Em
dezembro de 1959 a Chevrolet lançou o utilitário "Amazona" (grafado sem o "s", mesmo)destinado
aos serviços da cidade e do campo. Foi uma adaptação da pick-up (carga)
para veículo rural de passageiros.
Em
conjunto com a pick-up Chevrolet Brasil, ambos tinham um motor de seis
cilindros de linha, de 142 CV, com 3.100 cc, daí a nomenclatura da série de
Chevrolet 3100.
A
Chevrolet 3100, mais conhecida como Chevrolet Brasil, foi a primeira pick-up GM
produzida no Brasil. Seu lançamento ocorreu em julho de 1958 e foi substituída
em 1964 pela linha C-10.
O
Chevrolet Amazona era um automóvel amplo, com oito lugares, com uma terceira
porta lateral esquerda. Na traseira, a tampa era aberta totalmente. Em 1962 foi reestilizada, ganhando quatro faróis na nova grade dianteira. Com a suspensão
de eixos rígidos e molas semielípticas. Câmbio de três velocidades com
acionamento por uma alavanca na coluna da direção. Peso líquido do veículo: 1850 kg. Capacidade de 650 kg de carga útil. Foram produzidas 2626
amazona até 1963, quando foi substituída pela Chevrolet veraneio.
O
veículo rodoferroviário da ICOMI, foi adaptado de uma amazona ano 1962
configurada e montada como uma ambulância. Mantinha a mecânica básica do
Chevrolet Amazona 3100, com os adaptadores ferroviários sendo acionados
hidraulicamente. A bitola original dos eixos da Chevrolet Amazona eram originais, adaptando naturalmente sobre a bitola dos trilhos. Quando os adaptadores das rodas ferroviárias ficavam abaixados, o movimento se dava pelo contato dos
pneus traseiros com os trilhos, permitindo o deslocamento do veículo. Foi
emplacada com a chapa de série NFB 1972 de Santana - AP. Esteve ativa até final
dos anos 70. Atualmente está desativada mas mantém todas as suas
características originais preservadas, inclusive a pintura refeita nas cores
amarelo e vermelho da Icomi.
O
estilo clássico dos automóveis americanos dos anos 60 presente na ambulância
rodoferroviária Chevrolet Brasil Amazona C 3100, ano 1962; linhas arredondadas
e volumosas feitas de grossas chapas estampadas. São linhas sóbrias e pesadas,
acompanhando o estilo adotado para os veículos de carga da Chevrolet. Esse
modelo tinha a proposta de ser um utilitário cidade e campo, com grandes espaços
internos, resistência para suportar as rudes estradas brasileiras e um potente
motor de 6 cilindros, à gasolina com 3.100 cc³, desenvolvendo apenas 142 CV a
2.800 rpm. De interior simples e despojado, com o painel em chapa metálica, e
um pequeno painel de indicadores analógicos. Acabamento interno tosco, com
forramento em courvin.
Vista dianteira da ambulância rodoferroviária.
A grade
dianteira foi reestilizada com os quatro faróis e o farolete. Importante
ressaltar que esse veículo não vinha montado com luzes de seta ou pisca-alerta.
A carroceria é montada no chassi através de calços de borracha. Os para-choques
são lâminas de aço aparafusadas nas extremidades da longarina do chassi. Por
essa época o conceito de segurança era um veículo extremamente rígido e
resistente à qualquer batida ou colisão. Nenhum veículo vinha de fábrica com
cintos de segurança ( hoje um ítem obrigatório ) e todos os passageiros viajavam soltos.
Lateral direita e
traseira da ambulância (porta traseira abrindo em duas metades para os lados).
Nessa configuração não há a terceira porta do lado direito para acesso ao banco
traseiro (que fora suprimido para ser montada uma maca). A versão popular saía da linha de montagem com a porta traseira somente do lado direito. As lanternas
traseiras eram pequenas e apenas com faroletes e luzes de freio. Os paralamas
eram aparafusados no arcabouço central, com frisos metálicos laterais para
enfeite. Nas portas dianteiras foi montado um estribo externo, que se
abriam através de maçanetas metálicas salientes.
Lateral direita e porta do carona.
A
carroceria foi modificada para a versão ambulância, com acesso apenas pela
parte traseira. A janela traseira é única, em duas seções montadas em uma
canaleta corrediça. Entre a cabine do motorista e o compartimento da ambulância
havia uma divisória com uma área envidraçada.
O longo capú do motor entre os
dois paralamas dianteiros compondo a grade do motor.
Na frente e atrás foram
montados os dispositivos para permitir o deslocamento sobre os trilhos. Os
pequenos rodeiros foram montados em braços articulados, presos nas extremidades
do chassi. As articulações para abaixar e levantar os braços eram acionadas
através de um sistema hidráulico bastante simples. Para o deslocamento sobre os
trilhos, a ambulância simplesmente subia sobre os trilhos, alinhando as quatro
rodas sobre eles. Interessante notar-se que a distância entre as rodas era a
mesma bitola entre os trilhos, com isto, todas as rodas ficavam em contato
permanente com o boleto do trilho. Logo a seguir eram abaixados os braços com
os pequenos rodeiros metálicos sobre os trilhos. A finalidade dos rodeiros era
apenas guiar o veículo sobre os trilhos e a tração era feita pelo próprio pneu
traseiro da ambulância, que funcionava como um veículo normal, exceto pela
direção que era dada pelos rodeiros. Essa ambulância
foi intensamente usada na maioria dos casos de atendimento de urgência, à
qualquer pessoa que morasse na Vila operária de Serra do Navio ou no entorno da
ferrovia e que necessitasse urgentemente ser deslocada para Macapá. Ela tinha
preferência de tráfego sobre qualquer tipo de trem.
Lateral esquerda e porta do
motorista.
São compartimentos totalmente independentes onde ficavam separados os
equipamentos de urgência médica.
Atualização: Segundo denúncia do amigo Emanoel Jordânio, em seu blog Santana do Amapá, quem passa no cruzamento da Avenida Santana com a Rua Cláudio Lúcio Monteiro, onde funcionava a antiga mineradora Zamin Amapá, em Santana, pode ver o referido veículo coberto por matagal e apresentando sinais claros de manchas e deterioração física.(Em 06/08/2017)
Atualização: Segundo denúncia do amigo Emanoel Jordânio, em seu blog Santana do Amapá, quem passa no cruzamento da Avenida Santana com a Rua Cláudio Lúcio Monteiro, onde funcionava a antiga mineradora Zamin Amapá, em Santana, pode ver o referido veículo coberto por matagal e apresentando sinais claros de manchas e deterioração física.(Em 06/08/2017)
Fonte consultada: Estrada Ferro Amapá - História da EFA by Sergio Ransel Silva de Almeida on Scribd
Onde está exposta essã ambulância?
ResponderExcluirNa entrada da antiga area industrial da ICOMI em Santana,AP. mas esta muito danificada, uma vez que que entre outras coisas foi descaracterizada pela MMX.
ExcluirNa realidade, é um Chevrolet Corisco, a Amazonaé versão passageiros em 3 porta para pessoas e 1 para carga na trazeira, enquanto o Corisco era furgão (carro de serviço) com 2 portas para pessoas e duas na traseira que facilitava a carga e descarga, assim como a adaptação para ambulancia.
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