terça-feira, 8 de março de 2011

Terça-Feira de Carnaval: Dia do Bloco “A Banda”

Publicamos aqui a versão sobre a verdadeira história do Bloco de Sujos "A Banda", escrita por Austregésilo Sussuarana em 11/01/99, irmão do saudoso João Sussuarana, do bairro do Trem. Austregésilo também já é falecido.
(Foto: Reprodução/DVD Vai passar a banda/print de tela)
“O Bloco de sujos denominado “A Banda”, teve o seu início na sede do Amapá Clube, em uma terça-feira gorda de carnaval do ano de 1965."
(Reprodução)
"No domingo gordo de carnaval daquele ano, na sede do Amapá Clube, o nosso amigo José Figueiredo Souza – “O Savino”(foto), teve a ideia de formar um bloco de sujo para brincar o carnaval. Da equipe de sócios do clube, na época, presente naquele domingo estavam, além do Savino, Amujacy Borges de Alencar, que era, na época, o então presidente do clube; José Maria Frota de Almeida; Tenente Pessoa, “O Ingrena”, já falecidos, (o Tenente Pessoa todos os anos gostava de sair de “anjo”); Lourival Francisco de Oliveira adorava se vestir de “boneca”. João de Castro Sussuarana, já falecido, gostava de tomar o seu “rum”, seguindo sozinho, motivo pelo qual alugava a carroça do Ramiro, conhecido como “Ramiravel”, também falecido. Na Carroça, já abastecida de rum e gelo, aqui e acolá tomava um gole.”
(Reprodução)
Após a morte do João Sussuarana, o seu irmão Austregésilo Sussuarana(foto) passou a assumir comandando da “Farmácia” distribuindo a pinga e gelo aos brincantes.
Jarbas Ferreira Gato que também foi presidente do Clube, Darciman Borges de Alencar, Altair Pereira Lemos, José Tavares de Almeida (Cartório Jucá) - falecido, professor Munhoz, Bernardo Rodrigues de Souza, professor Wanderley, Raimundo Penafort, Façanha, Jeffeson Luiz, Eleodon José “o Perereca”, Osmar Oliveira, vulgo "Budorinha”,...
(Reprodução)
... Job de Melo Nogueira(foto) - falecido, estes foram os fundadores do bloco de sujo “A Banda”. "
"Onde arranjar os tambores para a batucada? Foi aí que o Savino e o Amujacy resolveram o problema, na época o Amujacy era diretor do Colégio Industrial de Macapá e o Savino, professor no Colégio Amapaense, ficando dessa forma resolvido o problema do bloco de sujo, que saiu às ruas pela primeira vez naquela terça-feira gorda(1965), diretamente da sede do Amapá Clube às 14 horas."
(Reprodução) 
"Nesse mesmo ano quando o bloco passava pela rua Leopoldo Machado, no canto do Estádio Glycério Marques, apareceu aquela boneca grande bailando e se juntou ao bloco, era o “Cutião”- Claudionor Monteiro Lima - embaixo da boneca dançando, - a "Chicona" - que até hoje dança no bloco alegrando a turma, só que o nosso amigo Cutião nos deixou em 1995."
"Depois surgiram outros bonecos, o marido, "Anhanguera", os filhos, "Arizinho" e "Cuteão", e a boneca Iracema, uma homenagem à D. Iracema Carvão Nunes, esposa do Cel. Janary Gentil Nunes, primeiro governador do Amapá." (Overmundo)
"Na época o ex-governador do Território, Janary Nunes, era candidato a Deputado Federal pela UDN, e sua campanha tocava aquela marcha musical “Pra ver a Banda passar” (A Banda – música de Chico Buarque de Holanda), aí também adotamos a mesma música em nosso bloco, isto porque a maioria era funcionário público e adepto à campanha de Janary."
Ouça a música clicando no play (seta) abaixo:
"A Banda"(1967) - Nara Leão

"Hoje na Banda toca de tudo, frevo, axé, as tradicionais marchinhas e outros ritmos populares, sem esquecer, é claro, da música tema." (Overmundo)
"Contratamos então a banda da Guarda Territorial, apelidada como “A furiosa”. O nosso percurso era o seguinte: Amapá Clube, com saída às 14 horas, praça Veiga Cabral, Cândido Mendes, Feliciano Coelho, Leopoldo Machado e Avenida FAB, até o palanque oficial, em frente ao Palácio.
Naquela época o governador substituto era Roberto Rocha Souza, revolucionário e não gostava nada do Janary Nunes, como o nosso bloco adotava a música de campanha do Janary, o Robertão, assim era chamado, proibiu os componentes d'“A Banda” de passarem em frente ao palanque oficial, determinando ao chefe da polícia que os guardas territoriais não deixassem os componentes d'“A Banda” passar em frente ao palanque oficial."
(Reprodução)
"Nessa ocasião, Savino(na foto ao lado da Alice gorda, outra incentivadora da "Banda"), Amujacy e outros brincantes, após várias discussões com os policiais, resolveram não enfrentar os policiais e acatar as ordens, saindo da Avenida FAB pela direita da rua Eliezer Levy com destino à sede do Amapá Clube. Os espectadores que estavam apreciando toda a confusão da arquibancada deixaram o palanque e nos acompanharam dançando e cantando a marcha “Pra ver a Banda passar”. No palanque ficaram poucas pessoas porque a maioria nos acompanhou pulando e dançando e, cada vez mais, o bloco ia engrossando até a chegada na sede do Amapá Clube, a quadra de basquete ficou pequena para tantos brincantes inconformados com as ordens arbitrarias do governador “Robertão”, e a folia só terminou altas horas da madrugada.”
(Foto: Reprodução/DVD Vai passar a banda/print de tela)

"A cada ano que passa ganhamos mais espaço. Antes não recebíamos nenhum tipo de apoio ou patrocínio, mas agora as coisas mudaram. Tanto o governo quanto o empresariado local fazem questão de investir nessa brincadeira que passou a ser patrimônio cultural de Macapá", diz o presidente do bloco, José Fiqueiredo de Souza - o Savino.
Para diminuir os índices de violência durante o desfile, a diretoria do bloco criou estratégias. A principal é a distribuição de dez trios-elétricos, com bandas locais, para animar o percurso todo. Savino diz que a decisão é também uma solicitação antiga da população, a animação das bandas faz com que os brincantes gastem toda a energia dançando. Batidas de limão, maracujá, taperebá e gengibre são servidas gratuitamente aos brincantes. Até quem passou o carnaval inteiro em casa sai na varanda para ver A Banda, que percorre sete quilômetros de ruas e avenidas." (Overdose)
As fotos referentes à História da "Banda" e outras informações complementares, foram extraídas do Documentário - em vídeo -  "Vai Passar 'A Banda'", produzido e editado em DVD pela Perfil Comunicação & Marketing. Realização da Prefeitura Municipal de Macapá.

6 comentários:

  1. Oi, João.
    Execelente matéria. Parabéns por esse resgate do Carnaval macapaense. Na realidade, um retrato da vida cultural amapaense em diversos momentos, aqui relacionado com o reinado de Momo.
    Um abraço,

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  2. Obrigado Aloisio!
    Mas para isso preciso sempre da ajuda dos amigos.
    grande abraço

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  3. Parabens Joao pela materia.... Bom relembrarmos o passado principalmente qdo esse passado tem como um dos personagens meu eterno e saudoso pai(sussuarana).
    Obrigada e sucesso pra vc.
    Socorro Sussuarana

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  4. Fiquei emocionada quando vi o documentario, meu pai(Austregesilo de castro Sussuarana)falecido recentemente, se deticava no que fazia, sua felicidade maior era levar a alegria para outros, era a tradição da familia, congratulaçoes aos que tiveram essa geniosa ideia, afinal, a Banda é uma das maiores tradiçoes que o Amapá pode oferecer ao povo, está acessível para todas as pessoas.Parabens.
    Samara Gemaque Sussuarana.

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  5. Oi amigo , depois de muitos anos. Consegui voltar a macap/A e passei um bom carnaval

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  6. Interessante matéria.
    Estou tomando a liberdade de mostrá-la para meu pai, José Maria de Castro Sussuarana, que é irmão de João e Austregésilo.
    Parabéns!

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