Os primeiros sinais do início da energia elétrica no Amapá
surgiram no final do século XIX, quando Macapá era administrada por um Conselho,
sob a liderança de um Intendente indicado pelo Governo do Pará. No dia
21 de novembro de 1896, o Conselho Municipal de Macapá publicou um Edital
anunciando a arrematação pública de 50 lampiões e 50 “mangas” de vidro novos
para iluminar a cidade à noite. Esses itens foram adquiridos no início do
ano seguinte e colocados em pontos estratégicos pela Intendência de Macapá,
que abarcava quase dez ruas e travessas da cidade.
Um “faroleiro” era o responsável por acender, entre
19h e 20h, as lamparinas movidas a querosene, que estavam fixadas em postes de
madeira, seguindo uma rotina diária estabelecida pelo Intendente, e também
apagá-las antes das 6h da manhã. Este serviço perdurou de 1896 a 1913, quando o
Intendente Jovino Dinoá pediu a ampliação da iluminação para prédios
públicos, como a Fortaleza de São José e a fachada da Igreja Matriz.
Importante mencionar que esses custos estavam incluídos nos orçamentos anuais
do governo paraense.
Uma precária geração elétrica
Uma geração de energia elétrica ainda bastante rudimentar
ocorreu em outubro de 1929, quando Macapá recebeu, pela primeira vez, um
fornecimento provisório de eletricidade. Uma comissão que realizava estudos
topográficos para a construção da estrada Macapá-Clevelândia trouxe um
pequeno motor gerador que forneceu energia a algumas residências e ruas da
cidade. O pequeno gerador foi instalado em um lado da casa do ex-prefeito de
Macapá, Otávio Ramos, que permitiu que esse benefício se estendesse a
mais quatro residências nas proximidades, acreditando que era um "serviço
valioso e necessário". Essas propriedades que receberam fornecimento
temporário de energia funcionavam como uma escola primária, uma delegacia e um
modesto depósito municipal. O fornecimento elétrico, que durou apenas três
horas por dia, teve uma duração inferior a dez dias, pois a comissão se retirou
de Macapá após completar os estudos topográficos, levando o gerador com
eles. O fornecimento de energia só retornaria durante a administração do Major
Moisés Eliezer Levy, em fevereiro de 1933, quando um motor naval movido a
gasolina foi instalado em uma das galerias do prédio da Prefeitura,
produzindo eletricidade apenas para o edifício público e três residências
próximas. Quando o Major deixou o cargo, levou o motor consigo, alegando
que pertencia a ele. Em novembro de 1937, o prefeito Coronel Francisco Ramos
Soares obteve a autorização do governador do Pará, José Carneiro
da Gama Malcher, para construir uma pequena Usina de Força e Luz,
equipada com caldeiras a vapor, para melhorar as condições na cidade. Essa
usina foi erguida na área que hoje corresponde ao cruzamento da Rua
Independência com a Alameda Francisco Serrano. Dada a escassez de
recursos sociais na cidade, a Usina produzia apenas energia hidráulica,
suficiente para atender os engenhos das embarcações ancoradas nas proximidades
da Doca da Fortaleza. Essa instalação funcionou de maneira precária até
setembro de 1938, quando a falta de manutenção levou ao seu fechamento.
Fonte: Texto reproduzido do blog
LUZ AMAPAENSE.
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