domingo, 9 de março de 2014

Cruzamento da Rua São José com Av. Presidente Vargas

(Foto: Reprodução de arquivo)
Anos 50 - Cruzamento da Rua São José com Av. Presidente Vargas vendo-se parcialmente uma das velhas mangueiras e a Casa do Povo - um estabelecimento comercial da época, de propriedade do Sr. "Pitaíca" (Clodóvio Antônio Coelho).
Ao fundo observa-se o Grupo Escolar Barão do Rio Branco
A propósito desta foto rara e desse trecho histórico da Macapá antiga, encontramos no Facebook do historiador Nilson Montoril, os seguintes registros:  
No "dia 5 de março de 1951, após a missa que mandaram celebrar pela manhã, na Igreja de São José, os alunos do Ginásio Amapaense, Escola Normal Regional, Escola Industrial de Macapá e Escola Técnica de Comércio do Amapá, desfilaram pelas ruas da cidade até o Cine Teatro Territorial, anexo ao Grupo Escolar Barão do Rio Branco, onde teve lugar a solenidade de abertura do ano letivo dos cursos secundários de Macapá e de recepção aos "calouros" dos citados estabelecimentos de ensino. Discursaram na ocasião o governador Janary Gentil Nunes, o Professor José Barroso Tostes e a Professora Predicanda de Amorim Lopes, Diretora de dois estabelecimentos: Escola Normal Regional(já não existe) e Escola Industrial( Escola Antônio Pontes)"
O historiador Edgar Rodrigues comenta qu"no casarão, entre a São José e a Presidente Vargas, situava-se o escritório do sr. Wilson Carvalho. Ao lado do escritório funcionava a ourivesaria do meu pai, Raimundo Cardoso Rodrigues (Badico). E o resto da casa era nossa residência. Depois que as religiosas da Congregação das Filhas do Coração Imaculado de Maria se transferiram para Caucaia, no Ceará, o casarão foi vendido para o sr. Abraão Peres, que o alugou para o sr. Wilson Carvalho e para meu pai. Eu estou falando dos anos 60."
E o Nilson complementa: "Essa paisagem só começou a mudar a partir de 1970, quando o governador Ivanhoé Gonçalves Martins iniciou o plano de remodelação do centro de Macapá. Uma comissão especial foi constituída para avaliar os velhos casarões construídos em taipa demão e pilão. O parecer da comissão deu conta de que os imóveis não suportariam quaisquer tipos de reforma, além de impedirem o alargamento das ruas."
(Reprodução: recorte de  jornal)
"As casas que vemos no lado direito (da primeira foto), foram demolidas seguindo o alinhamento da calçada da Praça Barão do Rio. Quando isso ocorreu, na primeira casa funcionava o escritório de contabilidade do senhor Wilson Carvalho. A partir do citado imóvel tínhamos umas três residências, o bar do Moura Serra, da senhora Tereza(chamado Royalbriar) e o famoso Café Continental. O estabelecimento da esquina direita chamava-se "Armazém do Povo", cujo proprietário era o sr. Manuel Eudóxio Pereira, o famoso "Pitaíca", aparentado do Abraham Peres. No terreno vago, foi construído o prédio do Banco da Lavoura de Minas Gerais, por influência da ICOMI, que depois abrigou o Banco Real. O Alípio Sabiá, trabalhou com o João Vieira de Assis no Bar Elite, localizado ao lado da casa cujo telhado aparece em primeiro plano. Essa casa era do casal João e Raimunda Picanço. A entrada para a padaria do seu Janjão Picanço era feita pelo lado, onde depois passou a ser a entrada do Cine João XXIII. (...) As mangueiras do meio da rua foram arrancadas. Produziam mangas saborosas e atraiam gordas curicas(papagaios) que nós derrubávamos com baladeiras e comíamos assadas com açaí."
O jornalista Ernani Marinho cobrou do Nilson, a listagem de alguns estabelecimentos comerciais existentes no casarão, tais como a porta do Serapyo e do Lateral, logo depois no Banavita (lanchonete do sr. Moura Serra, cuja especialidade e que dava nome à casa era bananada com nescau, além dos procuradíssimos sangue de vampiro e garapa com donzela) e do restaurante da D. Izaura, mãe do Zé Elson, lateral do Juventus, que ficava colado ao Continental.
Resposta do Nilson: "Creio que o Serapyo iniciou suas atividades como ourives, em Macapá, trabalhando com o seu Badico, pai do Edgar Rodrigues. Depois ele começou a treinar basquete no Juventus Esporte Clube. Claro que lembro de toda essa turma e das casas residenciais cujas portas permitiam deixar metade trancada e metade aberta. Era como se fossem janelas. O bar do Moura Serra chegou a vender merenda mais refinada como guara-suco e picadinho. 
(Nota do editor: Na região Sudeste - SP, o picadinho, é de carne cortada em cubos; a que o Nilson se refere é conhecido aqui,  como "carne moída"). 
Aliás, esse refrigerante fabricado em Belém fazia muita propaganda e tinha como slogan "guara-suco está em todas". Quando alguém comparecia a todos os acontecimentos da cidade nós dizíamos que o sujeito parecia guara-suco."
Ernani completou: "O Serapyo só jogava basquete com o Leôncio às proximidades (no banco do Juventus ou na plateia) já que o seu braço, com determinados movimentos, se deslocava sempre e o Leôncio era quem conseguia recolocá-lo no lugar. Quando o Serapyo deixou a casarão foi para uma casa do Wilson Carvalho, na São José entre Raimundo Álvares da Costa e Ernestino Borges, montando uma oficina que cuidava de joias e bicicletas."
                                             (Repaginado em março de 2014)
Fonte: Facebook

11 comentários:

  1. Lázaro, a casa caiada que se vê no cruzamento da
    Presid. Vargas com a São José era onde funcionava, nas décadas de 3O, 4O e inicio dos anos 5O o comércio do "Seu" Pitaíca,tradicional familia residente em Macapá desde os primórdios.
    Hoje o local´´e ocupado pela Sapataria Kennedy. Lembra que atrás, na São José, ficava o bar do "Seu" Natan, muito concorrido pela turma do bilhar.

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  2. Lembro sim, Lindoval, era o Bar Continental.
    A rua era estreita e a parede do Continental - que era de madeira - ficava toda suja de lama da rua, que os carros jogavam; barro amarelo.
    Boas lembranças, sem dúvida!

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  3. Lembro do velho prédio de bilhar...
    Mas a sapataria Kennedy era na Candido Mendes ao lado da casa Araujo. Essa casa de altos parece com a casa da Alexandria nos anos 60 e das irmãs dela, uma delas era a Luisa. Ao lado da casa dela, na esquina, construiram o Banco Real, depois foi a Livraria Nobel e hoje é uma loja de confecções. Esse telhado em primeiro plano era a casa dos padres?

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  4. Amigo Lázaro, quando os herdeiros da Familia do "Seu" Pitaíca venderam o terreno para o nosso estimado amigo Hernani Vitor Guedes, ele recusou-se a comprar todo o terreno por ter achado o preço muito alto. Comprou só uma parte onde construiu a Famácia Cristo Rei. Restou do terreno menos de 2 metros, comprado pelo dono da Sap. Kennedy onde contruiu uma filial e em cima, fez salas de escritórios.

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  5. O telhado que aparece à esquerda da foto, salvo engano, é da casa onde até hoje residem o Zé Marques e sua família, antigo desportista e ex-jogador do Juventus Esporte Clube.

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  6. Zé Marques, famoso Curupira. Lembra?

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  7. E adiante da casa do Curupira, no sentido Praça do Barão, bem na esquina, ficava o famoso Bar do João Assis, ponto de referência da cidade na época, sobretudo aos domingos onde íamos soborear o sorvete e o gostoso picolé de 0,oo2 centavos. Era lá que ficavam os cartazes de filmes do querido Cine Macapá, de saudosa lembrança e, onde sedimentei minha paixão pelo cinema.

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  8. José Luiz, esse apelido de Curupira era porque ele fazia parte do elenco de peças e esquetes teatrais comandadas pelo chefe Humberto Dias Santos, lembra?
    Numa delas tinha um personagem chamado "O Curupira".
    Cada membro do elenco recebia uma fantasia correspondente ao "bicho" que representava.
    Bons tempos!

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  9. sr. lindoval, agradeço suas boas lembranças daquela esquina, e a boa deferencia feita ao bar do joao assis, aceite nossos agradecimentos, de minha familia e de meu grande avo o sr. joao vieira de assis

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  10. Sinto muito pela perda de nosso centro histórico. Para mentes pequenas, é mais fácil derrubar que reformar. O povo amapaense, o turismo e a história perderam com a decisão radical da "comissão da derrubada'.

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  11. Gostaria mt que me ajudassem.. pois efetuei pesquisar e não obtive respostas. Alguém sabe me dizer quem foi Raimundo Álvares da Costa ?
    E alguém sabe o que tinha antigamente naquele terreno situado na Leopoldo machado de esquina com a Ernestino ? Agradeço desde já. Se puder mandar wpp
    (96)98140-0665 ��������

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Hildeberto Carneiro da Cruz veio ao mundo em 17 de novembro de 1947, na cidade de Belterra/PA . Após concluir o curso de direito em Belém ,...