quarta-feira, 22 de maio de 2019

Fotos Memórias de Macapá: Manifestações culturais da Macapá antiga

A festa dos 261 anos de Macapá, em 2019, foi marcada por um misto de religiosidade e cultura.
Dia 4 de fevereiro, registrou este ano, um evento inédito: logo após a Santa Missa, rezada na Matriz de São José, com a presença de autoridades das esferas estadual, federal e municipal, aconteceu o tradicional encontro das bandeiras, que contou com diversos grupos de marabaixo.
Esse tipo de manifestação misturando religiosidade e cultura já fora tentado em outras eras, na capital do Amapá.
Nos arquivos históricos da cidade existem registros fotográficos dessa manifestação cultural, publicados em livros antigos sobre a memória das atividades dos moradores das primeiras comunidades.
Tempos de outrora, os foliões do marabaixo entravam dançando na Igreja de São José de Macapá, e alguns rapazes subiam até a torre para tocar o sino, festivamente. 
As manifestações de sincretismo religioso da comunidade afrodescendentes, eram estimuladas pelo governador à época Janary Nunes.
Houve um período de conflito entre representantes da igreja católica e do marabaixo. Missionários de origem europeia, com visão extremamente ortodoxa, não conheciam o catolicismo popular, onde o marabaixo se enquadrava. O marabaixo foi considerado como "macumba" e visto como um evento de batuque e bebedeira, com exploração de dinheiro. Alguns padres que pensavam assim foram o Pe. Júlio Maria Lombard e Dom Aristídes Piróvano.  Combateram o marabaixo publicamente e não permitiam a entrada na igreja, causando revolta em alguns momentos.
Isso é o que está contado na obra Modernidade e Marabaixo (breve ensaio) do Pe. Aldenor Benjamim dos Santos.
Um dos locais preferidos dos adeptos dessa arte, era, justamente, a frente da Igreja Matriz de São José de Macapá, considerada o prédio mais antigo de Macapá.
Além do marabaixo existiam, também, rodas de capoeira e apresentações de luta livre, no local.
Jogo da capoeira em frente a Igreja Matriz de São Jose de Macapá, nessa época chamada de carioca. 
O povo se reunia na frente da Igreja para dançar marabaixo na festa do divino Espirito Santo. 

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