quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Memória da Mineração Amapaense: Jofre Antunes – Um cidadão de muitos predicados

Por Emanoel Jordânio
Jofre Antunes Ribeiro era um dos muitos operadores de equipamento da Mina de Serra do Navio. 
Embora tivesse Antunes como sobrenome, não tinha nenhum parentesco com o empresário da mineração Dr. Augusto Trajano de Azevedo Antunes.
Seu Jofre, nasceu dia 10 de dezembro de 1932, na pacata localidade de Matapí, às proximidades de Santana. Seus pais eram lavradores, profissão honrosa que exerceu até os seus vinte anos, idade em que deixou a casa paterna para trabalhar nas obras do Governo em Macapá.
Cerca de um ano depois do seu primeiro emprego, Seu Jofre candidatou-se a um lugar de braçal na ICOMI. Ao lhe ser dada essa oportunidade, em 1º de fevereiro de 1954, vibrou de satisfação e prometeu a si próprio que tudo faria para melhorar a sua posição e firmar-se na Companhia.
De fato, se assim pensou e cumpriu. De braçal a motorista e desta categoria à de operador de máquinas pesadas, Seu Jofre logo se tornou um dos melhores profissionais no manejo de equipamento industrial da Mina.
Um cidadão alegre, solícito e cavalheiro com todos a quem atendia, in dependente de raça, cor ou credo. Tinha um tratamento único e gentil, fosse com chefes ou o mais modesto dos seus companheiros de faina.
Por isso era benquisto e respeitado.
Nunca o vimos esboçar uma palavra de descontentamento, nem mesmo ao relembrar os dias mais difíceis de sua vida, quando ainda se encontrava fora dos quadros da Indústria e Comércio de Minérios Ltda (ICOMI), enfrentando a rudeza de trabalhos cujos proventos mal chegavam para o seu sustento.
O curioso é que ele nunca arredou pé do Amapá durante o período de ‘ouro’ da ICOMI, nem mesmo às cidades mais próximas às margens do Rio Amazonas, mas sempre prometia que um dia conheceria lugares como Belém e Manaus.
Uma de suas maiores alegrias, como empregado da ICOMI, ocorreu em 08 de maio de 1964, quando recebeu o prêmio pelos dez anos de serviços à empresa: um relógio ‘Ômega’.
Em 1960, casou-se com Dona Francisca Bessa Antunes, de cujo enlace nasceram as meninas Francisca e Maria Odinéica, que sempre considerou seus maiores tesouros.
Seu Jofre faleceu no meado de novembro de 2019, aos 82 anos de idade, após algumas complicações de saúde, deixando um legado de trabalho e profissionalismo pioneiro que sempre será lembrado por aqueles que o conheceram. Em dezembro  ele iria completar 83 anos de vida.
Siga em Paz, Jofre Ribeiro!
Texto de Emanoel Jordânio, adaptado ao blog Porta-Retrato (com a devida anuência do autor), publicado em 17 de novembro de 2019, no blog SANTANA DO AMAPÁ, com o título: “Vá em paz, Jofre Ribeiro!”
Fonte: Facebook

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