segunda-feira, 12 de março de 2012

A saga do pioneiro Antônio Rocha Filho

(Foto: Reprodução de livro)
Antônio Rocha Filho nasceu no dia 29 de março de 1916, na localidade de Jaburu no Município de Gurupá, Estado do Pará, filho do comerciante Antônio Cordeiro da Rocha e D. Marcelina Vieira da Rocha.
Fez o curso primário na escola pública ao mesmo tempo em que trabalhava no comércio de seu pai. Assistiu a morte de seu genitor quando tinha 16 anos e como era o filho mais velho, assumiu a responsabilidade de administrar o lar com sua mãe e os irmãos Antônia, Raimundo, Mariana e Perpétua. Ainda no interior, trabalhou em vários tipos de comércio, inclusive o de regatão, percorrendo na região das ilhas do Pará, Amazonas e Amapá vendendo várias espécies de mercadorias, ou trocando por sementes oleaginosas, látex da seringueira, castanha-do-pará, negociando no comércio de Belém. Assistiu e apoiou o casamento dos irmãos Antônia, chamada carinhosamente de "tia dona", do Raimundo e da Mariana e, quando a caçula marcou a data do seu casamento, sentiu que ia ficar só, procurou sua namorada, a jovem Maria Souza chamada carinhosamente de Silda, de 17anos de idade, e casou no dia 22 de janeiro de 1947, no lugar denominado Santa Maria, na vila do Jaburu, Município de Gurupá, na mesma data do casamento da sua irmã Perpétua. Dessa união nasceram os filhos Jesuíta, Jesuino, Geraldo, Josué, Maria das Graças e Perpétua do Socorro. Quando nasceu sua primeira filha, saturado de tantas viagens, sentiu a necessidade de ficar mais próximo da família, para dar melhor assistência. Foi quando recebeu proposta do comerciante, seu amigo Raimundo Nely de Matos para sócio de um comércio em Macapá. Antônio Rocha fixou residência em Macapá, a partir de março de 1952, e iniciou a casa de comércio Santa Maria, na Av. Feliciano Coelho com a Rua Tiradentes. Um ano depois resolveu desfazer a sociedade e trabalhar sozinho. Comprou uma casa residencial com uma panificadora ao lado, na Av. Henrique Galúcio, 408, onde residiu até sua morte. Trabalhou muitos anos com a panificadora, mas cansou e tentou o ramo comercial mas ainda não explorado em Macapá. Adquiriu uma lancha e passou a comprar açaí, nas ilhas dos Porcos e Ipanema, vendendo em Macapá. Montou várias batedeiras de açaí nos diversos bairros e durante muitos anos ganhou dinheiro.
Quando sentiu que o comércio estava saturado, com centenas de competidores, resolveu comprar uma embarcação para fazer frete entre Macapá/Belém/Macapá, dando-lhe o nome de "Iate Fortaleza" em homenagem a seus pais que eram de Fortaleza-CE. Em 1978 comprou a casa "Uirapuru" na Rua Tiradentes nº 1442, e deu-lhe o nome de "Casa Fortaleza" hoje Supermercado Fortaleza. Teve sucesso e resolveu vender o Iate e aumentar seu capital no novo negócio e foi abrindo outras filiais. De repente foi acometido de um derrame cerebral (AVC) no dia 18 de maio de 1996 e continuou enfermo numa cadeira de rodas, assistindo seus filhos desenvolverem o trabalho que iniciou em Macapá, no ano de 1952. Homem experiente e inteligente, sério, dedicou sua vida ao trabalho e à família, sem ter tempo de se envolver na política, de participar da vida social, do esporte e da religião, apesar de  ter apoiado os candidatos de sua simpatia, de colaborar nos eventos sociais, de torcer pelo seu clube e de ir à missa domingueira. Essa é a biografia de um homem de bem que contribuiu com a criação do Estado do Amapá. Os amapaenses agradecem, pelo que fez, por tudo que realizou junto com sua esposa, a dinâmica e sorridente, Maria Souza, ou Dona Silda.
Fonte:  O Livro “Personagens Ilustres do Amapá”, vol. II, de Coaracy Sobreira Barbosa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

MEMÓRIA DA CULTURA AMAPAENSE > DONA VENINA, GRANDE DAMA DO MARABAIXO DO AMAPÁ

Tia Venina marcou a história das mulheres da família e do Quilombo do Curiaú, situado na Zona Rural de Macapá. A sua trajetória é uma inspir...