A cisterna da Fortaleza
(*) Por Franck Coutinho.
Existe no
centro da Fortaleza de São José de Macapá, uma cisterna de armazenamento de
água potável, esse sistema foi arquitetado pelo engenheiro militar, Enrico
Antônio Galluzzi. Ela foi construída por artífices que estavam a serviço da
coroa portuguesa no Brasil, o que chama a atenção nessa construção é o
estilo na qual foi construído, faz lembrar o tento do antigo panteão de Roma,
Itália, esses detalhes só podem ser observados de dentro da cisterna.
Sabíamos da existência de material especial de construção que veio da Europa para a construção dessa cisterna, mais precisamente os tijolos que foram usados nela, lembrando que os demais tijolos da Fortaleza, foram confeccionados em Belém e a grande parte na Vila de São José do Macapá. Se observa nos tijolos da cisterna duas marcas de tijolaria, sendo a Cacoalinho (Portugal) e Claytons Patent (Inglaterra).
Dentro existem dutos de água (encanamentos), construídos em pedra de cantaria, que levava água trazida do Rio das Amazonas para dentro da Fortaleza. Com o passar dos séculos, esses dutos entupiram com o barro do Amazonas.
Esta foto sem data, mostra uma reforma no Sistema de Captação Pluvial da Fortaleza de Macapá, em cuja estrutura, ficam evidentes as canaletas convergentes que levam as águas da chuva para a cisterna ao centro do Pavilhão e de lá são drenadas para o Rio Amazonas. (João Lázaro)
Existe
uma lenda urbana que se propagou em Macapá, os antigos habitantes da
cidade diziam que esse poço serviu para afogar escravos e índios rebeldes, no
entanto não há nenhuma evidência histórica desses supostos fatos. Realmente se
trata de uma das muitas urbanas da Fortaleza de São José de Macapá, a
finalidade era o abastecimento de água para a guarnição militar dessa
fortificação militar.
As fotos
são do meu arquivo pessoal, registradas no ano de 2016, após a remoção do barro
da cisterna, os tijolos da Cacoalinho e Claytons Patent vieram à
tona novamente. Essa é a uma das muitas
partes da história do Amapá, Brasil que nunca foi ensinada nas escolas e
universidades do estado do Amapá.
(*) Franck Coutinho, professor de
história e historiador
Fotos: Franck Coutinho (arquivo pessoal)
Via Facebook
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