Hoje vamos recordar a trajetória do senhor José Duarte de Azevedo, conhecido como Zé Mariano — figura ilustre e indispensável à memória afetiva amapaense. Homem simples, íntegro e profundamente enraizado no bairro Formigueiro, Zé Mariano viveu intensamente o cotidiano do antigo Território Federal do Amapá. Sua história, sustentada pelo trabalho incansável, pela fé e pelo amor à família, merece ser retomada e celebrada como parte fundamental do nosso memorial coletivo.
Nascido em
Macapá em 1902, José Duarte de Azevedo, o Zé Mariano, cresceu em uma época em
que a cidade dava seus primeiros passos rumo à urbanização. Filho de Mariano
Duarte de Azevedo e Tereza de Azevedo Picanço, integrou-se desde cedo à
realidade dos pioneiros do Formigueiro, área onde muitas famílias tradicionais
ajudaram a moldar a identidade local.
Sua vida
profissional ganhou novos rumos a partir de um convite decisivo: o então
governador Janary Nunes, figura central na consolidação do Território Federal
do Amapá, chamou Zé Mariano para integrar a equipe responsável por importantes
obras públicas. Ele participou diretamente da construção do Hospital Geral de
Macapá e do Macapá Hotel, dois marcos estruturais que transformaram o cenário
urbano da capital na década de 1940.
A dedicação,
a seriedade e o senso de responsabilidade com que executava suas funções
renderam-lhe a confiança do Governo. Por isso, Zé Mariano assumiu mais tarde o
cargo de porteiro do Palácio do Governo, acumulando também inúmeras tarefas
externas. Era, como muitos lembram com carinho, o “verdadeiro faz-tudo”, sempre
presente, sempre pronto, sempre discreto.
No campo
familiar, Zé Mariano construiu uma história tão sólida quanto sua vida pública.
Casou-se com Tereza de Azevedo Costa, com quem teve oito filhos. Da união
nasceu uma linhagem que seguiria contribuindo com a cidade — entre eles,
Raimundo Azevedo Costa, que fez história ao se tornar o primeiro prefeito
eleito de Macapá, em 1985.
Católico
dedicado, Zé Mariano era presença constante nas missas da Igreja Matriz de São
José. Carregava consigo um entusiasmo especial pelas festas de arraial, período
que marcava encontros, reencontros e a celebração da cultura local. Nessas
ocasiões, recebia com alegria parentes e amigos vindos do interior, reforçando
os laços afetivos que sempre prezou.
Faleceu em
1986, deixando um legado de simplicidade, trabalho e dignidade. Sua trajetória,
embora marcada pela discrição, permanece viva na memória dos descendentes,
amigos e moradores que reconhecem em Zé Mariano um dos alicerces humanos que
ajudaram a construir Macapá.
Fontes: – Totem informativo instalado na Praça do Largo dos Inocentes - Formigueiro, projeto de revitalização da Prefeitura Municipal de Macapá, 2025.
Fonte memorial: João do Carmo Tavares (filho)
– Registro fotográfico de @paulotarsobarros.
Texto integrante do acervo histórico do blog Porta-Retrato – Macapá.

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