Numa justa homenagem póstuma
a este modesto senhor, o amigo e contemporâneo José Machado conta ao blog
Porta-Retrato-Macapá um pouco da vida deste grande e saudoso amapaense. José
Machado foi vizinho dele por mais de 30 anos no bairro do Trem, na Av. Cônego
Domingos Maltez, próximo ao SESI. Quando o conheceu Machado tinha
aproximadamente, uns oito anos de idade. Teófilo e a irmã, foram colegas de
trabalho de dona Maria Raimunda Barros Machado - mãe dele - no Hotel Macapá.
TEÓFILO
MOREIRA DE SOUZA, nasceu em 2 de novembro de
1915, na vila de São José de Macapá. De família humilde, tradicional, mas com
formação moral e religiosa muito forte; desde cedo seus pais incutiram-lhe o valor
e o gosto pelo trabalho. Por necessidade de contribuir com a rentabilidade
familiar, começou sua vida de labuta ainda adolescente desempenhando várias atividades
informais, até conseguir emprego na Indústria e Comércio de Minérios S/A –
ICOMI, empresa do grupo CAEMI, que iniciava a exploração das jazidas
de manganês no Amapá, e precisava de um grande contingente de mão-de-obra. Alguns
anos depois, contraiu matrimônio e optou por um emprego que pudesse estar mais
perto da família. Por indicação da sua irmã Raimunda Moreira, que já era
funcionária do Macapá Hotel, conseguiu uma vaga como cozinheiro. Com a
terceirização do hotel em meados dos anos 60, todos os servidores dentre os
quais ele estava incluso, que não tinham vínculo empregatício com o GTFA –
Governo do Território Federal do Amapá, foram dispensados. Graças a religiosidade
que exerce uma influência determinante sobre as outras esferas da vida social,
como a cultura, política e trabalho, não foi difícil conseguir um novo emprego,
na então gráfica São José recém-criada. Com a inauguração da Rádio
Educadora São José de Macapá em agosto de 1968 - como ambas as entidades
eram vinculadas a prelazia de Macapá, Teófilo passou a exercer suas atividades
também na emissora, no horário noturno como vigia. Com a desativação da rádio, Diô
como era tratado na intimidade pelos radialistas, tendo ingressado na terceira
idade e não alfabetizado, sabia da dificuldade que enfrentaria por um novo
emprego. Providenciou então sua aposentadoria, pois já tinha tempo suficiente
de contribuição previdenciária. Descansar, curtir a família, aproveitar todo o
tempo que não pôde, e recuperar os longos anos de trabalho eram algumas das
ideias que passavam pela sua cabeça. Porém jamais pensou em se isolar dentro de
casa. Diô, era um ser social, as
relações interpessoais faziam parte da sua natureza. Manter esses vínculos e
laços de amizade estava diretamente em seus novos planos. Por isso, costumava
sair pela tarde para tomar um pouco de sol, fazer uma caminhada e visitar os
amigos. Segundo sua filha, a socióloga Lúcia Moreira, esses encontros eram
muito benéficos psicologicamente. Voltava com um brilho no olhar, muito feliz
por haver encontrado os velhos amigos, e a satisfação de colocar a
‘prosa’ em dia e ainda relembrar os bons momentos que viveram em clima de
nostalgia. Ironia da vida – em uma
dessas caminhadas para encontrar os amigos dia 1 de novembro de 1989 (DIÔ), sofreu
uma parada cardiorrespiratória em via pública e foi internado na UTI do então
hospital geral de Macapá vindo falecer dia três de novembro de 1989 de infarto
do miocárdio aos 74 anos de idade, no dia seguinte de seu aniversário natalício.
Texto de José Machado –
radialista e jornalista do Amapá.
Nota do Editor - Tive a felicidade de
conhecer seu Teófilo (Diô) no tempo em que trabalhei na Rádio Educadora São
José de Macapá, de 1968 a 1972, quando ele era vigia noturno da emissora. Era
uma pessoa muito querida por toda a equipe. Depois que saí da Rádio nunca mais tive
notícias dele, somente agora através dessa matéria e das fotos. Tenho boas
lembranças! Esta é nossa singela homenagem póstuma, ao grande e
saudoso Diô, macapaense de raiz. Deus o tenha! (João Lázaro)
Mais um resgate, como riscar um palito de fósforo numa caverna escura. Assim seo Diô sai para a claridade das boas lembranças e entra para a imortalidade do porta-retrato.ap. parabéns, Janjão
ResponderExcluirÉdi Prado
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