sábado, 22 de maio de 2021

Memória de Macapá: Rua do Bairro Alvorada recebe nome de dentista pioneiro dos anos 50

Luiz Albuquerque Queiroz Brasiliense, agora, tem uma rua em sua homenagem.

A Companhia de Trânsito e Transporte de Macapá (CTMac) oficializou a mudança do nome da via no dia 19 de maio de 2021, com a instalação da placa nova.

A mudança é resultado de um Projeto de Lei do de autoria do vereador Carlos Murilo (PSL) e substitui o nome da Rua 02, no bairro Alvorada.

No ato de instalação da placa, os filhos do homenageado estavam presentes.

História

Em 1953, a convite do então governador do Território Federal do Amapá, Dr. Amílcar da Silva Pereira, o odontólogo Luiz Albuquerque Queiroz Brasiliense, nascido em Belém, chega para exercer a profissão e trabalha em vários municípios do estado. Sua principal atuação foi na capital Macapá, onde conquistou muitos amigos, dentre eles, o farmacêutico Rubim Aronovitch e o médico Alberto Lima.

Conhecido como Dr. Brasiliense, tinha como características marcantes alegria, competência e dedicação ao trabalho, tendo atuado em todos programas de saúde dentária nos municípios e localidades. Teve 9 filhos, aposentou-se em 1989. Faleceu dia 19 de maio de 1995, em Belém. Se estivesse vivo, completaria 100 anos dia 20 de outubro de 2021.

Fotos: SMCS

BIOGRAFIA

O pioneiro Luiz Albuquerque Queiroz Brasiliense nasceu em Belém, Estado do Pará, em 20 de outubro de 1921. Filho do odontólogo e farmacêutico pernambucano Dr. Luiz Queiroz Brasiliense e da cearense D. Marieta Albuquerque Brasiliense. Estudou o 1º e 2º graus no Colégio Nazaré em seguida ingressou na Faculdade de Odontologia do Pará, formando-se em Odontologia em 1941. Ingressou posteriormente na Escola de Instrução Militar em 1º de Abril de 1942, atuando até 04 de agosto de 1949, na cidade do Rio de Janeiro quando deu baixa com a patente de capitão R-2, do Exército Brasileiro, tendo prestado serviços na função de dentista, atendendo soldados aquartelados no 26º Batalhão de Caçadores (26ºBC) e recrutas convocados para o Exército praticando exames de saúde bucal. Atuou como dentista em Belém do Pará, no consultório de seu pai, que também foi odontólogo e farmacêutico, e com seu único irmão Dr. Humberto Albuquerque Queiroz Brasiliense, também odontólogo. No ano de 1945, antes do final da Segunda Guerra Mundial, serviu como comandante do Destacamento Militar na cidade de Óbidos, no oeste do Pará, às margens do rio Amazonas, onde conheceu Nilce Farias Brasiliense, de tradicional família obidense, com quem veio a casar-se em 09 de janeiro de 1946, com a qual teve 09 filhos: Luiz Queiroz Brasiliense Neto, hoje morando em Brasília, no DF; Iria Lúcia Brasiliense Leite, que foi governadora do Lions no Ano Leonístico 2000/2001 e mora em Macapá, Amapá; Maria Nilce Brasiliense Peruffo, médica e residente em Porto Alegre, Rio Grande do Sul; Paulo Eduardo Farias Brasiliense, administrador de empresas, mora em Belém do Pará; Nelson Fernando Farias Brasiliense, engenheiro civil, residente em Macapá; Sérgio Roberto Farias Brasiliense, comerciante, mora em Macapá; Isa Helena Farias Brasiliense, médica, ginecologista, residente em Brasília, Distrito Federal; Ronaldo Brasiliense, conceituado repórter e jornalista reconhecido nacionalmente; Maria do Socorro Brasiliense Zortea, administradora de empresa, residindo em Porto Alegre, Rio Grande do Sul e Renato Silva Brasiliense, de outra relação conjugal. Sua esposa, Nilce Farias Brasiliense, faleceu em 1962. Com isso, o doutor Luiz Brasiliense ficou viúvo aos 40 anos com nove filhos menores. Luiz Albuquerque Queiroz Brasiliense chegou ao então Território Federal do Amapá em 1953, a convite do Governador à época, o Dr. Amílcar da Silva Pereira, amigo e companheiro de Exército, ingressando no quadro de funcionários do governo do Território em 10 de fevereiro de 1954, na Divisão de Saúde, na função de dentista, indo inicialmente prestar serviços na cidade de Oiapoque, onde nasceu seu filho Sérgio Roberto Brasiliense. Em 1955, foi transferido para Mazagão. Em 1956, foi removido para Macapá enquanto aguardava a vinda do Dr. Armando Limeira de Andrade para a capital quando iria substituí-lo na cidade de Amapá, onde prestou seus serviços odontológicos em 1957 e 1958. Finalmente, em 1959, foi residir de forma definitiva em Macapá. O doutor Brasiliense, como era conhecido, foi uma pessoa alegre, competente e dedicada. Andou por todos estes rincões das terras amapaenses, conquistando ao longo destes anos um grande número de amigos, dentre os quais o farmacêutico Rubim Brito Aronovitch, os médicos Mário de Medeiros Barbosa, Alberto da Silva Lima, Antônio Tancredi dentre outros; os dentistas Armando Andrade, Sylla Salgado; os enfermeiros Joaquim Bandeira e Margarida Freire, e toda a equipe de Hospital Geral de Macapá. Participou de todos os programas de saúde dentária nos municípios e localidades, tendo atendido 12.402 pacientes interioranos fazendo extrações e obturações durante o ano de 1956 acompanhando seus companheiros Armando Andrade e Sylla Salgado. Sua ligação de amizade com Sylla, dizem que parecia de cão e gato, falando alto e encrencando um com o outro por ocasião de suas partidas de pontinho ou canastras todas as noites ao longo de tantos anos, quando também se divertiam muito. Aposentou-se em 1989, transferindo sua residência para Belém do Pará, onde faleceu em 19 de maio de 1995. Foi um excelente profissional, um grande amigo, e um destacado pioneiro na História do Amapá.

Redação original de Coaracy Sobreira Barbosa, extraída do Livro “Personagens Ilustres do Amapá, Vol. III” – Edição digitalizada, não impressa graficamente.

A pedido do editor, o texto foi gentilmente revisado e atualizado pela Sra. Iria Lúcia Brasiliense Leite, filha do biografado, antes de publicarmos no blog Porta-Retrato.

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