segunda-feira, 10 de maio de 2021

MEMÓRIA DA CULTURA AMAPAENSE: A ARTE DE ESTÊVÃO FERREIRA DA SILVA

Estêvão Ferreira da Silva, artista plástico, autodidata e carnavalesco amapaense, nascido em 26 de dezembro de 1951.

Filho de Joaquina Rodrigues de Jesus, mulher negra marabaixeira e lavadeira conhecida como Tia Joaquina, no marabaixo.

Estêvão viveu uma união estável de 25 anos com Eulina Picanço Camilo, com quem teve 4 filhos: Gioconda Camilo da Silva, Eliane Camilo da Silva, Helene Camilo da Silva e Antônio VanGogh Camilo da Silva.  Eulina é filha de Maria José Picanço Camilo, prima de Raimundo Azevedo Costa, (primeiro prefeito eleito de Macapá) neta de Joaquim Mariano, o primeiro fazendeiro de gado bovino de Macapá.

Estêvão e sua mãe D. Joaquina eram amigos de Sacaca, o grande mestre da medicina da floresta. e de Alice gorda a Rainha Momo do Carnaval Amapaense, entre muitos outros.

A história de vida de Estêvão Silva, faz-se uma obra literária. Ele tinha o dom da escrita perfeita, gostava muito de ler, deixou um acervo rico de artes plásticas.

Iniciou sua carreira artística aos 18 anos, e desde então fez história na cidade, estado e país. Possui obras em vários lugares do mundo inclusive Paris

Seu mestre das artes plásticas foi R. Peixe, que sempre o tratou como filho. R. Peixe, aparece `à direita dessa foto histórica, tendo ao centro, outro artista plástico Franck Asley. Todos falecidos,

Durante sua vida Estêvão fez muitos amigos, pois além do dom da arte tinha o dom de fazer amizades com facilidade.

Sempre foi uma pessoa simples, de coração grande; sua casa era aberta a todos que buscavam trabalho no mundo das artes, sempre foi visto como um mestre por aqueles que estavam iniciando nesse ramo.

Como carnavalesco, começou sua história no carnaval da Avenida Fab. Deu títulos de campeãs à várias Escolas de Samba de Macapá. Estêvão idealizava com primor os carros alegóricos escutando o samba enredo das Escolas e dando vida a esses trabalhos artísticos.

O carnaval do Amapá começava a deslanchar com a inauguração do Sambódromo; foi então que Estêvão não mediu esforços para fazer mais uma vez, a Piratas da Batucada, campeã! No primeiro desfile no Sambódromo ele deu vida aos carros alegóricos do Piratão, fato que até hoje, é lembrado por todos os admiradores dessa Escola. Tinha por título: O corpo de Mani dádiva de Tupã.

Estevão foi reconhecido por seu belo trabalho quando o renomado carnavalesco carioca, Joaozinho 30, conheceu esse grande mestre da Cultura e da Arte, amapaenses.

A Escola de Samba Boêmio do Laguinho que foi campeã pelas mãos de Estêvão Silva, em 1999, com o enredo: Despertar de Uma Nação, Intérpretes: Macunaima e Carlos Peru. Em uma das alegorias deu vida à cobra grande que vinha girando e fumando no Sambódromo. Neste ano Boêmios saiu do segundo grupo.

A Galeria dos Prefeitos exposta na Prefeitura Municipal de Macapá foi produzida por ele de 1987 até 2002.

Estêvão foi professor de artes na Escola Cândido Portinari; seus alunos lhe fizeram uma homenagem com sua caricatura.

Em 2004 antes de sua morte, ele ainda fez um projeto chamado festa do Mairi Cunani para o Sesc Araxá; na época sua visão era fixar a cultura folclórica e indígena, para o povo amapaense começar a aderir esse costume. Em frente ao Sesc foi colocada uma Urna funerária indiana Maracá Cunani.

Estêvão idealizou junto com a Fecomércio a decoração natalina da Rua Cândido Mendes, a principal do comércio amapaense; a decoração natalina das praças também foi feita por ele, em 2004.

Estêvão estava decorando o complexo do Araxá.  Na madrugada do dia 19 de dezembro de 2004, ele caiu acidentalmente no Rio Amazonas e acabou morrendo afogado.

Na semana desse trágico acidente Estêvão Silva e, alguns amigos, estavam com uma exposição de obras plásticas, montada no salão do monumento Marco Zero. As obras lá expostas eram:  Os quadros da Fortaleza de São José de Macapá, da Índia nua, da Onça, do Índio na floresta e de uma Arara em mosaico. Essas foram as obras lembradas por sua família, pois seus filhos não souberam informar quem realmente as comprou, pois eram as únicas que Estevão havia deixado de legado.

Em 2005 o bloco do LaguinhoFilhos da Mãe Luzia” fez uma homenagem para ele no desfile dos blocos, com o enredo: Mãe Luzia de mãos dadas com Estêvão Silva com mãos de Ouro colorindo toda a vida. Intérprete Adail Júnior.

Fonte: Facebook

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