terça-feira, 18 de julho de 2017

Fotos Memória da Mineração Amapaense: Assentamento da Estrada de Ferro do Amapá

A Estrada de Ferro do Amapá, construída entre fevereiro de 1954 a outubro de 1956, na Amazônia oriental, liga Serra do Navio a Santana, no estado do Amapá com 193 km de trilhos. Foi projetada para transportar o minério de manganês da Icomi entre a mina localizada no interior do estado e o porto de Santana, distante a 12 km da capital, Macapá. Durante 41 anos transportou mais de 34 milhões de tons do minério, além de cargas diversas. Findo este tempo foi repassada aos poderes públicos, ficando sob responsabilidade do estado.
Dormentes assentados sobre o lastro, prontos para receber os trilhos.
Esse trecho é na saída da ponte do Rio Amaparí, no sentido de Serra do Navio. 
A Estrada de Ferro Amapá é a única ferrovia brasileira construída na bitola padrão de 1.435 m.
Sua situação geográfica: no extremo norte do Brasil, acima da linha do equador, do lado das margens esquerdas do Rio Amazonas.
Foi a quarta ferrovia construída na região amazônica, sendo posterior à Estrada de Ferro de Bragança [1883 a 1958, 222 km de Belém (PA) a Bragança (PA), bitola de 1,0 m.], Estrada de Ferro Madeira Mamoré [1907 a 1972, 364 km de Porto Velho (RO) a Guajará-Mirim (RO), bitola de 1,0m.)] e Estrada de Ferro Tocantins [1908 a 1967, 118 km de Alcobaça (atual Tucuruvi)(PA) a Jatobal (PA), bitola de 1,0m.)].Na época, todas as ferrovias do sul operavam com bitolas métricas de 1,0 m. ou largas de 1,60 m. Entretanto, nos Estados Unidos, seguindo o modelo europeu, já era amplamente adotada a bitola padrão de 1.435 m. em quase todas as suas ferrovias.
Montagem dos trilhos sobre os dormentes alinhados e nivelados sobre o lastro.
Como o projeto e os materiais da ferrovia eram totalmente fornecidos pelos americanos, a adoção desta bitola facilitaria a aquisição dos materiais para a via permanente e para o material rodante de tráfego. Ademais, a ferrovia era um projeto particular e com o único objetivo de transportar o minério de Serra do Navio até o Porto de Santana, não pretendendo de forma alguma interligar com outras regiões do Brasil, principalmente pelo fato do impedimento natural feito pelo Rio Amazonas. 
Homens fazem ajuste final do lastro sobre os dormentes, com os trilhos já instalados.
Só para se ter uma ideia do isolamento desta ferrovia, as margens esquerdas do Rio Amazonas da orla Macapaense (Amapá) estão distantes em linha reta a mais de 300 km das margens direitas da orla de Belém (Pará), o maior e mais próximo ponto de interesse comercial.
Estes foram os principais motivos da construção na bitola de 1.435 m.

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