaral, Benedito Silva, Silas Assis, Carlos Pontes Ernani Marinho e muitos outros. Todos eles faziam parte da Rádio Difusora, emissora que me receberia como integrante da Equipe Esportiva da RDM e onde atuou até hoje.

Desde o dia em que passei naquele teste aprendi e continuo aprendendo com os companheiros que tive e tenho na antiga ZYE-2, “uma voz do Amapá a serviço do Brasil.” Quando comecei pensei que não me demoraria muito. Meu sonho era fazer um curso de nível superior, se possível, em Belém, onde a família da minha mãe era numerosa. Porém fui que fui ficando, como diz a música do meu amigo Eudes Fraga. Daí quando dei por mim estava inteiramente envolvido com essa profissão fascinante. Passei a apresentador de programas musicais, narrador esportivo, noticiarista, repórter, discotecário e até rádio ator, sob o comando da professora Creuza Bordalo. Quando senti que dava, fui para a Faculdade para juntar experiência e teoria.

E continuei bebendo na fonte dos mais antigos, coisa que muito jovem não gosta de fazer. Eu gosto de ouvir as pessoas mais experientes e sei que sempre posso extrair algo positivo deles.

Mas ao longo dessa trajetória algumas figuras foram muito importantes. E por enquanto não estou falando de diretores ou comunicadores famosos. Deles conto em outra oportunidade, pois cada um teve sua influência no meu trabalho e afinal, nada se cria, tudo se copia, já dizia Abelardo Barbosa. Estou falando dos auxiliares, aqueles que te ajudam a ir pro ar diariamente e às vezes convivem conosco durante anos fazendo parte da atividade fim de uma emissora de rádio.

Por isso vou me reportar sobre o meu saudoso amigo Orivaldo Leão dos Santos, que conheci como vendedor de salgadinho na frente da RDM. Filho de família humilde, que veio do interior do Pará, Orivaldo vendia os produtos fabricados por seus familiares, para ajudar no sustento da família. Acontece que a turma da rádio nem sempre tinha dinheiro pra pagar na hora e o meu colega deixava passar alguns fiados. O problema era receber, porque alguns queriam ludibriar o vendedor. E isso dava uma confusão danada. Orivaldo queria sair no braço com alguns devedores.

Naquela época o Brasil cultuava o boxeador Eder Jofre, que havia conquistado o título mundial de Peso Galo, numa luta no Japão contra Massahiko Harada. Jofre passou a ser conhecido como Galo de Ouro porque sua esquerda era poderosa e já tinha criado problemas para muitos adversários. Ele veio a Macapá para uma exibição no Glicério Marques.

Justo na época em que o nosso vendedor de pastel já tinha se desentendido com alguns fregueses lá na Difusora. Observador como ele só, Pedro Silveira sapecou o apelido no Orivaldo. E o pior é que pegou. Dalí em diante o garoto do salgadinho ganhou a  alcunha de GALO DE OURO. Como ele estava sempre na rádio a direção da emissora arrumou um lugar de zelador para o nosso amigo. Nas horas em que não estava executando a limpeza do prédio, ele peruava na técnica. Dessa forma não demorou muito para virar controlista da RDM. Fui um dos primeiros a anunciar a presença do “Galinho” como técnico de som.

A gente gostava de trabalhar juntos. Principalmente nas transmissões esportivas onde o meu amigo era um craque. Mas ele também era um excelente conhecedor de boa música. Tanto que eu cansei de deixar a seleção musical dos meus programas sob sua responsabilidade. E como quem trabalha no rádio aprende vendo os outros fazerem, Orivaldo passou para o microfone. Ele produzia um programa musical chamado “Toca tudo” que durante um bom período foi o campeão do recebimento de cartas pedindo música. Sua audiência, principalmente na Zona Ribeirinha, era incontestável. Aos domingos os ouvintes vinham chegando cedo e se reunindo na garagem da rádio para conhecer o apresentador. E enchiam o apresentador de mimos como peixe, frutas etc.

Quando a Radiobrás encampou a Difusora, Orivaldo já estava no quadro federal e ele não foi incluído na equipe da Nacional. O meu amigo Galo voou para outras emissoras FMs e foi trabalhar com outros profissionais. Ao mesmo tempo passou a atuar como funcionário da DANF, um órgão que representava os funcionários federais no Amapá. Foi lá que o encontrei algumas vezes e onde a gente se lembrou do muito que produzimos nas comunicações do Estado.

A partida de Orivaldo Leão dos Santos aconteceu de forma surpreendente e prematura, pois eu tenho a impressão que ele ainda não havia chegado aos 60 anos. Hoje quando estou falando ao microfone em alguma atividade na Pioneira penso nele. No Galinho de Ouro. Companheiro fiel e profissional dos melhores com quem trabalhei. Seu legado não será esquecido por quem conviveu com sua dedicação e extrema competência.

VOA GALO.

Via Facebook

NOTA DO EDITOR -- Orivaldo Leão dos Santos, faleceu dia 29 de agosto de 2019, aos 64 anos.

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terça-feira, 1 de abril de 2025

MEMÓRIA DO COMÉRCIO AMAPAENSE > “GRUPO MONTE” - HISTÓRIA E DESENVOLVIMENTO

O Grupo Monte, uma organização genuinamente do Amapá, atua há 48 anos no ramo, focando na comercialização de uma ampla variedade de produtos para construção e acabamentos. Além de oferecer móveis, eletrodomésticos e utensílios para o lar, a empresa também disponibiliza combustíveis e lubrificantes em seus postos de gasolina.

OS FUNDADORES

Raimundo Pedroso Monte, conhecido popularmente como Nely, nasceu em 2 de dezembro de 1955, enquanto seu irmão Ladislao Pedroso Monte veio ao mundo em 18 de dezembro de 1957. 

Eles foram os filhos mais velhos de Antônio e Francisca Monte, que vieram à vida em uma modesta residência (foto) próxima ao Rio Pacoval, na região de Afuá. Em 1964, a família fez sua primeira mudança, saindo de uma zona rural do Pará para a cidade de Macapá, acompanhados de seus pais e irmãos. Essa jornada foi realizada em uma canoa a vela, e na época, Nely e Ladislao tinham 11 e 9 anos, respectivamente, para atender ao desejo do pai de matriculá-los na escola. Entretanto, em 1966, a família voltou permanentemente à capital do Amapá, fixando residência no bairro do Trem.

O INÍCIO

O início de toda a atividade empresarial aconteceu em 1 de dezembro de 1976, quando os irmãos Ladislao Monte, com apenas 19 anos, e Raimundo Pedroso Monte, chamado de Nely e com 21 anos, começaram suas operações comerciais. 

Na Avenida Pe. Júlio Maria Lombaerd, foi estabelecida a Estância 1º de dezembro, (foto) que se tornou o primeiro projeto da família, iniciando com a venda de madeira não processada. Antes de se tornar a Estância, este imovel foi residência da família de 1969 a 1972. Atualmente, o local abriga a loja Monte Matriz.

No momento em que os irmãos, Raimundo e Ladislao Monte, fundaram seu primeiro negócio, seu Antônio já atuava como comerciante na localidade de Afuá, no coração do Pará, o que foi extremamente útil para eles no começo de suas atividades comerciais.

Antônio Baia do Monte, um verdadeiro empreendedor, se alfabetizou sozinho, sem ter ido à escola, e criou diversas iniciativas comerciais para apoiar sua família. 

Na década de 50, ele se transferiu do Rio Pacoval para o Rio Anajás, localizado em Marajó, Afuá, Pará, em uma área com um movimento maior de pessoas e transporte de barcos. Nesse novo lugar, ele diversificou suas atividades, iniciando como coletor de látex e madeireiro, além de ter criado uma pequena serraria manual. Depois, expandiu suas operações com serviços de marretagem e regatão, até fundar uma serraria motorizada que possibilitou que seus filhos mais velhos, Raimundo (Nely) e Ladislao, da “Irmãos Pedroso”, iniciassem seus negócios. Contudo, ele permaneceu focado principalmente no comércio de alimentos e na venda de madeira.

Os irmãos ampliaram seus serviços, iniciando com madeiras tratadas e, em seguida, avançando para itens de construção, alcançando um crescimento significativo ao longo de cerca de quatro anos de operação comercial. No entanto, em primeiro de agosto de 1980, um infeliz acidente resultou na morte de Raimundo Pedrosa Monte, tendo um impacto profundo para a família e para o negócio, já que ele era o sócio principal, enquanto Ladislao atuava em um papel de suporte.

Depois de um período de duas semanas de luto e da suspensão das atividades da empresa, Ladislao, com apenas 22 anos, toma o comando da Madeireira Amazônia. Inicialmente, ele tinha apenas 15 funcionários, contando com a ajuda de seus pais. Com o passar do tempo, começou a comandar os negócios em parceria com seus irmãos. Juntos, foram se consolidando como uma empresa familiar bem-sucedida no ramo em que trabalham.

CRESCIMENTO E EVOLUÇÃO

Desde os anos 80, comandados por Ladislau Monte e com a ajuda de seus irmãos Isabel, Alice, Socorro, Tony, Teca, Valter e Silvia, os ganhos da Sociedade foram utilizados uma vez mais, para adquirir novas propriedades visando a futura ampliação dos empreendimentos.

No dia 15 de outubro de 1988, a Tropical Center foi oficialmente inaugurada pelos proprietários Ladislao Pedrosa Monte, Maria do Socorro Pedroso Monte e Ailton Souza de Melo, com a intenção de comercializar produtos para construção. 

A empresa iniciou suas atividades em um armazém de 300m², (foto) que era dividido entre a parte de vendas e o estoque, situado na avenida 13 de Setembro, 1912, no bairro Buritizal, em Macapá.

Todo esse avanço levou à criação de uma empresa familiar que se tornou bem-sucedida e é reconhecida na trajetória comercial do Amapá, alcançando uma posição elevada em seu segmento de varejo. 

Ao celebrar 48 anos de atuação no comércio do Amapá, o Grupo Monte, responsável pela Tropical Center e pela Monte Casa e Construção, inaugurou seu Memorial no dia 2 de dezembro de 2024, juntamente com um Centro de Serviços Corporativos Compartilhados.

O Memorial busca compartilhar com o público as recordações dessa jornada que continua. 
Em contrapartida, o Centro de Serviços Corporativos Compartilhados foi estabelecido para a administração de empresas, com o intuito de reduzir despesas, promover o crescimento dos colaboradores, ajustar processos e aumentar a competitividade.

O patriarca Antônio Baia do Monte conviveu com seus filhos e acompanhou toda a jornada que ele mesmo ajudou a moldar. Em 7 de janeiro de 2025, pouco antes de alcançar 95 anos, faleceu devido a um estado de coma causado por problemas nos rins, que acabou levando à falência de outros órgãos.

Créditos: Grupo Monte (Divulgação e imagens)

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