Manoel Ferreira – “O BIROBA”, macapaense nascido em 1932.
Em 2 de maio deste ano (2018), ele completou 86 anos de existência. Filho de Raimundo Ferreira e Clotilde Ferreira da Silva (em
memória). Aos 17 anos, Biroba foi amparado pela família Nunes, pois morava ao lado, no
bairro do Trem, com uma senhora vizinha, que o maltratava.
Biroba era uma figura folclórica, bastante conhecida em Macapá, e muito respeitada no bairro do Trem. Na foto acima com um antigo morador do bairro, Sr. Dário.
Biroba era uma figura folclórica, bastante conhecida em Macapá, e muito respeitada no bairro do Trem. Na foto acima com um antigo morador do bairro, Sr. Dário.
Manoel Ferreira, iniciou sua vida pública na antiga Olaria
Territorial. Depois foi trabalhar na SOSP - Secretaria de Obras e
Serviços Públicos, atualmente, SEINF, onde se aposentou.
Foi chefe escoteiro, desportista, carnavalesco e animador de
quadrilha junina.
Durante décadas, foi Chefe do Grupo de Escoteiros do Mar “Marcílio Dias”, tendo participado do 1º JAMBOREE PAN-AMERICANO...
...Encontro Internacional de Escotismo - realizado no período de 18 a 25 de julho de 1965, na cidade do Rio de Janeiro.
Durante décadas, foi Chefe do Grupo de Escoteiros do Mar “Marcílio Dias”, tendo participado do 1º JAMBOREE PAN-AMERICANO...
...Encontro Internacional de Escotismo - realizado no período de 18 a 25 de julho de 1965, na cidade do Rio de Janeiro.
Como escoteiro, no dia 11 de julho de 1960, sobreviveu em uma
tragédia com os escoteiros em Serra do Navio, com a queda da ponte que ligava
aquela cidade à vila de Teresinha, em que seis pessoas morreram.
Era uma ponte pênsil ( foto) feita de cabos de aço e tábuas
de madeira, com uma altura de seis metros, aproximadamente. Ao romper-se em uma
extremidade, jogou dentro do rio de correntezas e muitas pedras, dezenas de
jovens escoteiros e lobinhos que excursionavam ali naquelas férias de meio do
ano.
Nos anos 60, 70 e 80, foi o maior marcador de quadrilhas
juninas que o Amapá já teve. Foi responsável por ensaiar e imprimir seu estilo inconfundível
nos grupos folclóricos juninos. Durante longos 30 anos, Biroba foi nome
obrigatório nos folguedos, abrilhantando e atraindo multidões para ver as
quadrilhas por ele ensaiadas. Biroba tornou-se um ícone para os brincantes
tendo seu nome lembrado no imaginário popular.
(Foto: Reprodução / Memorial Amapá / Facebook) |
Biroba, tinha o carnaval como uma de suas grandes paixões, que
o motivou a fundar a Escola de Samba do seu coração, PIRATAS DA BATUCADA – O
PIRATÃO, na década de 70, ao lado de outros pioneiros.
Desportista e um grande abnegado e incentivador do esporte,
realizou o seu maior feito no desporto amador do Amapá: criou a Copa do Mundo
Marcílio Dias. Deu o nome à essa competição em referência ao grupo de escotismo
onde fora membro atuante. A Copa Marcílio Dias foi inspirada na Copa do Mundo do
Chile, realizada em 1962 em que, o time do Brasil sagrou-se bicampeão mundial.
Honraria
Biroba recebe Medalha do Mérito Cultural das mãos do Presidente do Conselho Estadual de Cultura, Nilson Montoril. (Foto: Reprodução / Blog da Alcinéa) |
Em 2008 o Conselho
Estadual de Cultura agraciou Biroba com a Medalha do Mérito Cultural (Foto).
Em
solenidade realizada à noite do dia 5 de novembro em comemoração ao Dia da
Cultura, no Centro de Convenções João Batista de Azevedo Picanço, em Macapá, o Conselho
homenageou poetas, músicos, escritores, artistas plásticos, atores e gente que
faz e promove a cultura popular.
A honraria
mais importante, o Troféu Pitumbora, foi concedida ao artista plástico
Herivelto Maciel – um dos maiores talentos do mundo artístico local.
Cinco
“Medalhas de Mérito Cultural” foram concedidas e 15 Diplomas de Destaque,
contemplando os vários segmentos culturais.
A
jornalista e blogueira Alcinéa Cavalcante foi uma das homenageadas com a
Medalha, na área de literatura. Foram também agraciados os artistas Sebastião
Mont’Alverne (música), Carlos Lima (teatro) e Ivan Amanajás (artes plásticas). (Fonte: Blog
da Alcinéa
Biroba, por motivo de saúde e dificuldades de locomoção, não participava mais das festas carnavalescas, das marcações de quadrilhas e nem como locutor
vibrante que por décadas animou a Copa Marcílio Dias, da cabine da Rádio
Latitude Zero, porém deixa um maravilhoso legado para a cultura e o desporto do
Estado.
Biroba viveu até sua morte em 29 de dezembro de 2018, na residência das irmãs de
coração, Maria Alice Nunes e Oriosvalda Nunes, no Bairro Jardim Marco Zero, integrantes da família que o
acolheu e adotou, cobrindo-o de amor. Essa família que Deus colocou na sua
estrada é a única que permaneceu ao seu lado e ele retribuiu com desvelo e
afeição.
O corpo de Manoel Ferreira, descansa em Paz, no Cemitério de Nossa Senhora da Conceição, no Centro da cidade.
O corpo de Manoel Ferreira, descansa em Paz, no Cemitério de Nossa Senhora da Conceição, no Centro da cidade.
MANUEL FERREIRA, O BIROBA, por esses feitos, é homenageado
como um notável edificador do Amapá, pelo Instituto Memorial Amapá.
Copa Marcilio Dias
Em uma entrevista para o jornalista global Alex Escobar em dezembro de 2008, Biroba, contou como surgiu a Copa
do Mundo Marcilio Dias.
Biroba disse que o começo de tudo foi o sonho de um escoteiro.
Ele pertencia à Tropa de Escoteiros do Mar “Marcílio Dias” e também frequentava
a paróquia do Trem onde havia um campeonato de futebol, em que tomava conta dos
garotos. Os garotos participantes do certame pediram ao Biroba que organizasse
uma Copa do Mundo. Ele falou com o Padre Antônio Cocco, vigário da Paróquia Nossa
Senhora da Conceição e obteve a devida autorização para sua realização.
Segundo a Associação de Solteiros e Casados do bairro do Trem,
que organiza o torneio, a primeira edição da Copa do Mundo “Marcílio Dias” foi
realizada em 1962, no antigo campo dos escoteiros do bairro Trem e a equipe da
França foi a campeã. De lá para cá, representantes de diversos bairros e até de
municípios do interior do estado já participaram.
A competição idealizada por Biroba iniciou com 16 times,
inspirada no Mundial do Chile de 1962.
Os locutores ficam juntos em uma mesma cabine de transmissão
bastante espaçosa. Um dos antigos locutores e organizador da Copa é José Maria
Gomes Teixeira, o conhecido Manga. Também passaram por lá: Francisco Sales de
Lima (Chicão), Ivo Guilherme de Pinho, Arnaldo Araújo e muitos outros expoentes
do rádio esportivo amapaense. Eles dizem que é a maior competição em praça
pública do mundo. Se não for a maior, pelo menos, é a mais animada.
Desde julho de 2016, o campo “Turíbio
Orivaldo Guimarães”, local que recebe a famosa Copa do Mundo Marcílio Dias, o
irreverente Futebol à Fantasia e os jogos da eterna disputa entre solteiros e
casados, em Macapá, foi totalmente revitalizado pelo projeto nacional Viva o
Campinho.
Arena da "Copa do Mundo" tem grama
sintética
Foto: Saulo Silva/Diário do Amapá
|
Dos seus mais de cinquenta anos de
tradição no campo de areia, a arena da Praça Nossa Senhora da Conceição foi a
primeira da região Norte contemplada com grama sintética, piso nivelado, alambrado
e iluminação. O Projeto é uma iniciativa da AMBEV. A Prefeitura de Macapá foi a
entidade responsável pela obra.
Como reconhecimento pelos trabalhos
prestados, várias representatividades foram homenageadas pela Prefeitura de
Macapá com a medalha de honra ao mérito, entre eles Manoel Ferreira, o
“Biroba”, um dos fundadores da Copa Marcílio Dias. (Fonte: Diário
do Amapá)
Fontes consultadas: G1,
Diário
do Amapá,
Édi Prado - Jornalista - Que riqueza de registro. Uma bela e justa homenagem a um cidadão que se dedicou a servir e participar da educação e formação de centenas de jovens, em vários segmentos da arte, escotismo, carnavalesco e esportivo. Um cidadão que merece toda a consideração e homenagens, enquanto vivo para saiba que ele continua sendo uma pessoa importante e querida no Amapá. Parabéns, mais uma vez, João Lázaro.
ResponderExcluirQue linda reportagem sobre nosso querido BIROBA, ele merece todas as homenagens. Hoje BIROBA, com 86anos de idade, está cm a saúde um pouco debilitada, devido enfarto que sofreu no dia 12/09/, está se recuperando de maneira satisfatória, sempre cm rádio ao pé do ouvido, principalmente quando o Vasco joga. Obrigada João Lázaro, por relatar a história tão verdadeira o nosso BIROBA .
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