quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Mercado Central de Macapá

O Mercado Central foi construído no governo de Janary Gentil Nunes e inaugurado em 13 de setembro de 1953. Dez anos após a criação do Território. 
O prefeito do município de Macapá era o Senhor Claudomiro Moraes (pai do radialista Euclídes Moraes). Para uma cidade que estava sendo erguida, a arquitetura era suntuosa para o tempo e para a humilde população, com casas de pau a pique e barro. 
Ele encontra-se erguido em um local de importância histórica da cidade de Macapá. Bem em frente à Fortaleza de São José de Macapá.
Os detalhes da construção são um passeio na arquitetura do tempo. A estrutura que suporta o telhado e a fachada são um exemplo disso. 
Logo após a conclusão do Mercado também foi erguido, em frente, um ponto de ônibus que ficou conhecido na cidade como Clip Bar, que na verdade era um estabelecimento comercial (um bar) que servia de abrigo de passageiros para os ônibus circulares da cidade. Veja o aspecto do local na foto acima.
(Foto: Reprodução de arquivo)
A frente do Mercado Central de Macapá fica para a Cândido Mendes, a principal rua do comércio local.
A Praça onde está o Mercado é denominada de Theodoro Mendes. Em homenagem ao ex-prefeito de Macapá  no período de 1896 a 1916, juntamente com o Coronel Coriolano Jucá, que foi de Intendente a prefeito.


Na parte interna foram construídos 16 boxes para a comercialização da carne verde e as ”marrons”, salgadas e verduras em geral. Nos outros 20 boxes internos funcionavam para venda de gêneros alimentícios oriundos de hortifrutigranjeiros, rios e florestas.
                                          (Foto: Reprodução / Facebook / Mural de Aldiere Nascimento Silva)
                
(Foto extraída do Facebook, de Aldiere Nascimento Silva)
Pelo lado interno do prédio existia um box que durante longos anos foi local da Banca de Revistas Cinelândia, do conhecido Nena Leão.
Me lembro bem que, na lateral direita, pela parte interna do prédio existia um box onde funcionava a Mercearia do Chaquib. Eu sempre comprava “gêneros de primeira necessidade” lá com ele.
Além dos primeiros japoneses que vendiam verduras e legumes, lembro-me dos nomes de alguns açougueiros que tinham “talhos” (boxes) de “carne verde”: a memória ainda me permite lembrar de alguns deles: Filomeno, Navegante, Mafra, Mamão, Jucelito, Armando, Viana, Bengala e muitos outros.
Existia ainda na parte interna um boxe onde funcionava a economia popular. Havia uma balança preta, na qual a população podia conferir se o peso das mercadorias estava correto. Os policiais fiscais eram José Maria Gomes Teixeira (Manga), Pompeu, Amadeu Gama (Belisca Lua), Pereira (pai do Policial Civil Marivaldo), Tito Amanajás, Evangelista, Olavo e Pedro Sabe Tudo.
(Foto: Reprodução / Jornal "A Gazeta/Macapá)
Na parte externa, pela lateral da Avenida Antônio Coelho de Carvalho, situa-se o Bar Du Pedro.
O mais antigo em funcionamento. Começou sob a responsabilidade de um comerciante, primo do Senhor Miguel Pinheiro Borges, que resolveu trabalhar na construção de Brasília e passou para o Senhor Clóvis Dias. Foi ele quem colocou o nome de Bar de São Luiz Gonzaga. A partir da década de 60, passou para o Senhor Pedro Nery da Cruz, que adotou o nome de Bar Du Pedro, que funciona até hoje sob a coordenação do filho. Ao lado, no beco dos sapateiros funcionava a barbearia Rio Chic, cujo proprietário era o Benedito, que tinha como sócios: Maurício, Moacir, Leobino e Afuá. A Sapataria do Irmão e Sapataria Chic, de propriedade do Bira, filho do barbeiro Benedito.
No canto que faz frente para o mercado de peixe, tinha a Ervanaria Amazônia, de propriedade do casal Martiniano e Benta.
Na parte externa que dá para a Avenida Henrique Galúcio, funcionou o Salão Latino Americano, onde trabalhavam os barbeiros Manoel Brito, Alvim, Timboteua, Quincas.
Naquele box do canto também funcionou, entre outros, a Farmácia do Hernani Guedes.
A construção do Mercado Central foi um marco nas obras do Governador Janary Nunes.
Nessa época, a área comercial de Macapá, ficava restrita à Doca da Fortaleza e a Rua Candido Mendes. Com a inauguração do Mercado Central, o espaço nas laterais foi tomado por ambulantes. Isso fez com que o governo municipal iniciasse a construção de pequenas lojas, nas laterais do mercado.
Pelo lado da avenida Henrique Galúcio, funcionavam: a Farmácia Droga Norte, de propriedade do saudoso Marlindo Serrano; também a Ourivesaria Estrela de Jesus; a Relojoaria Mido, de propriedade do  Zé da Mido, e muitos outros.
Passaram pela direção do Mercado os seguintes administradores: O primeiro deles foi o Sr. Meton Jucá; os demais foram Aurino Borges de Oliveira, Raimundo Pessoa Borges (Marituba), Raimundo Nonato da Penha (Laxinha), Pai Faca(irmão do ex-prefeito Azevedo Costa) e Pedrinho.
Adaptação do texto de Edi Prado: Mercado Central: Uma Odisseia no Tempo
Leia abaixo a íntegra do texto original do jornalista Edi Prado
(Publicado no Jornal "A Gazeta-AP" em 03.agosto.2008)
(Repaginado em janeiro de 2013)

6 comentários:

  1. Que fotos! Que reliquias!Na restauração, nao transformaram isso ai, não?

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  2. ANTENOR RODRIGUES LINS14 de maio de 2010 às 09:18

    Não esquecer que era do Pedro com DU PEDRO

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  3. Boa Tarde Lazaro,

    Sou estudante de Historia da Unifap, estou no final do curso e decidir que faria meu Tcc sobre a historia do Mercado Central. Gostaria da sua ajuda, em relação a material de pesquisa, tudo que o senhor tiver podera me ajudar.

    Contando com sua ajuda, envie para o e-mail: fabiane.moliveira@hotmail.com

    Desde ja agradeço.

    Fabiane Marques

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  4. Na foto do Bar Du Pedro, em pé, na porta do meio, de frente para os amigos é o Elizio Araújo proprietário da antiga Casa Belém (atual Loja Marcelo)na Cândido Mendes.

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  5. Artur Neves Nascimento Filho.
    Na 2ª foto datada de 1959, vê-se a conclusão da construção do mercado central e um pouco a direita já erguida tb a residência e a futura Farmácia e Drogaria NEVES construida pelo meu pai Arthur Neves do Nascimento, acreano, um dos primeiros farmacêuticos de Macapá e também esposo da então Sra Inezelina da Silva Nascimento, paraense, que viria ser por curiosidade uma das primeiras parteiras desta cidade conhecida como Parteira Inêz.

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  6. Ótimo site para conhecer um pouco mais sobre a história de Macapá :)

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