Mário da Silva Melo nasceu no município de
Breves/PA, em seis de janeiro de 1923. Filho de Altino Amorim de Souza e
Virgília Marques da Cruz. Na pia batismal recebeu o sobrenome de seus
padrinhos. Viveu sua infância lá mesmo em Breves ao lado de sua mãe até os 17
anos, quando saiu de sua terra natal, em busca de trabalho e independência.
Chegou ao Amapá no início dos anos 40 (por volta de 1941), quando aquela terra
ainda pertencia ao Estado do Pará. No Amapá, o jovem Mário Melo começou sua
atividade, no garimpo do Vila Nova (Município de Mazagão), onde contraiu
malária, que o fez abandonar aquela atividade econômica, e se mudar para
Macapá, a fim de tratamento médico.
Em seguida trabalhou no Serviço Especial de Saúde Pública (SESP), criado durante a 2ª Guerra Mundial para sanear a Amazônia,
tendo em vista os altos índices de malária e febre amarela que atingiam os
habitantes daquela região.
Com a elevação do Amapá à condição de Território
Federal, (1943) houve a criação da Guarda Territorial, (uma polícia específica
para os territórios federais recém criados), e ele foi um dos seus integrantes
ao lado de muitos outros Pioneiros.
Em 1946 (aos 22 anos), casou com a jovem Ercília
Furtado Coutinho (17 anos), natural do Município de Chaves/PA. Dessa união
nasceram 16 filhos, sendo 10 (dez) homens e 6 (seis) mulheres, todos naturais
de Macapá e com nomes iniciados pela letra M.
Mário Melo permaneceu na Guarda Territorial até
1951, quando, por motivos políticos, foi exonerado do Serviço Público.
No período de 1951 a 1962, desenvolveu varias atividades particulares, para sobreviver e sustentar sua família, entre
elas: dono de bar e botequim, (onde se reuniam alguns amigos da boemia local);
canoeiro que abastecia o pequeno comércio da cidade com venda de
carvão, peixe, camarão, carne de caça (liberada na época), suína, etc.
Um dos fatos ocorridos durante sua atividade de
canoeiro foi um naufrágio que sofreu no rio Amazonas, vindo a perder tudo,
salvando apenas sua vida e de seu filho mais velho. Com esse acontecimento ele
procurou um novo ramo de atividade: o de carroceiro (freteiro).
Em seguida, foi garapeiro (vendedor de caldo de
cana), localizado atrás dos mercados Central e municipal de peixes.
A partir da década de 60 torna-se evangélico da Igreja
Adventista do Sétimo Dia, situada na Praça Nossa Senhora da Conceição no Bairro
do Trem. Nesse mesmo período retoma seus estudos no Instituto Veiga Cabral que
pertencia ao professor Alzir da Silva Maia, na atual Rua Rio Maracá, entre as
avenidas Tiradentes e São José, área hoje (2017) ocupada pela Feira Municipal
do Centro da Cidade.
No período de 1967 a 1970, fez
o curso ginasial no antigo Ginásio de
Macapá, hoje (2017) Escola Estadual
Antônio Cordeiro Pontes. Entre 1971 e 1973 fez o Curso Pedagógico no Instituto de Educação do Amapá - IETA.
Autodidata no aprendizado de violão foi aluno do
Mestre Oscar Santos, com quem aprendeu a tocar instrumentos de sopro, leitura e escrita
de partituras.
Em 1962, o Governo Federal promoveu um novo
enquadramento e Mário Melo regressou à Guarda Territorial, na condição de
integrante da Banda de Música da corporação. Foram seus contemporâneos na Banda
da Guarda Territorial, músicos conhecidos, em sua maioria por nomes de guerra
ou apelidos tais como: Morcego, Feliciano, Biroba, Ueua, Caveira, Gurjão, Zé
Crioulo, Dantas, Aracu, Tomate e muitos outros. Todos sob a regência do Maestro
Miguel (Cipó).
Com a extinção da antiga Guarda Territorial e implantação da Polícia Militar do Amapá(Lei n° 6.270, de 26 de novembro de 1975), Mario Melo foi transferido para a Polícia Civil, onde exerceu as funções de Agente Escrivão e Comissário de Polícia (Delegado).
Além dessas, exerceu também atividades de músico, maestro, compositor, com participação em diversos Festivais da Canção Amapaense, sendo também, autor do hino do Esporte Clube Macapá.
Além dessas, exerceu também atividades de músico, maestro, compositor, com participação em diversos Festivais da Canção Amapaense, sendo também, autor do hino do Esporte Clube Macapá.
A boemia era um de seus lazeres, tendo como
parceiros: Zé Crioulo, Walber Damasceno, Noé do Bandolim, Treze, Reinaldo Lima,
entre outros.
Ao final dos anos 70 e início dos 80, foi professor de música no Colégio Amapaense onde
montou uma escolinha de música e fundou a Banda de Música do estabelecimento. Participaram da escola e da banda,
expoentes da música popular amapaense como: Ronery, Zé Miguel, Zenor, Edilson Moreno, Osmar Jr, Batan e demais pessoas ilustres da terra como Pe. Paulo, Profª
Neca Machado e Sebastião Rocha (médico e ex-Senador pelo Amapá).
Mario Melo animou bailes com conjuntos musicais que
organizava nas quadras carnavalescas, denominados “Os Xavantes” e “Os Geniais”.
Tocou em vários Clubes e Municípios do
Território tais como, Santana (Independente e Santana Esporte Clube), Serra do
Navio (Manganês Esporte Clube), Laranjal do Jary, Afuá na Ilha do Marajó (Sede
do Lagostão), e ainda nas sedes sociais do Trem Desportivo Clube, Esporte Clube
Macapá e Círculo Militar.
Tanto nas Bandas de Carnaval quanto na Banda de
Música do Colégio Amapaense, ele contou com a participação de alguns dos seus
filhos, entre os quais: Marcino, Marcílio, Marcos, Magno e Marta.
Além das bandas citadas Mario Melo criou um conjunto
regional, de chorinhos e MPB, que tocava nos clubes da cidade e no SESC/AP.
Na década de 80,
exerceu suas atividades de policial civil no município de Oiapoque, permanecendo até sua
aposentadoria em 1982. Paralelamente,
nas horas de
folga, exercia atividades de catraieiro transportando passageiros de
Oiapoque, no Brasil, para a cidade de San George, na Guiana Francesa
e vice-versa.
O Pioneiro policial, maestro e compositor Mário da Silva Melo faleceu dia 27 de julho de 2006, aos 83 anos de idade, e seus restos mortais
descansam em Paz, na sepultura da família, no Cemitério de Nossa Senhora da Conceição, no
Centro de Macapá.
Fontes consultadas: Para a montagem dessa biografia contamos com a colaboração de vários filhos e da professora Ercília Furtado de Melo, viúva do biografado, a quem agradecemos.
Fontes consultadas: Para a montagem dessa biografia contamos com a colaboração de vários filhos e da professora Ercília Furtado de Melo, viúva do biografado, a quem agradecemos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário